Sangue Quente - O Contágio escrita por Wesley Belmonte, Jaíne Belmonte


Capítulo 26
Capítulo Vinte e Seis


Notas iniciais do capítulo

é pessoal... Mais "burradas" de nosso protagonista!



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Saímos às pressas do hospital, ajudo Ben a colocar o gerador na caminhonete enquanto Adrian, sem ajuda coloca sozinho. Ben entra na caminhonete, enquanto fico na carroceria feita de madeira e Adrian nos segue de moto. Passamos por algumas ruas a procura dela e nada. De repente ao passarmos por um cruzamento nos deparamos com uma horda de mortos vivos que está na avenida à esquerda. Ben acelera e eles disparam em nossa direção. Olho para trás e vejo Adrian sendo alcançado por dois cadáveres que estão na dianteira do grupo. Olho para a bolsa que está ao lado dos geradores; vejo um fuzil M4, mas por não saber atirar e podendo acertar um tiro no Adrian – mas bem que ele merecia tomar um. – decido pegar uma Colt. 45 para ajuda-lo. Quando olho para ele, vejo que já derrubou os zumbis que o estavam cercando. Avançamos rápido, mas pelo barulho do motor da caminhonete mesclado aos tiros, estão aparecendo cada vez mais mortos das ruas que cruzamos. Foi uma bela opção virmos em um pequeno “caminhão”. Os mortos que entram na frente do veículo, são destroçados automaticamente. Ben entra em algumas ruas, e logo depois de alguns minutos, estamos perto da estrada que nos leva a fazenda. Vou até perto da janela.

– O que você está fazendo? Temos que achar a Misty! – Grito, mas Ben não responde, é como se não estivesse me ouvindo. – Pare, tenho que voltar lá pra procurar a Misty!

Continuo a berrar, cada vez mais alto, mas de nada adianta. Olho para a estrada e vejo que Adrian está bem longe da gente. Talvez esteja com medo que eu faça alguma coisa. Não tenho mais opção a não ser chorar. Abandonamos ela naquela cidade infestada de monstros. Não. Eu não posso a deixar lá. Não posso perdê-la. Vejo que a velocidade da caminhonete diminuiu, tenho chances de pular e voltar lá. Verifico a mala novamente; pego o fuzil e duas granadas, checo as balas da pistola, Me preparo e pulo. Caio no chão, sorte a minha que o mato estava alto e diminuiu o impacto. Vejo que Ben percebeu o que fiz, e para o veículo. Saio correndo na direção do mato. Corro cerca de dez minutos e estou muito ofegante. Paro para me recompor. Deveria mesmo treinar como Adrian tinha me sugerido. Adrian! Agora me lembro do que aconteceu, foi ideia dele deixarmos Misty sozinha. Se ele aparecer, juro que acerto uma bala na cabeça dele.

Estou quase pronto para voltar a correr quando escuto alguns barulhos de galhos se quebrando. Devem ser eles. Espio por trás de uma árvore, e quando vejo quem é meu coração para por um instante. Nem Ben, muito menos Adrian. São dois zumbis famintos. Corro novamente, eles ficam para trás, mas aparece mais um morto perambulando à minha frente. Saco a arma e atiro em sua cabeça. Vejo que os outros dois estão chegando. Ao ver as silhuetas, atiro. E ao ver quem acerto, fico inato. Não acredito em quem acertei. Por mais que sentisse vontade de mata-lo, nunca pensei que isso iria acontecer. Vejo Adrian caindo no chão. Ben para no mesmo momento e estende as mãos para o alto.

– Desculpa... – Abaixo a arma e tento me justificar. – Juro que pensei que eram os zumbis que estava atrás de mim!

Vejo Ben indo em direção de Adrian e verificando onde acertei o tiro. Mas por sua reação não parece que ele sobreviveu.

– Tudo bem. Se você quer ir à busca daquela doida, pode ir! – Ben diz, ajudando Adrian a se levantar. – Vou embora, ele precisa de cuidados médicos. Vejo a camisa de Adrian que antes era cinza, ficando vermelha. Seguindo eles percebo que Adrian perdeu totalmente a consciência, seu corpo está mole, e Ben tem dificuldades de carrega-lo. Vejo os dois mortos que me seguiram aparecendo. Ben tenta correr, mas tropeça e cai. Vejo os mortos chegando perto deles, corro e atiro neles. Ajudo Ben a se levantar, e dou cobertura. Chegamos até a caminhonete.

– Fica com Adrian aqui atrás. – Ben explica. – Vou acelerar o máximo que puder.

Assinto. Tiro minha camisa e coloco debaixo da cabeça de Adrian. Vejo que ele foi atingido na altura do peito. Rasgo sua camiseta e vejo muito sangue jorrando do lugar onde eu o acertei. Coloco pedaços de pano na ferida e tento estancar o máximo que posso. Não entendo muito de medicina, mas sei que se ele perder muito sangue, com certeza irá morrer.

Cerca de quarenta minutos depois, em tempo recorde chegamos à fazenda. Ben pega Adrian no colo. Corro à frente.

– Mãe! – Grito. – Mãe, Ajude o Adrian, ele está ferido!

– O que aconteceu? – Ela pergunta.

– Depois te explico mãe, o que importa agora é ajudar ele! - Minha mãe vai até a suíte do andar de baixo e prepara a cama.

Vejo Jenna seguindo Ben até o quarto, já trazendo um kit de primeiros socorros.

Minha mãe começa os preparativos. Ela limpa a ferida dele com soro fisiológico

– Saiam daqui! – Ordena. – Não consigo me concentrar com tanta gente por perto. Se precisar de alguma coisa eu chamo um de vocês.

Saímos do quarto e ficamos na sala. Vejo Jenna sair da sala com lágrimas nos olhos, Ben e meu pai estão sentados e parecem apreensivos, enquanto eu fico andando de um lado para outro. Meu avô está na cozinha, está preparando alguma coisa. Ouço a voz de minha mãe, corro até o quarto.

– Richard, você pode pegar linha e agulha de costura. – Confirmo,  e ela adiciona: - Não se esqueça de desinfetar a agulha.

Corro até meu avô e pergunto onde estão guardados os itens pedidos. Ele diz que está no baú, em seu quarto. Sigo até o quarto dele, pego uma linha e um novelo, onde tem algumas agulhas. Não sei qual ela vai precisar, mas decido levar todas. Desço até a cozinha, pego um copo, coloco álcool dentro, e mergulho as agulhas dentro. Corro de volta para o quarto.

- Vai precisar de mais alguma coisa? – Entrego o copo e a linha para ela.

– No momento não. – Ela acena para que eu saia.

Chego até a sala e vejo Ben e meu pai conversando. Não parece que ele contou como Adrian levou o tiro.

– Foi como você mesmo previu. – Ben diz. Não estou entendendo direito o assunto. Fico no canto da parede para que eles não percebam minha presença.

– Eu sabia mesmo que isso iria acontecer, mas tem algo que está me intrigando mais. Como Adrian foi ferido?

Ao perceber que Ben vai contar o ocorrido, entro na sala.

– A mamãe está quase terminando. – Interrompo a conversa. Meu pai ainda não pode saber o que aconteceu.

– E como ele está? – Pergunta meu pai.

– Ainda está inconsciente.

Eles não retomam a conversa, meu pai se levanta e vai até a cozinha. Sento-me ao lado de Be., Estou nervoso, não consigo parar de mexer as pernas e fico insistentemente roendo as unhas.

Alguns minutos depois vejo minha mãe saindo do quarto, com a roupa manchada de sangue.

– Como ele está? – Pergunto.

– Graças a Deus ele não corre perigo. – Ela passa a mão na testa tirando o suor que escorre. – Graças ao estancamento que fizeram nele, ele não vai ter maiores complicações. E o desmaio dele foi devido a uma batida na cabeça, que deve ter acontecido quando ele caiu.

Sinto-me aliviado por ter estancado o sangue dele. Caso ele morresse, não sei o que seria de mim. Meus pensamentos são interrompidos, vejo que minha mãe está com um olhar furioso vinda em nossa direção.

– Vocês dois podem me explicar o que aconteceu lá? E por que Misty não está com vocês?

Tento responder, mas minhas palavras estão presas na garganta e não consigo. E piora tudo quando ouço a voz de meu pai.

– Também estou querendo saber! Pode nos explicar isso Richard?


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Notas finais do capítulo

e aí, o que acharam? Podem xingar o R!!!