Conspiração Divina - Versão I escrita por Jubs C, Julia Brito


Capítulo 29
Indecisa.


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novo, Girls o/
Espero que gostem (:



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Eu não sabia com que estava mais furiosa: com Daniel ou comigo mesma. Acho que era em uma porcentagem igual, estava puta comigo mesma por deixar aquilo acontecer e com Daniel por ter, simplesmente, cogitado a ideia de me beijar. Não era bom, ele era meu primo, nos eramos melhores amigos desde que nos conhecíamos por gente e agora, de uma hora para outra, ele resolver que era certo me beijar?

Eu não ia contar para Evan, sabia o que aconteceria se eu o fizesse , sabia a confusão que isso causaria e a última coisa que eu queria era mais uma briga para me fazer perder o sono. Mas ainda assim, eu sabia também que Evan ficaria sabendo e o quão ficaria irritado em saber que não fora eu quem tinha contado e era por isso que minha mente se confundia, me deixava perdida, sem saber que decisão tomar.

Bati a porta do quarto e garanti que estava trancada, em seguida me joguei na cama e afundei meu rosto no travesseiro, deixando que as lembranças passadas voltassem para a minha mente, me lembrando como minha vida tinha mudado nessas cinco semanas. Tinha se tornado mais confusa.

O assunto sobre a morte de Amber estava enterrado para a maioria das pessoas da cidade, mas não para nós e eu finalmente tinha conhecido alguém que queria mais respostas sobre isso, além de mim. Evan parecia mais desesperado por saber a verdade do que eu, e isso só me lembrava o quanto ela era importante para ele e me dava mais certeza de que ele nunca teria feito nenhum tipo de mal para ela. Eu ainda não tinha conhecido o "pai" de Evan, não sabia se ele era humano ou não, não sabia nada sobre ele e Evan não parecia querer que eu soubesse, talvez o futuro de seu pai fosse mais obscuro do que o dele. Eu mal tinha conversado com Daniel nos últimos dias, evitava qualquer tipo de contato que não fosse extremamente necessário e não trocava mais de duas palavras com ele, no fundo eu não sabia o real motivo de termos nos afastado, talvez pela fato de eu não saber o que responder se ele me fizesse perguntas complexas. O que eu poderia dizer, que estava namorando um anjo caído? Iria parecer loucura demais. Mais loucura ainda no que pensar no assunto.

Por falar em namoro, eu ainda não tinha entendido bem o que eu e Evan estávamos tendo. Não sabia se ele andava saindo com outras garotas ou se estava afim de outra pessoa, e por mais que eu pudesse e tivesse vontade de perguntar, no fundo sentia um medo terrível de ouvir sua resposta. Eu sabia que não deveria apresar as coisas, me parecia não ser uma prioridade, afinal, saber que ele estaria a meu lado em qualquer momento, bastava para mim.

Tentei fazer com que a minha mente não repassasse o que tinha acabado de acontecer, tentei fazer com que a imagem de Daniel me beijando, fosse varrida para bem longe da minha cabeça. Eu senti algo se remexendo dentro de mim, quando seus lábios encontraram os meus, mas não era uma coisa absurda. Não era o tipo de sensação que faria com que eu desejasse me abrigar entre seus braços e nunca mais sair de lá. Não era aquele sentimento, que me faria abrir mão de tudo. Abrir mão de Evan e deixar tudo para trás. Era só uma sensação gostosa, mas que eu sabia que não queria que se repetisse, não queria deixar que Daniel pensasse que um dia poderíamos ter algo, não queria que ele confundisse as coisas, quando elas já estava confusas demais.

Meu celular apitou, me puxando de volta para realidade e fazendo um sorriso brotar em meu rosto. Quase como se eu tivesse esquecido de qualquer coisa que tivera rondado minha mente minutos antes.

"Estou aqui em baixo. Daniel esta acordado?"

Ri baixo e apertei "responder", digitando as palavras de uma forma frenética. 

"Está na sala, eu acho. Vai subir?"

Um minuto depois, o visor voltou a se iluminar e a resposta de Evan me deixou um tanto quanto tensa. Como dizem, quem tem culpa em alguma coisa, sempre acha que será descoberto.

"Vou. Precisamos conversar"

Só as palavras "precisamos conversar" fizeram meu coração congelar e minhas mãos suarem. Apesar de eu saber que não tinha como Evan ter ficado sabendo, eu imagina um milhão de coisas, era automático, não conseguia me livrar da sensação.

Eu não fazia ideia de como Evan tinha alcançado a janela de meu quarto, mas em um momento ele estava se preparando para pular para dentro e no outro, estava parado ao lado de minha cama. 

Seu rosto estava calmo, mas eu podia ver as pequenas linhas de expressões se formando em seu rosto, algo o estava incomodando e eu torcia mentalmente para não ter nada haver comigo.

- Qual o problema? - Sussurrei, na maior cara de pau, deixando que minha voz saísse inocente.

- Fui me encontrar com Charlote. - Começou, se sentando na beirada de minha cama. Me ergui para responder, mas Evan foi mais rápido e levantou alguns tons de sua voz, me interrompendo completamente. - Fui tratar de negócios, juro. Ela me informou que tinha novidades e a procurei para saber quais eram.

- E quais eram as novidades? - Eu sabia que estava sendo ciumenta na hora errada, mas não pude evitar. Não confiava na Charlote e por mais que confiasse em Evan, não conseguia confiar neles juntos.

- Ela teve uma pista sobre quem matou Amber.

- E porque ela se importa? - Rebati, continuando em seguida de uma forma irônica que era bastante comum nos últimos tempos. - Ah, claro, porque você se importa.

- Melanie... - Ele revirou os olhos, mas eu o impedi de continuar. Tinha começado meu ataque de chiliques e pretendia terminá-lo.

- Ela não sabe de nada. Fez isso apenas para ter um momento com você. - Falei, encarando seus olhos negros que mostravam que ele estava prestes a começar um ataque de riso, talvez para ele, aquilo tudo fosse engraçado demais. - O que foi? Não acha que tenho razão?

- Não, eu acho que você tem toda razão. - Respondeu rindo. - Mas também acho que Charlote tem razão em querer ficar sozinha comigo. Todas garotas querem isso.

- Eu não quero isso. - Retruquei. - Não sou como ela.

- Eu sei que não é, Mel. - Disse contendo o riso e se esforçando para ficar sério. - Mas agora, não é isso que importa. Charlote disse que ouviu alguns anjos caídos murmurando alguns nomes, e um desses nomes era o de sua irmã. Ela acha que talvez, só talvez, eles saibam algo.

- E o que você vai fazer?

- Vou atrás deles, mas precisava saber o que você pensava sobre isso. Quero resolver essa história de uma vez por todas, não posso ficar com você completamente, enquanto não souber o que aconteceu com a sua irmã. Não é justo com você, que eu me esqueça de Amber e me foque só em você.

- Tudo bem. - Concordei. - Você está certo. 

Seu rosto se aproximou do meu e nossos lábios se encontraram brevemente. Mas não rápido o suficiente para que a sensação de culpa não me invadisse. Evan tinha sido sincero comigo, o tempo todo, porque eu não deveria ser sincera com ele?

- O que foi? - Murmurou, afastando seu rosto do meu, mas mantendo nossos olhos conectados. - Qual o problema?

- Aconteceu uma coisa. - Comecei, engolindo em seco e sentindo minhas mãos suarem mais uma vez, não conseguia controlar isso, o nervoso era tão grande. - Daniel... Ele... - Suspirei, buscando um pouco de coragem em meu peito. Eu precisava lhe dizer, era a única forma de ficar tranquila novamente. - Ele me beijou.


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Notas finais do capítulo

E aí? *O*

Bom, primeiro, desculpem a super demora! Prometo compensar esse feriado o/
Mas sejam boazinha comigo e me digam o que acharam ):
Fiquem bem ♥
Beijos ;*