Capítulo 25 – Selinho

POV EDWARD

Ao entrar na boate logo vi Bella e os outros no bar. Aproximei-me e pedi uma bebida. Bella conversava animadamente com o índio dos infernos. E nem ao menos olhou para mim quando me aproximei. Ela chamou Jacob para dançar, foram para o centro da pista e ficaram dançando durante algum tempo. Alice e Jasper também foram dançar e eu sobrei. Fiquei no bar, mas sem beber mais nada alcoólico. Pedi uma água e fiquei ali, apenas olhando Bella dançar com outro cara. Fui ao banheiro e quando voltei, cadê a Bella?

Não via ela, nem o índio, nem Alice ou Jasper, que deveriam estar se agarrando em algum canto. Argh! Imaginar sua irmã se enroscando com um cara, mesmo que seja seu amigo, não é lá muito agradável. Andei entre as pessoas procurando Bella e quando finalmente a encontro, onde ela está? Dançando em cima do balcão do bar. Ela estava linda, dançava de olhos fechados ao ritmo da música, sem se preocupar com o que os outros poderiam pensar. Fiquei ali. Parado. Apenas a vendo dançar. Ela me viu e se pôs a provocar. Dançava olhando nos meus olhos, me provocando, ela sabia. Alguns caras começaram a passar a mão em suas pernas. Eles pareciam lobos no cio. Assobiavam, gritavam, e até chegar ao ponto de colocar uma nota no sapato de Bella, eu estava aguentando. Mas a tratar como se ela fosse uma dançarina de bordel foi de mais para mim. Sai abrindo caminho por entre aquele povo todo, e de uma vez só peguei Bella por um braço e a joguei por cima dos ombros, como um perfeito Neandertal eu confesso, mas eu tinha que tira-la dali.

Ela me batia e pedia para solta-la, mas eu particularmente não estava nem aí. Sai da boate com ela ainda em minhas costas e só a coloquei no chão quando chegamos ao meu carro. A coloquei em pé, ou quase, pois ela estava um pouco, muito, bêbada. Abri a porta do carro e a coloquei sentada no banco do carona. Fechei a porta e fui rapidamente para o meu lugar. Ao entrar no carro ainda tive que impedi-la de fugir. Bella estava tentando abrir a porta, mas por sorte não estava tendo sucesso. Coloquei o sinto de segurança nela, e sai com o carro o mais rápido possível dali.

_ Me deixa sair...Eu quero voltar pra lá...Eu quero mais uma batida de halls cereja. Eu quero - Bella choramingava igual a uma criança birrenta. Encostou sua cabeça no vidro do carro e ficou quieta por algum tempo.

_ Você tem noção do que estava fazendo? – Depois de um tempo de silêncio eu resolvi falar. Bella não era assim. _ Você brincou com a morte fazendo aquela peripécia na moto daquele inconsequente. Bebeu todas e ainda subiu em um balcão de boate para ficar rebolando na frente daqueles marmanjos. Agora me diz a troco de que?

_ 20 dólares. – Ela tirou a nota de dentro do sapato sorrindo. Eu juro que tive vontade de gritar de raiva. Por que ela estava fazendo isso? _ Larga a mão de ser chato! Eu estava apenas me divertindo...

_ Isso não é diversão. É sadismo!

_ Sadismo? Eu não sinto nenhum prazer no sofrimento alheio meu querido. – Agora pronto!

_ Tem certeza? Não, porque tá parecendo. – Claro que não. Por que desde que Tânia foi presa e eu descobri toda a verdade, tento sem sucesso reconquistar a amizade de Bella. Agora que eu me descobri apaixonado por ela, parece que as coisas estão ainda piores. Pois desde o fatídico dia, tudo o que eu faço, não significa nada para ela. Eh como se ela estivesse querendo que eu sofresse propositalmente. E isso me machucava, pensar que aquela Bella, a minha melhor amiga da vida toda, se transformou nessa pessoa.

 Fomos o resto do caminho em silêncio, e pelo jeito Bella havia dormido. Continuei dirigindo em silêncio. Apenas eu e meus pensamentos.

_ Bella, acorda. Chegamos. – tentei acordá-la, sem sucesso.

Pelo que pude perceber meus pais e tia Renée ainda não tinham voltado, pois o carro não estava na garagem. Peguei Bella no colo, e segui para sua casa. Ela não era pesada, mas dormindo, e eu cansado e subindo escadas não estava ajudando. Enfim cheguei ao seu quarto, empurrei a porta com o pé e entrei. Coloquei Bella deitada em sua cama e foi aí que ela acordou. Ela abriu os olhos me encarando. Perdi-me naqueles olhos cor de chocolate. Seu rosto perto do meu, sua boca perto da minha. Ela me olhava de um jeito tão doce, tão Bella. Não essa Bella cheia de atitude e louca varrida. Mas aquela Bella carinhosa, tímida, a minha amiga. Que agora não vejo mais como amiga.

_ Vem Bella. – eu falei a levando par ao banheiro.

_ Pra onde você está me levando? – ela perguntou totalmente grogue.

_ Para lavar esse rosto, e colocar uma roupa mais folgada. Vem. – a carreguei praticamente para o banheiro.

Coloquei ela em pé encostada na pia, e a fiz lavar o rosto. Procurei em cima da pia algo com que eu pudesse retirar a maquiagem do rosto dela. Tinha um monte de cremes, perfumes, frasquinhos com sei lá o que, e um deles tinha o nome removedor de maquiagem. Peguei um algodão e fui passando no rosto de Bella. Deu trabalho, mas eu tirei aquela pintura. Consegui também que ela escovasse os dentes. Prendi, pessimamente, seu cabelo com um elástico que tinha ali. Abaixei a tampa do vaso sanitário e coloquei Bella sentada. Ela não parecia estar incomodada com a minha presença e até parecia estar melhor, mas olhava fixamente para a parede. Fui até seu closet e tentei achar algo confortável para ela vestir. Juro que não sei para que mulher guarda tanta coisa. Comecei a vasculhar as gavetas e por fim achei um conjunto de malha azul. Um short e uma camiseta, deve servir. Voltei para o Banheiro e encontrei Bella com a cabeça encostada na parede e os olhos fechados. Pronto a garota dormiu!

_ Bella? Bella? – me abaixei ao seu lado e ela abriu os olhos. _ Toma, eu trouxe para você se trocar. Eu vou lá pra fora.

Deixei Bella se trocando no banheiro e fui até a cama dela. Retirei os lençóis de cima, e peguei mais um travesseiro no armário. Após uns cinco minutos, fui até o banheiro de novo. Bati na porta e perguntei se podia entrar. Ela demorou alguns segundos para responder, entrei no banheiro e ela estava sentada no chão do banheiro com a cabeça encostada na parede. Levantei e a guiei até sua cama novamente. A ajudei a deitar na cama, mas acabei tropeçando nas sandálias dela que tinham ficado ali. E cai por cima dela. Patético!

_ Desculpa... Tropecei. – eu sussurrei tentando me levantar. Mas ela me impediu segurando minha camisa. Nossos rostos muito próximos. Ela me olhava fixamente. Podia sentir sua respiração em meu rosto. Meu coração ficou acelerado instantaneamente. Bella aproximou seu rosto do meu ainda me olhando. Meu corpo arrepiou com a proximidade. Devagar ela encostou uma de suas mãos no meu rosto e encostou seus lábios nos meus, ainda com os olhos abertos. Senti meu corpo tremer, uma corrente de adrenalina passou por mim como uma furação devastando tudo o que encontra pela frente. Ela fechou os olhos, eu também. Eu queria mais, mas tudo acabou. Ela adormeceu nos meus braços e aquele suave encostar de lábios deu lugar a um sono tranquilo.