Querido Paciente escrita por Dul Mikaelson Morgan


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Ta ai o ultimo de hoje =] e to feliz que ja tenho um numero consideravel de leitor se bem que so falta comentario kkkk mais não vou exigir tanto espero que gostem boa leitura *--*



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Uma batida na porta impediu Caroline de responder ao irritado paciente.
— Seu jantar — Isobel anunciou, entrando no quarto com um carrinho.
— Como você cuida bem de mim, Isobel! — Klaus exclamou. — Por que preciso de uma enfermeira?
A governanta enrubesceu, feliz, mas replicou:
— Não diga tolices e faça o que a enfermeira lhe disser para fazer.
— Está bem, está bem!
— Posso pôr a mesa para você?
— Não. A enfermeira Forbes fará isso. Obrigado.
Assim que a governanta saiu, o sorriso desapareceu dos lábios de Klaus e a aquela falsa alegria abandonou-o.
— Puxe a mesa para perto da cama.
— Quer que eu o ajude a sentar-se?
— Não! — Ele tentou erguer-se, mas escorregou. — Sim, droga. Com algum esforço, Caroline puxou-o para trás, deixando-o recostado nos travesseiros. Então trouxe para perto da cama a mesa própria para inválidos, que tinha um lado livre, podendo encaixar-se sobre a cama.
— O que é isto? — ele perguntou, indicando uma pequena molheira.
— Isobel deixou o molho separado. O senhor quer um pouco? Caroline já tinha cuidado de cegos e sabia que eles detestavam molho porque acabavam derramando-o por toda parte.
— Não, pode tirar a molheira. Isobel é dedicada, mas não pensa.
— Quer que eu faça mais alguma coisa?
— Se está querendo saber se eu preciso que corte a carne, não. Pode ir. E mude-se para o outro quarto.
Caroline saiu sem dizer nada. Chegando ao quarto trocou o uniforme, mas decidiu não se mudar.
Desceu e admirou-se ao ver que Isobel tinha posto a mesa para ela na sala de jantar. Porém, fazer uma refeição sozinha não era nada agradável e ela foi comer com a governanta na cozinha. Depois ajudou-a a lavar a louça.
— A propósito, Klaus me disse para levar suas coisas para o outro quarto — expôs Isobel.
— Por favor, não quero mudar — Caroline pediu.
— Está bem. Ouvi a ordem dele com o ouvido surdo.
— Qual ouvido é surdo?
— Varia — Hilda respondeu enigmaticamente. Caroline riu. Já gostava muito da governanta.
Quando voltou para o quarto de Klaus, ele perguntou imediatamente:
— Já se livrou daquele uniforme?
— Sim. Estou usando roupas comuns — ela afirmou.
— Aproxime-se. Quero sentir. — Ele ergueu a mão, chamando-a.
— Por que não confia na minha palavra, sr. Mikaelson?
— Porque não confio na palavra de ninguém — Klaus gritou. Depois de um silêncio desconcertante, acrescentou:
— Desculpe. Quando se está na escuridão... só há descon¬fianças... não sei como explicar...
— Nem é preciso — Caroline disse depressa. — A culpa foi minha. Eu devia ter sido mais compreensiva. Estou aqui.
Ela segurou a mão dele e guiou-a para seu braço, de modo que ele pudesse sentir a suave textura do suéter que ela usava. Ele apenas tocou no material e retirou a mão depressa.
— Obrigado — agradeceu friamente. — Não havia necessi¬dade disso. É claro que acredito em você.
Klaus tinha comido pouco. Parte da comida caíra no lençol. Caroline limpou tudo em silêncio, tirou a bandeja e empurrou a mesa para perto da janela.
— Vou sair para ler as anotações deixadas pela enfermeira que me precedeu. Amanhã conversaremos sobre o seu trata¬mento — ela avisou.
Aguardou um instante, caso Klaus quisesse dizer alguma coisa, mas ele apenas fez sinal com a mão autorizando-a a sair. No corredor ela lembrou, aliviada, que ele não dissera mais nada sobre a mudança do quarto.
Era muito bom ficar sozinha. Aquele dia a abalara bem mais do que desejava admitir. Pegou um casaquinho e foi para o jardim respirar o ar fresco.
Ainda havia claridade e soprava um vento frio que fazia dançar os narcisos sob as árvores. Caroline fechou mais o casa¬quinho e começou a andar pelas alamedas. Precisava exorcizar seus últimos fantasmas.
Porém eles eram perversos, travessos, e a aguardavam em cada canto. Lá estava Kol, um sorriso de garoto nos lábios, os braços abertos para ela. Mais adiante, correndo para ele, o mais doloroso de todos os fantasmas: o dela mesma, bem jovem, radiante de felicidade.
Subitamente Caroline teve de cobrir a boca com a mão para sufocar a angústia que crescia dentro dela. As lembranças eram tão vivas e arrasadoras que ela teve de se encostar no tronco de um carvalho para manter-se de pé. Tudo poderia ser tão diferente...
Depois de uns minutos, inspirou fundo, ergueu o queixo e continuou a andar.
Era pleno verão quando ela viera àquela casa pela última vez, e seu coração, alegre e transbordante de amor, parecia um reflexo da estação festiva e repleta de flores. Agora era fim de março, quando o inverno cedia lugar à primavera. As árvores começavam a se vestir de verde e os botões estavam prestes a desabrochar. Mas Caroline caminhava alheia àquela transformação e àquela be¬leza. Para ela, jamais voltaria a ser primavera.
A mansão ficava numa colina, de onde se tinha uma vista de todo o terreno ao redor e, além dele, o vale, como se os Mikaelson quisessem manter tudo debaixo de seu olhar vigilante.
A Mansão Mikaelson era linda e com proporções perfeitas. Fora construída três séculos atrás, em pedra cor-de mel, por um Mikaelson riquíssimo. No vale ficava Hampton Mikaelson, cidade do¬minada pela Mikaelson & Filho, fábrica de máquinas para enge¬nharia, com o maior número de empregados de toda a região.
O lema da família Mikaelson era: Cuidado com o Rugir do Leão, e traduzia perfeitamente o poder que os Mikaelson possuíam. Agora esse lema parecia se ajustar ainda mais a Klaus: um leão cujos ferimentos o haviam deixado mais perigoso.
O vento tornara-se mais forte e estava ficando cada vez mais escuro. O céu no poente perdia seus tons púrpura indicando o início da noite. Mas Caroline olhava para o horizonte sem nada ver. Sentia um tremor que nada tinha a ver com o tempo.
Aqueles seis anos em que anulara seus sentimentos não a deixaram preparada para as emoções conflitantes que agora a dilaceravam.
Klaus Mikaelson a destruíra. Se ela quisesse vingar-se, poderia ter feito isso logo ao entrar no quarto dele pela manhã, vendo-o tão indefeso. Mas ela não era vingativa, apenas fria e indife¬rente. Também sentia cansaço e desejava, de todo o coração, não ter voltado aquele lugar.
Caroline terminou de arrumar Klaus para passar a noite e notou que ele parecia exausto. Tinha o rosto contraído e os lábios apertados, o que a fez perguntar-lhe:
— Está sentindo dor?
— Não fisicamente. É só o horror de enfrentar mais uma noite insone. Pelo amor de Deus, dê-me algum remédio para dormir.
— A última enfermeira, ao que tudo indica, deixou-o de¬pendente de comprimidos para dormir — Caroline observou.
— Talvez ela tenha compreendido melhor do que você o que é estar preso numa armadilha.
— Armadilha?
— Na escuridão e no silêncio. Às vezes ouço o rádio, mas em seguida me convenço de que esse é apenas outro modo de prisão.
— Vou lhe dar um comprimido esta noite — Caroline concor¬dou. — Amanhã conversaremos sobre isso.
Ela medicou-o e tentou deixá-lo mais confortável, mas Klaus despediu-a com impaciência.
— Boa noite.
— Boa noite, sr. Mikaelson.

Era cedo para se deitar, e Caroline desceu para a cozinha, onde passou uma hora conversando com Isobel e tomando chá. Quando subiu para o outro andar, parou junto da porta do quarto de Klaus e apurou os ouvidos. Ficou penalizada ao ouvir os sons vindos do interior do cômodo. Klaus murmurava frases interrompidas e gemia como uma pobre alma atormentada. Indecisa, receando entrar e acordar o paciente, esperou um momento. Por fim, entrou sem fazer barulho.

A pedido de Klaus, ela deixara as cortinas abertas e ela pôde ver à luz do luar que incidia sobre a cama o corpo imóvel do paciente. Minutos depois ele começou a virar febrilmente de um lado para o outro.
Pé-ante-pé, Caroline aproximou-se da cama, pensando se devia acordá-lo para livrá-lo daquela agitação.
Agora compreendia por que Klaus insistira para ela voltar para o outro quarto. Ele não a queria tão perto para que não pudesse ouvi-lo quando tinha seus pesadelos. Seria demais para o orgulho dele ter alguém testemunhando seu desespero.
— Por quê... por quê? — a indagação saiu dos lábios dele num sussurro rouco.
— Sr. Mikaelson... — Caroline chegou ainda mais perto da cama. Subitamente ele virou-se com violência e um braço bateu na cabeça de Caroline. Mas ele continuou agitado, sem acordar.
— Está tudo bem — ela falou suavemente. — Estou aqui.
— Onde? — ele gritou.
— Do seu lado. Pode me tocar. — Caroline guiou a mão dele para que lhe segurasse o braço.

Klaus continuou a murmurar.

— Você não é real... é sempre um sonho...

— Desta vez sou real — Caroline afirmou, intrigada, querendo saber a quem ele se referia.

— Eu tentei corrigir o meu erro... mas... nunca mais a encontrei...

— Há muito tempo para você corrigir seu erro.

— Tarde demais... você desapareceu...

— Agora estou aqui.

Klaus ficou mais calmo, apesar de estar com a respiração ofegante e a testa suada.

— Então não vá embora.

— Não irei. Ficarei aqui enquanto você precisar de mim. Ele passou devagar as mãos pelos braços dela, pelo pescoço e, chegando à cabeça, ficou algum tempo acariciando-lhe os cabelos e enrolando pequenas mechas nos dedos, parecendo surpreso.

Caroline respirou fundo, querendo afastar-se da cama. Tratar dele era uma coisa, mas aquele tipo de intimidade com o inimigo não fazia parte do contrato de trabalho. Devagar, ela segurou a mão dele e esperou um pouco.

Por fim, ele soltou os cabelos, mas continuou a tocar-lhe o rosto. Ao sentir os dedos de Klaus contornando seus lábios delicadamente, Caroline ficou tensa. Mas o contato da mão dele era tão suave que despertou nela uma sensação deliciosa e proibida. O coração bateu loucamente e ela mal pôde respirar.

De repente, um medo terrível apoderou-se dela. Não sabia por que temia aquele homem incapaz e indefeso, mas o medo surgira do nada e a estava sacudindo como se fosse uma boneca de trapos. Isso tinha a ver com alguma coisa que lhe fugia à lembrança e a deixava trêmula. Tinha de sair dali imediatamente, mas a expressão torturada de Christopher parecia prendê-la junto dele.

— Por que você foi embora? — ele indagou.

— Tive de ir. Você sabe por quê.

Ela mesmo não sabia por que dera essa resposta. Porém convenceu-se de que tinha acertado inteiramente.

Klaus suspirou.

— Sim, eu sei por quê. Eu tentei... mas era tarde demais.

Sem que Caroline esperasse, Klaus puxou-a para perto dele e bei­jou-a.


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Notas finais do capítulo

Bom a coisa ficaram um pouco boa ne ? pra mim ficou u.ú a fic e light não se preocupe ... amanhã continua sobre o que a Caroline vai fazer sobre isso , bjs e inté