Conspiração Divina - Versão I escrita por Jubs C, Julia Brito


Capítulo 32
Choque.


Notas iniciais do capítulo

Gente, ta aí o capítulo (:
E estamos na reta final dessa primeira fase de Vale Das Sombras, faltam alguns capítulos, menos de dez imagino eu ): Mas não fiquem tristes, assim que terminar Conspiração Divina, eu não irei demorar para colocar Cidade Das Desilusões no ar.
Enfim, boa leitura.



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Acordar nunca me pareceu tão difícil. Principalmente por eu ter passado boa parte da noite remoendo o que eu tinha ouvido e me perguntando porque Evan foi embora daquela forma, sem nem ao menos me dar alguma explicação. E por mais que eu quisesse vê-lo, não só para fazer perguntas, eu não sucumbiria á isso, iria esperar que ele viesse me procurar e aí sim, tentaria arrumar as coisas e colocar os pingos nos 'is'.

Claro que eu estava chateada com tudo aquilo, claro que eu tinha medo de Daniel estar certo, mas como sempre eu não conseguia, simplesmente, não acreditar no que Evan dizia, talvez por ele parecer sempre tão seguro de si. E era por isso que eu precisava falar com ele, ouvir seu ponto de vista assim como ouvi o de Dan.

Rolei na cama, afundando meu rosto no travesseiro enquanto me xingava mentalmente, por ser tão ingênua. Qual era meu problema, eu era tão boba assim que as pessoas tinham essa facilidade tão grande de mentir para mim? Há cinco semanas atrás, talvez, eu acreditasse em Daniel, mas agora, conhecendo Evan da forma que conheço, não acho que ele é culpado de nada. Daniel tinha conseguido o que queria, tinha feito com que eu discutisse comigo mesma sobre quem estava errado e quem estava certo, mas ao contrário do que ele pensava, essa discussão interna não me levaria á uma resposta concreta.

Bufei e pulei da cama, com apenas um pensamento em mente: ir esquecer das coisas. Era domingo, no dia seguinte eu teria aula, mas com certeza não estaria com cabeça para comparecer, então, que problema teria eu ir me divertir um pouco?

Coloquei uma calça jeans escura, uma regata branca e por cima um casaco de lã com botões, em seguida me sentei na cama e calcei meus sapatos rapidamente. Mas quando estava prestes a me levantar para sair logo dali, meu celular apitou em cima da mesinha e eu corri para pegá-lo. A tela piscava freneticamente indicando que era uma mensagem e eu a abri com a mesma destreza, me arrependendo logo em seguida.

Era uma mensagem do Evan, a última coisa que eu gostaria naquele momento.

Podemos nos ver?

Revirei os olhos. Era claro que eu queria vê-lo, no fundo era o que eu mais queria, e por isso sua mensagem era a última coisa que eu gostaria de ler, porque eu sabia que não me controlaria e iria correndo à seu encontro.

Respirei fundo e digitei a resposta, brava comigo mesma por ter recusado o convite.

Não posso, tenho algumas coisas para fazer.

E então me levantei da cama novamente e sai do quarto, tomando as devidas precauções para não ser vista por Daniel, nem por ninguém.

Minha respiração só voltou ao normal, quando atravessei a porta da frente e encontrei Jorge, sorridente como sempre. Um sorriso que dizia "precisa ir à algum lugar, Melanie?" e sim eu precisava e também precisava de uma carona.

- Jorge, pode me levar até a cidade? - Sorri, controlando minha ansiedade de pegar o celular no bolso e ler a próxima mensagem de Evan.

- Claro, Mel. - Respondeu abrindo a porta de trás para mim. Pulei para dentro, me acomodando no banco enquanto o ouvia completar. - Não vai esperar seu primo?

- Não, Daniel e eu estamos meio brigados. 

- Oh, entendendo.

E então bateu a porta, caminhando em direção ao banco do motorista sem dizer mais nenhuma palavra. Aquela foi a minha deixa para matar minha curiosidade para ler a resposta de Evan, que eu já imaginava qual seria.

Que coisas?

Suspirei pensando no que poderia responder. Se eu dissesse que estava indo para a cidade, Evan iria querer me encontrar lá e se eu não dissesse ele me acharia de qualquer forma.

Estou indo para a cidade. Digitei por fim. O que você quer?

A mensagem chegou cinco segundos depois, dando fim ao assunto.

Encontro você no Shake Shack em 10 minutos. Precisamos conversar.

E realmente dez minutos depois de eu ter chegado na lanchonete e ter convencido Jorge de que não precisava me esperar, Evan chegou, jogando seu capacete no banco e se sentando em seguida de frente para mim.

- Obrigada por vir, Mel. - Disse, surrupiando uma batata frita de meu prato. - Pensei que depois do que ouviu ontem não iria querer me ver nunca mais. Graças aos Céus, eu estava errado.

Dei um gole em minha coca antes de responder, procurando no fundo de minha mente um pouco de auto controle.

- Eu pensei seriamente nisso, mas aqui estou. - Ergui levemente os braços, fazendo com que Evan risse, me obrigando a rir também. - Qual era o assunto importante?

- Não é importante. - Deu de ombros. - Queria ver você.

- Parecia ser importante. - Rebati, ignorando a última parte de sua frase, antes que eu a processasse e me derretesse em seus braços.

- É bobagem. - Respondeu, desviando seus olhos dos meus para pegar mais batatas. Mas eu continuei o encarando, esperando uma resposta que me satisfizesse, enquanto Evan suspirava e percebia que eu ainda esperava por mais. - Ontem, depois que sai da sua casa, encontrei uns anjos caídos, coisa rotineira. Mas não gostei do que eles falaram e me meti em confusão. - Apontou para um corte em sua boca e um de seus olhos levemente roxos. Meu rosto se contorceu, aquilo devia estar doendo. - Não é tão ruim quanto parece, Arcanjos não são bons em dar surra.

- Você se meteu com Arcanjos?! - Minha boca se abriu e minha voz se elevou, mas fiz questão de abaixá-la para não chamar atenção. 

- Não. Eles se meteram comigo. - Respondeu simplesmente, como se estivesse completamente tranquilo com o que aconteceu. - Eu estava em uma briga com dois Anjos Caídos, estava com vantagem, mas ai eles apareceram e fizeram a coisa ficar bem maior do que era.

- Espera aí, o que você ouviu eles dizerem?

- Não é importante. A questão é, os Arcanjos fizeram perguntas, estão atrás de você e aparentemente eles tem um informante, que diz à eles os lugares aonde você irá estar.

- Está dizendo que eu estou no radar de Arcanjos? - Evan assentiu calmamente. - E alguém está me dedurando para eles?

- Se você quer pensar assim. - Deu de ombros novamente, mordiscando uma batata. - Não sei se é verdade ou um jogo sujo para me assustar.

- Te assustar?

- Claro. - Evan subiu seus olhos escuros, encontrando os meus de uma forma doce. - Quantas vezes já lhe disse que prefiro a morte à vê-la machucada.

Absorvi suas palavras, sentindo todas as barreiras que me faziam duvidar dele ou ficar com raiva, se desfazerem só pela felicidade de saber que ele ainda me amava, que pelo menos aquilo não era mentira.

- Eu sei que prefere. - Sussurrei. - Mas eu não quero vê-lo machucado novamente, não quero que eles usem você para chegar até mim. - Estiquei uma de minhas mãos para tocar a sua. - Me desculpe por ter sido grosseira hoje, nas mensagens.

Evan riu, apertando minha mão na sua, sem quebrar nosso contato visual. 

- Acho que mereci. Sei que você ouviu a conversa que Daniel e eu tivemos ontem a noite, sabia que você não ficaria no quarto.

- Se vai te fazer sentir melhor, eu não acreditei no que ele disse. - Respondi sorrindo. - Mas senti uma coisa estranha depois que você saiu, quando ele me disse que eu precisaria escolher um lado. Você sabe do que ele estava falando?

Evan demorou um pouco para responder, seus olhos se desviaram dos meus, mas ele não soltou minhas mãos. Esperei por sua resposta, que veio um tanto quanto vaga.

- Não sei ao certo. Daniel tem mais segredos do que você imagina.

- Ontem, você disse que Daniel estava se passando por alguém da minha família, o que quis dizer?

- Exatamente o que você entendeu. - Rebateu. - Daniel não é seu primo de verdade.

Ignorei o choque que correu meu corpo, eu já esperava por aquela resposta, mas ainda assim ela em deixou tensa.

- Quem ele é?

- Quem não, o quê. - Respondeu Evan quase de imediato, sussurrando as palavras para não chamar atenção. - Ele é um de nós, Mel. Um Anjo Caído.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Gostaram? Eu gosto e não gosto desse capítulo, porém, ele é mais do que necessário, porque agora vocês sabem o que o Daniel é, depois de 31 capítulos hahah' Porém isso levanta várias questões, não é?
Vou ficando por aqui. Se cuidem ♥
Beeeijos ;*