Fiquei angustiado no trabalho esperando para que chegasse logo 19 horas. Quase não trabalhei. Quando deu 18:30 eu saí do trabalho. Tenho sorte de trabalhar ao lado do La Bella Italia. Então não seria necessário enfrentar o transito de Port Angeles.

Quando cheguei no local, Bella ainda não estava lá. Escolhi um lugar lá dentro pois estava muito frio e esperei por ela. Dei uns goles na água que tinham me servido de tão nervoso que estava. Então ela apareceu, bem pontual. Já dessa vez ela usava um vestido azul, não muito depois do joelho e all star, com a mesma bolsa bege de antes. Assim que a vi do lado de fora, me levantei a sua espera. Nos cumprimentados e a ajudei sentar.

Quase toda nossa conversa foi sobre o que gostávamos de fazer e bandas que gostávamos de ouvir. Ela tinha um gosto muito similar ao meu. No final da noite, quando estávamos do lado de fora do restaurante perguntei:

– Quer que eu a acompanhe até o seu carro?

– Meu carro está no concerto. Eu vou chamar um taxi.

Essa foi a melhor coisa que ela podia ter dito naquele dia. Assim poderia passar mais um tempo com ela.

– Não precisa de um taxi. Te levarei até em casa.

Antes que ela pudesse me responder ou sequer falar alguma coisa, botei minhas mãos nas costas dela e a conduzi até meu carro, abrindo a porta para ela. Para evitar o silêncio até sua casa, eu curioso indaguei:

– E porque seu carro está no concerto? Estava bêbada demais e bateu com ele?

Ambos riram.

– Não, na verdade quem bateu foi minha amiga Alice.

– Sua amiga Alice?!

Perguntei na duvida de qual das suas amigas era.

– É, a baixa de cabelos castanhos.

– Ah sim, entendo.

Ao chegar à casa dela, eu a levei até a porta. Ela procurou as chaves em sua bolsa mas não as encontrou. Decidiu tocar a campainha. Tocou umas 3 vezes e ninguém atendeu. Eu dei uma risada baixa. Acho que ela não chegou a ouvir. Então ela decidiu ligar para o celular da Alice.

– Ela só pode estar de brincadeira. Ela me disse que não sairia até que eu voltasse.

Bella tentou mais umas 4 vezes e ninguém atendeu.

– Não sabia que morava com ela.

– É que a Alice me fez jurar quando pequena que moraríamos juntas.

Ela fez uma pausa e continuou.

– É, estou ferrada.

– Você pode ficar na minha casa.

– Porque não, tem nada de errado nisso. Uma estranha dormindo na casa de um estranho. Acontece direto.

– Não precisamos dormir.

Ela riu. Eu adorava fazê-la rir. Nunca vi um sorriso mais bonito em toda minha vida. Ela concordou em ir pra lá. Então quando chegamos mostrei a casa pra ela e o quarto que ela podia ficar. Ela ficou boquiaberta ao ver minha casa. Quando dei boa noite e fui me retirando do quarto ela me chamou.

– Sim?

– Você disse que não precisávamos dormir.

– Você gostaria de fazer o que então?

Ela bateu com a mão na cama duas vezes. Então me dirigi até lá e sentei. Passamos pelo menos duas horas conversando até que ela adormeceu no meu peito. Não sabia se ela tinha ido parar ali por vontade própria ou achou que era um travesseiro. Mas eu apenas a envolvi com meu braço e também adormeci.

Acordei com o despertador do meu celular tocando. Pensei que o barulho também despertaria Bella pois eu morava no meio da floresta e a única coisa que se ouvia era alguns animais. Me levantei acomodando Bella na cama. Tomei banho, me arrumei e fui fazer o café da manhã. Quando eu estava fazendo uma panquecas ouvi passos atrás de mim e me virei. Lá estava Bella parada me observando.

– Bom dia. Está quanto tempo ai parada?

– Bom dia, cheguei agora.

– Estou fazendo o café da manhã. Gostaria de me acompanhar?

– Claro.

Nos sentamos nas cadeiras altas perto do balcão. As vezes trocávamos uma palavra.

– Por que você ainda não tentou me beijar?

Ela me perguntou. Fiquei meio sem jeito para responder.

– Não sei, estou esperando o momento certo talvez.

Então disse que a levaria em casa para que ela se arrumasse e depois a levaria no trabalho. Ela aceitou. Ela pediu que eu a esperasse no quarto dela enquanto ela tomava banho. Aproveitei para dar uma olhada nas suas coisa. Havia vários porta-retratos com fotos dela com Alice e sua outra amiga que não sei o nome. Havia também pilhas de livros e cds. Quando ela saiu do banho ela usava um vestido cinza que ia até o joelho e um salto preto. Seu cabelo estava preso em coque. Dava pra ver seu lindo pescoço. Eu fiquei imóvel no momento.

– É, hm, você está linda.

– Obrigada Sr. Cullen.

Eu adorava quando ela pronunciava Cullen.

– Quem é a loira das fotos?

– Aquela é Rosalie. Ela morava conosco. Mas se casou e mudou.

Caminhei do lado dela até meu carro. Enquanto a levava para o trabalho ela disse que trabalhava com administração, assim como eu, e era assistente pessoal do dono da empresa. Confesso que fiquei preocupado com o ''assistente pessoal'' mas mantive a calma até porque nós não tínhamos nada. A empresa onde ela trabalhava era uma das que fazia parceria com a minha, empresa dos Newton. Quando chegamos ao seu trabalho, abri a porta para ela e dei um beijo em sua bochecha.

– Quando nos veremos de novo?

Perguntei curioso querendo que fosse em um futuro bem próximo.

– Você tem o meu numero.

Ela sorriu e entrou no prédio.

Quando cheguei no trabalho Emmett estava na minha sala. Eu odiava a idéia dele trabalhar no outro predio da empresa.

– Por que você sumiu cara?

– Eu conheci uma garota.

– A mesma da boate?

– Sim.

– Fico feliz por estar com alguém. A ultima vez que te vi com uma mulher foi a alguns anos atrás..

– Ainda não estou com ela.

– Então é melhor você apressar as coisas. Não vá querer perder a única mulher pela qual você se interessou depois de anos. E não vai esquecer de nós amigos.

– Mas é claro que não.

Esse cara não ia me deixar em paz para que pudesse pensar não?

– Você vai no baile que terá sexta-feira?

– Tem possibilidade dos funcionários da empresa Newton irem?

– Tem, é uma festa aberta para todas as empresas da cidade.

– Ótimo.

Eu dei uma risada e Emmett tinha entendido o porque da pergunta. Então saiu da minha sala e eu me perguntei se ligava para ela ou não. Decidi ligar.

– Bella?

– Sim.

– Sou eu, Edward. Eu gostaria de saber se você vai no baile que terá para as empresas nessa sexta-feira.

– Sim, eu vou.

– Você por um acaso já teria um par?

– Pra falar a verdade, tenho sim.

Mais que merda.

– Entendo. Tudo bem então.

– Mas você ainda vai, não é?

– Vou sim.

Para falar a verdade, perdi toda a vontade que tinha de ir. Ver Bella envolta do braço de outro cara sendo apresentada para todos da festa seria uma coisa que não gostaria de ver a noite toda.