Enquanto subiam as escadas a monitora falava sem parar:

– E seus colegas de quarto já foram sorteados, alunos novos. Não há possibilidade de troca...

– Que droga, James! E se a gente ficar separado? – Reclamou Pedro Petigrew.

– Tá querendo dormir com o Potter, Pedro? – Disse Marlene com um sorriso.

– Humpf, só não quero ficar com desconhecidos. – Murmurou Pettigrew enquanto todos riam.

Os primeiranistas estavam seguindo a monitora Scramy até a sala comunal da Grifinória. Quando finalmente entraram ela disse:

– Bom, os quartos dos meninos são desse lado – apontou para a direita – e os das meninas são pra esse outro lado – apontou para a esquerda – Agora vou falar seus quartos. Primeiro, claro, as meninas. Meadowes, Evans, Mckinnon e Lewis, quarto 1, podem subir...

– Isso! – Alice olhava para as suas novas colegas de quarto.

– Que sorte, cara! – Disse Marlene enquanto todas subiam para o quarto 1. – Até parece que eles esperaram a gente se conhecer pra fazer a lista...

Chegaram ao seu novo quarto e Lily foi correndo para a cama mais perto de uma janela gritando “MINHA!”. Todas davam risadas e Marlene foi correndo para a outra cama que tinha uma janela em cima e também gritou “MINHA!” enquanto Dorcas e Alice riam e se acomodavam nas outras camas.

Nesse meio tempo a monitora Scramy terminava de listar os quartos das meninas e Remo chegava na sala comunal.

– Remo? Você não estava aqui? O que aconteceu? – Perguntou James.

– Ah... Err... Eu... Fui na... Enfermaria! Isso! Tinha que passar lá pra entregar meus remédios para a enfermeira. É que as vezes eu tenho umas viroses terríveis...

– Ah, ok. – E olhou para Sirius – Acho que a vingança será desnecessária, caro Sirius.

– Se você diz, James. – Remo ficou encarando os dois. Depois de algum tempo todos voltaram a atenção para a monitora que terminava a lista das meninas e começava a dos meninos. Quando finalmente chegou no ultimo quarto ela disse:

– Bom, obviamente os quatro que sobraram são do mesmo quarto... Vocês são Potter, Black, Pettigrew e Lupin, certo? – Perguntou ela entediada e eles disseram que sim. – Podem subir. Boa noite. – E ela subiu as escadas murmurando “Eu nunca mais quero ser monitora... Tive que fazer tudo sozinha... Já são quase 23 horas...”

– Vamos subir então? – Disse Sirius sorrindo. – Ainda bem que ficamos juntos...

– É, sim... Mas e os nossos malões? – Perguntou Pettigrew.

– Ah, eles trazem antes. Provavelmente já estão nos nossos quartos. – Respondeu Remo.

Eles finalmente entraram no quarto e James foi correndo para a cama mais perto da janela e gritou:

– MINHA! Minha! Saiam!

Enquanto os outros olhavam assustados para ele, Sirius riu e foi correndo para a outra única cama do lado das janelas gritando também:

– MINHA! Saiam da minha propriedade, seus sangues ruins nojentos. Como ousam desrespeitar a cama dos meus pais!

Dessa vez todos ficaram olhando para Sirius enquanto ele percebeu que ninguém conhecia realmente sua mãe e disse:

– Ah... É o que minha mãe diria. – Deu uma risada nervosa, acompanhada por James enquanto Lupin e Pedro pegavam as outras camas.

– Um banheiro só para nós! Graças a Merlin! – Disse Pettigrew.

De repente James se levantou e disse:

– Merlin, é mesmo! Minha vassoura!

– Que? – Perguntou Lupin.

– Ah, minha coruja trouxe ela antes do expresso... Mas acho que só vou poder ir pegar amanha de manhã...

– Você sabe que é contra as regras trazer...

– Ah, Remo, você realmente esperava que o James respeitasse essa regra? – Disse Sirius enquanto tirava os sapatos – Eu vou dormir. Estou exausto.

– Eu também... – Disse Pedro que mal terminou de tirar os sapatos e deitou na cama, roncando.

– Wow, essa foi rápida... – Disse Remo.

Logo estavam os quatro deitados em suas camas, as luzes já apagadas. Os outros primeiranistas já tinham ido dormir a algum tempo, mas ainda havia uma novata que não conseguia dormir. Ela desceu até o salão comunal e sentou na frente da lareira. Algum tempo depois um menino que estava no terceiro ano desceu as escadas e percebeu que havia uma menina muito baixinha chorando na frente daquela mesma lareira.

– Está tudo bem? – Ele perguntou enquanto se sentava do lado da menina.

– Ah, é... Eu estou bem. – Lílian tentava secar as lagrimas.

– Você é novata né? Eu sou Daniel Wood... Quer me contar o que aconteceu...?

– Lílian.

– Lílian. É um lindo nome para uma linda menina. – Ele sorriu para Lily que o olhou com os olhos inchados. – Então, me conte porque você está com os olhos inchados?

– Ah, é a minha irmã... Ela não aceitou que eu vim pra cá...

– Hm, então você nasceu trouxa?

– É. – Mais uma lágrima desceu pelo rosto da menina.

– Calma, calma. – Ele pegou na mão de Lily. – E o que tem de mais vir para Hogwarts? Sua irmã vai acabar aceitando...

– Ela me deserdou hoje de manhã. – E começou a soluçar.

– Ora, ela não deve ser muito mais velha que você, Lílian. Provavelmente vai repensar essa atitude.

– Você não conhece Petúnia. – E Lily não estava mais se aguentando e parou de segurar seu choro. Daniel a abraçou e não soltou até que ela parou de soluçar. Então olhou nos olhos de Lily e disse:

– Não sei o que dizer, Lílian... Eu queria poder te ajudar. – Ela o abraçou novamente, mais forte.

– Já me ajudou. – Disse Lily que esboçou um sorriso para Daniel. – Obrigada...

– Ah, disponha. – Ele sorriu para Lily. – Alias, que nome esquisito e dessa sua irmã... “Petúnia”... Esquisito.

– Espere até ver a cara de cavalo dela. – Eles começaram a rir e Lily não chorava mais. Depois de algum tempo ela levantou e disse – Obrigada, Daniel. Eu vou dormir pra não acabar dormindo nas aulas amanha...

– Ah, então temos uma nerd aqui? – Lily arregalou os olhos, não sabia se nerds eram aceitos em Hogwarts.

– Ah... eu... estudo um pouquinho... às vezes...

– Ei, relaxa, Lílian. – Daniel deu uma risada. – Segundo meus amigou eu sou nerd, igual, eu acho, que a senhorita deve ser.

– Ah, que susto. – Lily riu. – E pode me chamar de Lily, Daniel... Boa noite.

Lily subiu as escadas correndo e quando chegou ao seu quarto conseguiu dormir na mesma hora.