Segundo Massacre Quaternário escrita por BatataReal


Capítulo 18
Aliança perigosa


Notas iniciais do capítulo

Arena, uma caixa de surpresas.



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Em minha mente já se passara três dias que estou preso nesta Arena, posso estar errado já que o tempo pode ser manipulado e se estou certo, já foram 23 tributos mortos, um número alto considerando os outros jogos que para atingir este número teria de passar semanas, ou até meses como alguns jogos duraram e assim chegar ao vencedor, o garota ou garota que teria sua vida normal, exceto pelos inúmeros pesadelos, o sangue que nunca mais irá sair das suas mãos, será que me sentirei assim? A noite chuvosa passara, porém o que ela deixa na antiga floresta é um local que não consigo reconhecer, está tudo inundado, a terra firme virou lama, árvores derrubadas pela floresta e isso pode ser um sinal para eu continuar indo ao norte, ao final da Arena.

Desço com facilidade a árvore, mas a lama faz com que metade de minha perna fique presa e minha locomoção está dificultada, estou usando o dobro de energia que eu precisaria para atravessar essa parte da floresta. Não há sinal de nenhum outro tributo, nenhum animal, nada, apenas eu, sozinho de novo, eu deveria estar feliz?

Estou caminhando pela lama e começo a enxergar fumaça entre as grandes árvores da floresta. Será um grupo de tributos por perto? No entanto, o que eu ouço é um enorme barulho e sinto que a Arena tremeu. O barulho dos canhões não para de soar, um atrás do outro, não sei o que acontecera, porém fora longe, talvez na grande montanha ou na campina. A fumaça entra pela floresta e resolvo descansar debaixo de uma árvore, cubro minha boca e meu nariz com a camiseta e fico o mais próximo ao chão. Afinal, trabalhar nas minas do Distrito 12, correndo perigo de morte me dera algumas vantagens agora.

Os canhões pararam, contei dez, o que poderia ter feito tanta gente morrer de uma vez só? Não vou me arriscar a olhar, porém o ar ficou muito quente e abafado, uma explosão é fato. O chão está começando a secar, o que era lama virou um terreno cinza, as folhas das árvores caem sem parar, o barulho de coisas queimando, alguns gritos ainda consigo ouvir, gritos de socorro, gritos enlouquecedores.

Corro o mais rápido possível para me afastar, com certeza deve ter tributos pensando a mesma coisa, fugir, e não posso ser pego nesta floresta, aqui e agora, estou sem visibilidade boa e meus ouvidos estão ocupados com os barulhos da grande explosão que ocorrera. Depois de algumas horas alternando a corrida e a caminhada, a floresta começa ficar igual a primeira parte, verde, extremo silêncio, visibilidade boa, não consigo ver mais a fumaça.

Sento em uma pedra e abro minha mochila, alguns suprimentos, bebo um gole d'água e apenas isso, não sei quando irá chover de novo e tenho que sobreviver com isso. Não estou com fome, mas sinto moleza no meu corpo, então pego um pão que está bem duro, mas o sabor continua o mesmo com os quais eu comprava para minha família em algumas manhãs privilegiadas, não eram todos os dias que poderíamos ter um pão na mesa, muita das vezes eram só grãos com carne que minha mãe comprava no Prego.

— Está vendo? São passos, vamos!

Minhas pupilas se dilatam rapidamente com está voz, fecho minha mochila rapidamente, engulo o resto do pão e corro o mais rápido possível. No entanto, consigo ouvir alguns passam, isso não é de minha imaginação, são tributos e se reconheço essa voz... Maik!

— Vamos por aqui! - diz Maik.

— Ele não deve estar aqui Maik, ele não é burro! - diz um dos aliados de Maik.

— Ele é um tributo do Distrito 12, não se espera nada desse tipo – diz outro aliado.

Maik da uma risada e me distraio ouvindo a conversa e tropeço na raiz de uma árvore. Suas respirações ofegantes estão por perto, então rolo meu corpo para trás da árvore e fico com a faca em minhas mãos. O barulho dos galhos de quebrando pelo chão passam pela árvore e parma.

— Os passos terminaram, e agora Maik?

— Então... Ele está por perto – responde Maik.

Tento correr para uma outra árvore que está alguns metros de mim, mas sinto uma dor no meu tornozelo e recuo novamente para árvore. Abaixo e vejo se quebrou, talvez só torceu. Mas quando começo olhar para cima, vejo pés e em um piscar de olhos Maik está agarrando meu pescoço e tentando me matar enforcado contra a árvore.

— Achamos o fujão – diz Maik sorrindo sarcasticamente.

Tento me soltar, um ato falho. Seus dois aliados já estão ao seu lado prontos para me matar, mas não irei desistir, eu prometi para Alice. Não cumprir promessas não é meu estilo.

— Últimas palavr...

Antes que Maik terminasse seu discurso, pulo e consigo chutar sua barriga, Maik cai no chão do lado de seus aliados.

— Mate-o – grita ele!

Um dos aliados tenta me dar uma facada, consigo desviar e chuto ele para longe, o outro acerta uma facada de raspão no meu ombro e caio no chão, Maik chuta minha barriga e agora estou invulnerável, minha faca voou longe. Maik tenta me dar uma facada, mas rolo meu corpo para a direita, sua faca fica presa na terra e consigo dar uma cabeçada nele.

Levo um soco na cara, não sei de quem foi, mas tudo fica preto e tento me levantar. Estou tonto e caio logo em seguida de cara no chão, vejo minha faca perto e pego-a e por um instinto rodo meu corpo e consigo acertar uma facada que corta um pedaço da blusa de um dos aliados de Maik, sangue começa sair de sua barriga.

— Seu filho da...

Antes que ele termine dou um soco na sua barriga, ele cospe sangue em meu rosto e Maik consegue arrastar a lâmina da sua faca em minha testa. Tento ir para trás, mas seu outro aliado está me esperando, não tenho que fazer. Maik vem caminhando lentamente com a faca em sua mão, ele chuta minha cabeça, mas consigo desviar e consigo derrubá-lo no chão. Rapidamente enfio minha faca sobre seu peitoral, um enorme grito sai de sua boca. Um do seus aliados corre para ver Maik então aproveito o descuido para me levantar, o outro aliado tenta me dar uma facada nas costas, desvio com velocidade e desarmo ele, chuto ele e cravo minha espada em sua barriga já ferida.

Não há como voltar, o sangue está nas minhas mãos. Vida ou morte, a Capital me influenciou, me mudou. Porém, ainda resta um, seus olhos estão vermelhos, ele é mais forte do que eu, mas sou mais veloz, posso tirar vantagem dele. Retiro a faca da barrigada do tributo já sem reação e me preparo para tentar matar o último aliado de Maik, mas ele foi mais esperto. Em um descuido meu ele pegou a faca de Maik, agora ele está com duas facas e vem em minha direção. A primeira facada consigo esquivar, tento acertá-lo, mas ele consegue me desarmar facilmente com a outra faca.

Estou ajoelhado, esperando minha morte. Ele levanta sua faca que brilha ao encontrar a luz, sua lâmina está vindo em direção a mim, porém ele faz um enorme gemido e caí ao meu lado, morto.

Quando olho para o lado, um dardo está sobre o seu pescoço, uma gosma verde sai dele e Maysilee sai da floresta.

— Nós viveríamos mais se cooperássemos um com o outro – diz ela.

— Acho que você acabou de provar essa tese – digo.

Esfrego meu pescoço, aliviado da morte.

— Aliados? - pergunto.

Maysilee balança a cabeça em concordância.


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Notas finais do capítulo

Obrigado novamente a todos que acompanham, aos que me cobram pelos capítulos no meu Twitter (@BatataReal), mas realmente só estou escrevendo quando estou querendo. Não quero que minha Fanfic vire algo chato de ler, então quando eu estiver com várias ideias irei escrever com certeza.

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