A Chantagem - Clato escrita por Luly


Capítulo 31
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui vai mais um capítulo, espero q gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/314262/chapter/31

Aquilo não só me choca um pouco, como consegue me deixar totalmente paralisadas por alguns instantes.

–É por isso, não é? –digo. –É por isso que não quer James por perto.

–Eu não quero ele por perto porque sei que ela vai te machucar. –responde. –E como percebeu, eu meio que comecei a me importar com isso de uns tempos pra cá.

Mordo o lábio sem saber direito o que estava acontecendo.

–E o que fazemos agora? –minha cabeça estava doendo e queria poder gritar.

–Sei lá! –ele cruza os braços e anda em círculos. –Ser amigos?

–Vai parar de ameaçar contar meus segredos? –pergunto curiosa.

Ele se vira para mim. Os olhos azuis confusos.

–Eu... não sei. –responde enfim. –Talvez. Sabe como é estranho ao menos pensar na ideia de nós nos dando bem?

–Ah você não faz ideia de como eu sei. –olho para o chão antes de voltar a olhar para seus olhos. –Amigos não se dão sempre bem. Ainda podemos discutir não é? E fazer pegadinha um com o outro.

Deus como essa conversa era estranha! Mas eu simplesmente queria que ela não acabasse. Eu era muito estranha mesmo.

–Podemos. –ele assente. –Claro que podemos.

Penso por um instante.

–Isso nos torna oficialmente amigos? –levanto uma das sobrancelhas.

–Éé... parece que sim.

Ficamos parados um na frente do outro com um tipo de confusão pairando no ar que respirávamos.

–Devíamos apertas as mãos? Ou sei lá. –pergunta Cato.

Assinto com a cabeça.

–É, eu acho que é isso que amigos fazem.

E nós apertamos as mãos. Era oficial. Eu e Cato éramos amigos. Cadê os reportes do New York Times pra registrarem aquele momento histórico.

–Amigos se abraçam, não é? –sugere Cato, rezo para não ter corado.

–É. –balanço a cabeça mais do que o necessário. –Se abraçam.

E nos abraçamos. Mas não como amigos deveria se abraçar. Não, esse abraço foi bem mais afetivo do que os abraços normais. Ah! E também foi um abraço bem mais demorado do que os abraços de amigos.

Resumo para sua aula: Não foi um abraço de amigos. E eu preferi que fosse assim.

...

–CLOVE FUHRMA O QUE VOCÊ ACABOU DE DIZER? –Katniss berrava ao telefone, enquanto Fox havia ficado totalmente muda na outra linha. –AGORA VOCÊS SÃO AMIGOS?

PORRA KATNISS DÁ PRA PARA DE GRITAR! –escuto a voz de Prim ao longe. A irmã de Katniss.

–E ele vai parar de te chantagear? –pergunta Fox retomando o fôlego. Parecia que ela tinha acabado de levar um belo soco e tentava se recuperar.

–Eu acho que sim.

–Você acha? –indaga Kat. –Primeiro ele te chantageia, depois você beija ele, depois você dorme com ele, e agora vocês são amigos? Que tipo de amizade colorida doentia é essa?!

–Ele mudou. –insisto, porque sei que é verdade. Aquele Cato que eu conhecia desde sempre não era o Cato que se ofereceu para ser meu amigo.

–Ele pode estar fingindo. –sugere Fox.

–Fingido pra que?

–Pra descobrir mais segredos! –guincha Katniss, do outro lado da linha posso ouvir novamente Prim reclamando. –A vai lá na esquina, Prim!

–Vai lá pra esquina? –franzo o cenho. –Desde quando fala isso?

–Desde que minha mãe me proibiu de xingar Prim. –ele bufa fazendo com que eu e Fox rissemos. –Podemos voltar ao assunto “Clove e Cato viraram bffs” ?

–Katniss da um tempo! Ele é só meu amigo. –silencio. Eu sabia o que elas estavam pensando, e bem no fundo eu também pensava. –Ta! Talvez um pouco mais que amigos, mas qual é? É de Cato que estamos falando.

–Sabe, você ficariam fofinhos juntos. –comenta Fox o que faz com que eu e Kat percamos o fôlego. –Sim, sim, seria realmente muito estranho, mas convenhamos. Clove você gosta pelo menos um pouco dele, não dá pra parar com esse drama todo?

Não! –eu e Katniss respondemos ao mesmo tempo.

Fox suspira.

–Dramáticas! –ela aumenta um pouco o tom de voz, o que Fox raramente fazia. –Agora, escute aqui Clove, você vai desliga o telefone e vai tentar ao menos pensar sobre o que você realmente sente por Cato. Ou quer eu vá até ai e jogue uma torta na sua cara com as palavras “ Você tinha razão eu gosto de Cato Ludwig” escritas nela?

Abro a boca pra falar, mas fico sem reação, e com vontade de comer torta.

–Tchau Clove. –diz Fox decidida.

–Mas espera ai um minuto... –começa Kat.

–Não espera um minuto coisa nenhuma, Everdeen, Clove tem algumas descobertas pra fazer.

E o telefone fica mudo. Eu fico com a boca aberta com o celular ainda perto do rosto.

Quem era aquele e o que foi que fez com a minha amiga Fox?

Escuto um irritante toc toc em minha porta e quarto o celular.

–Pode entra!

–Clooooveee. –diz Jena com a voz arrastada. –Seus pais já estão prontos pra sair.

–Já estou descendo. –digo agarrando o celular da cama e seguindo Jena pelos corredores.

Ela usava uma blusa meio transparente com uma gola v, com um sutiã colorido por baixo, junto com um shorts minúsculo. Jena.

Vamos até o centro da cidade. Dessa vez o carro não estava com um clima pesado. As coisas tinham voltado ao normal. Meu irmão voltara a rir. Jena continuava fazendo besteira enquanto digitava freneticamente no celular, e meus pais com seus comentários bestas. É impressionante pensar como as vezes meu relacionamento com Cato mudava a atmosfera do planeta inteiro. Ele realmente teve muito efeito em minha vida, e eu só estava percebendo isso agora.

Quando chegamos ao mesmo centro velho da cidade, já tinha cinquenta mensagens de James. Eu ignorei todas. Pensar em James era a ultima coisa que eu queria agora. Estacionamos o carro ao lado do dos Ludwig. Cato sorri pra mim ao sair do carro. Ainda não sabia direito como reagir, então retribuo em um minúsculo sorriso.

O plano de mês pais era ficar o dia inteiro andando pelo centro como se realmente tivesse algo bom para comprar e como se realmente achassem aquele lugar interessante. Ou seja seria um longo dia.

...

Meus pés doíam de tanto andar. Cato era o único que havia ficado para trás e me acompanhado.

–Não precisa fazer isso. –digo.

–Acha mesmo que prefiro ficar junto com eles? –ele aponta com a cabeça para meus pais, os seus e Jena e Jack. Jack estava olhando para o chão, entediado. Já Jena pulava em volta de todos sorrindo feito um otária. –Você já veio aqui antes, deve saber de um lugar mais interessante.

–A praia não fica muito longe daqui. –comento.

–Quanto tempo a pé?

–Uns dez minutos.

–Então vamos.

Olho para ele.

–Eles não vão querer ir. –dou de ombros.

–Eles não vão perceber, e se perceberem estamos com os celulares, não estamos?

Olho em direção deles, depois para Cato e assinto com a cabeça.

–Vamos, então.

Ele sorri e segura meu braço, mas enquanto seguíamos o caminho sentia sua mão descendo até chegar em minha mão. Finjo não notar, já que ele fingiu não notar. Em dez minutos já avistamos a praia, e por causa da temporada ela estava lotada. Eu não me importava, só ficava feliz por estar com Cato sem mais ninguém conhecido por perto.

–Não é a melhor praia do mundo. –comento. –Mas é uma praia.

–Quem precisa da melhor praia do mundo? –ele sorri. –Pelo menos nossos pais estão longe.

Rio e assinto com a cabeça.

Isso parecia tão anormal ainda.

–Tem razão. –concordo.

E seguimos para mais perto do lugar. E enquanto meus olhos passavam de pessoa por pessoa. Vejo uma cena curiosa.

Uma garota alta, morena, com um biquíni nove vezes menor do que deveria ser, conversando, na verdade conversando muito perto de um garoto. Um garoto que ainda tinha os mesmos cabelos castanhos, os mesmos olhos claros. E eu não tinha duvida de que era James.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram??
Então galerinha, me doe o coração, mas acho que já estamos chegando nas retas finais de A Chantagem. Espero que estejam gostando até aqui!
BJSSS