It Was Just A Dream. - Faberry escrita por aliittlelamb


Capítulo 16
Decisões part.2


Notas iniciais do capítulo

Para algumas pessoas que perguntaram, eu andei pesquisando sobre leucemia no google, não conheço a doença :s estou fazendo o máximo possível pra parecer real, só não prometo porque tem coisas que eu realmente não consegui entender... Devo confessar a vocês que isso mexeu demais comigo, assisti a um filme sobre isso e chorei como criança. Engraçado que quando nós vivemos em nosso próprio mundo, esquecemos de olhar para as outras pessoas lá fora... Agora eu me comprometi a procurar algum hospital e se eu for compatível com algum paciente vou doar medula, quero me sentir bem comigo mesma.
A morte é uma façanha em minha opinião, e não sabemos o significado dela até salvar a vida de alguém, ou até começarmos a viver de verdade, como a Quinn. E pelo que vocês estão vendo, essa história está mexendo demais comigo kkkkk mais uma vez, obrigada pelos comentários, vocês são os melhores, sem dúvidas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/301561/chapter/16

Quinn recusou-se a voltar para a casa dos Lopez naquela tarde. Certamente seria bombardeada de perguntas desnecessárias e comentários de Santana, e no momento ela não estava preparada para isso. Ansiava, agora, a chegada de seu maior problema. Ele estava vindo. Após uma ligação e a desculpa de não estar perto do celular nas vezes em que ligou, Charles concordou em visitá-la em Lima sem questionar. Quinn então suspirou e deu meia volta com o carro, ele chegaria em duas horas no máximo, o que lhe dava tempo de sobra para visitar Beth.

Shelby foi, como sempre, muito bondosa ao receber a loira, pediu para que entrasse e ofereceu-lhe refrigerante. Beth estava brincando no cercadinho e quando viu Quinn, pareceu reconhecê-la imediatamente, esticou os bracinhos para que a loira a pegasse no colo.

– A cada dia que passa eu tenho certeza de ter uma mini Quinn em casa. - comentou Shelby distraidamente tomando um gole do refrigerante.

Quinn notou também, enquanto brincava com Beth, que a mulher parecia um pouco mais triste que o normal, sequer mencionara Rachel, nem mesmo conversou muito, apenas observava de seu canto no sofá a filha e a mãe biológica brincarem. Beth por outro lado, estava radiante, seus cabelos estavam maiores e os olhos mais verdes do que nunca, mantinha o lábio rosado e a pele se igualava a porcelana. Não tinha como dizer que não eram mãe e filha, e Quinn sentiu vontade de levá-la embora consigo, reviver o tempo perdido e aproveitar o resto do crescimento da criança, lhe parecia no momento, a ideia mais maravilhosa que já tivera. Elas poderiam morar em Nova York, ou até mesmo no chalé. Sim, no chalé seria maravilhoso. Santana e Brittany poderiam visitá-las sempre, Quinn sorriu ao constatar que seria obrigada a deixar Santana como madrinha, e aguentar sua filha aprendendo a escalar árvores, pular muros, e falar em espanhol.

Brittany poderia ensiná-la a dançar.

Beth seria uma ótima dançarina com a ajuda de Britt, e então entraria no Glee Clube, se desse sorte ainda teria uma voz linda e ganharia todos os solos.

Com um flash sua mente vagou anos atrás para uma sala cheia de alunos, na verdade perdedores, todos juntos, todos com suas diferenças, formando o New Directions. E bem lá no meio deles, havia uma pequena de braços cruzados e expressão fechada infantilmente. Era Rachel, e fazia greve por ter perdido o papel do musical para Tina.

Seu relógio apitou repetidamente e Quinn estava de volta a sala de Shelby, ainda com Beth em seus braços e sob um olhar atento da mais velha.

Era hora.

Despediu-se da filha e de Shelby e entrou no carro. Sentiu um vazio preencher-lhe o peito, assim como se sentia quando estava longe de Rachel. O vazio e o medo da próxima visita tornaram-se seus companheiros enquanto dirigia para o parque e ignorava as chamadas de Santana.


***

– Eu juro que vou matar aquela garota! - xingou Santana andando de um lado para outro no quarto de hospital onde Rachel estava.

Brittany observava seus movimentos enquanto segurava as mãos da pequena que estava inquieta pela dor.

Pois fazia algumas horas que Roberto havia lhe tirado a medula para análise.

– Ela deve estar ocupada - concluiu Brittany lançando um olhar furtiva para a namorada e depois um tranquilizador para Rachel. - Logo ela vai estar aqui.

Santana parou de andar e olhou para a pequena, ela parecia estar sofrendo com a dor e a latina estava amaldiçoando por Quinn não estar ali e ela ser obrigada a ver o sofrimento de alguém, ainda mais de Rachel.

– Eu sei, ela deve ter prolongado a visita aos pais. - disse Rachel com um sorriso forçado. A latina revirou os olhos e sentou-se ao lado da namorada. - É muito bom ver vocês duas juntas. - continuou a pequena.

Brittany deu um beijo carinhoso no rosto de Santana.

– E eu digo que estou surpresa por você e Quinn, - falou Brittany um pouco mais sorridente. - eu sempre suspeitei das atitudes dela, mas você parecia tão apaixonada por Finn.

Rachel respirou fundo, esperou um momento tentando esquecer a dor que sentia e respondeu:

– Ela sempre me pareceu tão certa, que no momento em que entrei na casa de Santana para beijá-la, tudo pareceu um erro. - a latina franziu o cenho. - Por isso eu corri, sabe quando um sentimento de felicidade se torna tão bom a ponto de parecer errado?

Brittany e Santana se entreolharam e Rachel não pode deixar de achar aquilo fofo. Desejou ter naquele momento sua loira consigo, e poder lhe abraçar e encher de beijos.

– O amor sempre ganha. - disse Brittany, e de repente pareceu se lembrar de algo. - Semana que vem tem uma festa a fantasia para nós irmos do pessoal da escola, nós vamos, não é?

Santana desviou os olhos para a pequena que deu de ombros.

– Depende de como eu estiver.

Elas concordaram e o silencio se abateu. Santana encostou sua testa na de Brittany quando Roberto entrou no quarto para perguntar se estava tudo bem, a pequena confirmou com a cabeça, mas gemeu de dor. O doutor saiu e Brittany começou a olhar para Rachel sentindo que ela queria dizer algo, estava em seu olhar, não havia como negar. E não demorou muito para sua hipótese se confirmar:

– Eu quero pedir uma coisa a vocês. - as duas garotas prestaram atenção, Rachel suspirou: - Quinn vai precisar do apoio de vocês quando eu me for...

– Ah, não... - interrompeu Santana, mas Rachel continuou:

– Eu estou morrendo, Santana! - replicou com a voz severa. A latina endureceu e não conseguiu dizer mais nada. - Eu sei que estou morrendo, eu sinto, e só aceitei fazer esse tratamento porque não suportaria ver Quinn sofrendo por mim.

A latina não disse nada, então Brittany tomou a frente com a voz calma:

– Você sabe que há chances, muitas pessoas já se curaram do câncer.

Rachel balançou a cabeça.

– É muito tarde, e o que me mata, não é saber que a qualquer hora posso fechar os olhos e meu coração parar; é saber que perdi tanto tempo sem poder viver de verdade.

Brittany concordou com a cabeça e apertou a mão da namorada, que agora tinha lágrima nos olhos. Santana ergueu o rosto para Rachel sem ter vergonha de demonstrar sua tristeza e disse:

– Eu nunca abandonaria a Q, ela é a única pessoa além de Brittany por quem eu morreria.

– Digo o mesmo. - concordou a ex cheerio.

Rachel pediu um abraço e gemeu de dor ao ter o corpo da latina sob o seu, e depois o de Brittany. Elas sorriam um pouco e comentariam sobre a reação de Quinn ao ver Santana chorando, a latina é claro, logo se recompôs e fechou a cara para as duas que insistiam em fazer piadinhas.

A porta do quarto foi aberta, e dessa vez uma mulher com o cabelo de um loiro desbotado a atravessou, Santana e Brittany ergueram uma sobrancelha e Rachel franziu o cenho.

– Como está, Rachel? - perguntou a mulher, Santana abriu caminho hesitante para que a mulher se aproximasse. - Meu nome é Judy Fabray.

***

Sabe quando você é criança e está esperando receber uma bronca terrível de sua mãe após fazer uma travessura? Quinn se sentia assim, agora sentada no banco do parque. Temeu esse momento mais que o encontro com seu pai, e esse momento chegara. Seu batimento cardíaco ficava mais forte conforme o tempo passava e suas mãos suavam, observava as pessoas irem e virem de um lado para outro e sentiu um aperto no coração ao ver um carrinho de sorvete e se lembrar do Central Park. Caminhou até ele e pediu um sorvete em especifico.

Chocolate.

Queria manter Rachel por perto de alguma forma além do colar que usavam, então resolveu sentir o gosto do chocolate para se lembrar daquele dia perfeito onde um dos maiores sonhos da pequena foi realizado. Precisava admitir, pensar em Rachel acalmava seu coração.

– Quinn!? - a voz que tanto temeu foi ouvida logo atrás. A loira jogou o palito de sorverte no lixo e se virou para encarar o homem. Charles aparentava ter o dobro do seu tamanho, usava um corte naval apesar de ter abandonado o exercito para ensinar. Tinha o rosto fino e uma pele morena, um pouco mais clara que a de Santana. Ele pareceu confuso ao ver a loira. - Você está diferente. - analisou vendo Quinn tirar o óculos escuro e olhar para sua jaqueta de couro e os cabelos rebeldes. Ele tentou beijá-la na boca, mas ela desviou.

– Eu acho que mudei um pouco. - respondeu controlando a voz.

Ele franziu o cenho.

– Estava preocupado, você não me atende e de repente me liga para que venha a essa cidade. - deu ênfase a ultima palavra, o que irritou um pouco Quinn. - Quando volta para New Haven? Ah, Quinn, tenho tanta coisa para te contar...

Quinn estremeceu e sentiu suas pernas falharem. Sentou no baco acompanhada de Charles, que parecia confuso com a reação da loira.

– Eu te chamei aqui porque precisamos conversar. - ela disse olhando nos olhos dele.

– Podemos fazer isso na minha casa, não gosto muito daqui. - ele levantou e tentou puxá-la pela mão.

A loira criou coragem e puxou sua mão de volta parando de andar, Charles se virou mais confuso ainda.

– Eu não vou voltar para New Haven. - a frase saiu tão automática que por um momento pensou não ter realmente dito.

Então ele abriu a boca, olhou para os lados e sorriu.

– Como assim?

Quinn tentou focalizar a imagem de Rachel em sua cabeça para ter coragem e continuar:

– Eu não vou voltar. - repetiu e sentiu sua voz falhar, então pigarreou. - Eu não posso mais fazer isso.

Charles pareceu pensar por um momento enquanto olhava para a loira incrédulo, ele ainda tinha um ligeiro sorriso, provavelmente imaginando que seria mais uma das brincadeiras dele, agora ela diria que o tinha enganado direitinho e eles sairiam daquela cidade horrível e voltariam para a sua zona de conforto.

Mas, nada foi dito.

Quinn permaneceu em silêncio esperando uma reação.

– Eu entendi a sua brincadeira, garanto que podemos conversar sobre isso em casa, vem Quinn. - ele disse, dessa vez mais sério e tentado puxar Quinn, que recuou outra vez. - Quinn? - os olhos de Charles se apertaram e ele pareceu cair na real. - Você não pode estar falando sério!

– Eu estou. - respondeu impaciente sem tirar os olhos dele.

Charles olhou mais uma vez para os lados como se alguém tivesse rindo dele, e então se aproximou de Quinn e agarrou o braço dela com firmeza.

– Eu me divorciei por você, eu protegi você naquela universidade, eu quem cuidei de você quando o resto do mundo não se importava! - aquelas palavras atingiram Quinn em cheio, ela abriu a boca assustada e o empurrou.

– Você está me machucando! - exclamou massageando o local onde ele apertara.

– Vamos esquecer esse seu ataque, eu te perdoo, e nós vamos voltar. - ele pareceu um doente mental dizendo essas coisas, tentou pela terceira vez agarrar o braço de Quinn e foi empurrado mais uma vez.

Charles deu as costas a loira e levantou a cabeça, Quinn não teve tempo nem mesmo para pensar, e no segundo seguinte sentiu uma dor alucinante no rosto e tombar. Quando abriu os olhos, estavam lacrimejando pela dor e sentiu algo quente em sua boca. Tentou levantar, mas a dor no lado esquerdo do rosto lhe impedia de fazer qualquer movimento.

Ouviu algumas pessoas gritarem de susto.

– Você é minha, - gritou Charles. - Vai voltar comigo! Eu fiz você, Fabray.

Quinn conseguiu ver ainda com os olhos embaçados um dos seguranças do parque o agarrem numa chave de braço enquanto ele parecia descontrolado tentando a todo custo avançar em cima dela. Sentiu uma mão tocar seu ombro e talvez tenha ouvido alguém perguntar-lhe se precisava de ajuda, mas Quinn ignorou. Cuspiu o sangue e limpou a boca com as costas da mão, depois procurou em seu bolso o celular e ligou para Santana.

– Alô? - uma voz sonhadora soou do outro lado.

– Britt? - perguntou Quinn sentindo uma pontada no rosto. - Pode mandar Santana me buscar aqui no parque? Eu estou machucada.

Então elas desligaram o telefone e Quinn conseguiu reunir forças o suficiente para levantar. Sentou no banco e apoiou o rosto nas mãos, chorou por um momento. Estava tudo terminado. Pagou um preço alto, mas agora estava livre para ser apenas de Rachel, e poder cuidar dela sem que ninguém interferisse. Por um momento, Quinn gostou de estar sentindo aquela dor, era como se a maturidade tivesse chego para ela, como se estivesse fazendo o certo depois de tanto tempo.

– Oh, meu Deus, Quinn! - exclamou Brittany ao ver o sangue no rosto da amiga assim que chegou. - Quem fez isso? Se meteu em briga com algum ogro?

Quinn balaçou a cabeça.

– Resumindo: eu terminei com meu ex namorado, ele me bateu, fim. - tentou brincar, Brittany não pareceu achar graça. - Onde está Santana?

– Acha mesmo que eu ia deixar ela te ver machucada? - perguntou ajudando Quinn a caminhar em direção ao Impala. - Ela o procuraria até no inferno, aliás, eu vim de táxi.

– Por que?

A ex cheerio deu de ombros e ajudou a loira a entrar no carro.

– Estava no hospital com Rachel, ela chamou por você, sabia?

Um sentimento de culpa passou por Quinn ao se lembrar de que o DNA da pequena seria coletado naquele mesmo dia, e ela sequer tinha ligado para saber como estava. A loira estava preocupada com sua garota, só não queria ter que ver Rachel mais uma vez sentindo aquele peso nas costas, então decidiu resolver todos os seus problemas antes de poder finalmente, ser apenas dela.

Faz sentido?

Quinn também acha que não.

– Você precisa limpar esse rosto, vou te levar para a minha casa e depois podemos ir ao hospital, só não garanto que os duendes que vivem em baixo da minha cama não vão mexer com você, Q. - disse Brittany enquanto dirigia.

– Eu acho melhor ficar em um hotel, estou me sentindo uma nômade passando de casa em casa.

Brittany sorriu.

– Eu acho que não vai precisar fazer isso.

– Por que? - perguntou a loira massageando o rosto.

Brittany olhou confusa para Quinn e depois pareceu ter se arrependido de ter dito qualquer coisa, mas prosseguiu:

– Na verdade eu não deveria te contar, San me fez jurar que seria uma surpresa e eu acho que quando revelamos segredos, as fadas ficam muito chateadas e não trazem mais moedas.

Quinn piscou algumas vezes e então sorriu, como ela pudera viver em Yale sem ter os momentos de inocência de Brittany por tanto tempo?

– As fadas abrem exceções para melhores amigas como nós. - insistiu a loira divertindo-se. Brittany pareceu pensar e então suspirou:

– Sua mãe esteve no hospital hoje. - Quinn arregalou os olhos e sentiu a dor no rosto intensificar. - Ela procurou Rachel e agradeceu por ela ter mudado você. Disse que tinha expulsado seu pai de casa e quando contamos a ela o que você fez por Rachel, ela chorou de emoção e disse que estava comprando um apartamento para vocês duas.

Houve um momento de silencio enquanto Quinn observava a cidade pelo vidro do carro boquiaberta.

– Eu não acredito. - disse finalmente.

– Por que não? - perguntou a outra gentilmente. - Ela é sua mãe Q, é pra isso que servem as mães, certo? Para fazer o melhor pelo filhos e amá-los quando ninguém mais no mundo parece fazer isso?

Quinn então sentiu um aperto no coração quando a imagem de Beth veio a sua cabeça, sentiu outro aperto ao pensar em sua própria mãe e em seguida uma sensação boa acolheu seu coração. Ela olhou pra Brittany que dirigia serena.

– Já te disseram que você é mais esperta do que pensa?

Ela sorriu.

– San me lembra disso todos os dias pela manhã.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "It Was Just A Dream. - Faberry" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.