Material Girls escrita por Kamila Soares, Isabelle Soares, Bkristene


Capítulo 2
Maggie – A viúva


Notas iniciais do capítulo

Veja o trailer da Fanfic: http://www.youtube.com/watch?v=ETCIzkzJatU
Mais um capítulo de Material Girls, espero que gostem.
Por favor, não esqueçam de comentar. Precisamos saber a opnião de vocês sobre a finc.
Boa Leitura!



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Autora: Kamila Soares

Seria surpreendente se eu dissesse que em pouco tempo aconteceram coisas que eu temesse, perde alguém próximo ou não ter uma imagem boa em meio a autoridades ou amigos próximos. Ao pensar que há alguns dias atrás eu estava casada, tinha um esposo rico, mais velho do que eu. Mesmo com pouco tempo para nós dois, ele tornava as noites mais aproveitáveis quando tínhamos uma. Esses momentos eu não iria esquecer, pois foram esses que ele se esforçava para ter. Mas como eu disse ‘alguns dias atrás’, há exatamente um perceptível passado nisso. Porque jamais eu iria ter isso de volta, isso não seria mais que passado.

Viúva. O sentido da palavra me faz perceber que isso se assemelha a mim. Agora quando eu me olhava em um espelho via minhas expressões amarguradas, triste para alguém que sentia o companheirismo de alguém que já esteve comigo. Sim, meu marido, ele podia ter esperado mais um pouco. Mas na vida há sempre uma coisa surpreendente, ela é um mistério, sem duvidas. Bom, viúva não é a palavra que eu gostaria que me acompanhasse pelo resto da vida. Mas de alguma forma seria impossível afasta-la de mim em tão pouco tempo.

– Vamos dar adeus a o nosso querido e amado por todos seus familiares, Alexander Rodrigues Belloni Epifânio Forges. – Bom, isso é exatamente constrangedor. Talvez não porque ele estivesse falando o nome do meu falecido marido, mas porco o nome nunca foi um motivo de orgulho para ele. Essas lembranças me traziam de volta ao meu casamento, é incrivelmente esse dia, ou melhor, essa parte do dia, me lembrava da minha memorável união ao que não está mais aqui. Não existia um ser ou mesmo um padre que não conseguisse se cansar ao falar esse catastrófico nome.

Me aproximei do cachão e fui cercada de parentes de Alexander me dando os pêsames.

– Oh, querida Maggie estou muito triste por você. Meus pêsames querida. – Me afastei um pouco de Susan ela tinha exagerado no silicone.

Susan é parente próxima de Alexander. Depois que se casou com milionário dono de um dos restaurantes mais luxuosos de Nova York, Splendid Luxury, só pensa no bem estar de sua aparência física. O seu jeito vulgar só me trazia discórdia, o que é uma vergonha para uma mulher casada.

– Obrigada Susan. – Me afastei dela, constrangida.

Beijei as rosas que estavam em minhas mãos e joguei no cachão.

Meu adeus Alexander, não pude me despedir antes. Então esse é o momento exato para isso. Antes de você ir para debaixo do chão... Preciso muito dizer-lhes que os anos que passei com você foram talvez os mais esplêndidos da minha vida. Então espero que viva sua nova vida aonde quer que vá. – Pensei.

Agora tudo estava acabado. Para mim eu agora era solteira e para os outros eu era a viuvinha. É bastante perceptível como isso não me traz harmonia.

Me aproximei de Holly e depositei minha mão em seu ombro como um gesto de gratidão.

– Obrigada mesmo Holly, por ter me emprestado essa roupa. Com certeza vou precisar comprar mais dessas. – Preto para mim não era uma boa idéia, mas eu simplesmente era obrigada a usar os trajes de luto.

– De nada querida qual quer coisa me liga. Ok? – Ela me deu um ultimo abraço a saiu acompanhada do resto.

Pude ver o padre encolher o pescoço e segurar um copo de água da mão. Ainda pensei em pedir desculpas pelo constrangimento que havia passado na cerimonia e talvez dar-lhe um ombro amigo, mas vejo que na verdade era eu que precisava disso.

Caminhei sozinha atrás da grande multidão de visitantes do meu marido, ou melhor, ex. Abaixei distraidamente minha cabeça quando senti que bati em algo.

– Oh, me desculpe senhorita. – Desculpou-se um homem alto, musculoso e que não me parecia muito jovem, mas em fim, ele era o meu tipo de homem. O perfeito para mim.

– Senhorita? – Perguntei me admirei com a forma que me chamou “senhorita”. Talvez minha aparência não fosse tão velha quanto minha idade. AH vamos lá eu não sou tão velha. Pelo menos não tanto quanto Susan.

– Senhora então? – Perguntou com um sotaque britânico. Minha nosso isso está me deixando mais vermelha do que uma lagosta.

– Seria melhor para uma mulher que acabou de perder o marido, o que acha? – Tentei ser menos atirada, afinal eu ainda estava em um cemitério. Sabe se lá se meu marido não se levanta da tumba.

– Do seu jeito então. Mas para mim você e uma bela senhorita. Meu nome é Elias. E o seu? – Me perdi na sua beleza... Isso é possível, eu não sou muito de exagerar.

– Meu o quê? – Ahh, Meu nome é Afrodite me deixa ser sua deusa meu querido Adônis.

– Seu nome? – Repetiu.

–Ah, é meu... Meu nome é Maggie. – Ele ergueu sua mão para que eu apertasse, e na mesma hora apertei.

– É um prazer conhecê-la. – Seu sorriso me encantou, era como se a porta do paraíso se abrisse para mim. EI! TIRA A MARCHA FUNEBRE DAÍ! Eu sei que estou em um cemitério, mas quero me sentir no paraíso mais uma vez.

– O prazer é todo meu. Mas o que o senhor faz aqui? – Perguntei curiosa e ao mesmo tempo percebendo meu atraso.

– Estou visitando parentes, é que não sou daqui. – Já pude perceber gostoso. Se meu EX marido ouvisse isso... AI MEU DEUS!


– Então tudo bem. Tchau. – Ele balançou a cabeça com aceitação.


...

Ao entrar em minha casa, quase não a reconheci. A sensação era estranha, talvez a de solidão. Fui checar meu celular que havia 10 chamadas perdidas no arquivo de chamadas. Surpreendi-me com grande importância que meu marido tinha para as pessoas a quem conheceu.

Não suportei, será que meu marido estava fazendo de tudo para eu não esquecê-lo? É bem provável, ele sempre foi ciumento. OPS, não que eu desse razão para ele ter, é que...

Me deitei no sofá e liguei a televisão e fiquei surpresa ao ver meu marido lá.

“Morreu ontem aos 50 anos, o dono de grandes empresas famosas daqui de Nova York, Alexander Rodrigues Belloni Epifânio Forges. Hoje seus familiares foram dar suas ultimas despedidas no cemitério principal.”

Fechei a televisão indignada. Será possível que eu não vou poder esquecer? NÃO, NÃO, NÃO, marcha fúnebre, televisão, e...

Um minuto depois ouvi a campainha tocar. Fiquei mais que surpresa ao ver Karla, Holly e Jacy com sacolas de comidas e com uma garrafa de vinho.

– O que fazem aqui? – Perguntei, sem entender.

– Nós ficamos com pena de sua solidão. – Respondeu Jacy.

– E viemos lhe fazer companhia. – Holly acrescentou.

– Obrigada meninas, mas...

– Sem mais. Tivemos todo o trabalho de vir aqui... Até trocemos o nosso joguinho favorito. – Implorou Karla.

– Meninas só mesmo vocês. – Abri a porta para elas entrarem.

– Aqui me parece normal. – Comentou Karla. Você queria o que? Que minha casa estivesse coberta por vela e cheirando a incenso? ME POUPE!

– Nossa me sinto arrepiada quando entro aqui. Acho que nós não somos bem-vindas pelo seu marido Maggie. – Falou Jacy amedrontada. Me deu vontade de gritar com ela. Que cabeça oca essa dela, agora que está ficando amedrontada sou querida!

– Ele não está mais aqui. – Isso estava mais que obvio. OH Jacy, vai olhar se ele está de baixo da cama. Ok?

Elas se sentaram à mesa e eu fui à cozinha buscar pratos e copos para que em seguida começássemos a jogar.

– Ahh Holly, você vai me deixar ficar com o cara de peito musculoso. – Reclamou Karla vendo que Holly estava escondendo a carta do homem musculoso, e isso me lembrou o homem que conheci no cemitério. Isso soa estranho!?

Me sentei ao lado de Holly que me deu algumas cartas, e logo começamos a jogar.

– Como se sente... viúva? – Me perguntou Karla. Mais que pergunta inútil. Eu NÃO sou VIÚVAAAAA.

– Eu não sou viúva, eu sou solteira. – Ela riu. Está me achando com cara de palhaço?

– Se você não é viúva eu não sou divorciada. – Ok, aceito fazer esse acordo. Todos nós começamos a rir e a brindar.

Depois de uma pausa desatei a falar.

– Também não acredito que estamos comemorando, meu marido morreu não é motivo para fazer isso. – Falei deixando todas elas desapontadas.

– Maggie! Nós não estamos comemorando a morte do seu marido e sim brindando a sua nova face de solteira. – Explicou Holly.

Holly sempre me ajudou em tudo que precisei, no entanto eu a considero minha melhor amiga. Bem só tem uma coisa a qual ela não pode me ajudar, a esquecer que sou viúva. Ela nunca se casou, sempre que encontrou um homem diz não ser o perfeito. Simplesmente ela ainda estar a olhar sua listinha de homens perfeitos. Então esse é o motivo de ela não poder me ajudar.

– Maggieeeee! – Gritou Jacy me tirando da minha total distração. Eu não surda, Ok?

– Sim?

– Vai querer mais vinho?

– Não...SIM. – Minha falta de atenção talvez fosse porque eu estivesse ficando bêbada.

– Acorda bela adormecida que perdeu o príncipe encantado, é a sua vez de jogar. – Lembrou Karla.

– Obrigada mesmo por me lembrar... – Isso está ficando terrível de suportar. – Quer trocar o homem de bunda empinada pelo de boca carnuda e sensual?

– Tudo bem. – Ela percebeu que Holly gostava de caras com bunda empinada, é assim poderia trocar pela disputada carta do homem de peito musculoso.

Karla beijou a carta e sussurrou algo que não deu para ouvir.

– EE... Acabou o vinho. Maggie, você tem outra garrafa de vinho ai? – Eu não sou padre.

– Não, mas poderíamos ir comprar. – Holly se levantou rapidamente da cadeira.


– Eu vou com você. Moças vi...opa! Solteira não pode ir sozinha.


...

Fomos juntas ao supermercado.

– Ahh, Maggie me desculpe mais acho que esqueci algo no carro, enquanto isso você pega a garrafa e paga. Ok?

– Tá, tudo bem. – Caminhei pelo supermercado atrás da parte de bebidas.

– Olha só quem está aqui. Oi Maggie! – Olhei para ver quem era.

Me surpreendi ao ver o cara em que vi no cemitério. O nome dele era... Que idiota eu sou, horrível de decorar nomes.

– Você? – Fingi não reconhecê-lo.

– Elias. Nós vimos no cemitério. Lembra?

– Ahhh, sim, sim lembro. – AHH sim o gostoso Elias. Confesso que quase o chamei de Adônis.

– Como vai? –Perguntou. Pegando uma garrafa de uísque.

– Vou bem, é você? – Peguei duas garrafas de vinho. Agora as meninas teriam muito em que si enfartar.

– Por que não pega essas, o gosto é muito melhor. Pode ter certeza. – Ele me mostrava outra garrafa de vinho de outra marca.

– Ah, sim. Eu não sou especialista em vinho. Obrigada. – Peguei a garrafa da sua mão repondo as que eu tinha pegado.

– Vai comemorar sozinha a solidão?– Nossa como ele é observador.

– Talvez sim. – Menti.

Ele limpou a garganta.

– Sei que não me conhece muito bem, mas essa seria uma ótima oportunidade. Que tal sairmos hoje à noite?

– Ah, tudo bem. – Me arrependi de ter aceitado, afinal eu acabei de perder meu marido.

Trocamos números dos nossos celulares e endereços.

Ele se afastou e Holly se aproximou.

– Quem é ele? – Perguntou curiosa.

– Um homem que conheci.

– Pensei que fosse o Deus Adônis. – Eu também pensei a mesma coisa.

– E, eu acabei aceitando o pedido de encontro.

– Nossa que legal. – Ela ficou pulando ao meu lado como uma adolescente alucinada.

– Eu estou total arrependida. – Lamentei.

– Deixa de besteira Maggie. Ele lhe deixou então você precisa continuar sua vida. – Precisava assumir que ela estava certa.

...

Voltamos para casa é vimos às meninas atormentadas de tanto esperar.

– O que ouve meninas?

– O que ouve? Vocês demoram bastante e nós ficamos aqui se matando de medo. – Reclamou Jacy.

– Desculpe.

– Vocês não sabem o que nós passamos. – Falou Karla arrepiada.

As duas começaram a falar na mesma hora.

– Venho um vento forte e as cartas foram para o chão e a gente saiu correndo pela casa toda gritando. – As duas soltaram suspiros, aliviadas.

– E, porque estão atrás do sofá? – Perguntei irritada por ter que ajeitar tudo isso depois.

Rimos.

Não demorou muito e as meninas foram embora. Fiz de tudo para que Holly fosse também, ela queria porque queria ficar comigo.

Passei o tempo em um sofá pensando. Até perceber que já estava na hora de me ajeitar para o encontro.

Fiquei esperando ele aparecer.

Quando vi uma BMW preta surgir e ele sair de dentro com uma rosa vermelha na mão.

– Olá Srta. Maggie! – Falou me entregando à rosa e depois beijando minha mão.

Ahhh, que romântico. Eu não iria ficar parada lhe olhando.

– Obrigada. – Foi só o que consegui dizer.

Ele abriu a porta do carro para mim e fomos ao restaurante.

Fiquei surpresa ao chegar ao restaurante Splendid Luxury. Torci para que Susan não estivesse aqui.

Nos sentamos em uma mesa do lado exterior do segundo andar do restaurante, poderíamos ver a vista da cidade aqui.

Pedimos um uísque.

– Trabalha em que? – Perguntei tirando o silêncio.

– Sou fotografo. Viajo muito pelo mundo procurando belas paisagens. E vejo que encontrei muitas por aqui. – Respondeu com um belo sorriso no rosto. – E você?

– Sou empresaria. – Respondi. – Você é solteiro.

– Acabei de ficar, acho que ainda não encontrei uma mulher especial. Mais vejo que não vai ser muito difícil de encontrar, não é?

– Depende de onde procura. – Ele riu.

O garçom voltou com a garrafa de uísque e nos serviu.

– Então ficou viúva? – Preferia que ele tivesse dito solteira.

– Acho que sim. E também acho que agora estou sozinha.

– Não queira isso. – Nós brindamos.

– Talvez eu não queira. – Ele puxou meu rosto me beijando.

Logo percebi que estava na minha casa. Ele me beijava e eu nos levava ao meu quarto.

O que você está fazendo? Essa pergunta surgiu em minha mente. Isso era uma boa pergunta, mas eu não precisava respondê-la.

Chegamos ao meu quarto, ele me empurrou para cama.

Beijei o canto da sua boca e ele começou a tirar minha roupa e eu fiz o mesmo.

Isso era mais que prazer, eu podia assumir isso. No momento eu sabia o que estava fazendo, mas tentava desfazer que isso era completamente errado.

Elias era completamente bom nisso até melhor que meu finado ex-marido e eu estava gostando.

...

Já era de manhã? Eu estava com Elias na cama e de repente meu ex-marido apareceu em minha frente.

– O que você está fazendo? – Ele tentava me empurrar.

Eu não conseguia acreditar no que estava vendo.

– Você está morto. – Eu gritava para ele.

Ele jogou minhas roupas que estavam no chão para mim.

– Eu não pensava que você iria me esquecer tão rápido. Sua idiota. – Ele se aproximou de mim quase como se estivesse voando, me imprensou na parede colocando as mãos no meu pescoço.

– Eu não estou conseguindo respirar. – Tentei falar, mas saiu como sussurro.

– Você não vai me esquecer. – Ele beijava meu pescoço indo a minha boca.

Lágrimas começavam a escorrer em meu rosto.

– Vaii emboraa. – Tentei gritar.

De repente ele me soltou me deixando cair no chão, gemi de dor. Só o vi desaparecer.

Acordei gritando.

–SOCORRO. – Ouvi um barulho ao meu lado, quando percebi que Elias estava caído no chão ao lado da cama.

– Você está bem? – Perguntei.

– Bem. Mas você me assustou. – Então notei que o barulho que tinha ouvido era dele caindo da cama. Corei envergonhada.

– Me desculpe, foi um pesadelo. – Olhei para o meu corpo e percebi que estava nua. Peguei um lençol rapidamente me cobrindo.

– Não faça isso. Eu já vi tudo que tinha de ver. - Corei mais ainda.

Ajudei ele a se levantar. Ele me beijou e pegou suas roupas que estavam no chão.

– Você já vai? A não, por favor. – Pedi indo para seu lado. – Eu ainda estava completamente assombrada com o pesadelo.

– Eu preciso trabalhar. – Ele se vestiu.

– Te vejo depois. – Disse.

– Sim, me liga. Tudo bem? – Lembrou.


– Tudo bem. – Respondi.

Liguei rapidamente para Holly.

Eu estava completamente assustada com o pesadelo que acabei de ter, ele me parecia tão real. Era se como ele estivesse querendo me dizer algo ou até mesmo me impedir.


Alô? – Ouvi Holly atender do outro lado da linha.

– Oi Holly! Sou eu, Maggie. – Ouvi ela suspirar.

Ah, oi Maggie! Que bom que é você.

– Por que está assim? Como se estivesse aliviada.

– É sim estou. Lembra aquele homem que conheci?

– Sim... – Respondi não entendendo aonde ela queria chegar.

– Ok. Ele não para de me ligar e eu tento de tudo para evitá-lo. – Ela parou percebendo a sua distração. – Oh Maggie me desculpe, é que eu estou um pouco irritada. O que você queria?

– Eu só queria lhe perguntar se você poderia vir aqui. Eu estou me sentindo sozinha.Ouvi um barulho do outro lado.

– Eu estou fazendo uma gororoba aqui na cozinha. Lembra aquela receita da vovó Carmelha? – Holly nunca foi muita de cozinha, confesso que sou como ela. Talvez não tanto, mas nós somos completamente analfabetas nisso. E o pior de tudo era quando juntávamos para tentar fazer as receitas da avó dela, tudo se saia muito mal, às vezes precisávamos está de olho no telefone e com o cartão do bombeiro em nossas mãos. Se não botaríamos fogo na cozinha. – Mais tudo bem. Logo estarei ai.

– Ok. – Desliguei.

Me joguei no sofá e abri a televisão procurando por algo que me chamasse atenção.

Ouvi a campainha tocar, corri para atender.

– Oi Holly, fico feliz que tenha vindo.

– Ahh Maggie! Eu estou disposta a te ajudar.

Ela entrou e se sentou no sofá.

– Deve estar se perguntando, por que de eu ter lhe chamado. – Teria que explicar tudo o que passei de ontem para hoje. Eu não estava com medo disso, apenas estava envergonhada.

– Você adivinhou. – Ela riu.

Comecei a contar tudo a ela prestava atenção de boca aberta.

– Então se sente envergonhada porque foi rápido demais com Elias?

– Acho que sim. Mas o que mais me incomoda é que em nenhum momento esqueci meu ex-marido. Entende?

– Não, eu não entendo. Maggie você está solteira agora. – Era perfeito ouvir isso e mais perfeito ainda era que estava sendo dito por Holly.

– Ele se foi. – Continuou. - Ele não está mais aqui, entendeu? Você precisa continuar sua vida, esquecer o passado. – Ela pegou minha mão e apontou para palma.

– Aqui, está vendo? – Continuou apontando e eu balancei a cabeça. - Essa é a que dizem ser a linha da vida. Vejo que você ainda tem muita pela frente. Então apenas não estrague isso, viva a sua como se fosse o ultimo dia dela. Aproveite!

Ela me abraçou e lagrimas começaram a escorrer por todo meu rosto.

– Então como foi acordar com aquele gatão ao seu lado? – Me perguntou limpando meu rosto molhado.

– Foi maravilhoso. Eu me senti outra pessoa.

– Então liga para ele e vão se divertir. – Ela tirou de dentro da sua bolsa o livro de receita da vovó Carmelha.

– Trouxe isso. – A puxei para cozinha.

– Você é demais.

– Eu sei.

...

O dia passou rapidamente e as horas corriam como uma lebre. Então peguei meu celular e disquei o número de Elias.

– Oi amor!

– Estava pensando se podíamos sair hoje. O que acha?

– Tudo bem. Passo ai para te buscar.


– Ok – Desliguei.

– E ai? Como foi o dia? – Perguntou me dando um lindo buquê de rosas vermelhas.

– Terrível sem você. – Ele riu e eu cheirei as rosas em minhas mãos. – Oh, obrigada.

Ele me levou ao carro, me levando a um lugar que eu não sabia onde.

– Onde estamos? – Perguntei ao chegar.

– Essa é uma casa que eu aluguei.

Entramos nela. Ela era perfeita e encantadoramente grande.

– É muito linda. – Elogiei.

Ele me levou para a varanda do andar de cima.

– Eu não queria estragar a nossa noite. – Ele ficou serio.

– Então não estrague. – Peguei duas taças de uísque que estava em uma mesinha ao nosso lado.

– Vamos! Um brinde para nós dois. – Brindamos.

– Você está tão linda hoje, que estou completamente encantado. – Elogiou e se aproximou de mim me olhando nós olhos.

– Obrigada, você também. – Ele começou a me beijar.

Quando senti o cheiro do perfume do meu ex-marido se espalha por a sala toda.

– Isso é estranho. – Me afastei dele.

– O que foi?

– Nada vai nos atrapalhar. – Beijei ele rapidamente. Olha Alexander! Olha como ele é mais gostoso que você.

Quando a mesinha com a garrafa de uísque e as taças, virou. Gritei.

Percebi que meu ex estava lá, ele segurava um taco na mão e estava preste a tacar em Elias.

– NÃO. – Gritei empurrando Elias na parede para que não pegasse nele.

Quando vi Alexander desaparecer aos poucos.

Corri para onde estava Elias, ele estava jogado na parede com alguns cacos de vidro ao seu redor e o canto da sua boca estava sangrando.

Peguei um lencinho na minha bolsa e comecei a limpar a ferida.

– Me desculpe.

– Por que fez aquilo?

– Meu marido estava aqui... Ele queria lhe bater com um taco. – Me arrepiei com a lembrança.

– Não tinha ninguém aqui. – Não, isso não podia ser alucinação minha.

– Mas... Mas eu vi. – Ele pegou meu rosto.

– Se esquecê-lo... – Parou me olhando nos olhos.

– Maggie você precisa saber. – Me perguntei o que seria. - Eu não tenho intenção de ficar aqui. Eu vou embora amanhã e quero muito que você vá comigo.

– Não, não vá, por favor. Eu não posso ir. – Implorei pegando suas mãos do meu rosto.

– Eu preciso ir. – Uma lágrima desceu no meu rosto.

– Esqueça tudo e venha comigo.


– Não posso. – Eu o beijei com gesto de despedida.


...

Logo eu estava em casa, sozinha novamente. Mas o pior de tudo é que agora eu não podia contar com Elias. Ele iria embora e tudo foi apenas uma diversão. Também não podia contar com Holly não queria atrapalhar sua felicidade para ficar com uma infeliz como eu.

Eu acho que eu preciso de um hospício, eu estou tendo alucinações.


É e o que sempre temi aconteceu, fiquei viúva e agora estou doida.


Fiquei olhando o celular ao meu lado, com muita vontade de pedir ajuda a Holly, ela era a única pessoa a qual acreditava em mim e a que podia me ajudar.


Peguei o celular decidida a mandar uma mensagem para ela.


– Oi Holly, sou eu Maggie. Sei que você deve está ocupara se divertindo ou fazendo algo interessante, mas eu estou precisando muito de sua ajuda. Quando você ver esse recado me ligue, por favor.

Deixei o celular cair em minhas pernas, completamente ansiosa para que ela me ligasse. Não demorou muito e ele começou a tocar e a vibrar.

– Oi Maggie! Porque você nunca me escuta, eu lhe disse para esquecê-lo. – Começou a tagarelar antes mesmo que eu respondesse.

– Holly! Não é por isso que estou ligando. – A fiz parar.

– Ah não? Desculpe... Então diga o que se refere. – Pensei em como falaria.

– Bem, não é bem isso, mas é um pouco relacionado.

– Ahh não! Eu vou ai agora. – Desligou na minha cara.


...


– Me explica tudo. – Pediu assim que abri a porta.

– Obrigada por desligar na minha cara. – Odiava quando alguém fazia isso comigo.

– De nada. Vamos lá! Fale. – Falou se sentando no sofá e eu me sentei ao lado dela.

– Eu não sei o que está acontecendo comigo. Eu fui ao encontro e quando Elias estava preste a me beijar senti o cheiro do perfume de meu marido invadir toda a sala que estávamos e logo depois eu o vi... Foi completamente esquisito era como ele fosse eu e você, e não como nos filmes e desenhos animados os quais flutuam e brilham.

– Nossa. – Foi só o que conseguiu dizer.

– E mais estranho é que ele queria bater em Elias e por incrível que pareça Elias não o viu.

– É, isso é esquisito. Você devia chamar um pai de santo para rezar e afastar ele.

– Um pai de santo? Seria uma boa idéia?

– Com certeza, talvez ele ajude.


...

O dia seguinte foi como eu pensava. Chamamos um pai de santo a quem no momento achava que iria resolver.

– Preciso de velas, muitas velas. – Peguei a caixa de velas e o entreguei.

– Agora vamos rezar para o seu ex. – Nos ajoelhamos e um tapete vermelho recomendado por ele.

Quando vimos ele se levantar rapidamente e falou coisas estranhas.

– EU NÃO SOU CORNO. VOCÊ NÃO VAI NAMORAR AQUELE MALDITO HOMEM. VOCÊ É MINHA MAGGIE. – Ele começou a gritar e a pular no meio da sala.

– Ele está possuído. – Sussurrou Holly no meu ouvido.

– O que? – Não acreditei.

– Seu marido está ai dentro. – Não consegui me convencer disso.

– VENHA COMIGO MEU AMOR, DEIXE A QUELE DESGRAMADO E VENHA VIVER COMIGO. – Continuava a gritar.

– Vai pegar um copo de água e joga nele, dizem que resolve. – Corri na cozinha peguei um copo e joguei nele, que gemeu com a água fria.

– Caramba, o que esse cara está falando? – Perguntou nos dando susto.

– Ele se chama Elias. – Respondi desconfortada.

– Ele é bonito?

– Muito.

– Ele é bom naquilo?

– Melhor do que pensava. – Respondi um pouco sem jeito.

– Ele é rico querida? – Perguntou de repente.

– Sim é. Ele tem uma BMW.

– Então fica com ele. – Ouvi Holly rir ao meu lado.

– Mas o que devo fazer para evitar as aparições de Alexander?

– Reze e fique na cama com o gostosão. E a cima de tudo o esqueça. – Eu acho que isso eu posso cumprir ou pelo menos podia.

– E o que mais?

– Me pague, são 30 contos. – Falou estendendo a mão. Eu deveria te dar um soco.

Holly pegou o dinheiro na minha bolsa e deu para ele.

...

– O que achou? – Falou depois de ele ir embora.

– Ele não me convenceu, estava na cara que ele estava fingindo.

– Você é que sabe, mas posso te dizer uma coisa? – Balancei a cabeça com um sim.

– Eu também não me convenci. - Nossa que interessante.


Fiquei olhando para ela com toda vontade de dizer o que tanto pretendia, que Elias iria me deixar e que tudo não passou de uma diversão. Mas desisti logo que pensei.


...

Acordei e não suportei estar sozinha então liguei e contei tudo o que tinha de contar para Holly, e para meu tremendo desespero ela desligou na minha cara e logo estava batendo em minha campainha.

– O que? Eu não acredito que você fez isso. Você o ama? – Me surpreendeu com a pergunta.

– Sim.

– Então vá com ele. Não desista dos seus sonhos. Siga em frente! – Essa sempre foi e sempre será a minha frase predileta.

– Você está certa. Mas ele já deve ter ido. – Ele me disse que iria logo ao amanhecer.

– Não, não pense assim. Vá, corra, vai atrás dele.

– É, você têm razão. Obrigada Holly. – Eu a abracei.

– Vai! – Apresou.


Pequei minha bolsa e corri para o aeroporto.


...

Ouvi os avisos que avião já ia partir.

Continuei correndo até que o vi na fila de voou.

– ELIAS. – Gritei. – Espere.

Ele virou o rosto procurando e quando me encontrou soltou sua bolsa, me olhando surpreso. Corri para onde ele estava e o abracei com força.

– Eu vou com você.

Nos nós beijamos.

– Eu te amo. – Disse.

– Eu sei.


Então seguimos ao nosso destino.


...

Depois daquele dia eu nunca pensei que minha vida iria mudar tanto, e para melhor.

Viajei para vários países e o que mais me animava e que estava com Elias e que em breve ele seria meu marido. Holly finalmente encontrou o seu homem perfeito, para minha felicidade, ou melhor, para nossa. E o incrível que pareça não foi correndo atrás de um, apenas no destino como sempre pensei que fosse. E para comemorar nossas vitórias resolvemos lançar a receita da vovó Carmelha, que agora seria inaugurado pelo que pode se chamar de ‘verdadeiros cozinheiros’.

Mas o melhor de tudo e que a assombração do meu marido ficou para ex, à final como ex de tudo, ex marido, ex má sorte e ex assombração. Mesmo pensando que tudo poderia ser da minha cabeça me convenci de que não era, e que tudo seria mesmo o intruso do Alexander me impedindo de continuar minha vida e me fazendo de morta.

Adeus vida velha, feliz vida nova.

Semana que vem:

Kimberly tinha uma vida quase perfeita ao lado de sua família, mas não se sentia completa. Achava que sempre faltaria alguma coisa para sentir assim e para isso ela resolveu enfrentar situações pecaminosas. Embora isso fosse lhe trazer algumas situações desastrosas. Será que apenas Kimberly é a pecadora nessa história? Acompanhem Kimberly – A pecadora.




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Notas finais do capítulo

Obrigada por acompanhar mais um capítulo da nossa finc. E ai, o que acharam? Comentem por favor!
Próxima semana mais capítulo.