Pretty Normal escrita por Lost star


Capítulo 2
Inferno gelado


Notas iniciais do capítulo

Oi, ainda nenhum review no capítulo anterior, mas tudo bem. Estou de volta! OSIASIAOSIAOSIAOSIAOSIAOSIAOISQAIS'
Beleza, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/306258/chapter/2

Verde. Essa é a cor que define esse lugar. Tudo aqui é natural e lindo, até você não aguentar mais abrir a janela e só ver névoa, neve e árvores. Foi o que aconteceu comigo cinco minutos após minha chegada. É uma merda ter que carregar meu avô para lá e para cá por causa da sua cadeira de rodas, mas pelo menos ele não fica me dizendo o que fazer. Bem, não fez isso por enquanto.

-Só uma coisa, querida, aqui ninguém vai te chamar de Lucy. Você não terá privilégios e sua mesada será significativamente inferior a que você costumava ter. Você será Sarah Black, filha de Rebecca, para todos os efeitos.- Meu avô disse, antes que eu pudesse sair para meu primeiro dia de aula.

-Você está brincando, não é?- Eu perguntei.- Eu nem conheço ela!

                Meu avô deu um tapinha no meu braço e riu.

-Por isso mesmo.- respondeu.- O antigo carro de seu pai está na garagem, cuidado com a estrada.- E dizendo isso me jogou as chaves do carro.

                Tudo bem, uma das consequências de meus atos foi perder o meu Camaro. Tanto faz, eu não precisava dele mesmo. A estrada até a escola era cheia de curvas e gelo, mas eu consegui chegar lá viva, nada que o velho carro de meu pai não desse conta. A escola era pequena, muito menor que a que eu estudei antes de ficar famosa. E não era particular também.

                Andei pelos corredores com o coração na boca, com muita dificuldade encontrei a secretaria e peguei meus horários. Ela me disse onde ficava a minha sala de aula e eu fui caminhando lentamente até lá. Eu tive que tomar alguns cuidados antes de vir para Forks. Em primeiro lugar eu mudei meu corte de cabelo, deixei-o mais curto e com franja lateral. Também parei de usar maquiagem e comprei roupas completamente diferentes das que eu costumava usar.  Antes eu usava salto, agora uso all star. Antes meu cabelo era liso e agora é cacheado. Nada que o dinheiro não mude.

-Srta. Cullen?-perguntei, pouco antes de aparecer na soleira da porta. Logo avistei uma mulher linda, de longos cabelos ruivos e cacheados e olhos castanhos chocolate.

                Ela pareceu assustada em me ver, tanto que deixou o caderno que segurava cair. Foi isso que atraiu a atração de todos para mim. Não havia chance de eles me reconhecerem, mas a minha professora me conhecia, ou conhecia alguém da minha família.

-Sarah Black?- ela perguntou, após se recompor. Eu assenti e dei um passo para dentro da sala.- Achei que alguém do Havaí deveria ser bronzeado.- ela brincou, eu dei um sorriso amarelo.

-Não curto muito o sol.- respondi, segurando minha mochila rasgada com uma das mãos. Ela assentiu, como se soubesse do que eu estava falando.

-Bem, faz sentido. Afinal, você está em Forks.- então ela riu de sua própria piada interna.- Sente-se lá no fundo, querida. Eu preciso continuar com a aula.

                Caminhei até o fundo da pequena sala e me sentei ao lado de um garoto, não sei dizer se ele gostou da minha companhia ou não porque eu estava distraída demais observando nossa professora. Nunca alguém me pareceu tão cruelmente familiar.

-Bem, como estava planejado para hoje, nós vamos assistir um filme.- A professora disse, em seguida a secretária entrou trazendo um carrinho de multimídia.- Sarah, querida, espero que não ache que seja perseguição se assistirmos um vídeo de seu tio Jacob.

                Imediatamente todos da sala se viraram para mim. Se todos estavam agindo desse jeito achando que eu era sobrinha de Jacob, imagine se soubessem toda a verdade. Eu balancei minha cabeça em negativa e forcei um sorriso.

-De forma alguma, Srta. Cullen.- Respondi, erguendo um pouco o queixo para que minha voz soasse melhor.- Eu nem ao menos o conheço.

                Pude ouvir exclamações de surpresa por toda a sala, mas foi o olhar de tristeza de minha professora que me intrigou mais.

-Você não o conhece?-ela perguntou.- Como ele pode não conhecer a própria sobrinha?

                Eu abri e fechei a boca algumas vezes antes de responder, e tive de controlar a rouquidão de minha voz quando disse:

-Não como gostaria. Eu me surpreenderia se Jacob conhecesse bem ao menos uma de suas filhas, pessoas como ele não tem tempo para a família.

                Renesmee me mandou um sorriso triste e se apoiou na mesa do professor, sem desviar os olhos de mim. Eu pude notar o quão jovem ela era, não mais que trinta e seis anos. Ela parecia doce e amigável naquele vestido florido que vestia, mas algo me dizia que havia uma guerreira dentro dela. Uma guerreira que já passou por muitas provações.

-Não se abandona a família, nem por todo o dinheiro do mundo.- foi tudo o que ela disse antes de dar o play no filme e me fazer assistir um dos filmes que fiz com meu pai.

                Eu devia ter uns sete anos, foi na época em que eu achava que a fama de meu pai era algo mágico e interessante. Elizabeth tinha uns cinco anos e já começava a escrever historinhas para que eu e papai apresentássemos para ela e Sarabella antes de dormir, naquela época minha irmã mais nova deveria ter uns dois anos. Naquele ano meu pai me levou com ele e Leah para um jantar com o diretor do filme em que ele trabalhava na época e aquele homem viu futuro em mim.

-Essa garota pode ir longe, Jacob. É só você querer.- ele disse.

                E depois daquele dia todo o meu conto de fadas veio abaixo. A fama de meu pai não tinha nada a ver com magia, tinha a ver com os joguinhos de poder de alguns e o dinheiro de outros. Tinha a ver com chantagem e talento. Uma mistura perfeita de coisas admiráveis e abomináveis.

                O nome do meu primeiro filme foi  “Custódia”, onde eu fazia uma garota que não sabia quem era sua família verdadeira e acaba que o homem que faz trabalho voluntário no orfanato onde ela vive é seu pai.

                É um filme sobre reencontro e a descoberta de si mesmo, não me importa. Eu sabia quem eu era antes daquele filme, mas não sabia depois de tê-lo feito. Iniciar uma carreira como atriz deve ter sido a pior coisa que eu já fiz, interpretei tantos papeis que nem sei mais quem eu sou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso aí, gente, podem mandar reviews se quiserem. Eu juro que não vou reclamar saoisaiosaoisaoisoaisaisaoi'
Beijos :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pretty Normal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.