- JELLAL! - Alguém gritou. Aparentemente, uma voz alta e grossa, bem familiar para Erza. Jellal havia apenas encostado os lábios com os de Erza, até que ouviu o grito do homem. Virou o rosto para trás, se deparando com Gray e Natsu. Gray estava com ambos braços envolvidos por uma espécie de camada de gelo, que tinha uma espécie de lâmina afiada que saía das costas das suas mãos. Natsu estava com um punho já envolvido em chama. Eles olhavam com raiva para Jellal, que de início, não entendeu o motivo.

- VOCÊ ACHA QUE É ASSIM, NÃO É? VOCÊ VOLTA SÓ PRA ILUDIR A ERZA, E DEPOIS VAI EMBORA COMO SE NADA HOUVESSE ACONTECIDO?! VOCÊ VAI PAGAR CARO PELO QUE VOCÊ FEZ, SEU DESGRAÇADO! - Natsu havia gritado. 'Não, Natsu, você tá entendendo tudo errado...' Pensou Jellal, soltando Erza devagar, embora ela não quisesse se soltar dele. - Natsu... você não está entendendo. Além do mais, nada o que acontece entre eu e a Erza tem a ver com v... - Jellal foi interrompido por Natsu, que havia tomado impulso com ambas pernas para saltar contra Jellal, e acertá-lo por um soco potente envolvido de fogo. Jellal apenas girou nos calcanhares, deixando com que Natsu passasse em reto - ou quase -, já que Jellal segurou-o pelo cachecol e o arremessou contra Gray. Ambos caíram no chão.

- Natsu, Gray... eu não quero machucar vocês dois, só peço que me escutem! - Disse Jellal, recuando alguns passos. - Você acha que a gente não sabe, é? A Lucy nos contou tudo. O motivo da Erza estar tão distanciada assim da guilda, o motivo pelo que ela chora. A CULPA É SUA, JELLAL. SERÁ QUE VOCÊ NÃO PERCEBE ISSO? SERÁ QUE VOCÊ É TÃO TAPADO QUE NÃO CONSEGUE PERCEBER QUE ELA É AP... - Um clarão amarelado emergiu do contro de Jellal, e ele partiu em uma velocidade absurda contra Natsu, golpeando-o com um soco poderoso no queixo. - Eu não queria ter que fazer isso, Natsu. Mas você me forçou. Será que agora você fica quieto e escuta o que eu tenho pra falar? - Perguntou Jellal. Antes que ele pudesse perceber, Gray havia atacado-o de surpresa, pelas costas, na tentativa de fincar sua lâmina de gelo nas costas de Jellal. Mas ele foi parado. Erza havia segurado-o pela perna, puxando-o e arremessando-o contra uma árvore em seguida. Jellal olhou para ela, perplexo. - Erza... por que voc... - Ele foi interrompido por ela, que colocou o dedo indicador na frente dos lábios dele, pedindo apenas que ficasse calado. Ele assentiu com a cabeça, e voltou a olhar para Natsu... espera, cadê o Natsu?

- Natsu... você vai mesmo tentar me atacar pelas costas? - Perguntou Jellal, olhando ao redor da praça para ver se encontrava o rosado. Quando notou que Gray também havia desaparecido. Ataque surpresa combinado, talvez? Quando olhou para trás, para falar alguma coisa para Erza, ela também não estava lá. Eles haviam levado-a para a guilda, provavelmente. Mas... mas... Jellal suspirou, voltando a dar uma boa olhada ao redor para ver se encontrava eles. Não, eles não estavam lá. Droga. Mais uma vez, quando poderia finalmente falar com a Erza... eles foram separados. Talvez fosse o destino, eles não poderiam ficar juntos, Jellal pensou.

- É... não. Não vou desistir tão fácil assim. Erza, eu vou te encontrar, nem que eu tenha que vencer todos os magos da Fairy Tail em apenas uma luta, mas eu vou. Estou chegando. - E ele saltou, sendo envolvido pela magia e pela luz amarelada ofuscante, e partiu em direção da Fairy Tail.

~ Lá dentro... ~

- ME SOLTEM AGORA, VOCÊS NÃO SABEM O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO! NAAAAATSU! - Erza estava gritando, sem sucesso. Ela já estava na sacada do segundo andar da guilda, mais especificadamente, no seu quarto. Estava com ambos braços presos - congelados juntos, na verdade - por Gray. Ela estava sentada em uma cadeira, Gray e Natsu sobre o soalho. - Erza... - Disse Gray, calmamente. - Precisamos conversar. Como já havíamos dito, Lucy nos contou sobre os seus sentimentos. E não é bom que você fique perto do Jellal, já que é ele que te faz tão mal assim. Estamos preocupados com você, Erza. Não queremos ver você chorar. Não outra vez. - As palavras de Gray saíram como uma flecha na barriga de Erza. O que eles falavam tinha sentido... mas se ela estivesse longe de Jellal, ela estaria ainda pior. Mais valia ficar perto dele por poucos momentos, do que nunca mais encontrá-lo. Mas ok, iria concordar com eles para pelo menos se soltar.

- Ok, ok. Depois eu vou ter uma conversinha com a Lucy... mas por hora, tá tudo bem. Não vou atrás dele, mas vocês tem que me soltar! - Ela deu a sua condição. Natsu então abriu um sorrisão, e foi até ela, atirando uma labareda na sua prisão de gelo até descongelá-la. Feito isso, abraçou-a. - Erza... eu não quero te ver sofrer, ok? Só queremos o seu melhor. - E saiu de perto dela. Foi até Gray, assentindo com a cabeça para ele. Ambos pularam da sacada, e foram de volta para o bar.

- Pois é... quando finalmente me encontro com ele, sou forçada a sair de perto. Jellal... - Ela suspirou, e foi tomar um banho. Jellal chegou até a sacada onde ela estava, aterrissando lentament epara não fazer barulhos. - Então é aqui que você fica, não é, Erza? - Ele disse baixinho, entrando no cômodo mais próximo. Havia uma cama, um tapete vermelho, com um espelho de parede, um guarda-roupas - mas pra que? - e algumas outras coisas. Ele foi até a cama dela, e se sentou. Poucos minutos depois, Erza sai do banheiro, já usando um pijama - uma camisola rosa meio transparente, e os cabelos soltos, como ela andava na maioria das vezes. - e segurando a toalha nas mãos. Foi até a sacada sem sequer perceber que Jellal estava ali, sentado na cama dela. Quando ela voltou... paralisada.

- Jellal... como você...? - Ela perguntou, assustada. Ele apenas deu um sorriso, e se levantou da cama, indo até ela, que corou. Levantou o seu queixo com o dedo indicador, e beijou-a. Finalmente, o que iria acontecer mais cedo, aconteceu. Ela colocou os dois braços em volta do pescoço dele, e ele segurou-a pela cintura. Acabaram cessando o beijo por falta de ar - parecia que eles estavam se falando em uma língua onde só eles entendiam, estavam se comunicando de uma forma única para eles - e soltaram um sorriso. Ela olhou para ele nos olhos, e em seguida, depositou sua cabeça no peito dele.

- Jellal... me diz que você não vai embora... - Foi interrompida por ele. - Eu vou, Erza. Tenho que ir. Você sabe o que vai acontecer se eu ficar aqui, não é? - Ele perguntou, mas ela continuou calada. No fundo, ela sabia o que iria acontecer. Voltou a olhar pra ele. - Certo... mas, me diga... você vai voltar, não é? - Da forma que ela havia dito, ninguém, repito, ninguém seria capaz de dizer não. Com Jellal não foi diferente. - Vou. Pretendo voltar aqui amanhã mesmo. Sabe... eu larguei a minha equipe, ou guilda, como preferir. Agora sou um mago livre, solto, e sem rumo. Ando apenas caçando bandidos e magos das trevas. Vai ser mais fácil para a gente ficar próximo um do outro. - Ele disse, sorrindo. Ela sorriu também, abraçando-o mais forte, até que o soltou e ficou apenas de mãos dadas com ele.

- Certo, então... amanhã vou te esperar aqui! É bom que não falte ou se atrase, entendido? - Uma das características dela, é, foi, e sempre será ser mandona. Não importa se é com o homem que ela ama, ou não. - Entendido, general. - Ele brincou. - Amanhã sem falta eu estou aqui, nesse mesmo horário. Vou te levar pra um lugar que eu gosto muito. E espero que você goste dele também. - Tenho certeza que irei, Jellal. Agora... vá. Tenho que dormir. - Ele sorriu com a tentativa falha dela, de expulsá-lo. O que ele fez? Pegou-a no colo e levou-a até a cama. Deixou-a deitada lá, deu um beijo na sua bochecha. Bateu continência, e partiu voô em alta velocidade, desaparecendo em poucos segundos.

- Será que é um sonho... me diz que não é um senho, Kami... ahn. Certo, não é um sonho. Boa noite. - Ela puxou a cordinha do abajour, desligando-o. Adormeceu, com um sorriso que a muito tempo não se via em seu rosto. Ela estava feliz.