Conspiração Divina - Versão I escrita por Jubs C, Julia Brito


Capítulo 28
Frustrada.


Notas iniciais do capítulo

Gente, capítulo novinho *O*
Pra quem acompanha a página, tem coisas novas lá também ;)
Espero que gostem ♥



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Eu quero esconder a verdade

Eu quero te proteger

Mas com a fera dentro de mim

Não há nenhum lugar que possamos nos esconder

Imagine Dragons

O ar no Conorado era incrivelmente sombrio e ficava ainda mais obscuro durante a noite, dessa forma não pensei duas vezes em aceitar o pedido de Evan e dar o fora dali.

A noite estava fria, mais fria do que antes e isso só fazia com que a experiencia que tive anteriormente, me assustasse mais. A lua continuava majestosa no céu, sua luz ultrapassando as nuvens pesadas que cobriam o céu e iluminando todo o caminho. Era uma paisagem bonita de se ver, o céu estrelado me lembrando que ainda havia esperança, eu estava tão perto de descobrir quem assassinou Amber, mas o medo ainda era maior, tinha medo de que não fosse gostar do que estava prestes a descobrir.

Evan parou a moto uma esquina antes da minha casa, a pedido meu, no momento a última coisa que eu queria era um confronto direto entre Evan e Daniel, o que eu sabia que aconteceria se ele parasse a moto perto do portão e Dan visse.

- Como você está? - Perguntou quando descemos da moto e nos encostamos no muro da fabrica ao lado. Sua voz era cuidadosa, como se esperasse que eu desse uma resposta negativa ou algo do tipo.

- Confusa. - Murmurei por fim, rindo baixo. - Minha cabeça está a mil, preciso da minha cama. 

- Me desculpe por hoje.

- Não há o que desculpar. Eu quis aquilo. - Passei meus braços em volta de seu pescoço e gostei quando ele me aperto em si. - Obrigada.

- Não entendo você. - Sussurrou, tocando de forma leve, nossos lábios. - Primeiro diz que foi a pior experiência da sua vida e depois me agradece por ser o culpado de ter sido.

- Não disse que foi a pior experiência da minha vida, mas seria louca se dissesse que foi a melhor. - Rebati e em seguida encostei nossos lábios, mas sem beijá-lo. - Digamos que foi... Interessante.

- Interessante? - Evan riu. - Você estava apavorada!

- Não estava não! - Me afastei, devolvendo a risada e socando de leve seu ombro. - Não fico assustada facilmente.

- Claro. - Respondeu irônico me puxando para ele novamente, e dessa vez, finalmente selando nossos lábios em um beijo intenso e rápido. - Acho que você deveria ir.

- Eu quem deveria dizer isso. - Sorri. - Para onde você vai?

- Pra casa.

- Oh, claro. - Dessa vez eu quem fui irônica. - Sinto que você está me escondendo algumas coisas.

- Eu escondo muitas coisas de você, docinho.

- Sinto falta do 'Anjo'. - Brinquei. 

- Pensei que era literal demais. - Rebateu em tom de brincadeira, mas depois ficou sério. - Tenho algumas coisas para resolver antes de ir para casa.

- Que coisas?

- Coisas. - Revirou os olhos. - Deixe a janela aberta, vou tentar voltar.

- E se Daniel o vir? - Perguntei me afastando, dando alguns passos ainda de costas. - Vai matá-lo?

- Tentador, mas não. - Murmurou. - Faça o que eu disse, provavelmente trarei novidades.

- Aonde você vai? - Me atrevi a perguntar, por mais que soubesse que ele não me daria uma resposta aceitável. 

- Melanie, - Sussurrou. - Conversamos quando eu voltar.

Revirei os olhos e me pus a andar, dessa vez com as costas viradas para ele, caminhando em passos rápidos em direção a mansão, querendo desesperadamente entrar em meu quarto e desabar na cama e torcendo mentalmente para Daniel não estar em casa, por mais que eu não soubesse que horas eram, aquele era um sábado e ele provavelmente tinha saído com seus amigos.

Eu realmente queria que ele o tivesse feito, mas quando abri a porta da sala e passei por ela, Daniel estava esticado no sofá completamente em silêncio, cogitei a ideia de ele estar dormindo cedo demais, sua voz logo ecoou pela sala encontrando meus ouvidos.

- Onde estava?

- Na Rosa Negra. - Murmurei depressa. - Com a Sophie.

- Não quero que vá a Rosa Negra, nem com Sophie e nem com ninguém.

- Você não quer que eu vá á lugar algum. - Rebati, revirando meus olhos. - Além disso, pensei que gostava da Sophie.

- Falou certo, gostava, até Steve me dizer que ela estava tendo um casinho com Evan.

Era isso o que as pessoas pensavam? Que Evan e Sophie estavam juntos? Pelo menos Daniel sairia do meu pé, e pararia de perguntar se eu estava me encontrando com Evan.

- Ela não mencionou nada. - Respondi me dirigindo até a escada, mas parando bruscamente na tentativa de dar um fim aquele assunto e fingir que Evan e eu estávamos acabados. - Sophie é minha amiga, assim como Steve é seu amigo. Não me importa com quem esta tendo algum tipo de relacionamento. E não deveria importar para você.

Daniel se levantou em um pulo com a minha resposta. Pensei que ele viria até mim e me daria um tapa ou algo do tipo, quando começou a se aproximar em passos rápidos e pesados.

- Qual o seu problema? - Perguntou, me segurando pelos cotovelos. Não me contorci, sabendo que aquela era uma reação comum quando algo o frustrava. 

- Não tenho problema algum. - Rebati. - Você ao contrário...

- Você é uma mentirosa Melanie, esse é meu problema! - Gritou, fazendo minhas mãos gelarem e meus olhos arderem. - Não sabe nem disfarçar esse ciúme idiota que sente daquele cara.

- Do que está falando? - Gritei de volta, mas logo depois abaixei meu tom. - Não sei do que está falando, Daniel.

- Como não? - Mas Dan manteve seu tom nervoso, fazendo meus tímpanos doerem. Pisquei demoradamente e abaixei meus olhos. - Porque você o ama, sendo que eu quem estive sempre aqui por você?

Ergui meu olhar e encontrei os olhos azuis de Dan. Nossos olhos eram idênticos, de um azul que ardia os olhos de qualquer um que olhasse por muito tempo. Mas não era aquela imensidão azul que ardia meus olhos, era a tristeza misturada com uma fúria nunca vista por mim, que fazia meu coração falhar uma batida. 

- O que você quer dizer?

- Ah, Mel, você é tão ingênua. - Sussurrou, largando um de meus braços e erguendo uma de suas mãos para acariciar meu rosto, seus dedos eram macios e seriam o toque que qualquer garota desejaria ter. Mas não eu. O garoto parado a minha frente não era o garoto que eu amava, aquele era meu primo, um primo que tinha meu amor só que de uma maneira incrivelmente familiar. - Não consegue ver as coisas que estão bem na sua frente.

- Daniel... - Murmurei na tentativa de afastá-lo, mas creio que minha voz não saiu da forma que eu imaginava que sairia, pois ele aproximou seu rosto do meu lentamente e em seguida, como se tivesse certeza daquilo, encostou seus lábios nos meus.

Congelei. O que mais eu poderia fazer? Daniel era visivelmente mais forte que eu, e mesmo que eu o acertasse tempo o suficiente para me afastar e subir as escadas correndo, ele ainda me alcançaria e se não o fizesse, provavelmente me odiaria pelo resto de nossos vidas.

Não movi meus lábios com os dele, simplesmente não pude, como se algo dentro de mim me impedisse. Não eram aqueles lábios que eu queria beijar, apesar de serem macios e cuidadosos, não eram os lábios que se encaixavam perfeitamente aos meus.

Daniel entendeu a deixa e afastou seu rosto lentamente, abrindo seus olhos e encarando os meus. Uma ponta de tristeza me invadiu, mas eu fiz o suficiente para mandá-la embora ou pelo menos escondê-la enquanto ele me olhava daquela forma, que parecia ser capaz de ler minha alma.

- É exatamente como eu imaginava que era. - Sussurrou, se afastando aos poucos de mim. 

- Não devia ter feito isso, Daniel. - Balbuciei de volta, me virando de costas para ele e subindo as escadas depressa, querendo afundar meu rosto no travesseiro e esquecer que aquilo tinha acontecido.


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Notas finais do capítulo

Ai ai e aí? Hahah, eu gosto desse capítulo. Mas quero saber de vocês: O que acharam?
Bom, até a próxima ;*
Beijos ♥