Querido Paciente escrita por Dul Mikaelson Morgan


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Ta ai gente pra quem ficou curiosa pra saber se ele tava dormindo ou não kkkk to gostando que vocês estão comentando muito obrigada e boa leitura



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Ela ficou tensa e rebelou-se contra aquele gesto com horror.

Com raiva também. Mesmo agora, estando doente e dor­mindo, Klaus Mikaelson conseguia o que queria, tão profundamente arraigado era seu instinto de mandar, de possuir.

— Solte-me — ela pediu, desesperada.

— Não — ele sussurrou contra os lábios dela. — Fique comigo... não me condene ao desespero.

Sem saber o que dizer, Caroline ficou calada. As palavras dele eram loucas, sem sentido. Entretanto, encontraram um eco misterioso no seu coração, e isso fazia menos sentido ainda. Enfim, ele não se mostrava exigente, mas suplicante, e ela não podia sustentar sua raiva.

Klaus beijou-a novamente e Caroline não ofereceu mais resis­tência. Os pensamentos e sentimentos provocavam um tumulto dentro dela. Precisava parar com aquilo, ir embora; sua atitude não era nem um pouco profissional. Klaus podia acordar... Ah, como os lábios dele eram sedutores... moviam-se sobre os dela, tentadores, estimulando-a a responder aos beijos. E que sen­sações doces apoderavam-se dela... sensações arrebatadoras, pecaminosas, extraordinárias.

Sem poder controlar-se, Caroline entregou-se à magia daqueles beijos e retribuiu apaixonadamente. Era uma loucura impos­sível de evitar. O mundo podia acabar, pouco importava. Estava presa, cativa daquela magia intempestiva que zombava do de­coro e mesmo da hostilidade. Naquele momento era como se estivessem em outra dimensão onde não eram amigos ou ini­migos, apenas amantes.

Então, tudo terminou. Klaus deslizou os braços para a cama, como se tivessem perdido a força, e Caroline ficou livre.

O final repentino daquela magia foi para ela quase tão cho­cante quanto o início. Seu coração ainda batia forte e todo o corpo estremecia.

Para não acordá-lo, Caroline levantou-se da beirada da cama devagar. Observou Klaus e, notando que, por fim, ele estava relaxado e respirava calmamente, foi para seu quarto.

Ficou na escuridão, trêmula de horror, pensando no que tinha feito. Refletiu melhor e concluiu que, na verdade, nada acontecera de errado. Seu paciente estava angustiado e ela o confortara. Apenas isso. Era assim que devia pensar.

Caroline acordou com o som do vento tempestuoso e da chuva forte açoitando as paredes e janelas da casa.

Levantou-se pensando no que iria acontecer quando entrasse no quarto de Klaus. Será que, por causa do medicamento que havia tomado, ele estava mesmo dormindo quando a beijara?

Ou poderia lembrar-se de alguma coisa?

Assim que entrou no quarto notou que ele estava acordado e tenso.

— Bom dia — cumprimentou-o gentilmente. — Dormiu bem, sr. Mikaelson?

Com essa pergunta ela passou a Klaus a mensagem de que nada sabia sobre a agitação dele durante a noite. Graças a isso, parte da tensão dele desapareceu.

— Foi uma noite excelente, obrigado.

— O tempo não está bom — ela comentou em tom casual. — Pode ouvir a chuva e o vento, sr. Mikaelson?

A si mesma as perguntas que fazia eram bem diferentes. A respeito de quem você falava em sonhos ontem à noite? Poderia estar se referindo a Carol Forbes ? Ela ouviu um ganido vindo do corredor e Bob entrou no quarto.

— Não! — ela exclamou, ao ver o animal todo molhado por causa da chuva.

Não houve tempo de impedir que o cão saltasse para a cama.

Klaus gemeu quando o cãozinho caiu em cima dele. Em seguida abraçou-o e deixou que ele lhe lambesse o rosto. Pela primeira vez Caroline viu seu paciente sorrir com genuíno prazer.

— Você está aqui, bom garoto! Meu bom garoto...

Bob torcia o corpo, feliz. Observando-o, Caroline admirou-se. O homem que via abraçando seu cão tinha o rosto iluminado, cheio de entusiasmo e amor, e isso o tornava diferente.

— Ei, você vai arranjar problemas, garoto — disse ele ao cão, ao perceber que tinha o pêlo todo molhado. — Bob fez a maior desordem, não é enfermeira?

— Desordem é um termo ameno para o que ele aprontou. Mas isso não é o fim do mundo.

— Você deve ter deixado a porta do quarto aberta. Normal­mente eu não o deixo entrar.

— Por que não? Estou vendo que ele adora você.

— Bob não deve ficar aqui, fechado, estando eu com este humor...

— Seu humor ficará muito melhor se você tiver a companhia de Bob por mais tempo. Aqui é o lugar exato para ele. O cão quer demonstrar que pode confortá-lo, sr. Mikaelson. Não deve lhe negar essa chance.

— Com ele aqui seu trabalho aumentará bastante.

— Não tem importância. Lençóis e pijamas podem ser lavados.

— Então você não se importa?

— Meu trabalho é cuidar do senhor e Bob me ajudará muito nessa tarefa.

— Não foi isso que ouvi da última enfermeira — tornou Klaus, acariciando as orelhas do cão.

— Vamos considerar Bob parte da equipe de tratamento. Mas você, seu imundo — ela afagou a cabeça de Bob —, está sob as minhas ordens de agora em diante. Da próxima vez, deve deixar que eu o enxugue primeiro.

— Ouviu isso, garoto? Você tem de fazer o que ela lhe ordenar. — Klaus sorriu e acrescentou: — Nós dois temos de obedecê-la.

Caroline mandou o cão sair do quarto e perguntou:

— Onde encontro roupas limpas, de cama e de vestir?

— Nas gavetas à esquerda da janela.

Ela achou o que queria. Substituiu os lençóis sujos por outros limpos, depois trocou o paletó do pijama de Klaus. Só então viu a cicatriz horrível resultante da operação de emergência feita para impedir que as costelas quebradas lhe perfurassem os pulmões.

Notou também a magreza dele e compreendeu qual era a intenção de Isobel ao afirmar que iria curá-lo graças aos pratos nutritivos que preparava.

Ocorreu-lhe que Klaus vivia muito só naquela casa enorme, contando apenas com empregados para cuidar dele. Onde es­tavam a noiva e o irmão? Onde estavam todos que o amavam?

Naturalmente, ele expulsara todos, da mesma forma que a expulsara. Subitamente pareceu-lhe terrível o fato de um ho­mem poderoso e autoritário encontrar-se agora, naqueles mo­mentos de dor e agonia, aos cuidados de uma mulher que o considerava um inimigo.

— Vou buscar seu café da manhã, sr. Mikaelson — Caroline avisou.

— Prefiro que você me chame de Klaus.

— Está bem, Klaus.

— Quero saber seu primeiro nome.

— Caroline.

— Devo avisá-la que o administrador da fazenda virá falar comigo agora de manhã — Klaus falou com firmeza.

— Nesse caso, você terá de alimentar-se bem para ter con­dições de tratar de seus negócios.

Fazia pouco tempo que Klaus tinha terminado de tomar o café da manhã quando o administrador chegou. Caroline deixou-o a sós com o patrão e saiu para dar uma volta, uma vez que a chuva tinha parado.

Enquanto andava, refletia sobre sua situação. Viera relutante para aquela casa para cuidar do homem que odiava e na primeira noite acabara traindo seus princípios, deixando-se cair nos braços dele para aqueles beijos proibidos que lhe deram tanto prazer.

Devia ter tentado resistir, mas não o fizera. Havia pensado no bem do paciente, claro. Se tivesse lutado, certamente o des­pertaria e a situação seria constrangedora para ambos.

Já fazia quase duas horas que ela estava caminhando quan­do o administrador passou por ela de carro e seguiu pela estrada que cortava um bosque. Caroline tinha se afastado bastante da casa e quando se aproximava ouviu o som de um cavalo a trote. Olhou para trás e viu uma linda moça montando um alazão. Havia uma árvore caída na estrada, certamente por causa do temporal, e a moça saltou-a com graça, indo cair perto de Caroline, deixando-a com a roupa espirrada de barro. Sem ao menos olhar para ela, a moça tocou o cavalo velozmente.

Caroline seguiu-a com o olhar, querendo saber quem seria a amazona que pouco se importava com o resto do mundo.

Klaus parecia exausto. Caroline mediu sua temperatura e cons­tatou que ele estava febril. Evitou fazer algum comentário para não irritá-lo.

— O que é isso? — ele perguntou, tendo seus ouvidos apurados detectado o som dos cascos de um cavalo debaixo de sua janela.

Caroline olhou para fora,

— Uma moça chegou a cavalo. Ela passou por mim há alguns minutos.

— Bonnie — ele murmurou.

Não demorou muito, a porta abriu-se e uma visão de ele­gância entrou no quarto.

Lady Bonnie Bonnett estava com trinta anos; tinha uma beleza altiva e uma segurança própria de quem nasceu e viveu cercada de riqueza e privilégios. A calça do conjunto de montaria que ela usava revelava pernas longas e bem-feitas, o casaquinho tinha um corte perfeito e ao redor do pescoço ela trazia uma echarpe de seda pura. O rosto, no entanto, estava maquiado de­mais para o campo e o perfume impregnou o quarto.

— Meu querido — ela arrulhou, aproximando-se da cama de braços abertos, embora Klaus não pudesse vê-la.

Em seguida, ela inclinou-se e abraçou-o.

— Você demorou para voltar para o campo — observou Klaus, bem-humorado.

— Querido, eu sei que devia ter vindo há alguns dias, mas havia tanta coisa para eu fazer em Londres. Foram tantas as visitas. Todos perguntaram por você.

— Todos são muito amáveis.

— Eles estão arrasados com o que aconteceu, mas quando eu lhes disse que você estava se recuperando maravilhosamen­te, todos vibraram.

— Fico feliz em saber que você lhes disse isso. — A voz de Klaus traiu sua tensão, mas Bonnie não demonstrou ter per­cebido isso.

Ela continuou a falar sobre coisas fúteis, dando a Caroline a impressão de que não tinha a menor sensibilidade; não percebia como certas coisas eram intoleráveis para um homem doente.

Quanto mais a ouvia, mais Caroline se certificava de que não tinha errado no seu julgamento.

— Você recebeu o meu cartão?

— Recebi. Isobel o leu para mim.

— Demorei um século para encontrar um cartão apropriado. Nesse instante Bonnie notou a presença de Caroline e riu alto.

— Oh, céus, você mandou outra enfermeira embora no meio da noite, Klaus querido?

Ele conseguiu sorrir.

— Receio que sim. Essa é a enfermeira Forbes. Bonnie levantou-se e cumprimentou Caroline.

— Forbes. Um nome perfeito e suave para uma enfermeira.

— É verdade — Caroline concordou, ignorando a provocação.

— Acho que você deve ser uma santa para cuidar do meu pobre Klaus. As outras enfermeiras não o suportaram por mais de algumas horas. Espero que ele lhe esteja pagando rios de dinheiro.

— Fui contratada pelo ordenado usual — Caroline respondeu secamente.

— Bem, em breve você exigirá um acréscimo por risco de vida. Conte com o meu apoio.

— É muita gentileza de sua parte.

Aquela frieza de uma simples enfermeira deixou Bonnie ofendida. Ela perguntou com arrogância:

— Será que eu não a vi em algum lugar antes?

— Uma hora atrás você quase passou com seu cavalo por cima de mim.

Estando a cavalo, Bonnie devia ter chegado à mansão antes de Caroline. Isso sugeria que a beldade apreciava mais um passeio a cavalo do que uma visita ao noivo.

Porém, seria preciso muito mais do que uma observação dessas para desconcertar lady Bonnie Bennett.

— Adoro este lugar e dei uma volta para admirar a pro­priedade antes de vir para cá — ela falou com afetação. Acres­centou em outro tom: — Estou morrendo de vontade de tomar um café. Isobel sabe como eu gosto que ele seja feito. Traga também uma xícara para Klaus.

— Não quero café — Klaus disse depressa.

— Querido, é claro que você deve tomar café. — Ela olhou para Caroline. — Pode ir.

Poucos minutos depois, Caroline estava de volta com uma ban­deja que deixou no criado-mudo,

— Você não trouxe café para Klaus — Bonnie reclamou.

— O sr. Mikaelson disse que não queria café — Caroline lembrou-a.

— Mas eu pedi para você trazer — disse Bonnie de modo incisivo.

— Srta. Bennett, o sr. Mikaelson é meu paciente e meu patrão. Recebo ordens dele — Caroline respondeu calmamente.

Sem outra palavra, saiu do quarto, irritadíssima.


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Notas finais do capítulo

então e isso gente eu ate postei bastante *-* e de noite tem mais =] bjs e inté.