Querido Paciente escrita por Dul Mikaelson Morgan
Notas iniciais do capítulo
Ta ai gente pra quem ficou curiosa pra saber se ele tava dormindo ou não kkkk to gostando que vocês estão comentando muito obrigada e boa leitura
Ela ficou tensa e rebelou-se contra aquele gesto com horror.
Com raiva também. Mesmo agora, estando doente e dormindo, Klaus Mikaelson conseguia o que queria, tão profundamente arraigado era seu instinto de mandar, de possuir.
— Solte-me — ela pediu, desesperada.
— Não — ele sussurrou contra os lábios dela. — Fique comigo... não me condene ao desespero.
Sem saber o que dizer, Caroline ficou calada. As palavras dele eram loucas, sem sentido. Entretanto, encontraram um eco misterioso no seu coração, e isso fazia menos sentido ainda. Enfim, ele não se mostrava exigente, mas suplicante, e ela não podia sustentar sua raiva.
Klaus beijou-a novamente e Caroline não ofereceu mais resistência. Os pensamentos e sentimentos provocavam um tumulto dentro dela. Precisava parar com aquilo, ir embora; sua atitude não era nem um pouco profissional. Klaus podia acordar... Ah, como os lábios dele eram sedutores... moviam-se sobre os dela, tentadores, estimulando-a a responder aos beijos. E que sensações doces apoderavam-se dela... sensações arrebatadoras, pecaminosas, extraordinárias.
Sem poder controlar-se, Caroline entregou-se à magia daqueles beijos e retribuiu apaixonadamente. Era uma loucura impossível de evitar. O mundo podia acabar, pouco importava. Estava presa, cativa daquela magia intempestiva que zombava do decoro e mesmo da hostilidade. Naquele momento era como se estivessem em outra dimensão onde não eram amigos ou inimigos, apenas amantes.
Então, tudo terminou. Klaus deslizou os braços para a cama, como se tivessem perdido a força, e Caroline ficou livre.
O final repentino daquela magia foi para ela quase tão chocante quanto o início. Seu coração ainda batia forte e todo o corpo estremecia.
Para não acordá-lo, Caroline levantou-se da beirada da cama devagar. Observou Klaus e, notando que, por fim, ele estava relaxado e respirava calmamente, foi para seu quarto.
Ficou na escuridão, trêmula de horror, pensando no que tinha feito. Refletiu melhor e concluiu que, na verdade, nada acontecera de errado. Seu paciente estava angustiado e ela o confortara. Apenas isso. Era assim que devia pensar.
Caroline acordou com o som do vento tempestuoso e da chuva forte açoitando as paredes e janelas da casa.
Levantou-se pensando no que iria acontecer quando entrasse no quarto de Klaus. Será que, por causa do medicamento que havia tomado, ele estava mesmo dormindo quando a beijara?
Ou poderia lembrar-se de alguma coisa?
Assim que entrou no quarto notou que ele estava acordado e tenso.
— Bom dia — cumprimentou-o gentilmente. — Dormiu bem, sr. Mikaelson?
Com essa pergunta ela passou a Klaus a mensagem de que nada sabia sobre a agitação dele durante a noite. Graças a isso, parte da tensão dele desapareceu.
— Foi uma noite excelente, obrigado.
— O tempo não está bom — ela comentou em tom casual. — Pode ouvir a chuva e o vento, sr. Mikaelson?
A si mesma as perguntas que fazia eram bem diferentes. A respeito de quem você falava em sonhos ontem à noite? Poderia estar se referindo a Carol Forbes ? Ela ouviu um ganido vindo do corredor e Bob entrou no quarto.
— Não! — ela exclamou, ao ver o animal todo molhado por causa da chuva.
Não houve tempo de impedir que o cão saltasse para a cama.
Klaus gemeu quando o cãozinho caiu em cima dele. Em seguida abraçou-o e deixou que ele lhe lambesse o rosto. Pela primeira vez Caroline viu seu paciente sorrir com genuíno prazer.
— Você está aqui, bom garoto! Meu bom garoto...
Bob torcia o corpo, feliz. Observando-o, Caroline admirou-se. O homem que via abraçando seu cão tinha o rosto iluminado, cheio de entusiasmo e amor, e isso o tornava diferente.
— Ei, você vai arranjar problemas, garoto — disse ele ao cão, ao perceber que tinha o pêlo todo molhado. — Bob fez a maior desordem, não é enfermeira?
— Desordem é um termo ameno para o que ele aprontou. Mas isso não é o fim do mundo.
— Você deve ter deixado a porta do quarto aberta. Normalmente eu não o deixo entrar.
— Por que não? Estou vendo que ele adora você.
— Bob não deve ficar aqui, fechado, estando eu com este humor...
— Seu humor ficará muito melhor se você tiver a companhia de Bob por mais tempo. Aqui é o lugar exato para ele. O cão quer demonstrar que pode confortá-lo, sr. Mikaelson. Não deve lhe negar essa chance.
— Com ele aqui seu trabalho aumentará bastante.
— Não tem importância. Lençóis e pijamas podem ser lavados.
— Então você não se importa?
— Meu trabalho é cuidar do senhor e Bob me ajudará muito nessa tarefa.
— Não foi isso que ouvi da última enfermeira — tornou Klaus, acariciando as orelhas do cão.
— Vamos considerar Bob parte da equipe de tratamento. Mas você, seu imundo — ela afagou a cabeça de Bob —, está sob as minhas ordens de agora em diante. Da próxima vez, deve deixar que eu o enxugue primeiro.
— Ouviu isso, garoto? Você tem de fazer o que ela lhe ordenar. — Klaus sorriu e acrescentou: — Nós dois temos de obedecê-la.
Caroline mandou o cão sair do quarto e perguntou:
— Onde encontro roupas limpas, de cama e de vestir?
— Nas gavetas à esquerda da janela.
Ela achou o que queria. Substituiu os lençóis sujos por outros limpos, depois trocou o paletó do pijama de Klaus. Só então viu a cicatriz horrível resultante da operação de emergência feita para impedir que as costelas quebradas lhe perfurassem os pulmões.
Notou também a magreza dele e compreendeu qual era a intenção de Isobel ao afirmar que iria curá-lo graças aos pratos nutritivos que preparava.
Ocorreu-lhe que Klaus vivia muito só naquela casa enorme, contando apenas com empregados para cuidar dele. Onde estavam a noiva e o irmão? Onde estavam todos que o amavam?
Naturalmente, ele expulsara todos, da mesma forma que a expulsara. Subitamente pareceu-lhe terrível o fato de um homem poderoso e autoritário encontrar-se agora, naqueles momentos de dor e agonia, aos cuidados de uma mulher que o considerava um inimigo.
— Vou buscar seu café da manhã, sr. Mikaelson — Caroline avisou.
— Prefiro que você me chame de Klaus.
— Está bem, Klaus.
— Quero saber seu primeiro nome.
— Caroline.
— Devo avisá-la que o administrador da fazenda virá falar comigo agora de manhã — Klaus falou com firmeza.
— Nesse caso, você terá de alimentar-se bem para ter condições de tratar de seus negócios.
Fazia pouco tempo que Klaus tinha terminado de tomar o café da manhã quando o administrador chegou. Caroline deixou-o a sós com o patrão e saiu para dar uma volta, uma vez que a chuva tinha parado.
Enquanto andava, refletia sobre sua situação. Viera relutante para aquela casa para cuidar do homem que odiava e na primeira noite acabara traindo seus princípios, deixando-se cair nos braços dele para aqueles beijos proibidos que lhe deram tanto prazer.
Devia ter tentado resistir, mas não o fizera. Havia pensado no bem do paciente, claro. Se tivesse lutado, certamente o despertaria e a situação seria constrangedora para ambos.
Já fazia quase duas horas que ela estava caminhando quando o administrador passou por ela de carro e seguiu pela estrada que cortava um bosque. Caroline tinha se afastado bastante da casa e quando se aproximava ouviu o som de um cavalo a trote. Olhou para trás e viu uma linda moça montando um alazão. Havia uma árvore caída na estrada, certamente por causa do temporal, e a moça saltou-a com graça, indo cair perto de Caroline, deixando-a com a roupa espirrada de barro. Sem ao menos olhar para ela, a moça tocou o cavalo velozmente.
Caroline seguiu-a com o olhar, querendo saber quem seria a amazona que pouco se importava com o resto do mundo.
Klaus parecia exausto. Caroline mediu sua temperatura e constatou que ele estava febril. Evitou fazer algum comentário para não irritá-lo.
— O que é isso? — ele perguntou, tendo seus ouvidos apurados detectado o som dos cascos de um cavalo debaixo de sua janela.
Caroline olhou para fora,
— Uma moça chegou a cavalo. Ela passou por mim há alguns minutos.
— Bonnie — ele murmurou.
Não demorou muito, a porta abriu-se e uma visão de elegância entrou no quarto.
Lady Bonnie Bonnett estava com trinta anos; tinha uma beleza altiva e uma segurança própria de quem nasceu e viveu cercada de riqueza e privilégios. A calça do conjunto de montaria que ela usava revelava pernas longas e bem-feitas, o casaquinho tinha um corte perfeito e ao redor do pescoço ela trazia uma echarpe de seda pura. O rosto, no entanto, estava maquiado demais para o campo e o perfume impregnou o quarto.
— Meu querido — ela arrulhou, aproximando-se da cama de braços abertos, embora Klaus não pudesse vê-la.
Em seguida, ela inclinou-se e abraçou-o.
— Você demorou para voltar para o campo — observou Klaus, bem-humorado.
— Querido, eu sei que devia ter vindo há alguns dias, mas havia tanta coisa para eu fazer em Londres. Foram tantas as visitas. Todos perguntaram por você.
— Todos são muito amáveis.
— Eles estão arrasados com o que aconteceu, mas quando eu lhes disse que você estava se recuperando maravilhosamente, todos vibraram.
— Fico feliz em saber que você lhes disse isso. — A voz de Klaus traiu sua tensão, mas Bonnie não demonstrou ter percebido isso.
Ela continuou a falar sobre coisas fúteis, dando a Caroline a impressão de que não tinha a menor sensibilidade; não percebia como certas coisas eram intoleráveis para um homem doente.
Quanto mais a ouvia, mais Caroline se certificava de que não tinha errado no seu julgamento.
— Você recebeu o meu cartão?
— Recebi. Isobel o leu para mim.
— Demorei um século para encontrar um cartão apropriado. Nesse instante Bonnie notou a presença de Caroline e riu alto.
— Oh, céus, você mandou outra enfermeira embora no meio da noite, Klaus querido?
Ele conseguiu sorrir.
— Receio que sim. Essa é a enfermeira Forbes. Bonnie levantou-se e cumprimentou Caroline.
— Forbes. Um nome perfeito e suave para uma enfermeira.
— É verdade — Caroline concordou, ignorando a provocação.
— Acho que você deve ser uma santa para cuidar do meu pobre Klaus. As outras enfermeiras não o suportaram por mais de algumas horas. Espero que ele lhe esteja pagando rios de dinheiro.
— Fui contratada pelo ordenado usual — Caroline respondeu secamente.
— Bem, em breve você exigirá um acréscimo por risco de vida. Conte com o meu apoio.
— É muita gentileza de sua parte.
Aquela frieza de uma simples enfermeira deixou Bonnie ofendida. Ela perguntou com arrogância:
— Será que eu não a vi em algum lugar antes?
— Uma hora atrás você quase passou com seu cavalo por cima de mim.
Estando a cavalo, Bonnie devia ter chegado à mansão antes de Caroline. Isso sugeria que a beldade apreciava mais um passeio a cavalo do que uma visita ao noivo.
Porém, seria preciso muito mais do que uma observação dessas para desconcertar lady Bonnie Bennett.
— Adoro este lugar e dei uma volta para admirar a propriedade antes de vir para cá — ela falou com afetação. Acrescentou em outro tom: — Estou morrendo de vontade de tomar um café. Isobel sabe como eu gosto que ele seja feito. Traga também uma xícara para Klaus.
— Não quero café — Klaus disse depressa.
— Querido, é claro que você deve tomar café. — Ela olhou para Caroline. — Pode ir.
Poucos minutos depois, Caroline estava de volta com uma bandeja que deixou no criado-mudo,
— Você não trouxe café para Klaus — Bonnie reclamou.
— O sr. Mikaelson disse que não queria café — Caroline lembrou-a.
— Mas eu pedi para você trazer — disse Bonnie de modo incisivo.
— Srta. Bennett, o sr. Mikaelson é meu paciente e meu patrão. Recebo ordens dele — Caroline respondeu calmamente.
Sem outra palavra, saiu do quarto, irritadíssima.
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então e isso gente eu ate postei bastante *-* e de noite tem mais =] bjs e inté.