Olhos Negros escrita por Emma blue


Capítulo 27
Capítulo 27 - Loucura


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amorecoos...Que saudades de vocês!!! Nós, eu e a Lhama, ficamos muitooo tempo sem postar porque é muito difícil de terminar uma história como essas... e muito triste também :'(... Bom vou avisá-las que nós já escrevemos o fim tão esperado e dividimo-o em Três capítulos... Este é o primeiro...espero que gostem... beijinhos meus e da Lhama... dêem reviews pois precisamos saber se a demora foi recompensada...



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Recapitulação: “Lótus subiu seu vestido até a cintura e dobrou suas pernas nuas, enfiando-se entre elas antes que pudesse fecha-las enquanto ainda abusava de seu pescoço como uma espécie de vingança por ela ter tentado cortar o dele.

Angel fechou os olhos com força e continuou debatendo-se, com o máximo de força que conseguiu reunir.

Mais força Angel, você consegue! Ele não quer fazer isso, se você for forte ele vai parar, eu prometo!

Com o apoio da voz subconsciente uma força totalmente desconhecida tomou conta de Angel, ela abriu os olhos e encravou suas unhas no rosto de Lótus, arrastando-as até seu pescoço, ele uivou de dor e fraquejou e ela pôde empurra-lo e sair em disparada.

A adrenalina e a tensão guiaram seus pés rapidamente até o elevador, olhou para o quadro de botões e quase apertou o botão que a levaria ao seu quarto –não... eu não posso voltar pra lá -Por fim pressionou o solitário botão vermelho da ponta, vendo um Lótus desesperado correndo em sua direção, esperou as portas de aço fecharem-se a sua frente, sem saber pra onde a levaria.”

Capítulo 27 – Loucura

Sentou-se, apoiando as costas na parede gelada.

Os botões piscavam quando o elevador passava por seus respectivos andares. 75,74,73,72...

Nada se ouvia a não ser a respiração de Angel. Era silencioso e aterrador, como tudo em Wislek.

Não queria pensar no que acabara de lhe acontecer. Esvaziou sua mente, se encolheu dobrando os joelhos e esperou, até que o solitário botão rubro finalmente piscasse.

–Vigésimo andar...

As portas do elevador se abriram para um pequeno e escuro corredor. Angel hesitou, mas prosseguiu, seus passos ecoando no piso de madeira.

Deparou-se com porta que preenchia toda a circunferência da ponta do cômodo. -Essa porta... Eu já a vi antes...- Tocou-a, sentindo os detalhes em relevo na madeira maciça e afastando o pó. Puxou as duas maçanetas, ambas enferrujadas e emperradas, um lado da porta se abriu.

Um ambiente muito familiar se revelou. Uma sala decorada ao mesmo modo das casas de Wislek, e tão remexida e destruída quanto. O cheiro de mofo era tão forte que fazia seu nariz coçar, mesmo assim, ela entrou.

Livros rasgados, almofadas, roupas, papéis, todos reduzidos a retalhos no chão coberto por uma camada grossa de poeira.

–Eu... Já vim aqui...? – a lembrança embaçada da sala limpa e iluminada pela lareira remexia em sua mente.

–A lareira..! – Angel foi até a outra ponta da sala em meio a tropeços e espirros, uma poltrona outrora acolchoada e confortável estava agora caída, com as bases de madeira aparecendo. Olhou em volta, as paredes cor de creme envelhecido, a vasta estante antes cheia de livros, a lareira onde o fogo crepitava quente e aconchegante quando se sentava no colo do pai em sua poltrona preferida...

–O sonho...

Angel não estivera ali

Lótus esteve...

Ela caminhou pelo cômodo, lembrando-se de recordações que não a pertenciam.

Em meio aos papéis no chão, alguns pedaços rasgados aparentemente mais recentes chamaram-lhe atenção.

Angel recolheu os retalhos e pôs-se a juntá-los sobre o piano apodrecido.

Cada pedacinho se encaixando quase perfeitamente, revelando lentamente o que Lótus queria esconder.

–---------------------------x---------------------------

A partir daqui o ponto de vista é por Áquil (o guardião da Angel, lembram?) toda vez que tiver um asterisco (*) o ponto de vista vai mudar, e vai ter o nome da pessoinha ao lado.

*Áquil

Társis estava encostado no banco, com uma expressão sombria. Ele havia mudado desde que ficamos presos no Instituto... Todos mudamos.

Normalmente nos uniríamos e superaríamos o acontecido juntos, mas havia um fator que todos os dias nos lembrava do que aconteceu. Um fator? O melhor, uma ausência.

Era uma manhã como qualquer outra das últimas 2 semanas. Comíamos sem vontade, Serena não dava mais risadas escandalosas das piadas sem graça de Falco, Annet não usava mais gírias que ninguém entendia, ninguém falava, ninguém sorria. Típico, até que Társis surgiu dentre as árvores.

–Eu tenho um plano.

E agora estamos aqui. No aerodeslizador, de volta aquele inferno negro. De volta a onde me bateram, amordaçaram, cortaram. Aonde me deram choques e injeções alucinógenas, de volta a onde eu passei fome, sede, dor e medo.

Mas eu não tenho escolha. Eu sinto o que ela sente, e a maior demonstração de felicidade dela até agora foi quando ela estava dormindo. Ao menos posso assegurar que Lótus não a machucou fisicamente, ainda...

Todos estão um pouco mais comunicativos agora que têm um objetivo. A monotonia não é o mais indicado pra quem está em choque depois de uma sessão de tortura.

Annet sentou-se ao meu lado. Nem Társis foi tão afetado quanto ela, de certa forma a tortura dela pode ter sido pior que a nossa, não foi física, mas foi friamente psicológica. É como se Lótus tivesse pegado a mente dela e batido em um liquidificador. Sem falar na culpa...

–Como ela está?

–Está uma bagunça -sorri- mas está bem, não se preocupe, Annie.

Ela deu uma leve sombra de sorriso e abaixou a cabeça, virando-se para a frente.

–Espero que dê tudo certo, quer dizer... Você sabe...

Eu ia responder, mas fui interrompido por Serena, apontando pra janela e gritando:

–A FLORESTA, A FLORESTA! Estamos chegando...

Aguente firme Angel... Dessa vez, nós iremos te salvar.

*Angel

Era fascinante, o retrato foi muito bem desenhado, cada detalhe exatamente como Wu Wislek descrevera.

Até mesmo em um desenho era possível perceber seus olhos reveladores. Pessoalmente, Angel não duvidava que sua alma podia ser vista.

A porta rangeu.

Angel virou-se.

E lá estava Lótus novamente, não importava aonde ela se escondesse, ele sempre a encontrava.

A princípio ela ia gritar com ele, ou xinga-lo, mas então prestou atenção em sua expressão.

Seu cenho franzido, os ombros caídos, com postura torta apoiando-se no batente da porta...

Angel congelou em pé ao lado do piano esquecido, de olhos arregalados fitando a figura frágil do homem. Um sentimento que até então havia aparecido fraco e tímido, surgiu avassalador, queimando seu corpo por dentro. Suas pernas, sem permissão, foram em direção a ele.

Os olhos perturbados captaram sua imagem e observaram-na aproximar-se.

–Você tem os olhos da sua mãe. – Tão expressivos... –Na verdade, eu acho que entendi por que ela te deixou.

Ele prosseguiu encarando-a.

–Então me conte...

–--------------------x---------------------------

Lótus riu irônico –Minha mãe morta fala com você?

–Eu disse que era estranho... Bem, talvez seja só coisa da minha cabeça...

–Ou não...

–Não? O que quer dizer?

–Haviam lendas sobre alados... Quando morrem, continuam sendo guardiões, mas em vez de proteger cidades, eles protegem pessoas. Viram espécies de Anjos da guarda.

–Mas Aliss morreu a tanto tempo... Por que ela me protege?

–Está enganada anjinho, não é você que ela protege – ele sorriu, genuinamente, um sorriso de alegria – É a mim...

–Então ela fala comigo porque

–Porque você é a esperança dela de que eu mude.

Os dois se encararam em silêncio, em uma compreensão mútua.

–Bem – Angel quebrou o silêncio- se eu vou viver o resto da minha vida com você- Estendeu a mão, convidando-o a se levantar – Eu tenho que esquecer todo o resto.

Lótus olhou-a com espanto

–Quero que apague minha memória. Tudo. Minha família, amigos, amores, tudo! Eu nasci aqui e fui criada por você. Só conheço você! Você será tudo para mim e eu serei apenas sua. - o espanto tornou-se deleite, seu rosto se iluminou – Pode fazer isso?

–É o que você quer?

–Sim, é o que eu quero. Agora eu entendo. Eu nasci pra isso, pra você. Meu destino é você.

Lótus sorriu e segurou a mão estendida.

–Então eu farei.


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Notas finais do capítulo

Eaí o que acharam??? Exponham suas opiniões...A fic está acabando...umas recomendações seriam muito bem-vindas...e Mais uma vez...Perdoem-nos pela demora :) ...Bjinhos sangrentos *-*