A Seleção escrita por imyourvenus


Capítulo 7
Um completo idiota pra fazer você chorar.




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Lily Evans.

– Aí meu Deus, o que vocês querem saber? – Perguntei enquanto me jogava na cama ao lado de Lene.

– Tudo. T-U-D-O. – Dorcas falou e soltou alguns gritinhos de excitação.

Mereço.

– Não foi nada de mais ok? Eu só ofereci um trato a ele. – Expliquei.

– Um trato? – Perguntou Lene com uma sobrancelha erguida.

– Sim, eu expliquei pra ele que não estou interessada nem nele nem na coroa dele, e também não estou aqui exatamente por escolha própria, então eu ofereci minha amizade e minha ajuda pra Seleção. Tipo, as garotas que mais combinam com ele, que mais se sairiam bem como princesas e tudo o mais... – Falei simplesmente.

Por que na verdade, era simples. Eu não queria James e ponto.

Dorcas e Lene estavam em total silêncio, como se não acreditassem no que eu tinha acabado de dizer.

Aquilo não era tão impressionante assim, quero dizer... – Eu estava terminando de concluir esse pensamento quando fui atingida no rosto por alguma coisa.

Alguma coisa fofa e cheirosa, mas que fora jogada de forma violenta.

– LILY EVANS, ME DIGA QUE VOCÊ NÃO FEZ ISSO! – Lene gritou, incrédula.

– Ok, eu não fiz isso. – Respondi calmamente.

– Sério? – Ela se acalmou um pouco.

– Não, eu só disse o que você queria ouvir. – Falei e logo depois fui atingida por outra coisa.

Também fofa e cheirosa, mas dessa vez jogada com um pouco mais de delicadeza.

Ah não Dorcas, você não fez isso.

– É GUERRA. – Gritei, pegando travesseiros e tacando nas duas.

E ficamos ali, brincando de guerra de travesseiros pelo resto da manhã, sem saber que alguém ouvia a tudo por detrás da porta com um sorriso que não poderia ser maior.

...

Alguns dias haviam se passado desde a manhã da guerra de travesseiros, mas nada tinha mudado no castelo.

Aquilo tudo era tão monótono...

Ah, na verdade teve uma mudança sim, algumas garotas foram mandadas de volta para casa.

No começo éramos trinta e cinco, agora éramos só vinte e cinco.

James eliminara as dez garotas que não tinham nada a ver com ele logo de cara, aquelas que ele não teve química nenhuma.

O que me impressionou foi Bellatrix ter continuado, sei lá, não imaginava James com ela.

Nem com Molly. Na verdade, com nenhuma garota da Seleção.

Alice e Bellatrix agora eram melhores amigas, pareciam duas cobras prontas para dar o bote uma na outra.

Bom, eu não estava nem aí pra elas.

A menos que elas viessem pro meu lado ou de Molly, aí a coisa ia esquentar.

Não sou do tipo de pessoa que leva desaforo pra casa, e muito menos deixa uma amiga levar.

Mas mudando de assunto, eu não tinha falado com James nenhuma vez durante esses dias.

Ele parecia tão distante...

Eu estava pensando nisso quando me deparei com uma cena um tanto chocante, por assim dizer.

– Não... Black, isso não está certo. – Lene falou entre um beijo e outro.

Esfreguei os olhos pra ter certeza que eu não estava ficando louca, quero dizer, além de ter um casal se agarrando em plena luz do dia no meio de um dos corredores de acesso ao Salão das Mulheres, o casal era composto por Lene e Black.

Não, aquilo definitivamente não era normal.

Bem que Dorcas dizia que todo aquele ódio era na verdade puro amor reprimido.

Eles tinham acabado de iniciar um novo beijo quando Lene empurrou Black para longe e disse com tom decidido: - Isso tem que acabar, Black. Aqui e agora.

– Mas Lene... – Ele começou, mas parou assim que olhou pro lado e me viu ali. – Posso ajudar?

– Lily? O que você tá fazendo aqui?! – Lene perguntou com a voz aguda, o nervosismo palpável.

Tive que controlar minha vontade de rir, Lene era sempre tão séria e concentrada... Nunca imaginei vê-la daquele jeito.

Definitivamente todos nós temos – ou vamos ter – nosso ponto fraco.

E o ponto fraco de Marlene McKinnon era Sirius Black. Incontestavelmente.

– Nada, não ouvi nada, não vi nada. A propósito, podem continuar o que vocês estavam fazendo. – Falei enquanto passava por eles em direção ao Salão das Mulheres.

Ao longe ouvi Lene dizer – Que droga Black, viu o que você fez?!

Sorri com aquilo, mas quando virei no corredor me sentei em um pequeno sofá que tinha ali e lembranças invadiram minha mente.

Aquilo era tão... tão eu e Amos.

Mas de uma maneira diferente, o único medo deles eram eles mesmos.

Enquanto nós éramos tão cheios de certeza sobre nós mesmos e nosso amor, e não podíamos nos assumir.

Por medo, medo da minha família, medo do que os outros iriam pensar...

Medo de tudo. Principalmente medo do futuro.

E tudo isso por causa do dinheiro. Ou da falta dele.

Quando eu tinha pensamentos como aquele, eu ficava com raiva. Raiva de estar naquele castelo.

Lá era tudo tão farto, tão... tão argh!

Eu me perguntava se alguma vez James não tivera algo que queria, ou então perdera uma coisa importante por causa daquele sistema opressivo.

Não... Claro que não, afinal, ele era o príncipe e estava acima do bem e do mal.

E pensamentos como aqueles continuavam vindo, cada vez mais revoltantes... Pareciam uma bola de neve, que a cada minuto só aumentava e me sufocava mais.

Por que a verdade era que eu sentia falta de Amos, mais do que de tudo.

Sentia falta de seus beijos, de seus abraços. E de simplesmente saber que eu era dele e ele era meu.

Eu sabia que não devia estar pensando naquelas coisas, mas era inevitável.

Também era inevitável imaginar minha volta, se ele estaria lá me esperando e se pediria pra voltar.

Ou se simplesmente não ligaria se eu tinha voltado pra casa ou não, continuaria sua vida como se nunca tivesse me conhecido.

Não, Amos não seria capaz daquilo...

Eu nem tinha percebido, mas as lágrimas já dançavam livremente por meu rosto.

Só quando alguém se abaixou na minha frente e limpou uma das minhas lágrimas com o dedo que percebi que estava chorando.

– Eu já não disse que você é muito bonita pra chorar por qualquer idiota? – Disse James, que agora estava segurando meu rosto com as duas mãos, me olhando diretamente nos olhos.

– Como... Como você sabe que ele é idiota? – Perguntei inocentemente.

Eu não estava pensando em como minhas perguntas pareceriam idiotas. Não me preocupava com aquilo, não quando era James que estava ao meu lado.

– Por que só sendo um completo idiota pra fazer você chorar. – Ele disse, ainda me encarando, mas agora afagando de leve meus cabelos.

Como eu não respondi e nem parei de chorar, ele continuou:

– Vem, vou te mostrar um lugar. – Ele me ajudou a levantar e me ofereceu um dos braços.

Entrelacei meu braço ao dele e me deixei ser guiada.

Chegamos no tal lugar e eu não pude acreditar no que via.

– Gostou? – Perguntou James, enquanto analisava meu rosto que devia estar, no mínimo, surpreso.

– É... Perfeito. – Sussurrei.


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