A noite do lado de fora estava extremamente bela, a lua estava cheia, as estrelas brilhavam e refletiam no mar. O ar estava gélido, e o vento refrescante. Senti-me bem com o momento.

Olhei pra trás e vi somente a Nico, ele estava arrumando seu saco de dormir.

— Onde estão os outros?- perguntei.

— Foram procurar comida.

Sorri fraco e fui ajuda-lo. Quando terminamos ele acendeu a fogueira e conversamos um pouco.

— Annie, sempre que olho pra você parece que esconde um segredo.

— Todos escondem- respondi fria.

— Mas o seu... Não acha que deveria conta-lo?

— Vou contar na hora certa, e depois que eu souber toda a verdade sobre a minha vida Nico.

— Compreendo... – ele desviou o olhar.

— Ei, porque você veio pra cá em?

— Eu falei pra Quíron que vocês estavam em perigo e precisavam da minha ajuda.

— O que?- ouvi Annabeth gritar atrás de nós- você não podia ter feito isso Nico!

— Nós estávamos bem, claro, precisamos da sua ajuda depois, mas... – Percy parou pensando no que falar e Annabeth revirou os olhos.

— Isso é errado, eu devia te mandar embora, mas já que está aqui...

Ela saiu batendo o pé e se encolheu num canto.

— Bom, conseguimos comida- Grover falou feliz.

— Perdi a fome- me levantei e caminhei até meu saco de dormir.

***

Infelizmente, eu tive um péssimo sonho aquela noite, eu estava correndo com meu arco em mãos e uma explosão acontecia ao longe, cada vez corria mais rápido, quando alguma coisa me faz parar, como se uma parede invisível não me deixasse ultrapassar.

— Annie- ouvi a voz de uma garota me chamando, quando me virei, encontrei com Lucinda Price, fiquei imediatamente boquiaberta, eu sempre quis conhece-la, talvez qualquer anjo ou nefilim quisesse isso.

— Luce?- ela assentiu e sorriu.

— O que está fazendo aqui?

— Vim ajudar na guerra contra os párias.

— Annie, você não pode lutar.

— Mas o colar... Ele foi destinado a mim.

Luce abriu as mãos, mostrando o meu colar.

— Sim, ele foi, mas não para essa guerra, esse colar tem que ser passado para alguém, alguém que você ame. – ela explicou e me olhou, esperando que eu soubesse para quem passar.

— Alias como você soube que eu viria?- perguntei e peguei o colar da mão dela.

— Sua mãe sabia disso, e ela me mandou para isso. – Luce pegou o colar de volta, e a imagem se desfez.

***

Aquele com certeza foi o sonho mais estranho que eu já tive, e eu não conseguia entende-lo. Acordei com o cheiro de amoras, levantei e esfreguei os olhos, Grover estava comendo umas enquanto eles desfaziam o acampamento.

— Bom dia belinha- ele me entregou algumas e eu comi rapidamente, depois me levantei e arrumei meu saco de dormir na mochila.

— Nico- o chamei e ele virou, ainda estava meio sonolento- achei isso, talvez você queira- o entreguei o pôster que havia encontrado e ele sorriu.

— Obrigada Annie.

Percy se aproximou de nós, seus cabelos estavam totalmente bagunçados, ao contrário de Cam, ele não ficava bonito assim.

— Vamos Nico?- ele perguntou e Nico assentiu.

— Vou chama-la.

Nico assobiou, passou alguns segundos e nada aconteceu, mas logo uma cachorra, do tamanho de um caminhão, apareceu das sombras da floresta.

— Sra. O'Leary- Percy exclamou e abraçou o cão gigante, que lhe deu uma lambida com muita, muita babá.

— Eca- falei baixinho.

— Então, todos subindo- Annabeth disse já subindo em cima do cão, eu a segui, embora preferisse os anunciadores, nunca gostei muito de cães, ainda mais quando eles parecem caminhos de areia.

Nico estava a frente, comandando, o cão saiu correndo e atravessou uma arvore, tudo ficou escuro, e eu senti um calafrio, passou-se alguns minutos e a imagem voltou a se formar, estávamos numa floresta, a floresta do acampamento.

Descemos da Sra. O'Leary, ela parecia cansada, então a deixamos ali. Era muito estranho estar de volta, e tão rapidamente.

— Uau, isso é bem diferente do meu método- murmurei pra mim mesma.

— Mas os dois são bons- Annabeth disse ao meu lado e forçou um sorriso, ela parecia tão cansada.

Caminhamos até a casa grande, alguns semideuses vieram nos receber e fizeram perguntas sobre como é ser um anjo, eu respondi a todas, e aquela de sempre, acho que vai ser meio difícil pra eles entender que eu não tenho asas!

O Sr. D. estava sentado numa mesa bebendo Diet Coke, sua expressão de tédio, também estava lá. Ele estava sendo o Sr. D. Ele levantou os olhos de sua bebida e nos encarou, esfregou os olhos como se não acreditasse e bufou.

— Ah vocês voltaram- disse com desdém- Johnson, você não morre!

— Que os deuses te ouçam Sr. D.- Percy disse irônico- e é Jackson! Nunca vai aprender?

— Não faço questão. – Dionisio disse e voltou a beber.

Quíron apareceu em sua cadeira de rodas e sorriu.

— Ainda bem que voltaram- ele parecia feliz- Annie, você tem uma visita.