69 Edição Dos Jogos Vorazes - Interativa escrita por Maknae


Capítulo 9
Colheita - Distrito 4


Notas iniciais do capítulo

Colheita do Distrito 4.



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Lohayne Franklin

Estou desde cedo nesse centro de treinamento, nesse dia estou treinando em dobro. É o dia da Colheita. Me olho no espelho do centro. Estou um bagaço. Acordei as cinco da manhã pra treinar e estou até agora aqui. Detalhe, agora são quase meio-dia.

Saio do meu centro de treinamento, que na verdade é o porão de casa, e vou até a cozinha. Entrei na cozinha e encontrei minha mãe, meu pai e meu irmão na mesa, me esperando. Me sentei em silêncio. Aquele dia não era um dos melhores.

Algumas pessoas do Distrito 4 acham esse dia uma festa, e outra parte é assombrada por esse dia. Almoço em silêncio. Não tão em silêncio, por que meu irmão não para de falar um minuto sequer. Termino de comer e corro pro meu quarto. Encontro na cama a roupa que minha mãe separou.

Era um vestido simplesmente lindo. Ele era branco com uma corda e uma fita rosa no meio. Tomei banho e o coloquei. Logo meu irmão chato aparece falando que um dia ele vai se voluntariar. Coitado. Não sabe nem o que está dizendo.

O sinal toca e nos encaminhamos até a praça. Uma mulher pica meu dedo para coletar sangue e não pude deixar de dizer um "ai" muito alto. A menina atrás de mim dá um risinho abafado e eu quase me viro pra dar um soco nela.

Vou até a área das garotas de quinze anos e encontro ali minha melhor amiga, Marie. A mulher da Capital, Cyrenne, aparece. Essas pessoas da Capital tem cada nome. Coitada da mulher, se chamar Cyrenne. Esse povo gosta de aparecer.

- Bem vindos, muito bem vindos! - ela diz, e sua voz é irritante e ao mesmo tempo tediosa. - Eu sou Cyrenne Dypwolicea, e vou mostrar um filme direto da Capital!

Cyrenne Dypwolicea. Até que entendo o nome da mulher e começo a rir. Marie me olha estranho. Sirene de Polícia. Tento parar de rir por que vi um ou dois Pacificadores me olhando feio. Então, o vídeo acaba e a mulher vai até a bola de vidro e tira o nome da azarada.

Até que ela chega no microfone e diz em voz alta e clara. Ela diz o nome que fez meu mundo cair. 

- Lohayne Franklin!

Marie me olha com os olhos vazios, sem expressão. Solto minha mão da  dela e vou até a Sirene de Polícia. Quer dizer, a Cyrenne Dypwolicea. Ela me ajuda a subir e anda até a bola de vidro com o nome dos garotos.

- Choi Kimhyu! - ela diz. Vejo então o garoto aparecer da área dos de dezoito anos. Ele tinha uma aparência ameaçadora. Era alto, tinha olhos pretos puxados e cabelos castanhos. Ele me assustou, e muito. Além disso, não tinha o nome muito limpo aqui no Distrito 4.

Kimhyu pelo o que eu vi, tem passagens pela polícia e uma vez quase se tornou Avox. Não duvido nada que a sua escolha pros Jogos foi um castigo pelos seus crimes. Ele sobe no palco e Sirene me faz apertar a mão dele. Detalhe, ele quase quebrou minha mão.

Choi Kimhyu

Caio no meu sofá de madeira. Minha vida de crimes não está muito boa. Já fui avisado pela polícia que mais um escorrego que eu der, vou ter minha língua cortada e virarei um Avox. Isso se não resolverem me matar.

Hoje é a Colheita. Estou tranquilo, é meu último ano. Não preciso das tésseras, pois consigo me manter com o que eu ganho com os meus, digamos, trabalhinhos...

A porta da minha casa abre bruscamente. Dou um pulo e vejo que é Isacc, meu parceiro.

- Que merda, Isacc! Já falei pra bater antes de entrar! - digo, quase cravando minha unha no seu pescoço.

- Foi mal, camarada! - ele diz. - Só vim aqui pra dizer que hoje é a Colheita, tá lembrado?

Ele é burro ou o quê? Claro que eu sei que hoje é a Colheita! Porcaria. Pior que estar no pé da cova, no bico do corvo ou o que preferir, tenho que aturar parceiro burro. Meus trabalhos não tem lucrado muito ultimamente. Praticamente jogo Isacc pra fora da minha casa e vou tomar um banho.

Pego qualquer roupa que esteja limpa e espero até a porcaria do sinal tocar. Eu como na volta. Então o sino toca. Saio num disparo da meu "refúgio" e vou até a praça.

Uma mulher pica meu dedo e coleta sangue. Não sei pra que essa porcaria. Só pra fazer graça. Vou pra área dos garotos de dezoito anos e acabo pisando no pé de um deles. Quando ele vai me xingar, o fuzilo com os olhos, fazendo-o me olhar estranho. Fico ali até aparecer Cyrenne, a mulher da Capital.

Não prestei atenção no vídeo que ela começou a passar. Mas durante o vídeo só ouvi risadas histéricas. Então olhei pras garotas de quinze anos e vi uma louca rindo malucamente. Esse povo...

Acabou o vídeo e Cyrenne andou até a bola de vidro e catou um dos papéizinhos. Foi até o microfone e o leu em voz alta.

- Lohayne Franklin! - esse era o nome da garota azarada. Então vejo uma movimentação nas meninas de quinze anos. Uma delas sai. Uma não. Era a garota doida que tava rindo no meio do vídeo. Bem feito.

 Então a mulher anda até a bola de vidro com o nome dos meninos. Senti um arrepio correr pela espinha. Para com isso Kimhyu, seja macho!

- Choi Kimhyu! - ela diz e eu gelo. Isso é armação. Só pode. Ao invés de me tornarem Avox, vão me mandar pra arena! Mas não tem problema. De matar pessoas eu sei. 

Andei como se não me importasse até o palco. Cyrenne me fez apertar a mão da maluca. Acho que apertei muito forte, pela careta que ela fez. Depois Pacificadores nos empurraram pro Edifício da Justiça.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews do que acharam! ^^