Segui para a aula com Aline e ficamos conversando durante toda a aula chata de geografia. Mas, eu já fiquei sabendo que vampiros são inteligentes, era desnecessário estudar. E pelo o que eu pude perceber Aline também não era uma das alunas mais atentas.

            Gostei de saber que haveria pessoas pra conversar. E ela era bem legal já que era o centro das atenções no colégio. Ela conhecia todos e isso nos ajudou a se enturmar. Levei altas broncas do professor, mas como eu era novata não passaram de reclamações, e sem fofoquinhas aos meus pais (graças a deus). O mundo humano me chamava cada vez mais atenção.

            As aulas continuaram, a próxima seria de artes. Onde Ray se juntaria a nós.

- Então garotas, como foi a primeira aula de vocês? – ela perguntou animada.

- Foi ótima! Conversamos a aula toda. – ri.

- Pois é, mas tudo é bem mais interessante que uma aula chata de geografia né? – Aline completou meu raciocínio.

- A minha foi até que legalzinha. Foi de biologia. Eu prestei atenção sabe? Só não posso dizer o mesmo dos garotos da minha turma, que por sinal, tem uns até que bonitinhos... – Ray falava enquanto mexia no cabelo, fazendo com o que uns três meninos tropeçassem no corredor. Olhei pra ela com um olhar fuzilante.

- Não querendo ser a sua melhor amiga e irmã conselheira, até porque ver você se ferrar é uma coisa que me dá muito gosto. Mas por favor, dá pra se manter sem chamar atenção por um tempo? Ou você quer que o papai repita o que fez com a gente ontem? – falei rapidamente. Como irmã mais velha eu tinha obrigação de fazer alguma coisa antes que tudo desse errado de vez. E eu sabia que não me poupariam na hora da bronca. Falei tão rápido que pareceu um zunido pra Aline, mas foi lento o suficiente pra Ray entender o meu recado.

- Oi? Falou alguma coisa? – Aline perguntava.

- Nada não, ia espirrar. Só isso! – ri.

            Seguimos para a aula de artes, e por mais que eu quisesse entender o que acontecia por chamarmos tanta atenção, ficava cada vez mais confusa. Falamos sobre a arte de reciclar materiais e ficamos com uma tarefa de montar um objeto de decoração ou brinquedo para serem doados a instituições carentes de Forks.

            Fomos para salas diferentes, eu em uma e Ray em outra. Seria a 3° aula do dia, metade da jornada para muitos, mas pra mim e pra Ray, as últimas. Quando soou a sirene do intervalo para o almoço, fomos até a porta na esperança de não ter ninguém nos esperando, mas claro que tinha alguém na porta, esperando só a gente colocar o pé na rua.

- Então Aline! Já vamos embora. – falei.

- Já? Como assim tão rápido? A gente ainda tem quatro aulas pela frente. – Aline falou confusa.

- Não pra gente. Conseguimos umas folguinhas nas aulas, depois do almoço estamos livres. Ai a parte badalação fica bem mais fácil e rápida! – Ray falou.

- Vocês bem que poderiam arranjar essa folguinha pra mim também, né? – Aline indagou rindo.

            Dei tchau a Aline e fomos diretamente pro carro. Meu pai e minha mãe já estavam nos esperando impacientes. Meu pai super empolgado, e minha mãe com uma carranca de preocupação.

- Então, como foi o primeiro dia de aula de vocês? – Meu pai perguntou empolgado.

- Foi normal! Nada demais aconteceu! – falei sem dar muita importância. Eu ainda não tinha o perdoado pelo o que aconteceu ontem. Por mais que ele fosse nosso pai, eu nunca tinha o visto daquela maneira.

- Não falei Rose, tudo deu certo, e você com seu medo bobo. – Ele falou zombando com minha mãe que tava no banco de passageiro.

- Normal? Como assim, normal Reissy? – Ray falou empolgadíssima ao meu lado. Pra ela a palavra normal pra descrever uma situação não existia. Qualquer detalhe era ressaltado.

- O que aconteceu demais, meninas? – Dessa vez foi a vez de minha mãe de se pronunciar.

- Mãe, conhecemos várias pessoas, e todas elas eram muito legais. Minha sala é demais, tem vários garotos bonitos e simpáticos, e eu vi uma parte do treino das líderes de torcida. Inclusive, conhecemos a capitã delas, e ela virou nossa Best friend. – Ainda bem que não precisamos de tempo pra respirar, porque senão provavelmente Ray teria morrido sem ar de tanto falar de uma vez só. Ri.

- Garotos? Vocês não têm jeito mesmo né? – Meu pai falou meio carrancudo enquanto dirigia. Isso fez com que minha mãe soltasse uma bela de uma gargalhada.

- Que foi, Rosalie? Tá rindo do que? – Ele falou irritado.

- Do seu ciúmes bobo. – E continuou gargalhando. – As meninas não vão querer se meter com eles, amor. Mas é normal acharmos as pessoas ao nosso redor bonitas. – ela falou enquanto mexia no cabelo.

- Normal? Você por acaso olhava os garotos da escola? – ele virou pra ela num olhar fuzilante.

- Olhava ué. Mas o que eu iria querer fazer com humanos normais, se eu tenho um vampiro mega gato ao meu lado. – Ela falou mexendo nos cabelos do meu pai.

- Ok, Ok! Chega de demonstrações de carinho em público né? – falei tentando conter o enjôo que percorria meu estômago.

            Chegamos em casa rapidamente, também, meu pai dirigi a 210km por hora. (-.-‘). Tia Alice já estava na porta esperando a gente chegar pra contar as novidades. Eu não tinha tanto interesse em contar muita coisa. A única coisa que eu estava querendo contar mesmo era onde Renesmee estava pra tia Bella e tio Edward.

- Mãe, posso ir na casa do tio Edward e da tia Bella? – perguntei.

- Fazer o que lá? – Ela me olhou estranhamente.

- Preciso conversar com tio Edward é algo importante. – implorei

- Então, fale comigo! Eu posso te ajudar. – ela contradisse.

- Não mãe, infelizmente sé ele pode me ajudar. Prometo que não vou demorar muito. Por favor, por favor, por favor. – implorei.

- Tudo bem, vá! Mas não demore mesmo. Quero você em casa antes das 4.

- Posso ir também? – Ray perguntou.

- Lógico, não deixaria ela ir se você não fosse. – Meu pai falou. Respirei fundo mas concordei.

- Então, vamos logo Ray. – segui correndo pra casa do tio Edward.

            Cheguei na casa do tio Edward e da tia Bella e toquei a campainha. Eles não demoram muito pra atender. Tio Edward abriu a porta com um sorriso no rosto.

- Que bom que vocês vieram nos visitar. Entrem garotas. – ele falou convidativo.

- Oi! Cadê tia Bella? – Ray perguntou logo atrás de mim.

- Está no quarto. – ele falou com um tom envergonhado na voz. Não entendi o que aconteceu, mas, deixei pra lá e mudei de assunto. (ingenuidade rola solta)

- Então tio, não sei se o senhor já ficou sabendo.Hoje nós fomos a escola. – falei.

- E foi muiiito bom! – Ray completou.

- Isso. E conhecemos uma garota, a capitã das líderes de torcida, o nome dela é Aline.

- E essa Aline sabe onde a Renesmee ta! – Ray mas uma vez completou o que eu estava pra dizer.

- E, desculpa falar tio. Mas, ela não está viajando em lugar nenhum. Pelo contrário, ela está mais próximo do que vocês imaginam. – falei. Ele sentou na cadeira e logo após tia Bella entrou na sala e se juntou a ele.

- E vocês sabem onde ela está? – ela falou entrando na conversa.

- Sabemos sim. Ela está numa reserva aqui perto. La Push se eu não me engano – Ray falou.

- E vocês descobriram isso como? – tia Bella perguntou.

- Como eu falei, eu conheci uma garota, o nome dela é Aline. E ela reconheceu pelo nosso sobrenome. Aliás, Renesmee ta morando com ela lá.

- Com ela?Como assim?! – tio Edward levantou-se da cadeira onde ele estava sentado.

- Qual o sobrenome dela, vocês sabem? – Tia Bella indagou.

- Aline Black. – falamos em uníssono.

- Aline Black? Nunca ouvi falar dessa garota antes. Mas muito obrigada meninas por terem nos contado isso.

- Mas mudando de assunto, como foi o primeiro dia de aula de vocês. Quais foram as aulas? Forks High School continua recusando a conversar com os Cullen’s? – Ela riu do tio Edward quando falou a última frase.

- Não, não. Pelo contrário, todos fizeram questão de falar com a gente. E daí já fomos nos apresentando aos grupos e pronto, estamos famosíssimas já. – falei rindo.

- UAU, quantas mudanças! – tia Bella riu. - Quando eu estudávamos lá, eu era a única pessoa com coragem suficiente pra falar com eles. – concluiu ainda divertida.

- Eles? Como assim eles? Você não fazia parte da família? – perguntei sem entender.

- Pois é, tia Bella. Você e o tio Ed sempre estudaram juntos não é? E porque você era a única que falava com ele? Ah, já sei. Você era de outra família de vampiros e o tio Ed te pediu em casamento não é? – Ray tentou formular alguma lógica pra aquilo.

            Tia Bella olhou pro tio Ed meio repreensiva. Tio Ed fez que sim com a cabeça e ela nos contou toda a história. A história do amor impossível de tio Ed e tia Bells.

- Eu era humana quando eu conheci o seu tio. – ela falou estagnada.

- VOCÊ ERA HUMANA?- Uau, de tudo que eu poderia imaginar, essa era possivelmente a última coisa que se passaria pela minha cabeça.

- Era. Ai, conheci seu tio e nos apaixonamos. Eu era um ímã de problema e tudo de ruim sempre acontecia comigo, mas eu fiquei viva por muito tempo pelo fato do seu tio Ed está por perto me protegendo contra tudo e todos.

- Que lindo. – Ray falou mega entusiasmada com a história.

- Ai, um vampiro veio me atacar, e eu tive que fugir com Jasper e Alice. Mas ele me ligou da casa de minha mãe, Renée, dizendo que tava com ela, e eu fui atrás dele sozinha, achando que poderia derrotá-lo.

- Você é louca, tia Bella? Você não faz idéia de quantas injeções tomamos por dia pra não cometermos nenhum risco com os humanos, e você vai lutar com um, sozinha, e ainda por cima quando humana? – falei exasperada.

- Pois é, foi o que eu falei pra ela logo depois disso ter acontecido. – ele a olhou com um olhar repreendendo-a. Ela deu língua pra ele e continuou a história.

- Aí, ele quebrou minha perna, e me jogou contra uns espelhos e eu me cortei toda. Logo depois disso, ele me mordeu. Ai Edward chegou e lutou com ele, e venceu.

- E foi aí que você virou vampira? – Ray concluiu.

- Não! Muita coisa ainda rolou antes disso.  - tio Ed pronunciou-se.

- Mesmo eu querendo que não tivesse rolado esse tempo todo, não é? – tia Bells olhou zombando com o tio Ed.

- E se não foi assim, como foi? – perguntei.

- Então, ai depois o seu tio sumiu da minha vida, e me deixou sozinha por aqui. Eu fiquei muito mal, desesperada, e comecei a fazer umas loucuras pela cidade... – tia Bells falava quando foi interrompida pelo tio Ed.

- Como andar de moto, andar sozinha pela madrugada freqüentando bares e se jogar de um penhasco. – E mais uma vez os olhares repreensivos de tio Ed.

- Então, como eu estava falando antes de ser interrompida, ele me abandonou, e depois de muito tempo Alice veio até a cidade e me contou que ele estava indo a Volterra se suicidar com os Volturi. – E dessa vez o olhar repreensivo foi de tia Bella.

- Mas, ela conseguiu chegar a tempo de me salvar. – A história estava ficando cada vez mais interessante, estávamos tão ligadas àquilo que nem vimos as horas passarem. Quando eu me dei conta já eram 4:50. Já estávamos mais que atrasadas, e estranho era que o meu pai nem minha mãe ainda tinham aparecido por lá.

- Estamos muito atrasadas. Era pra gente ta em casa às 4. E a gente ainda ta aqui. Meus pais vão em matar! – comecei a ficar nervosa.

- Que horas são? – Ray perguntou mais nervosa do que eu.

- Não sei pra que tanto stress garotas, vocês não estão aqui com a gente? Qual o problema? Além do mais, Emmett não vai nem ligar pra isso, o único probleminha é Rosalie... ela nunca foi muito com a minha cara mesmo. – Tia Bella riu.

- Mas, ela não criaria problema sabendo que vocês estão comigo. – tio Ed confirmou.

- Eu queria muito ter conhecido o Emmett e a Rosalie que vocês conheceram. Porque eles andam bem estressados em relação a gente. – cruzei os braços.

- É, nós somos a confusão do momento. Mas não mais agora né? Já que Nessie ta escondida na casa de Aline. – Ray falou.

            Tio Ed e tia Bells respiraram fundo quando Ray falou aquilo. Eu realmente não gostei muito do que ela falou, e pedi desculpas ao tio Ed pelos pensamentos. Ela não batia muito bem da cabeça mesmo. E além disso, ele conseguiu ver o que meu pai tinha feito conosco na noite anterior.

- Ah, então é por isso que vocês estão tão apreensivas? – ele falou.

- É né? Ninguém quer uma bronca daquela de novo. Pensei que ele fosse nos matar ontem. – falei inquieta.

-Mas vocês bem que estavam merecendo uma liçãozinha. Vocês brigavam que nem gato e rato. – tio Ed falou. – Isso que faltou a Renesmee, não é Bella? – ele olhou-a fuzilando com o olhar.

- Er.. então, melhor irmos não é, Ray?! Antes que a gente se meta em mais encrenca.

- Calma meninas, a gente leva vocês em casa, aí o Emmett não vai fazer nada demais com vocês. A gente não via deixar. – tio Ed falou convicto.

- Espero mesmo. – falei.

- E eu vou precisar da ajuda de vocês garotas, pra resolver esse problema com Renesmee. – tia Bella concluiu.