Brida POV

Depois de segundos lá estava eu em Asgard ao lado de Heimdall, ele estava como sempre sério, porém havia algo a mais em seus olhos, algo que eu não sabia o que era, ou que eu não queria saber por me assustar.  Com ele caminhei até Frandal que me aguardava  montado em um cavalo, ao lado dele havia um para mim, um lindo garanhão negro. Com ajuda de Heimdall montei no animal e segui para o monumental castelo, deixando o guardião da ponte em seu posto. No caminho não trocamos nenhuma palavra e aquele silencio estava me assustando, me corroendo por dentro. Estava realmente tudo bem? Resolvi mergulhar em um mundo perfeito para não pensar em besteira. Neste mundo perfeito estava eu, Kevin e Ever conversando e tomando bebidas quentes enquanto a neve caia fora de casa, então meu noivo chegava sorrindo e se juntava a nós. Droga, que demora, aquela ponte parecia não ter fim. Sem querer mais esperar chegar até o castelo, bati levemente com os calcanhares no cavalo no qual montava fazendo correr, obrigada aulas de hipismo. Olhei rápido para trás e Frandal me olhava confuso e compreensivo ao mesmo tempo, eu havia deixado ele para trás por causa de minha pressa mas depois de uma fração de segundos o mesmo também fez seu cavalo correr para me alcançar. Quando cheguei a entrada, fiz com que o cavalo parasse rapidamente e pulei do mesmo; segui em passos longos e rápido até o saguão principal onde ficavam os tronos de Odin e Frigga. Nenhum dos dois estavam ali. Com certeza estavam com Thor. Comecei a correr antes que Frandal entrasse e me fizesse ir em passos lentos até meu noivo. Onde ficava mesmo a enfermaria daquele lugar? Porque tinha que ser tudo tão...grandioso? Argh. Corri o mais rápido que pude pelos corredores procurando a enfermaria, por onde passava as pessoas me davam espaço para não cair, virei um corredor e alguém me segurou.

- Me deixe, eu preciso encontra-lo, eu preciso ve-lo....- eu me debatia nos braços do guarda.

- Calma, senhorita, irei leva-la ao seu noivo. – pelo visto todos já me conheciam para que eu pudesse ter livre acesso a todos, ou quase todos os lugares de Asgard.

- Onde ele está? Thor está bem? – perguntava aflita para vê-lo enquanto o guarda me levava a seu encontro. Paramos por segundos na frente de portas de ouro até que as mesmas foram abertas magicamente. Não posso dizer que a cena que vi foi a melhor do mundo, meu coração parou de bater e meus pernas ficaram bambas, vi pequenos pontos luminosos e depois escuridão total....

- Brida? Brida querida, acorde...- escutava uma voz feminina e familiar longe, ficando cada vez mais alta e clara em minha mente. Abri os olhos com dificuldade, estava deitada com a cabeça no colo de Frigga, ela me lançava um olhar maternal e preocupado. Sentei devagar para não desmaiar novamente. Observei o lugar e não estava na enfermaria, ou sala de cura como eles dizem, estava em um dos quartos do castelo. Meu coração deu um pequeno solavanco. Thor, preciso vê-lo. Voltei a olhar para Frigga e notei que seus olhos estavam levemente vermelhos, a prova de que ela andara chorando; me controlei para não cair na inconsciência novamente.

- Thor esta....bem? – as palavras saiam com dificuldade.

- Ele esta em coma, - ela respirou fundo tentando controlar as lágrimas – não sabemos se ele....voltará. – agora ela chorava desesperadamente e acolhi a mesma em meus braços. Eu já chorava com ela.- Ele esta por um fio...meu filho....- eu não conseguia pronunciar uma só palavra, elas estavam na ponta da língua mas eram barradas por minha dor. Depois de muito tempo, acho que uma meia hora, conseguimos parar de chorar. Ela levantou e me guiou novamente para a sala de cura, onde Thor estava sendo tratado. Quando entrei no local, segui em passos rápidos para a cama onde ele estava. Tão serenamente cadavérico. Aquilo me deu leves calafrios, ele estava com as feições tranquilas mas tinha todo o tórax enfaixado com as faixas rosadas de sangue, no braço esquerdo havia um grande corte que ia da linha do pulso até seu ombro agora fechado por pontos, suas pernas estavam intactas, o punho direito estava enfaixado, perto da clavícula esquerda tinha um corte menor que não precisara de pontos, no rosto leves arranhões, e para completar ele estava totalmente sem cor de vida, estava pálido como papel. Mordi o lábio para conter mais lágrimas e prendi a respiração com receio de que qualquer ventinho a mais o quebrasse. Não!NÃO! Isso tinha uma parcela de culpa minha, afinal se eu tivesse impedido que ele saísse de Midgard ele estaria bem, estaria....vivo. Não consegui mais segurar e minhas lágrimas escaparam sem que eu pudesse controlar. Eu estava sozinha novamente, era apenas nós dois naquela sala de cura. – Thor meu amor....- me debrucei  encostei meus dedos em sua face com cuidado e alisei levemente seguindo para os cabelos loiros. Depositei um selinho em seus lábios. – me perdoe....eu não devia ter deixado você partir...volta para mim....volta...- me encolhi e deixei que todas as lágrimas esgotassem de meu corpo. Eu queria leva-lo comigo para Midgard, mas a viagem até lá iria agravar o caso dele.

- Venha....- Sif havia entrado no local e me tirou dali – vamos para um lugar melhor.

- NÃO! ME LARGA! EU QUERO FICAR AQUI COM ELE! – Eu me debatia para me soltar, ela era incrivelmente forte.

- Brida, venha conosco, sei que dói muito em você, não só em você, mas em todos nós, mas por favor, procure entender, so queremos o melhor. – Frandal apareceu e conseguiu me acalmar rapidamente com a razão de suas palavras.  Me soltei de Sif e fui ao lado de Frandal para uma sala onde havia um banquete. Fui convidada a sentar e assim o fiz. Todos estavam lá: Frigga, Odin, os três guerreiros e Lady Sif. Todos começaram a se servir, coloquei apenas um pouco de frango e arroz, acompanhado por um vinho.

- Nossa, como consegue ficar de pé apenas com isso? – perguntou Varshall querendo nos distrair.

- Nem todos precisam de comer por um exército, meu amigo. – Respondeu Frandal por mim o que nos fez rir.

- Eu não como por um exército, oras, apenas o suficiente. – ele se fez de ofendido. Todos conversavam mas eu, assim como Frigga, estava em silencio, pensando em Thor. Depois do banquete fui chamada por Odin na sala de seu trono. Segui para o local e fiz reverencia.

- Ora, não precisa de fazer isso, Midgardiana. – ele deu um fraco sorriso – Venha até aqui. – me aproximei mais, subindo as escadas de ouro que leva ao trono. – Somos praticamente a mesma família. – Não posso negar que aquilo me surpreendeu. Não esperava tais palavras vindas de Odin. – Eu a chamei até aqui pois quero saber se quer ficar aqui com Thor? Sei o quanto é difícil ficar longe de quem amamos principalmente nessas horas.

Eu sorri, era o que eu mais queria, ficar perto dele e tentar ajudar. – Sim, obrigada Odin. Mas posso pedir uma coisa?

- Claro, o que desejas?

- Posso trazer mais duas pessoas? São da família, muito importantes para mim, e gostaria de tê-las aqui ao meu lado neste momento difícil já que meus pais não podem.

- Sim, pode. Mas apenas por curiosidade: quem são?

- Meus primos, Ever e Kevin. São como minhas almas gêmeas. – ele riu baixo.

- Certo, vá agora, Sif ira acompanha-la para te ajudar na volta, estou ansioso para conhecer eles, devem ser pessoas magnificas pela maneira que as considera.

- São sim. – sorri e sai. Não queria que Sif fosse comigo, não gosto dela, mas prefiro perto de mim do que longe, como diz o ditado “ Mantenha os amigos perto, e os inimigos mais ainda”. Tá, não chega a ser inimiga mas entendeu não é?

Ever POV

Eu juro que mato aquela louca de minha prima por me deixar aqui assim, sozinha, para ir com o Loki para a tal festa. Suspirei e sai do quarto após olhar a roupa que ia usar. – Tio, cadê Brida? – perguntei assim que ele voltou com minha tia da base da SHIELD.

- Ela foi para Asgard, Thor não esta nada bem. – meu tio se sentou no sofá visivelmente agoniado. Voltei para meu quarto enquanto Tony era amparado por Lilian. Ele deve estar preocupado com Brida.  Entrei em meu quarto e vi que  estava quase na hora de ir para a tal festa. Corri e me arrumei em tempo recorde até que a campainha tocou. Era ele tinha certeza. Peguei a carteira e sai do quarto, quando cheguei a sala e estava ...lindo.  Calça jeans escura, blusa social, um blazer preto e um cachecol verde com dourado (N/A: Como blazer e cachecol como o do filme Os Vingadores). (look Ever : http://www.polyvore.com/cgi/set?id=71932921&.locale=pt-br)

- Estas bela, Ever. – ele pegou minha mão e a beijou, aquilo me fez sorrir. – Vamos. – ele me levou até um carro preto e mandou o motorista nos levar até o endereço que eu havia dito. O caminho inteiro não trocamos uma só palavra, quando chegamos a casa do Matt, a festa era bem tradicional americana. Loki olhou para suas roupas e para a dos mortais, como ele diria e pelo visto não se sentiu muito confortável, retirando assim seu cachecol. Sai do carro o puxando.

- Eu que deveria guia-la, não ao contrario. – Ela falou contrariado, o que me deu vontade de rir mas não o fiz.  Quando entramos na festa me deparei com Matt perto do bar agarrando uma qualquer. Não deixei vacilar e adentrei na casa com Loki, arrastando-o para dançar. – O que pensa que esta fazendo? – ele me perguntou um pouco...nervoso? essa era nova, afinal não esperava realmente que ele estivesse disposto a mudar.

- Tudo bem, vem vamos beber então algo primeiro. – fomos até o bar e pedi tequila, como ele não era daqui e não sabia sobre nossas bebidas pedi vodka pura para ele. Ele olhou receoso para a bebida que o barman deu a ele e bebeu de uma vez só e depois fez uma careta. Comecei a rir.- Deixa de ser mole, Loki.

- Quem disse que sou mole? – ele fez cara de ofendido e pediu outra. – Vou te mostrar quem é o fraco aqui. – Bebi minha tequila e  ele a outra dose de vodka. Ergui a sobrancelha e ri baixo um pouco sarcástica.

- Vai ter que provar para mim que não é fraco. – sorri travessa e deixei minha bolsa com ele, andei até onde todos dançavam e sorri novamente, porém agora de maneira sedutora, pois começara a minha música. (http://www.youtube.com/watch?v=R8OOWcsFj0U – Undisclosed Desires, Muse) Comecei a dançar de maneira sexy, envolvendo Loki em uma névoa de êxtase, ele me olhava de cima a baixo principalmente para meus quadris que mexiam no ritmo da musica. Mordi levemente meus lábios enquanto rebolava no ritmo, todos me olhavam a essa altura, a maioria dos homens tinham desejo em seus olhos, ele notou isso e levantou imediatamente e me seguiu na dança, e por incrível que pareça se saiu bem. No fim pude ver o olhar de fúria do Matt. Sorri vitoriosa: Dois coelhos em uma cajadada só. Loki pegou meu pulso quando a dança acabou e me levou para um canto da sala.

- Porque fez isso? –Me soltei dele irritada.

- Porque fez aquilo? Se exibindo na frente daqueles....daqueles macacos sem pelos? – ele trincou o maxilar de raiva.

- Esta com ciúmes Loki? – ele estreitou os olhos.

- Eu não sinto essas coisas tão banais...- apoiou um braço ao meu lado, olhando em meus olhos e me deixando presa contra a parede.

- Pois não é o que parece...- sorri vitoriosa ao ver ele ficar com mais raiva. Sai da “prisão” que ele havia feito com os braços e voltei a dançar. Ele me acompanhava e olhava torto para qualquer cara que tentasse me cobiçar com os olhos. Bebemos, dançamos. A noite estava sendo ótima. – Até que você dança bem...

- Claro, sou muito versátil. – rimos e ele aproximou o rosto do meu, fiquei surpresa mas eu queria beija-lo. Acabei com o espaço que ficava entre nós e o beijei cheia de desejo, desejo esse que era correspondido por ele. Loki  me puxou mais contra seu corpo com suas mãos firmes em minhas costas, até que senti ele ser puxado de meus braços e desequilibrei levemente para trás porém me apoiei em um cara que estava perto, depois me soltei. Foi muito rápido, uma hora Matt puxará ele de mim e agora eles estavam brigando, quando Matt tentou soca-lo, Loki foi mais rápido e esmurrou seu rosto fazendo ele cair em cima de algumas garotas.

- Vou acabar com você, seu merdinha, quem pensa que é para beijar minha garota? – olhei incrédula para Matt e depois para Loki, eu ia responder mais Loki fez isso por mim, poupando-me.

- Ela não é sua, seu verme, aprenda a respeitar uma dama e não te-la como um objeto. – Loki com um simples golpe torceu a mão de Matt fazendo o imbecil se curvar sobre seus pés. – Assim é que deve tratá-la, você sempre estará abaixo de qualquer ser de sua raça, moleque imundo. – Com isso ele quebrou a mão de Matt que urrou de dor. – E se ousar chegar perto dela, falar com ela ou até mesmo  tentar toca-la é o que vai acontecer com seu pescoço. – Loki virou para mim e passou o braço por minha cintura, me guiando para fora da festa que agora estava em silencio, pois o Dj parou de tocar ao ver a briga e toda a atenção se voltou para nós três. Por onde passávamos, as pessoas nos davam espaço, ficando o mais longe possível de Loki, quando saímos dali entramos no carro, e ele disse para o motorista nos levar para a casa de meu tio.

Loki saiu do carro e abriu cavaleiramente a porta do carro. – Obrigada Loki. – dei um selinho nele.

- Era o mínimo que eu poderia fazer naquele momento. – ele deu um sorrisinho e me levou até a porta, despediu-se de mim e entrei. Quando entrei na sala vi uma cena no mínimo inusitada: Brida, Kevin e uma mulher com vestes do tipo que Thor usa estavam na sala, e ao lado deles malas: as de Brida, as de Kevin e...as minhas?

- Mas o que...? – Antes que eu continuasse, Kevin me interrompeu e explicou tudo. Brida parecia em transe com seus olhos vidrados no nada. Nunca vi minha prima tão mal desde que o hamister Harry dela morreu, quando ela tinha quatro anos. Depois sem complementos aceitei ir com eles para Asgard, minha prima mais do que nunca precisava de mim. Então seguimos: Eu, Kevin, Brida e Sif para o mundo de Thor.