Percy, Atlântida.

Ele me levou para o seu quarto e depois que eu entrei ele fechou a porta atrás de mim.

– Pai, o que aconteceu? - Perguntei desesperado.

– Filho, Atena foi sequestrada - Ele falou com a voz embargada.

– COMO É QUE É? - Gritei - COMO? SE EU DEIXEI AQUELES IDIOTAS CUIDANDO DE VOCÊS ESPECIFICAMENTE, COMO HADES ELA FOI SEQUESTRADA?

– Calma, ok? Foi o pai de Acácia - Abri a boca, provavelmente para gritar mais, mas ele me interrompeu - Foi ele que nos atacou, e agora o exército dele está mil vezes maior.

– Eu não me importo, pai. O que está fazendo aqui parado? Nós temos que resgatá-la.

– Nós vamos. Só estava lhe contando. E tem outra coisa - Ele me olhou, e se fosse possível ele pareceu estar mais triste - Ele disse que se você casasse com Acácia ele soltava Atena e não atacaria o reino.

O olhei incrédulo.

– E você acredita nele?

– Ele jurou sobre o Estige, Percy.

Minha cabeça estava a mil.

– E como você vai contar para ele que aceitou?

– Quem disse que eu vou aceitar? Eu não vou. Quando Zeus souber vai ordenar que todos os deuses lutem junto com ele, assim como eu. Teremos mais de dois exércitos enormes para matá-lo. Você não vai casar com aquela vadia - Ele disse.

– Eu vou sim. Não tem porque correr o risco de várias pessoas morrerem por isso, pai. É só eu me casar com ela e com o tempo aprender a amá-la. Simples assim. Sem dor e sem mortes. A vida deles acima da minha, lembra?

– Filho, sabe que não precisa.

– Claro que precisa. Agora... como vamos falar com ele?

– Ele trouxe todos os seus guardas, é a mesma quantia que a nossa. Eles estão com Atena nos fundos do Palácio esperando a sua resposta. Se você aceitar, ele a solta ainda hoje e continuamos o casamento como se nada tivesse acontecido.

Franzi a testa.

– E o que ele ganha com isso?

– Ele seria pai da Princesa de Atlântida, sem contar que por direito ganharia 30% das nossas riquezas.

– Mas que babaca. Já não basta o poder e o dinheiro que ele recebe? E aquela vadia sabia disso, não é?

– Acho que sim.

Suspirei irritado.

– Então vamos lá, estou noivo agora, não é?

– Na verdade, Percy, ele queria outra coisa também.

– Mais? - Perguntei incrédulo.

– Percy, eu sinto muito mesmo - Ele disse - Ele quer que você a peça em casamento na frente de todo mundo, hoje.

Arregalei os olhos e abri a boca, mas dela não saía nada.

Meu pai tirou uma caixinha de veludo preto.

A peguei e abri. Era um anel de ouro branco. No centro tinha um grande diamante, e em volta dele tinha algo que pareciam ser folhas, como se o diamante tivesse nascido do centro daquelas folhas. Em cada lado tinha cinco mini diamantes ladeando o central.

Era um anel lindo, e seria mil vezes melhor se fosse dado por amor, e não por obrigação.

Peguei a caixinha e guardei no bolso.

– Eu estou bem? - Perguntei.

– Está - Meu pai respondeu.

– Ótimo.

Abri a porta e saí. Fui caminhando em direção ao Saguão, onde a festa continuava.

– Espere aqui - Meu pai disse - Vou avisá-lo.

Fiquei ali na porta respirando fundo durante alguns minutos. Pude ver Annabeth e meus outros amigos me olhando confusos.

Respirei fundo mais uma vez e senti meu pai parando ao meu lado com Atena.

Espere aí, ela não tinha sido sequestrada?

– Jurei pelo Estige que você faria o que ele pediu e ele a devolveu - Meu pai explicou e eu assenti.

– Sinto muito, Percy. Muito mesmo - Atena falou - É muito lindo o que você está fazendo.

– Nem me lembre. Acácia está aqui? - Perguntei.

– Está - Meu pai respondeu.

– Deseje-me sorte - Falei e comecei a andar.

O ouvi dizendo ''boa sorte'' logo atrás de mim, mas fui até o palco respirando fundo.

(N/A: Meus dedos estão tremendo e minhas mãos estão soando kk)

Eu já sabia o que falar para ninguém desconfiar e graças a minha habilidade de mentir bem eu conseguiria enganar a todos.

Fui até o palco e peguei o microfone.

– Com licença? - Pedi e todos se viraram - Eu... -minha voz tremeu e eu forcei uma risadinha - Deuses, estou muito nervoso - Sorri - Acácia? Poderia vir aqui? - Chamei.

Alguns segundos depois eu a vi. Ela subiu até o palco e ficou ao meu lado, me fazendo virar para encará-la. Seus olhos faiscavam divertimento.

– Eu sei que você pediu para eu não fazer isso, mas eu tenho que fazer - A olhei - Você é a pessoa mais maravilhosa que eu conheço. Eu sei que era pra ser um namoro secreto, pai - falei encontrando o olhar dele e voltando a olhá-la -, mas me desculpe, eu a amo demais, e graças a Afrodite - essa me olhou incrédula - é recíproco. Então - me ajoelhei e peguei a caixinha, abrindo-a em seguida - Acácia, você aceita casar comigo?

Diga não, diga não. Por favor, diga não.

– Eu aceito - Ela disse deixando algumas lágrimas rolarem.

Forcei um sorriso e coloquei o anel em seu dedo, me levantando e a beijando logo em seguida.

Ouvi o barulho de palmas e nos separamos. Murmurei um ''eu te amo'' e olhei para os convidados.

– Obrigado - Falei sorrindo - Que a festa continue.

Ainda segurando a mão de Acácia eu fui caminhando até onde meu pai estava. As pessoas nos davam os parabéns por onde passávamos, até que chegamos onde meu pai estava com Atena e o pai dela.

– Estamos noivos, e iremos nos casar - Disse para o pai dela com raiva - Então não ataque Atlântida ou eu mato sua filha. Juro pelo Estige que a mato se você nos atacar - Prometi e ele somente sorriu cínico.

– Isso não é maravilhoso, Poseidon? - Ele falou como se não tivesse me ouvido - Nossos pequenos se casando. Estou tão orgulhoso. Agora vão se sentar e fiquem fazendo caricias e se beijando durante o resto da festa - Ele nos disse.

Por azar a mesa em que ela estava sentada era ao lado da mesa onde meus amigos estavam.

Sei ao lado dela sem olhar para eles - eu sabia que eles estavam com raiva e não iria suportar o olhar de Annabeth - e tratei de sorrir. Ora nós nos beijávamos, ora eu acariciava seu rosto, seus braços e sua mão. Ela estava com o maior sorriso do mundo, como se aquilo fosse o que ela sempre quis, e eu forçava sorrisos.

– Não vai apresentar sua noiva, Perseu? - Ouvi a voz irritada de Thalia.

A olhei.

Estavam todos os cinco ali, me olhando acusatoriamente, mas mais ao fundo vi Cipriano, o pai de Acácia reforçar o olhar.

Engoli em seco e levantei sorrindo, junto com Acácia.

– Amor, esses são meus primos Thalia e Nico, são filhos de Zeus e Hades - Acácia assentiu e sorriu docemente - Esse é Luke, filho de Hermes, e minhas irmãs Mellanie e Annabeth, filhas de Atena - Minha voz falhou no nome de Annie e Acácia me olhou com entendimento transbordando de seus olhos - E gente, essa é Acácia, minha noiva e futura princesa de Atlântida.

– É um prazer - Ela disse a todos, mas ninguém respondeu - Percy meu falou muitas coisas sobre você, Anniebell.

– Annabeth - Corrigi e ela balançou a mão em sinal de descaso.

– Detalhes - Ela disse - É um prazer conhecê-la Anna-beth - Ela falou o nome dela lentamente.

– Ele lhe falou sobre Mellanie? - Annie perguntou sorrindo maliciosamente - Contou que ela está grávida... dele?

Acácia me olhou com a mandíbula apertada.

– Percy, seu safadinho. Mostrou seus dotes para ela, também? - Ela estava provocando Annabeth, eu sabia.

E ela estava conseguindo, porque quando ela falou ''também'' Annabeth me olhou com nojo.

– Amor, vou falar com meu pai. Eu já volto - Ela disse sorrindo e depois de me beijar ela saiu andando dali.

Eles esperaram ela ter saído para me bombear com perguntas

– Que merda é essa? - Thalia perguntou.

– Pensei que amasse Annabeth - Nico acusou.

– Você mentiu para mim esse tempo todo? - Mel perguntou.

– Eu sou muito novo para casar, Nico– Annie imitou minha fala.

Luke somente balançava a cabeça em negação.

Fiquei uns segundos sem responder, e quando eu iria fazê-lo meu pai apareceu.

– Hei gente, como estão? - Ele perguntou e ninguém respondeu - Posso falar com Percy durante um minuto? Obrigado - Ele me puxou dali sem antes escutar a resposta - Sinto muito, Percy - Ele falou e respirou fundo - Acácia quer que você mate Diana - Arregalei os olhos - MAS se você fizer todo mundo acreditar que a ama ela não vai exigir isso.

O ar parecia não entrar mais nos meus pulmões.

A vida dela acima da minha, lembrei.

– Tudo bem. Eles me odeiam mas eu não mato Diana.

Meu pai me olhou com pena transbordando.

Coloquei um sorriso falso no rosto e meu pai fez um sinal positivo.

Fui andando até meus amigos.

– Eu a amo, sinto muito se menti para vocês. Mas eu a amo. Ela é perfeita - Falei olhando Acácia conversar com o pai.

Foi aí que realmente a olhei.

Ela tinha os cabelos castanhos escuros, tipo os meus, aparentava ter entre dezessete e dezoito anos. Sua pele era branquinha e parecia veludo, os olhos mudavam de azul para verde e cinza, como um caleidoscópio. Os lábios eram levemente cheios e rosados. O corpo era perfeito, quase tão perfeito quando o de Annabeth. Quase.

– Você é um falso, Perseu - Mellanie disse com nojo - Não sei como senti orgulho de você ser pai de Diana.

Ouch.

Aquilo doeu.

– Mel, eu a amo - Esperei que ela visse a mentira que transbordava dali -, mas amo Diana também. Você não pode tirar minha filha de mim - Meus olhos estavam ardendo - Por favor - implorei.

Ela deve ter sentido pena.

– Pode vê-la quando quiser e te chamo para ver o parto. Ela não tem culpa do pai ser um mentiroso.

– Obrigado - Falei fungando.

Thalia me olhava de um jeito estranho e Annie estava com os olhos vermelhos.

– Amor, eu estou cansada. Podemos ir para o quarto? - Acácia perguntou aparecendo do nada.

– Claro, querida - Falei e me virei para os meus amigos - Boa noite.

Peguei a mão de Acácia e fomos para o quarto.

Já dentro do quarto eu fechei a porta e afrouxei a gravata enquanto sentava na ponta da cama.

– Você é um ótimo ator - Acácia falou enquanto tirava o vestido, ficando somente de lingerie - Eu descobri que aqueles cinco semideuses vão dormir aqui hoje - Ela disse sentando no meu colo - E aquela Annabeth... vocês tem algo, não é? Ou melhor, tinham– Ela disse com um sorriso cruel.

– Você vai mesmo dormir aqui? - Perguntei irritado, tentando não pensar no fato de ela estar sentada seminua no meu colo.

– Ah, eu vou - Ela disse deslizando o smoking pelos meus ombros - Somos noivos, esqueceu? - Agora abrindo os botões da minha camisa - E aquelazinha vai dormir nesse corredor - Ela disse beijando minha mandíbula - E ela vai me ouvir gritar - Ela disse, agora beijando meu pescoço, quando de repente ela espalmou a mão no meu peito e me empurrou, rebolando levemente no meu colo - E você vai me fazer gritar.

Oh man.