Olhei para trás e vi meu pai. Ele me encarava. Minha mãe se afastou e o encarou, e depois me deixou sozinha com ele.
- Por que está me dizendo isso? – falei secando as lágrimas.
- Porque desde que ele morreu você sofre. Agora eu entendo porque age do jeito que é. Madson, todos sofremos com isso, você não é a única, porque você acha que eu trabalho tanto? Para esquecer a dor. – disse ele.
Eu estava incrédula, meu pai, desabafando comigo.
- Eu sei pode parecer, mas sempre penso nessa família. Eu sei que você pode superar isso, você pode desabafar com alguém, não precisa segurar dentro de si. Não parece, mas eu me importo com você Madson, eu sou seu pai, e fico mal ao ver minha filha desse jeito – sorriu.
Eu não acreditava, meu pai não sorria desde a morte do...
- Eu te amo Madson, pode acreditar – falou.
Meus olhos já transbordados, caíram às lágrimas. Meu pai foi e me abraçou, ele não fazia isso algum tempo e nem dizia “eu te amo”. Ainda incrédula não tive coragem de corresponder o abraço.
- Acho que você está cansada, devia dormir. – sorriu.
Deitei em minha cama, e ele me cobriu, dando um beijo na minha testa.
- Dorme com os anjos, eu sei que você é forte e irá superar....
Essas foram as últimas palavras que escutei, porque depois ceguei na escuridão.

POV Luke
Estava escurecendo, e eu olhava o céu pela janela do meu quarto.
Vi o carro de Lindsay chegar, continuei observando o céu. Logo depois que escureceu, começou aparecer as estrelas.
Flashback on.
- Papai olha aquela estrela que bonita – eu amava ver as estrelas.
- É linda sim filho! Quando eu estiver longe de você, observe a estrela mais brilhante, você saberá que sou eu que estou piscando – sorriu.
- Pode deixar papai, vou me lembrar disso! – assenti.
- Venham garotos, entrem para dentro, tá esfriando e não quero ninguém resfriado – disse a doce voz da minha mãe.
- Já estamos indo querida! Luke, venha comigo – levantou-se.
Fomos até o porão, e lá meu pai pegou alguma coisa.
- Tome! – deu-me.
- O que é isso? – perguntei curioso.
- É um telescópio, assim você poderá ver as estrelas quando quiser. E sempre irá lembrar-se de mim – sorriu.
- Obrigado papai – fiquei feliz.
Flashback off.
Dei um sorriso de canto, e peguei o telescópio olhei para as estrelas.
- Você sente muita falta deles né? – disse Lindsay entrando no meu quarto.
- Sim – me virei e vi a sentada na minha cama.
- Você se parece com o papai – sorriu.
- E você a mamãe – dei um sorriso fraco.
- Acho que no lugar onde eles estiverem, sempre estarão torcendo por nós. – disse.
- Eu sei – respondi.
Ela deu um beijo no topo da minha cabeça, e saiu do quarto.
- Papai, mamãe... Amo vocês, e sinto muito falta de vocês – falei.
A quem estou enganando? Estou falando comigo mesmo. Coloquei o telescópio no seu lugar. E depois voltei a janela.
Vi duas estrelas cadentes, brilhando e caindo em algum ponto. Sorri, e algumas lágrimas escaparam dos meus olhos, eles me ouviram.
****
Acordei e fui tomar um banho, logo depois me troquei e desci para tomar café.
- Lindsay você tem que prestar atenção, e se acontecesse algo com a menina? – falava Jimmy.
- Eu sei tá bom? Mas ela que estava distraída! Eu até disse que levaria no médico, mas ela não quis – respondeu Lindsay.
- Do que estão discutindo? – perguntei.
- Sua irmã quase atropelou uma garota ontem! – disse Jimmy com cara de reprovação.
- Ai vai ficar jogando na cara James! – disse Lindsay irritada.
- Não, só estou tentando te ajudar, pra você prestar mais atenção Lindsay! – falou nervoso.
- Vixi, rolando DR*, vou indo para escola, tchau – falei e saí dali.
Jimmy e Lindsay sempre discutiam, mas estava até demorando a acontecer isso.
Cheguei na escola e fui para o meu armário.
- Oi Luke – disse Madson.
- Oi Madson – respondi.
- Desculpe por ontem, mas eu não estou pronta para contar sobre o meu passado – explicou-se.
- Hmm, tudo bem – falei e fechei o armário – Teremos tempo de sobra, e quando quiser me contar sou todo ouvidos.
- Obrigado – sorriu. – Vem quero apresentar você aos meus amigos – disse pegando na minha mão.
Senti uma corrente ao toque dela, mas ignorei essa sensação estranha.
- E aí Rainha das Trevas! – disse um garoto.
- Oi seu chato! – mostrou a língua – Esse é o Luke, e ele vai andar com a gente daqui pra frente. Ethan, Luke – Luke, Ethan.
- Bem vindo ao grupo dos retardados – brincou e apertou minha mão.
- Valeu Ethan – apertei a mão dele também.
- Essa é a Audrey – falou Madson.
- Eu conheço, tenho aula de... – falei.
- Matemática! – Completou – Olá Luke, acho que podemos nos conhecer melhor agora.
- É! – sorri.
Andamos um tempo juntos e conversando, até o sinal bater e cada um ir para sua devida sala. Como agora era aula de matemática, Audrey e eu fomos juntos.
- Você e a Mad, parece ter se conhecido antes né? – ela perguntou como quem não quer nada.
- Sim nós se esbarramos no meu primeiro dia aqui. E depois se encontramos algumas vezes por coincidência – respondi.
- Hum entendo... – sorriu – Você gosta dela?
- Porque não gostaria? – perguntei.
- Não, tipo mais que amigos – ela fazia alguns movimentos com as mãos, e logo entendi o que ela queria saber.
- Sei lá, eu não tive muito tempo de conhecê-la bem – disse.
- É porque apesar da Madson ser durona, ela é uma garota bem legal, você teria sorte se tentassem algo – ela sorriu.
Eu fiz uma cara de desentendido, era impressão minha ou ela queria nos ajuntar?
- Senhorita Walker e o senhor Carter dá para parar de conversarem estão atrapalhando a minha aula! – disse a professora.
- Desculpa professora – falamos juntos.
Voltei a prestar atenção na aula, e nas aulas seguintes Audrey me fazia mais perguntas, aquilo estava cada vez mais estranho.
***
Audrey e eu fomos para o refeitório e encontramos Ethan.
- Cadê a Mad? – perguntou Audrey.
- Sei lá, até agora não apareceu, pensei que tivesse com vocês – Ethan deu de ombros.
- Hmm eu acho que daqui a pouco ela chega! – disse Audrey.
- Acho melhor eu ir procurá-la – falei.
- Hm pode ser, nós ficamos aqui esperando – falou Ethan.
Fui em algumas salas, passei pelos corredores, mas eu não havia  a encontrado.
- Olha lá só quem está vindo, não é a Madson idiota – sorriu maldosamente Melanie.
- Não enche garota! Agora saía do meu caminho que eu estou com pressa – falou Madson.
- Não! Primeiro temos que ter uma conversa.. – disse barrando o caminho.
- E quem disse que eu quero conversar com você? Saí logo sua praga – Madson já estava ficando irritada.
- É sobre o Luke – ela disse.
Madson espero que ela continue, e eu apenas escutava.
- Pelo que você percebeu, eu estou tentando me aproximar dele. E eu não quero nenhuma ameba no meu caminho! – disse ela.
- E o que eu tenho a ver com isso? – revirou os olhos.
- Eu vi muito bem que você está se aproximando dele, e sempre estão juntos. Se afaste dele ou vai ser pior para você – disse a garota.
- Ai ai ai, você acha que eu tenho medo das suas ameaças. Você não é merda alguma garota! E eu não vou me afastar coisa nenhuma dele. Eu não devo satisfações da minha vida pra você, portanto eu e ele podemos ter qualquer coisa, mas não seria da sua conta! E olhe bem, se você continuar me irritando eu arranco esses seus cabelos de merda e faço uma peruca – disse Madson, empurrando-a.
- Não se meta no meu caminho Baker! Você vai se arrepender... – disse a ruiva.
- Olha aqui! – disse ela empurrando nos armários – Você acha que é quem para falar de arrependimento? Você deveria se arrepender de ter nascido, sua patricinha de nariz empinado. Saía do meu caminho você! Você não sabe o que sou capaz, então não me subestime! – Madson apertou a garota tão forte contra os armários que deu até medo, e depois a largou no chão.
- Háháhá, eu também não tenho medo de você! – disse Melanie caída no chão – Você também não me conhece e não sabe do que sou capaz!
- Então somos duas desconhecidas, e se formos para lutar, garanto que sangue haverá dessa sua cara de tacho! – disse Madson e voltou a caminhar.
Saí dali e fui fingir procurá-la... Será que isso viraria uma guerra?