A Linhagem Sagrada escrita por elleinthesky


Capítulo 22
Capítulo 20 - Mansão Graycastle


Notas iniciais do capítulo

Demorei? Claro. E nem vou tentar me justificar porque os motivos são os mesmos de sempre: a faculdade. Estou em época de provas e, quem estuda exatas sabe, nem cálculo nem física são matérias exatamente simples.
Boa leitura ♥



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Já se passava das três horas da madrugada e Isabelle Bel’aqua já se esgueirava para dentro do chalé de Zeus procurando por Amy.

- Cara, é sério que você ainda está dormindo? – Sussurou a garota, olhando por todos os cômodos para se certificar de onde seria o quarto da amiga. Aquela era a primeira vez que a garota passava do hall principal chalé adentro.

- Shh, eu to aqui. Não precisa alarmar que provavelmente estou acordada a essa hora da noite.

- Amy, a gente precisa ir logo. Devem ser umas três e meia da manhã e você sabe que às cinco horas já tem gente levantando pra começar as atividades.

- Tudo bem, rabugenta. Só vou preciso checar se está tudo certinho.

- Garota, tenho certeza que você já checou esse chalé umas trezentas vezes. E como das outras duzentas e noventa e nove visualizadas, está tudo perfeito. Já te disseram que você é muito metódica?

- Isso porque você nunca visitou meu quarto no The Carlyle. Aqui eu tento manter a ordem, até porque quem espera que uma neta de Zeus seja bagunceira? – Respondeu Amy, com um sorrisinho nos lábios que dizia “o que posso fazer?”.

- Tudo bem, vamos logo. Kev já deve estar impaciente.

- “Kev”? Então vocês já se entenderam?

- McHale, eu quis dizer McHale. – Corrigiu-se a filha de Poseidon rapidamente. - E eu não sei se vou conseguir me entender com ele qualquer dia.

- Eu poderia falar um monte de coisas sobre o que você deveria fazer, mas como sei que vai entrar por um ouvido e sair pelo outro, nem falarei nada.

As garotas correram ao encontro de Kevin que já as esperava ao lado do portal de entrada do Acampamento Meio-Sangue. Ele vestia seus trajes de batalha, o que, àquela hora da manhã, fazia com que ele parecesse alguém extremamente perigoso e, de certa forma, fugitivo. Não que ele não o fosse.

Os três andaram por bastante tempo sem qualquer problema ou distração, o que muito despertava a desconfiança de Kevin. Ele veementemente afirmava que estava tudo calmo demais e eles, por estarem sozinhos e por conta própria, eram uma presa facílima para monstros. Como se ele tivesse praguejado, depois de alguns poucos metros, os três “fugitivos” avistaram uma fúria ao longe enquanto a mesma atacava um mortal. No mínimo, uma atividade estranha.

- Tava bom demais pra ser verdade. – Concluiu Belle.

Os três sacaram suas espadas e correram na direção da besta no exato momento que mais duas fúrias “brotavam” da terra. Era algo surreal de se ver, como se elas estivessem enterradas vivas e “cavando” para cima procurando uma forma de sair. As outras duas eram bem menor que a primeira, mas ainda assim eram fúrias. Todo cuidado era pouco.

Assim que avistaram os três adolescentes, os monstros atacaram com toda a sua força, dificultando – e muito – a vida dos jovens. Como eles as distraíram, o homem que tinha sido atacado e as outras duas pessoas que estavam dentro de seu carro tiveram a oportunidade de sair e procurar refúgio em algum lugar bem longe dali até que o dia amanhecesse. Amy rezou para que não tivesse acontecido nada muito grave com o tal homem e que todos ficassem bem. Ela rezava mesmo era pra que ele não precisasse de tratamento psiquiátrico depois desse episódio.

O primeiro a se livrar de sua adversária foi Kevin, que logo se prontificou a ajudar as duas meninas. Assim que as fúrias foram vencidas, constatou-se que Isabelle tinha uma pequena fenda no braço e Amy, uma no rosto. Por sorte, eles tinham trago alguns medicamentos e curativos que seriam suficientes para cuidar das feridas.

Feridas tratadas e com suas devidas bandagens, os três repararam que o homem abandonara seu carro naquela estradinha de terra no meio de Long Island. E, bom, agora eles tinham como chegar a Jersey sem gastar o pouco dinheiro que tinham em mãos.

* * *

- Amy, mulher, se demorasse mais um pouco poderia chegar pro meu funeral. O que foi dessa vez? Por que o atraso? Todo mundo não fala que vocês, britânicos, são todos cheios de “mimimi” com essa coisa de horário? – Reclamava Emma, sentada nos degraus das escadas que levavam à porta da frente da imensa mansão dos Graycastle.

- Bom dia pra você também, Emanuelle. – Respondeu a garota, saindo do antigo Mercedes sedan preto que lhes serviu de transporte desde Long Island, NY. – Esses são Isabelle Bel’aqua e Kevin McHale, mas você deve se lembrar deles da viagem a Portugal, não é mesmo?

- Sim, sim. Como poderia esquecer o casalzinho? – Retrucou ela, num tom que expressava algo entre ironia e tédio. Kevin apenas sorriu fracamente.

- Olá, Emma. Ah, e nós não somos um “casalzinho”. – Belle cuspiu a última parte.

- Ué, terminaram? – Perguntou Emma, inocentemente, para logo após receber um olhar censurador de Amy. – Ok, não pergunto mais. – E fez um sinal como se selasse seus lábios com um zíper.

- Onde está o Tony?

- Cara, ‘cê não sabe como é aquele italianinho metido a besta? Tá fazendo café da manhã e os carambas. Ele falou que “a melhor coisa que a pessoa pode receber quando chega a sua casa cansada é uma boa refeição”... Isso ou qualquer outra baboseira do tipo.

- O Tony é um amor. E ele cozinha muito bem.

- Eu hein, esse povo europeu é meio pinel das ideias. Tudo tetéu. – Murmurou Emma na direção de Kevin e Isabelle. Ambos sorriram e a garota apenas rolou os olhos enquanto todos seguiam Amy na direção da cozinha.

Assim que adentraram o cômodo, os quatro se depararam com uma mesa farta e puderam ver toda a comida que já sentiam cheiro desde o corredor que os levava até lá. Havia de tudo um pouco; desde panquecas e geleias até pães e biscoitos caseiros com direito a café, sucos e chás de diferentes sabores. Anthony secava suas mãos em um pano de prato quanto se deu conta que o garoto e as três meninas olhavam para a bonita mesa como cães de rua olham para frangos assados de padaria.

- Não precisa babar, gente. Podem sentar-se e comer, é tudo pra vocês.

- Eu também posso? – Perguntou Emma, cabreira.

- Pode, Emma. Apesar de me perturbar o tempo todo, eu não lhe negaria comida.

- Não precisa de discurso, italiano. Já entendi.

O garoto riu e sentou-se em uma das cadeiras enquanto assistia aos outros atacarem tudo o que preparara para eles. Ele se sentia realizado por saber era útil para algo além do que ele nasceu pra fazer. Sua missão de proteger e guiar Amelie Graycastle no caminho certo viria sempre em primeiro lugar, mas ele gostava de saber que ele era alguém em quem ela podia confiar. Ele era um grande amigo. Um amigo que prepararia algo realmente gostoso quando ela reclamasse de fome.

- Sabe, Tony, eu amo você. É sério, eu achei que nunca mais comeria croissants de queijo brie e tomate seco na minha vida. E suco de abacaxi com hortelã, ó céus. Obrigada, de verdade. Você é incrível. – Exclamou Amy, entre mordidas e mastigadas.

- Não tem problema, fico feliz que agradei com minha atitude.

- Cara, deixa de ser mulherzinha. Já te falei várias vezes que isso é feio. Aja igual homem! – Repreendeu Emma, com a boca cheia de brioche.

- Emma, para agir como um homem eu não preciso ser bruto e muito menos um indivíduo acéfalo. – Retrucou Anthony.

- Um indivíduo o que?

- Acéfalo, Emanuelle. Alguém que tem dificuldade de raciocínio, alguém burro.

- O que eu disse? – Suspirou Emma, olhando para Belle e Kev. – Esse povo europeu é todo cheio de beribéri, nunca vi tanta frescura junta. É só falar igual gente, cara. Isso não mata, ok? Mas não, quer ficar ai todo cheio de frufru, por mim tudo bem.

- Não acho que seja frescura, eles só são... Educados. Ao contrário de muitos norte-americanos pra ser honesta. – Interferiu Isabelle.

- Concordo com ela, muitos deles são bem mais centrados e organizados que nós, americanos. A Amy, por exemplo, é toda enrolada e bagunceira, mas honra com seus compromissos e é bem pontual. – Completou McHale.

- É serio isso? Todos contra Emma?

- Menos drama, vai. – Implorou Amy. – Você é muito teatral, talvez tenha ficado assim depois que sua mãe te mandou pra casa daquela sua tia de Los Angeles como castigo.

- Disso eu sei, LA realmente tem esse efeito sobre as pessoas. – Completou Belle.

E o papo tomou rumos cada vez mais diferentes a partir dali. Depois de terminarem o café da manhã e muito conversarem sobre os mais variados temas, Emma foi para a piscina “pegar um bronze” – nas palavras da própria – e os outros foram para seus quartos se acomodarem. Tony os encontrou no hall de entrada pouco menos de uma hora depois e levou todos para um pequeno tour pelas dependências da mansão. Isabelle ficou impressionada com a magnitude e a ótima estrutura que o lugar oferecia a todos os que o ocupariam futuramente.

- Meus planos são de deixar essa casa para o Instituto como uma segunda base, um centro reserva para as atividades deles, sabe? Digo isso porque sei que o Acampamento Meio-Sangue é um lugar imenso e, bom, o Sr. D é um deus... Ele deve poder fazer algo se acontecer alguma coisa com o acampamento, né?

- É, isso é verdade, mas como ele é um “encostão” que só quer saber de dar festas e encher a cara, a gente tem meio que um pé atrás com ele. – Disse Belle.

- É mais fácil Zeus e Poseidon virarem melhores amigos do que Dionísio fazer algo que preste, sinceramente. – Completou McHale.

O local era realmente impressionante: eram doze suítes, uma cozinha enorme, uma biblioteca, duas salas para reuniões, um escritório, um grande salão no qual eles montariam um arsenal, uma pequena capela e um sótão no último andar. Tudo isso no prédio principal. Do lado de fora havia pequenas arenas para treinamento, além de um imenso jardim florido com um gazebo colonial branco no meio.

Dizer que os pais de Amy tinham dinheiro era um insulto. Eles praticamente eram o dinheiro personificado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, valeu a pena ter esperado?
Beijinhos, meus amores.
Até o próximo capítulo (:

PS: Chegamos à metade da fic, daqui pra frente vai ter mais ação. Assim, só avisando mesmo rs.



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