Sangue Quente - O Contágio escrita por Wesley Belmonte, Jaíne Belmonte


Capítulo 15
Capítulo Quinze




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Ainda estou comendo, enquanto meu pai está discutindo com Adrian qual a coisa mais sensata a se fazer agora.

– Eu já disse, vamos embora daqui, e eu vou com vocês. - Fala Adrian, apoiando-se sobre a pia da cozinha.

– Claro, se você não se importar de ir na caçamba da S10. Porque não tem lugar pra mais ninguém dentro dela.

– Mas, pai... - Digo, pensando um pouco. - Se aquelas pessoas roubaram a Montana, eles devem ter roubado a S10 também.

– Não Richard, acho que não. Eles estavam indo pro sentido oposto, e não tinha como atravessarem com a S10 por aquele mar de veículos. Se eles encontraram ela, no mínimo devem ter roubado os galões de diesel que deixamos lá.

– É, pode ser. Mas o que vamos fazer? - Adrian está com ar pensativo enquanto fala. - Dar meia volta na estrada? Podemos pegar esse carro que pegamos lá da concessionária e atravessar a cidade. Deve ter um jeito de atravessa-la, afinal aqueles bandidos não conseguiram fazer isso, não foi?

– Provavelmente sim. - Confirma meu pai. - Acho que só a a entrada da cidade está inacessível, o outro lado dela deve estar livre, ou pelo menos com menos carros. Só que nossos planos são outros, vamos dar meia volta na estrada sim, já decidi pra onde podemos ir.

– Pra onde? - Eu e Jenna perguntamos em coro.

– Para a fazenda do avô de vocês.

***

Todos terminaram o jantar, exceto Adrian, que não quis comer nada. Ele está na sala com meu pai, conversando sobre a tal fazenda que meu pai citou. Mamãe está ao lado de Jenna na pia, ajudando ela com a louça, enquanto Misty continua sentada na mesa da cozinha. Me perco em pensamentos. Começo a me lembrar da fazenda do meu avô e dos fins de semana no verão que costumávamos passar nela. Foi uma época muito boa da minha vida. Meu momento flashback é interrompido quando Misty começa a puxar assunto com Jenna:

– E você, teve muitos namorados antes dessa merda toda acontecer? - Pergunta Misty.

Vejo o rosto de Jenna corar, olho para minha mãe e vejo que ela está sorrindo. Sorrio também, afinal, Jenna nunca foi de falar muito das suas paqueras. E papai também, sempre foi muito ciumento em relação a isso.

– Ah... eu tive um namorado... Mas ele se mudou e acabamos perdendo contato...

Me lembro daquela época, Jenna tinha 15 anos e em um jantar, quando meu pai estava em casa, ela contou que tinha conhecido um rapaz e que estava namorando. Meu pai odiou a ideia, disse que ela era nova demais pra isso. Mas minha mãe o convenceu que aquilo era normal, e pediu pra que Jenna o levasse na nossa casa. Mas antes mesmo que isso fosse possível, ele se mudou e nunca mais Jenna falou nele. Foi um verdadeiro namoro relâmpago, porque não deve ter durado nem 1 mês e desde então, ela não falou mais de namorados, pelo menos comigo ou com nossos pais.

– Ah sorte a sua. Porque ex namorado era um saco. As únicas coisas boas são os presentes que a gente ganha. Tá vendo essa pulseira aqui? - Pergunta Misty, rodando a pulseira que há em seu pulso. - Foi presente do meu último namorado, aquele traste.

– Pelo jeito que você fala dele, parece que não se davam muito bem. - Digo, mais uma vez, estou sentindo uma pontada de ciumes.

– Eu gostava muito dele, mesmo ele não sendo o cara mais correto pra uma garota se envolver. Minha avó quem odiava ele. - Ela faz uma pausa como que se lembrando do que aconteceu com sua vó, depois continua. - Ela sempre me dizia que ele não prestava e que estava me estragando. Mas sabe como é né? Garota apaixonada fica cega. Eu achava ele incrível e tal. Ficamos 6 meses juntos.

– Nossa, 6 meses? - Diz Jenna.

– É, aí no nosso aniversário de 6 meses ele me deu essa pulseira e uma semana depois terminamos.

– Poxa que triste. Mas por que terminaram?

– Uns amigos dele falaram que me viram traindo ele. O que era mentira. Eu gostava demais dele, jamais faria isso. Só que ele era cabeça fraca e acreditou. Brigamos feio e terminamos.

– Nossa, terminaram por besteira...

– Sim, e o pior é que fiquei mal falada no meio do "grupinho" dele sabe. Minha vó quem gostou da ideia. Mas, mesmo eu estando com muita raiva, não consegui me desfazer dessa pulseira... Além do mais, essa belezinha aqui é ouro puro.

Paro de prestar atenção na conversa quando vejo meu pai chegando na cozinha:

– Então, vou ficar de guarda lá fora daqui a pouco, pra garantir que todos vocês fiquem bem.

– Eu posso ficar no seu lugar, pai. - Digo, querendo me mostrar útil.

– Não, quero que você vá descansar, amanhã bem cedo vou dar umas aulas de tiro pra você... - Ele olha para as garotas. - Ou melhor, para todos mundo aqui. Inclusive você querida. - Diz ele, olhando para mamãe.

– Ah não Charles, você sabe que eu nunca gostei de armas.

– Mas é preciso querida. Para sua própria segurança.

Minha mãe assente, mesmo que descordando.

– Pai, quando vamos partir daqui? - Pergunta minha irmã.

– Pretendo ficar aqui só mais 2 dias, só pra ter tempo de das umas aulinhas pra vocês. Depois partimos.

– Vou sentir falta desse lugar. Aquela piscina era incrível. - Diz Misty, sem se dirigir a ninguém especial.

– E Adrian, vai mesmo conosco? - Pergunto, não sei se quero ele com a gente.

– Creio que sim, é o mínimo que podemos fazer por ele.

Acabo concordando com a ideia, ele perdeu todos que conhecia, deve estar sendo muito difícil para ele. A cozinha já está toda em ordem, mamãe vai com Jenna e Misty até um dos quartos da casa, onde tem duas camas de solteiro. Vou até lá e ajudo minha mãe a se deitar em uma das camas. Na outra Jenna e Misty de deitam, ficam um pouco apertadas, mas é melhor que dormir no chão. Saio do quarto e fecho a porta. Vou até a sala, Adrian está deitado em um dos sofás e parece ter dormido. Me deito no outro, nenhum de nós dois quer ficar no quarto que era de Grace e nem no quarto que era de Don e de sua esposa. Fecho os olhos, e pouco tempo depois, já caí em um sono profundo.




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