Disney High (SENDO REESCRITA) escrita por Tha Duarte


Capítulo 12
Capítulo 11 - Encontros Chuvosos


Notas iniciais do capítulo

ESTOU DE VOLTA MEUS AMORESS!!! Milhões de desculpas pela demora, eu ando meio que num astral ruim e não tava com muita vontade de escrever. Mas, para compensar os dois meses sem atualizações, fiz um capítulo bem maior que o normal pra vocês!
Mil obrigadas aos meus queridos leitores que postaram reviews e que me perguntaram ansiosamente se eu ia continuar essa história. Kevin di Angelo e Lily Evans Snape, meus lindos, obrigada pelas recomendações viu? Esse capítulo é pra vocês *-*
Vejo vocês lá embaixo!



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Bela

Bela não queria ir pra casa. Sabia que assim que chegasse em casa ou os bombeiros estariam lá ou ela teria que chamá-los em menos de meia hora. E pior de tudo, Gastão ia arrastá-la pra um encontro às 7. Encostou a cabeça no volante, ainda no estacionamento da escola e resmungou pra si mesma.

“Ai deuses, será que se eu dirigir a noite toda eu consigo ir pro México?” Suspirou e levantou os olhos. Viu o garoto loiro metido de mais cedo que não sabia que GoT era um livro se atracando com uma menina no carro na vaga em frente à sua. Bufando de desgosto, ligou o carro e saiu do estacionamento. Preferia ir pra casa a ficar olhando um estúpido e uma oferecida transando.

O trânsito estava menos engarrafado já que tinha enrolado tanto pra sair da escola e ela pôde ir com calma pra casa. Se tinha uma coisa que ela detestava era trânsito. Mas, como ela não confiava no pai quanto a carros desde que ele quase explodiu o seu velho carro por uma experiência, ela aprendeu a dirigir (também tinha um ódio mortal por ônibus então preferia encarar o trânsito).

Chegando em casa, estacionou na rua e saiu desconfiada. Estava calmo demais pra estar normal. Entrou em casa e largou a bolsa e as chaves na bancada da cozinha e saiu procurando seu pai.

“Pai?” Perguntou pras paredes. “Afe, não me diga que ele saiu de casa se avisar de novo” Ela disse revirando os olhos e procurando na oficina dele. Estava vazia então ela foi procurar no quarto dele que também estava vazio. Desconfiada, tentou ligar pra ele mas só dava ocupado. Respirou fundo, seu pai era conhecido por ser irresponsável, sair de casa sem avisar quando vai voltar e de nunca ter o celular carregado. Não se desesperou e decidiu ir fazer seu almoço.

A comida congelada demorava 45 minutos pra ficar pronta então resolveu ir assistir um daqueles programas criminais toscos. Como se fosse tão fácil achar um assassino serial só com uma pegada e um pêlo de gato. Quando a lasanha à lá congelé ficou pronta, Bela comeu rapidamente e foi para o quarto. A maioria dos professores não havia passado dever, então ela fez os seus poucos em menos de meia hora antes de ir assistir TV.

Zappeando pelos canais, não achava nada que prestasse. Entediada, desligou a TV e abriu um livro. Tinha acabado Guerra Dos Tronos durante o penúltimo horário então agora começou a ler seu livro favorito pela enésima vez: Um Conto De Duas Cidades de Charles Dickens. Eram quase seis horas quando seu celular tocou. Atendeu sem nem olhar quem era, afinal, só quem ligava era seu pai mesmo.

“Bela, meu amor” Uma voz grossa em um tentativa de ser sedutora podia ser ouvida do outro lado da linha. Uma voz que Bela reconhecia muito bem e praguejava internamente por não ter olhado pra ver quem era.

“Caralho Gastão, como você conseguiu o meu número?” Perguntou, esfregando a ponte do nariz e tentando não deixar o nojo transparecer. Afinal, era uma menina bem educada.

“Não vem ao caso, querida” Ele riu do outro lado da linha e o rosto de Bela estava franzido em uma careta de desgosto. “De qualquer jeito, liguei pra te lembrar que eu te pego em uma hora. Sim, eu sei onde você mora. Vista alguma coisa bonita, nós vamos pra um restaurante” Ele disse e desligou na cara de Bela.

Não se conteve e gritou todos os palavrões que conhecia, em todas as línguas que sabia (até na língua élfica do Senhor dos Anéis). Foi tomar uma ducha e lavar o cabelo. Sabia que era inútil discutir com Gastão, se ele chegasse e ela não tivesse se trocado, ele iria arrastá-la até o carro e levá-la para o restaurante com aquelas roupas mesmo.

Botou um vestido simples, mesmo não querendo ir não iria sair por aí mal vestida. Juntou o vestido amarelo com um blazer preto e saltos da mesma cor. Pegou umas bijuterias da mãe: brincos de ônix com um anel combinando e um colar de coração que a mãe havia ganhado quando pequena. Passou a maquiagem mais básica que pôde, só um batom leve, sombra esfumaçada mostarda e rímel. Na hora em que terminou o retoque do rímel, ouviu uma batida nada leve na porta da frente. Deu uma olhada pela janela e viu o carro de Gastão estacionado na frente da casa. Suspirou e desceu as escadas, pegando uma bolsa-carteira com as chaves de casa e o telefone.

“Não precisa quebrar a minha porta Gastão” Ela disse mal-humorada, abrindo a porta e vendo um Gastão tentando ao máximo parecer gostoso com uma blusa branca meio desabotoada e calça social preta com um tênis azul. Tinha tanto gel no cabelo que Bela quase quis jogar água nele pra tirar um pouco.

Ele ignorou seu comentário e foi andando até o carro sem olhar novamente para ela. Nenhum comentário sobre sua roupa ou como estava bonita. Bela estava ficando cada vez mais enfurecida com esse idiota que só ligava para sua aparência. Entrou no carro sem uma palavra e ficou quieta durante todo o percurso. Não que Gastão tivesse notado, estava ocupado demais falando com ela sobre seus treinamentos físicos.

Quando finalmente parou o carro foi no estacionamento de um restaurante chique. Bela trincou os dentes, detestava essa comida cara e cheia de frufrus. Não disse nada, saiu do carro sabendo que Gastão não seria cavalheiro o suficiente para abrir a porta para ela e foi andando até a entrada sem olhar para o homem.

Parou de frente à hostess e esperou Gastão chegar sem uma palavra. Esperou, olhando para os quadros na parede com uma cara desinteressada enquanto ele paquerava a moça e mostrava a reserva. A moça levou-os até a mesa e Bela se sentou e se entreteu com os garfos. Nunca tinha visto um garfo tão polido na vida e olha que ela tinha um TOC horrível quanto à limpeza na sua casa. Podia ouvir Gastão falando alguma idiotice de longe, mas preferiu ignorar. Não é como se ele precisasse de sua opinião mesmo, ele podia falar sobre seus músculos por horas a fio sem ser interrompido.

Quando a garçonete veio, Bela pediu o prato mais barato que tinha (que mesmo assim era quase R$70,00) já que se recusava a deixar Gastão pagar qualquer coisa que fosse para ela. Olhando para a mesa do lado, viu um loiro familiar se atracando com uma menina diferente da que viu mais cedo no carro. Revirando os olhos e murmurando alguma coisa nas linhas de ‘homens são uns inúteis mesmo’ virou seus olhos para a janela ao seu lado.

Não era uma vista muito bonita, era só a rua e uma garoa estava começando a cair. As pessoas do lado de fora começavam a andar um pouco mais rápido exceto pelas garotas tentando salvar suas chapinhas que corriam pra debaixo de um toldo desesperadas. Suspirando, bebeu um gole do suco que tinha chegado sem olhar para seu acompanhante egocêntrico.

Olhava para todos os lados exceto a frente e notava todos os casais ao seu redor. Se perguntava como poderia, em uma segunda-feira, ter tantos casais tendo um encontro. Seus olhos passavam por rostos desconhecidos, todos tentando parecer chiques e de alta classe, até que parou novamente no loiro. Se perguntava porque estava olhando para ele de novo quando sua comida chegou. Gastão continuava conversando animadamente sobre nada que lhe interessasse e Bela estava ficando de saco cheio.

“Gastão, se importa de não falar sobre si mesmo por cinco minutos? Não sei se você sabe, mas ninguém além de você e de suas fãzinhas estúpidas liga pra sua vida. E eu, com certeza, não sou uma delas.” Disse, veneno e raiva pingando de suas palavras. Gastão olhava pra ela chocado e com a boca aberta. Com um grunhido de raiva, levantou-se e foi até o banheiro.

Era, como o resto do restaurante, impecável. Tinha cheirinho de bom-ar e os azulejos eram claros e perfeitamente limpos. O espelho era enorme e tomava metade da parede, o resto era para os cubículos de banheiro. Apoiou as mãos na bancada da pia e deixou sua angústia finalmente sair por suas lágrimas. Estava tão cansada.

Cansada de ouvir idiotas falando o dia inteiro, cansada de estudar em uma escola com professores insanos e desastrados, cansada de nunca ver seu pai por causa de sua profissão estúpida como cientista experimental e mais importante de tudo: estava cansada da vida. Ficou no banheiro por um tempo, lágrimas silenciosas e soluços sendo o único som no banheiro. Quando se acalmou, retocou a maquiagem e forçou uma cara mais satisfeita do que se sentia. Saiu como se nada tivesse acontecido, apenas para ver seu acompanhante beijando descaradamente com a hostess, que havia tomado seu lugar. Crispando os lábios, foi até a mesa e cutucou o ombro de Gastão.

“Oi, esqueceu que você veio com outra pessoa?” Disse com um sorriso amarelo e os olhos fechados de raiva. Gastão desgrudou da menina mas não pareceu incomodado pela presença de Bela.

“Ué, achei que tinha ido embora” Foi a gota d’água. Bela deu um tapa na cara de Gastão tão forte que o som ecoou pelo restaurante. Todas as cabeças da sala viraram para ver a cena mas Bela não ligava. Estava puta com esse traste e já era hora de dizer tudo o que pensava.

“Escuta aqui seu traste estúpido, egocêntrico, mulherengo, miserável e desgraçado. Eu não sei como você trata todas as putas que você sai e leva pra um motel depois, mas ao contrário delas, eu sou uma mulher e tenho orgulho disso. Não sou só mais uma na sua lista e, com certeza, não me sinto feliz de estar perdendo minha noite com um mentecapto como você! Se não quiser mais um tapa e um chute nas partes baixas de brinde, ou você nunca mais olha na minha cara ou você aprende a tratar uma mulher como um ser humano e não como um ouvido para todas as merdas que saem da sua boca! Então, na próxima vez que você vier falar comigo é bom ter isso em mente ou eu juro que eu te mando para a UTI por seis meses” Disse num tom frio, mas claro. Gastão olhava boquiaberto e estupefato para a morena, mas ela apenas pegou sua bolsa, botou o dinheiro de sua comida na mesa e saiu, ignorando todos que acompanhavam seus movimentos com o olhar, tão estupefatos quando Gastão.

Ao sair, notou que a garoa de mais cedo agora era uma chuva forte e amaldiçoou a si própria por sequer ter saído com aquele mentecapto. Não tinha guarda-chuva então o melhor que pôde fazer foi usar sua jaqueta como um e tentar ir sempre por baixo de toldos e telhados. Estava indo bem até chegar em um semáforo e ter que esperar o homenzinho verde finalmente aparecer. Estava tremendo de frio, seus cabelos estavam grudados a sua face e sua jaqueta estaria arruinada para todo sempre. Bem na hora em que o semáforo ficou amarelo, um carro passou a toda na curva e espirrou água em Bela até seu esqueleto.

“INFERNOOO!!” Ela gritou para os céus e desatou a chorar. O homem verde apareceu e ela correu pelo asfalto molhado. Se encostou na vitrine de uma loja e chorou como nunca havia chorado antes. Estava ocupada demais soluçando e tremendo de frio pra notar a menina de cabelos ruivos que chegou.

“Ai meu Deus, Bela!! O que aconteceu com você?!?” Uma Giselle desesperada perguntou. Seu guarda-chuva cor-de-rosa foi imediatamente posto acima da cabeça da morena e a ruiva pegou sua echarpe para enrolá-la ao redor do pescoço da amiga. “Você está bem?”

“T-t-t-tô ótima.” Disse, os dentes batendo de frio. “Só saí correndo de um restaurante ainda pouco”

“Ah nossa, você não pode fazer uma coisa dessas! Vem comigo, vou te levar pra minha casa pra você se esquentar.” Disse e puxou Bela na direção oposta que a morena estava indo. Logo chegaram em um condomínio de apartamentos velho mas decentemente conservado e Giselle empurrou a amiga pra dentro do elevador. “Tipo, eu sei que meu apartamento é péssimo mas é melhor que nada né? Mas não se preocupe, tem água quente e comida gostosa.” Ela disse e o elevador parou com um ‘bling’.

Bela saiu do elevador pingando água da chuva. Se olhou no espelho do corredor, estava péssima. A maquiagem estava borrada, o cabelo estava uma bagunça e ela parecia raquítica. Giselle abriu a porta do apartamento e Bela entrou, tentando ignorar a imagem que havia visto. A ruiva a conduziu ao pequeno banheiro e deu uma toalha limpa.

“Pode usar meu xampu e condicionador se quiser, tá? Só se esquenta, eu vou deixar uma muda de roupas atrás da porta pra quando você terminar.” Ela disse e saiu do banheiro. Bela suspirou e tirou as roupas molhadas. Entrou na banheira pequena e encheu de água quente. Lavou o cabelo, se ensaboou e mergulhou na banheira múltiplas vezes. Não pensou nos acontecimentos do dia, decidiu se concentrar na água e no cheiro de rosas do xampu da amiga. Quando a água ficou mais fria e seus dedos enrugados, saiu e se enrolou na toalha coral fofa. Abriu a porta e viu um suéter, calças de pijama, roupa íntima de bichinho e meias fofas quentinhas. Bela sorriu e se vestiu.

Foi até a cozinha e encontrou sua amiga cantarolando enquanto cozinhava. Ela se virou e viu Bela.

“Gostou da roupa? Não se preocupe, eu nunca usei essa calcinha. É meio infantil então eu deixo guardada pra emergências.” Ela ri e desliga o fogo. “Não sabia do que você gostava então fiz um chá com macarrão. Tem um monte de molhos pra você escolher” Ela disse enquanto colocava o bule com canecas de todas as cores junto com uma travessa de espaguete fumegante e tigelas de molhos diferentes. “Bom apetit!” Ela sorriu depois de botas os pratos e talheres.

“Nossa Giselle, nem sei como te agradecer por tudo isso!” Bela disse, meio emocionada. Há tempos que ninguém cuidava dela desse jeito. Segurou o choro, estava chorando demais para um dia só.

“Ai amiga, não chora” Giselle se levantou e abraçou a morena. “Quer dormir aqui? Acho melhor você não sair nessa chuva. Posso te emprestar uma roupa pra amanhã e você arranja uma carona pra voltar pra casa depois da aula.” Sugere. Bela concorda com a cabeça e sorri, feliz por ter uma amiga tão boa. “Agora come viu? Deve estar morrendo de fome depois de ter andado tanto debaixo daquela chuva” Diz e enche o prato da morena de macarrão. Enche uma caneca azul de chá de camomila e empurra as tigelas de molho pra amiga. Depois se senta e se serve.

Bela bota um pouco de molho de tomate e queijo ralado no macarrão e as duas começam uma conversa boba sobre livros e séries de TV. Depois da janta se aconchegam no sofá de Giselle com mantas quentinhas e chocolate quente com mini-marshmallows enquanto assistem uma antiga temporada de Buffy: A Caça-Vampiros. Ficam rindo das besteiras da série e comentando como adoravam assisti-la quando eram crianças até que caem no sono no sofá mesmo, uma junta da outra.


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado. As aventuras das princesas começam agora (esse encontro caso vocês não tenham notado é a minha interpretação daquela cena em que o Gastão tenta convencer a Bela a se casar com ele). E, para animar vocês, um joguinho valendo a próxima princesa narradora!

O primeiro que me disser daonde esse trecho de música é:

"Se alguma grana
Eu não ganhei,
Não sou chegada a tristeza.
Na malandragem eu sou o rei!"

Dica: É um filme da Disney ;) E só porque eu sou super boazinha, ele é centrado em animais.

As princesas narradoras são: Ariel, Cinderela, Aurora, Sininho (Tinker Bell), Alice, Branca de Neve, Jasmin, Mulan e Rapunzel. O jogo só vale até o fim da semana (PROMETO QUE POSTO ATÉ DOMINGO QUE VEM!)