Meu dia não tinha começado bem, primeiro uma ligação do meu chefe, me pedindo um relatório urgente para o dia seguinte, como eu iria fazer um relatório em apenas 24 horas, ou menos, porque eu precisava dormir, não precisava? Pelo que vejo, meu chefe acha que eu não preciso. Ele devia contratar mais robôs, e dar descanso para as pessoas. Depois minha irmã me visita, assim como se sempre frequentasse minha casa, não que eu não gostasse da minha irmã, mas logo hoje? Com relatório para fazer, e eu ainda pretendia ler um bom livro para relaxar. Bem, ela não ligou muito para os meus compromissos.

– Oiiiiiiii – Sim ela é muito animada comparada a mim – Benjamin, meu irmão! Há quanto tempo não nos vemos! – Ela sempre tão amável... Quando quer alguma coisa...

– Elizabeth, o que você está fazendo aqui à uma hora dessas? – É claro que não vou ser gentil, ela é minha irmã, não tem necessidade...

– Bah, não posso mais fazer uma visita amigável ao meu irmão gêmeo? – Olhei bem fundo nos olhos dela, como se dissesse você não me engana – tá bom, eu admito não vim fazer só uma visita...

– Fale logo Beth, tenho muito trabalho a fazer.

– Eu vou me casar! – Ela falou toda empolgada e eu com cara de taxo, minha irmã ia ser casar? Como as coisas passam, a pouco ela nem conseguia um namorado decente... – E preciso que você seja meu padrinho de casamento...

– Beth! Mas você tem tantos amigos, tem que ser logo eu?

– Claro você é meu irmão, e Arthur não gosta muito dos meus amigos, mas ele é obrigado a gostar de você...

– Beth, eu não gosto de festas muito menos de chamar a atenção nelas!

– Por favor, Ben! - ela fez aquela carinha de pidona que só ela conseguia fazer... irmãs como aguenta-las...

– tudo bem, mas quando que vai ser?

– Daqui a um mês!

– Nossa! Casamento relâmpago! Esta com tanto medo de ficar solteira é? - Eu comecei a rir e ela ficou vermelha que nem um pimentão!

– Bem aqui está o convite – Me mostrou um envelope branco – Tem tudo que você precisa saber, e não contei para os nossos pais...

– Beth... Eu sei que eles não foram os melhores pais do mundo, mas não contar do próprio casamento? Não acha demais?

– Não sei Ben, realmente não sei... Vou pensar no que você disse, mais enquanto isso não conte nada! E eu vou-me indo, tenho muitos convites para distribuir!

Despedimo-nos, e eu me foquei no trabalho, tinha que terminar tudo antes de dormir, mas não conseguia me concentrar estava nervoso, muito trabalho, minha irmã se casando e eu nem conhecia o noivo! Preciso de cafeína, muita cafeína. Fui ao café da esquina, que também era uma livraria, e pedi um café duplo para a moça, e lá fiquei esvaziando meus pensamentos junto com aquela xícara de café.

Eu estava lá parado e pensando em oque fazer depois de tudo, e dai ela passou, era tão linda com seu cabelo castanho quase negro, e sua pele tão branca que chegava a ser pálida. Ela com certeza é a visão mais linda que eu já tive em toda minha vida. O sol batia em seus olhos os deixando brilharem, ela estava seria talvez preocupada, mas tenho certeza que seu sorriso era lindo. Ela estava entrando no café, com um cachecol vermelho, e casaco marrom, ela olhou em volta, e me viu fixei meu olhar no dela, mas ela pareceu não perceber, pediu um chocolate quente e sentou-se à mesa a minha frente de costas.

Podia sentir o cheiro do seu cabelo, como era bom. Eu podia falar alguma coisa mais nada me vinha de interessante na cabeça. Sou um romântico incorrigível, desde pequeno eu sempre fui de dar flores para as meninas do bairro, minha mãe achava muito fofo, meu pai achava estranho, mas eu nunca liguei muito para a opinião dele. Já fui muito machucado por quase disso, já levei vários foras, e também já me chamaram de exagerado.

Acho que gosto de ser exagerado, dá um pouco de emoção pra vida, posso comparar o amor a voar de paraquedas, ou saltar de bungee jump, sempre pode acontecer alguma coisa que você não previu. E sempre acontece.

Ela se levanta e vai embora. Como eu queria que ela fica-se mais só pra mim olhar ela mais um pouco, e ficar imaginando varias histórias. Olhei o horário era quatro e meia da tarde. Amanhã iria voltar no mesmo horário, poderia encontrar com ela de novo e talvez falar alguma coisa.

– A conta, por favor!

– Aqui está – A garçonete me mostrou um papel – são 8.70.

– Ah claro... – Dei o dinheiro a ela – Ei posso fazer uma pergunta? Sobre a garota que acabou de sair... – Ela fez que sim com a cabeça – Você a conhece?

– Infelizmente não, não me lembro muito dela, mas acho que já a vi por aqui algumas vezes.

– Obrigado – Falei me retirando.

Amanhã seria um novo dia e eu iria passar lá no mesmo horário, precisava encontrar com ela.