Tudo começou há três anos. Eu era uma pessoa normal. Educada, delicada, etc. como todos os 4 são. Mas, isso mudou no dia do meu aniversário de 12 anos.

Meus irmãos estavam na casa da minha avó, minha mãe trabalhando e meu pai fora viajar a trabalho.  Cheguei em casa e encontrei-me sozinha. Comi alguma cosia e decidi dar uma volta por aí. Encontrei uma pequena passagem que levava até a floresta. Hesitei por um momento, nunca havia saído da cidade, mas por algum motivo me interessei. Passei pelo buraco e cheguei até a floresta.

Não sabia o que sentir. Liberdade? Medo? Tantas coisas ao mesmo tempo. É como se eu estivesse indo para um lugar sem endereço, seguindo sozinha. Bem, era mais ou menos isso que estava acontecendo.

Caminhei um pouco, tentando gravar tudo na minha mente, todas as árvores, animais diferentes, tudo. Não só para ficar com essa boa lembrança, mas também para me lembrar de como voltar até a abertura pela qual eu entrara.

De repente, ouvi passos atrás de mim. Ou melhor, eu pensei ter ouvido. Um pouco de medo me dominou, eu queria ir embora, mas, antes que eu pudesse fazer (ou pensar em fazer) qualquer coisa, bati com a cabeça em alguma coisa dura. Pensei ser um galho. Também pensara que tinha batido a cabeça.

Acordei alguns minutos depois, com meu corpo dolorido. Primeiramente me perguntei onde estava, então lembrei-me. Coloquei a mão na nuca e estiquei as costas. Senti alguma coisa dura, talvez fosse um machucado, pois assim que retirei a mão ela estava um pouco suja de sangue.

Procurei o caminho de volta, com medo de ter algum 7 ou talvez alguma coisa pior. Quando já ia desistindo, encontrei um grupo de jovens, dois garotos – um loiro e um moreno –  e uma garota de cabelos castanhos, pararem a minha frente.

- Está perdida? – perguntou a garota. Ela usava um chapéu marrom e roupas despojadas. Sua altura dava a impressão de ter 10 anos, me surpreendi quando soube que ela tinha a minha idade.

- Sim – respondi um pouco amedrontada.

Os olhos deles não eram vermelhos, eram marrons, então presumi que fossem 3. Não que eu estivesse errada.

- Tudo bem, te mostramos o caminho de volta – disse um dos garotos, que era loiro e alto.

Dei um sorriso torto e aceitei a ajuda. Depois eles se apresentaram. A menina se chamava Carly, tinha a minha idade – como eu já disse – o garoto moreno se chamava Luke, também tinha a minha idade e o menino loiro e alto se chamava Matt e tinha 13 anos.

- Então, o que vocês fazem tanto na floresta? – perguntei curiosa.

- Abby, até te contaríamos, mas você teria que manter segredo. – Luke falou.

- Ou talvez ela pudesse ajudar – Carly disse, com a cara de alguém que acabara de ter uma ideia.

Admito que fiquei meio receosa quando ela disse isso. Eu não sabia o que eles faziam, então talvez eu estivesse me metendo em um encrenca muito grande.

Mas então descobri. Luke me contou tudo: há mais ou menos 1 ano que eles frequentam a floresta, em especial um pequeno depósito no meio dele. É lá que eles reconhecem os 7.

Basicamente, eles impedem de que os 7 se aproximem da cidade. Acontece, que eles tentam impedi-los com o último recurso: a morte.

Quando o médico me chamou de assassina, pude perceber que ele sabia. Já desconfiava disso desde que me pegaram pela primeira vez. O que fazemos não é uma coisa normal. Eu quis sair uma vez, na primeira vez em que desconfiei que eu era algo além de uma 4.