Sangue Quente - O Contágio escrita por Wesley Belmonte, Jaíne Belmonte


Capítulo 17
Capítulo Dezessete




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Ainda não consigo acreditar em tudo que aconteceu, Misty já está dormindo. Depois de alguns minutos vejo Jenna voltar sorrateiramente para o quarto.

Já passou das cinco horas da manhã, o céu já está clareando. Vejo meu pai sair da casa. Depois de algum tempo Adrian entra, e pela direção que passou, foi para o quarto que era de Grace. Alguns minutos depois consigo dormir.

Sou acordado por uma discussão entre meus pais que estão na cozinha.

– Você está louco? Você não pode voltar naquele lugar. – Diz minha mãe.

– Mas estamos precisando de armas, conversei com Adrian mais cedo e ele me disse onde tem uma delegacia. – Tenta justificar meu pai. - Acredito que tenha muitas armas e munição lá. Também precisamos de muitos alimentos para nossa viagem até a fazenda.

– Não Charles! – Afirma minha mãe. – Desde que tudo isso começou, eu não tenho feito nada além de obedecer as suas ordens. Você tem que me escutar pelo menos dessa vez.

Jenna também acorda com a discussão levanta-se, e vai até a cozinha.

– Desculpe interromper vocês. – Meu pai não gosta da intromissão dela. – Mas você está indo para a cidade? Por que se estiver quero ir junto com você. Estou precisando de um shampoo. – Ela passa as mãos no cabelo, mostrando as pontas. – Meu cabelo está horrível, também preciso de uma escova de dente.

Vejo Adrian passar e chegar à cozinha.

– Eu vou junto com ele! Eu trago tudo, também estou precisando de algumas coisas. – Vejo que essa é uma ótima oportunidade pra testar minha habilidade com as armas.

– Posso ir junto? – Pergunto. Mas minha mãe responde logo em seguida.

– Não, você não vai Richard. Você viu o que aconteceu da última vez.

– Ela está certa. – Diz meu pai. – Você vai ficar aqui com sua mãe.

Dou as costas para eles. E antes de sair da casa ainda posso escutar ele dizendo.

– Misty, você vem conosco. Vou precisar de mais alguém pra carregar os mantimentos. – Não posso acreditar nisso, ele prefere levar uma garota ao invés de mim.

Estou sentado perto da F250, meu pai e Adrian já estão terminando de arrumar as armas e algumas ferramentas. Mamãe não foi nem se despedir dele, ainda está com raiva dele. Misty chega perto do carro e meu pai faz um pedido.

– Misty, você pode buscar aquele galão vazio de água que está na cozinha? Vamos precisar passar na S10 pra pegar combustível, o tanque já está quase vazio. – Ela volta para a casa, pega o galão e volta para o carro. Ela senta-se no banco de trás junto com o galão. Eles partem.

* * *

Já passou das onze horas da noite e nenhum sinal deles. A raiva que minha mãe estava foi substituída por medo, e arrependimento da briga que tiveram.

– Não fica assim. – Jenna tenta consolá-la. - Lembra da ultima vez? Você também ficou preocupada. Mas não aconteceu nada, e eles chegaram bem.

Não tinha pensado nisto da ultima vez que saímos. Vendo o estado em que minha mãe está. Percebo o motivo que ela não queria que eu fosse junto. De repente, as luzes começam a piscar e em seguida se apagam.

– Calma mãe, deve ser um curto circuito. - Digo tentando passar calma a elas. - Vou verificar.

Vou até a cozinha, mal posso enxergar. Procuro nas gavetas e nos armários algo pra iluminar o caminho. Não consigo achar nada, somente um isqueiro. Acho que isso pode ajudar. Vou até a parte de trás da casa onde está a chave de energia. Ligo e desligo-a, está funcionando corretamente. Deve ter acabado a energia mesmo. Volto até onde elas estão.

– Mãe, você sabe onde tem velas, ou algo pra iluminar? Pelo que vi não tem problema na chave. A energia que acabou.

– Acho que vi algumas velas na despensa. – ela responde, sua voz está rouca. Talvez esteja chorando.

– Pode Deixar que eu pego. – Responde Jenna, levantando e indo até o local.

– Mãe. Eu vou ficar no morro que tem na estrada olhando pra ver se o pai volta logo. Tudo bem?

– Pode ir. Mas leve isto com você. – Ela me entrega a arma que meu pai deixou com ela antes de sair.

Saio da casa, sigo em direção da estrada. Depois de alguns metros já estou onde queria. Este morro é maior quase todos os outros a frente, desse lugar posso ver aproximadamente cinco quilômetros da estrada, e também tenho uma vista completa da cabana. Depois de alguns minutos vejo uma luz fraca iluminando a sala. Olho para o céu; está limpo, posso ver poucas nuvens espalhadas por toda imensidão, As estrelas brilham forte e a lua já esta começando o quarto minguante.

Passam mais ou menos duas horas, estou começando a pegar no sono, quando vejo ao longe um farol com uma luz única brilhando na estrada, vindo rapidamente em nossa direção. Disparo de volta pra casa. Entro e vejo as duas cochilando abraçadas.

– Vamos rápido. – Acordo as duas. – Tem uma moto vindo pra cá. Vamos nos esconder lá fora.

Acelero as duas. Ajudo minha mãe com a cadeira de rodas, enquanto Jenna vai iluminando nosso caminho. Saímos pela porta dos fundos. E vamos em direção das árvores que temos ali perto. Apagamos a vela.

– Fiquem quietas aqui. – Sussurro para as duas. – Em hipótese alguma saiam daqui. Não importa o que aconteça.

Mamãe começa a chorar e Jenna a consola. Vou andando entre meio as árvores, tentando ficar em um ponto estratégico. Vejo chegando uma moto, com duas pessoas nela. Está muito escuro, não consigo distingui-los. Eles entram na casa, e acendem uma lanterna. Estão armados. Vou rapidamente até a casa, e olho pela janela.

– Não tem ninguém aqui! – O homem com a lanterna ilumina o rosto do outro. Meu coração dispara quando vejo quem é: O Bêbado Barbudo.

Como será que ele nos achou aqui? Não me lembro de termos dado informações especificas do lugar. Consigo escutar as palavras de outro homem.

– Aquela vadiazinha lá nos enganou. Não tem ninguém na casa.

– Mas é estranho a casa estar aberta. – Pela voz consigo saber que é o bêbado falando agora.

– Vamos procurar direito. Vou olhar aqui dentro e você olha lá fora. – Diz o outro homem.

Vejo o barbudo saindo pra fora e indo em direção da piscina, ele está sem lanterna. Consigo chegar bem perto dele. Miro o revolver e atiro em suas costas e ele cai no chão. Corro e me escondo ao lado da churrasqueira. O Homem que estava dentro de casa sai correndo, talvez tenha pensado que foi o bêbado que atirou; chegando lá ele vê o bêbado caído no chão. Ele está de costas pra mim.

– Solte a arma, e me passe à lanterna e coloque as mãos na cabeça. – Ordeno.

No mesmo instante ele obedece. Soltando a arma perto dele e jogando a lanterna em meus pés.

– Dê alguns passos para o lado. – Digo pegando a lanterna no chão, sem deixar de mirar pra ele.

Acendo a luz em seu rosto, ele é careca, é muito magro e com olhos fundos.

– Jenna. – Grito. – Pegue a corda que está perto da churrasqueira e venha aqui. - Mesmo chamando ela não deixo de olhar pra ele nem um segundo se quer.

Consigo ouvir os passos de Jenna passando atrás de mim.

– Quem é você? O que veio fazer aqui? - Pergunto. Mas ele não responde.

– Quer levar um tiro igual a seu amigo? Vamos, Responda! – Ele continua quieto.

– Não vai responder. – Abaixo um pouco a arma e atiro em seu pé. O tiro passa perto e acerta o chão. Errei porque estava segurando a arma com uma mão só. Consigo ouvir as palavras de meu pai em minha mente: você só vai conseguir ter precisão atirando com uma só mão, quando estiver bem treinado. Ele dá dois passos para trás pelo susto repentino.

– O que faço agora? – Pergunta Jenna.

– Vá até as costas dele e o amarre. – Digo. Ela vai até ele, está com medo, posso ver que está tremendo. Dou alguns passos à frente, pra ficar mais perto dele. Jenna já está perto das costas dele.

– Coloque as mãos para trás, e se tentar alguma coisa, eu estouro seus miolos. – Minha voz está muito mais firme que de costume. Mas no momento que ele coloca as mãos para trás, ele faz um movimento rápido. Ele pega Jenna jogando ela pra frente dele e empunhando uma faca no pescoço dela, pensei em atirar, mas não tinha como; vi que atirar com uma mão só nunca acertaria ele, ou pior, acertaria Jenna.

– Aí garotão, solte essa arma ou essa bonequinha aqui morre. – Diz ele soltando um sorrisinho.

Que mancada eu dei. Mais uma vez. Sempre que tento bancar o herói é isso que acontece. Devia tê-lo matado enquanto tive tempo. Uma imensa onde de remorso bate em mim. Mas ouço um barulho perto dele, pelo reflexo da luz posso ver que o barbudo está levantando. Mas o outro não percebe o movimento. Agora está tudo nas mãos de Deus. Se ele for um zumbi tenho alguma chance; mas se meu tiro não tiver matado ele quem morre sou eu. Miro a luz no rosto do homem.

– Tire essa luz do meu rosto agora. Ou eu mato ela. – Ele diz, e ao pronunciar as palavras vejo rapidamente o barbudo atacá-lo.

– Você ficou louco Ed? – No momento seguinte ele morde o pescoço dele, que solta minha irmã no chão, ela sai correndo pra trás de mim. E vejo o novo zumbi devorando o seu lanchinho.

Não faço absolutamente nada, só quero apreciar o espetáculo.

– Jenna, pode buscar a mamãe. - Digo. - Agora é seguro. – Chego perto do zumbi atiro em sua cabeça, e atiro na cabeça do outro também. Respiro aliviado, hoje a sorte estava ao meu favor.


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