A viagem até Santa Mônica foi ótima, até precisarmos parar, estávamos com fome, principalmente Grover, paramos numa lanchonete, chamada de ‘restaurante da tia Emily’, parecia um lugar normal posso dizer, mas parecia estar completamente abandonado. Entramos do mesmo jeito, e nos deparamos com uma mulher com um bumbum gigante, sério, ele ficava em forma de coração debaixo das calças dela. Segurei-me pra não rir.

— Sejam bem-vindos- ela falou- o que desejam?

Olhamos o cardápio, só havia hambúrguer e sopa, pedimos o hambúrguer, não estávamos a fim de comer sopa, ela foi preparar nossos pratos, eu fiquei observando o lugar, era tão estranho. Encontrei um pôster do Nirvana e sorri ao me lembrar de Nico, acho que ele ia gostar daquele, se é que ele já não tivesse, o arranquei da parede e guardei na bolsa.

— Seus lanches- a mulher falou nos estregando a comida, nós comemos sem nos desconfiar de nada, eu levantei a cabeça e percebi que a mulher não estava mais lá, me virei lentamente e quase gritei, uma mulher metade humana metade cobra estava ali, mas ela tinha duas caldas de cobra!

— Uma... Uma dracaenae- Grover falou assustado, Percy acionou sua espada e Annabeth já estava com a faca pronta, a dracaenae mostrou suas duas espadas e sorriu.

— Odeio dracaenaes- Percy rosnou e investiu, ela desviou jogando ele pra trás com o cotovelo, Grover começou a jogar latas e Annabeth investiu com sua faca, eu acionei Warrior e fui pra cima dela, ela conseguia lutar muito bem contra duas garotas e latas de refrigerante.

Nós continuamos tentando mata-las, mas estava ficando difícil, Annabeth estava com o rosto machucado e meu braço estava ótimo, até ela investir contra ele me deixando um corte profundo.

— AI!- eu gemi- sua cobra!

Eu investi contra ela ao mesmo tempo em que Annabeth e nós duas a matamos.

— Uau, morte dupla- Grover falou e tocamos nossas mãos em Hi-5.

— Ei, garotas- Percy disse e fomos até ele, ele estava entalado no meio de um amontoado de mesas, nós puxamos ele de lá e começamos a rir- que foi? A minha bunda dói.

Começamos a rir mais ainda e ele ficou bravo.

— O.K. Nós paramos- Annabeth falou.

— Temos péssimas experiências com lanchonetes de garçonetes monstruosas- Grover falou e eles assentiram, não entendi, mas ignorei e fiquei olhando o lugar.

— isso fede- murmurei e Grover colocou a mão no meu ombro.

— Vamos indo, temos que chegar a Santa Monica hoje, e já estamos quase lá.

A viagem foi completamente silenciosa, pelo menos da nossa parte, o rádio estava ligado numa estação de rock, o que me fez lembrar ainda mais de Nico, desde que Cam foi embora eu não parava de pensar nele, eram dois caras que tinham relações diferentes comigo, mas com Nico parecia ser mais simples, algo normal ou talvez não.

— Ei, o que está acontecendo?- Percy perguntou me tirando do meu transe.

— Nada...

— Sabe, eu queria poder decifrar seus sentimentos, mas você é igual ao mar, nunca se sabe como está se sentindo- ele falou e eu ri.

— Porque decifrar meus sentimentos?

— Você é minha irmã mais nova, queria ter tido tempo de te conhecer antes de vir pra essa missão.

— Se dermos sorte, poderemos se conhecer- eu falei e ele sorriu, recolocando seus fones.

Eu peguei meu livro “Manual do Nefilim” e comecei a lê-lo, lá tinha muita coisa, mas nada estava me interessando no momento. Eu queria que minha mãe estivesse ali e me dissesse pessoalmente coisas sobre a minha vida que ela nunca explicou, cada parte que eu fiquei sem entender, principalmente aquela história de eu já ter 15 anos. Queria ter contado para Annabeth aquela história toda, ela deveria saber explicar, ou talvez não. Existiam tantos se e talvez na minha vida agora, que eu estava começando a ficar desanimada.

— Pessoal, a partir daqui não dá mais pra ir de carro- Grover falou desligando o carro, desliguei o rádio e sai, observamos a estrada, parecia longa, mas o único jeito era ter que ir por ali.

— As pedras estão muito longe?- Percy perguntou e Annabeth pegou um GPS e o observou.

— três quilômetros- ela concluiu.

— já está anoitecendo, que tal se dormirmos e começarmos amanhã? Pelo menos essa missão não tem um prazo- Grover falou.

— Talvez tenha... Daniel falou alguma coisa de prazo?- perguntei e ela negou.

— Mas acho que ele realmente não tinha um- ela concluiu.

— Vamos montar acampamento- Percy falou, ele estava parecendo enciumado com Daniel.

Nós terminamos de montar e Percy ficou acordado na primeira vigia, eu não estava conseguindo dormir então arrastei meu saco de dormir até o dele.

— Você estava enciumado com a história do Daniel?- eu perguntei e ele riu.

— Mas é claro que não- ele disse.

— Ei, não minta pra mim.

— Tá, eu estava, eu vi o cara, ele é loiro, alto, e ele tem um brilho violeta- ele falou e eu comecei a rir- que foi?

— Fique sossegado, ele já tem uma namorada, a milhões de anos.

— O que? Milhões de anos?

— Sim, ela é mortal, e ele é um anjo, então eles se envolveram e ficaram destinados a viver o mesmo amor de 17 em 17 anos.

— Uau- Percy disse e depois começou a rir- esse cara é... Eu não sei o que ele é.

Comecei a rir e bocejei.

— Vou dormir boa noite.

— Boa noite Annie.

***

Acordei um pouco desajeitada, Grover estava me cutucando igual a um louco.

— Acorde anjinha, temos que continuar nossa missão- ele disse e eu assenti, me levantei e coloquei minha jaqueta, comi um dos lanches de Grover e continuei nosso caminho, tudo estava calmo e silencioso, não conversávamos muito.

— Ei, aquelas não são as pedras?- Annabeth apontou para frente e saímos correndo, ali estavam as pedras.

— Como vamos entrar?- perguntei.

— Sabe que eu não faço ideia?- Grover respondeu.

— Não diz nada nos livros, isso é muito estranho- Annabeth falou e Percy ficou andando em volta.

— Filho de Poseidon, achará a ave da vingança – ele recitou.

— O que você disse?- perguntei e ele balançou a cabeça.

— Rachel, ela me disse isso antes de eu sair, em sonho, Filho de Poseidon, achará a ave da vingança- ele repetiu.

— Rachel... – Annabeth falou e suspirou- ave da vingança, a ave de Nemesis, agora, o que tem a ver com filhos de Poseidon?

— Deve ter alguma coisa a ver com a água- Grover falou e eu peguei uma garrafa d’agua, comecei a espalha-la pelas pedras.

— O que você esta fazendo?- Percy me perguntou.

— Eu não sei, sinto que é isso que devo fazer- continuei jogando, olhei pra baixo e vi várias imagens se formando, diversos animais, os observei melhor e percebi que era os animais símbolo dos deuses.

— Ei, temos que achar a ave de Nemesis- Percy falou.

— Vai demorar horas até molharmos tudo- Grover disse e trocou olhares com Percy, antes que pudéssemos se esquivar, uma onda molhou todas as pedras, por sorte continuei seca, mas Annabeth ficou furiosa.

— Custava esperar eu sair?- ela gritou e Percy foi se afastando.

— Ei, desculpa amor, foi sem querer, sério- ele disse e Annabeth revirou os olhos, ri e comecei a procurar a ave.

— Pessoal, eu achei- Grover gritou e fomos até ele, quando chegamos lá havia um buraco no meio do animal.

— Acho que tem que colocar a mão- Annabeth concluiu- quem vai?