#Percy’s#

O café da manhã estava bem agitado. Alguns campistas zanzavam pelo pavilhão, pois Quiron havia liberado a visita nas mesas de outros chalés, o que em minha opinião foi uma ótima ideia. Annie sentada comigo, Nico e Vic estavam conversando do outro lado da mesa.

–... Hades não é aquele pai que muitos sonham em ter. Mas afinal ele é um deus e já me deixou brincar com o Serbero uma vez, tipo uns cinco segundos mais ou menos.

–Você já foi ao submundo? – perguntou Victoria, e pela sua expressão estava adorando conversar com seu irmão.

Quando olhei para a mesa onde Quiron estava, percebi que Paloma tomava café com ele já que ainda não havia sido reclamada. Com um simples olhar entendi o que o centauro quis me dizer. Ele queria que Paloma se juntasse a nós. Assenti. Quiron falou algo para ela, e a garota veio em minha direção. Victoria ofereceu o lugar ao seu lado para ela, que aceitou.

Tomamos nosso café tranquilamente. Quer dizer, não tão tranquilamente assim...

–Então quer dizer que vocês começam a comer e não esperam por mim? Nem me convidaram pra inicio de conversa.

Quando me virei, dei de cara com uma garota de cabelos pretos curtos, e uma tiara prateada na cabeça.

–Thalia! – exclamou Annie. Pulou da cadeira para abraçar sua velha amiga. Alguns outros campistas nos olharam para ver o motivo de tanta animação. A caçadora se sentou ao lado de Annie.

–O que veio fazer aqui? – perguntou Annie – e onde estão as outras caçadoras?

–Resolvi passar um tempo no acampamento. Descansar um pouco sabe – continuou ela – Eu vim sozinha. Deixei Phoebe cuidando das caçadoras.

Ela olhou para Nico, depois para Victoria e em seguida, Paloma.

–Quem são elas? –perguntou

–Ela é Victoria filha de Hades – respondi

–Por isso a capa negra – observou Thalia.

–E essa é Paloma, ela... Bem... Não foi reclamada ainda.

Thalia observou Paloma atentamente, parecia avaliar tudo. Desde seu cabelo negro, e seus olhos bicolores, até o tênis que a garota estava usando. Depois olhou para mim, e acho que ela já tinha um palpite de quem fosse seu pai.

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Após o café, cada um foi pra um lado. Nico e Vic continuavam conversando animadamente. Thalia foi para a floresta, e Paloma para a arena. Annie e eu fomos caminhar pela praia de mãos dadas.

Após uns dez minutos mais ou menos, Nico apareceu correndo atrás de nós.

–Venham rápido você dois – gritou ele, ou melhor, berrou – Vocês precisam ver isso!

Ele olhou para mim, como se algo de errado tivesse acontecido, e que eu era o suspeito nº 1.

Eu e Annie nos entreolhamos, e saímos a pinote atrás de Nico, que por sua vez foi em direção da arena. Foi então que me passou algo pela cabeça. Sra.O’leary! Desde que cheguei não visitara ela. Pensei o pior, que algo tivesse acontecido.

Ao chegar lá, minha cadela de estimação estava deitada de barriga para cima e sua língua de fora.

Ela havia morrido.

Mas algo me fez mudar de ideia, pois ela estava... Sorrindo? Foi aí que o estranho aconteceu. Ela começou a bater uma de suas patas traseiras no ar violentamente, o que causou uma pequena ventania.

–O que está acontecendo aqui afinal? – perguntei sem entender nada.

Nico estava com um pequeno sorriso de satisfação no rosto. E eu realmente odiava aquilo.

Uma garota saiu de trás da minha cadela. Saí correndo em disparada na direção dela, mas fui reduzindo a velocidade quando percebi que a garota era Paloma.

–O que fez com minha cadela? – perguntei num tom um pouco furioso.

–É sua? Pois ela é um amor.

Deu um risinho e logo em seguida me puxou pelo braço para o lado daquele cão infernal. Paloma começou a coçar atrás da orelha da Sra. O’leary, e a cena se repetiu. Quanto mais ela coçava, mais rápido a pata ia.

–Pelo visto você não dá um carinho pra ela faz tempo hein?

–Claro, ela fica aqui no acampamento e durando o ano eu fico com a minha mãe.

Annie, Nico e Vic apareceram, já entendendo tudo pelo visto.

Até que percebi, todos estavam encarando Paloma, inclusive eu. Sua aura começou a brilhar, um símbolo brilhava sobre sua cabeça também. Uma pequena explosão de pó em tom de verde-água, e um tridente apareceu. Falando em tridente, havia o desenho de um sobre as costas das mãos da garota.

Foi aí que caiu minha ficha.

–V-V-VO-VOCÊ, É... VOCÊ É... – gaguejei

–Uma filha de Poseidon? – perguntou Paloma provavelmente já sabendo a resposta.

–Tá explicado o motivo da Sra. O’leary ter gostado tanto dela assim como o se fosse o Percy. – falou Nico

Eu a encarava, incrédulo. Meu pai havia quebrado o juramento mais uma vez, embora agora não valesse mais. Dei um grande abraço nela, um abraço bem apertado.

–Maninha... – falei

–Ok, Ok Percy, pode me soltar – Falou ela – está me sufocando.

–Ah... Desculpa.

–E esse sinal na mão? É para sempre?

–Creio que não, pois não tive isso.

–Parece que os deuses estão inovando. A capa de Victoria, a marca de Paloma – Falou Annie.

Eu observava minha irmã, de olhos arregalados, como se ainda não acreditasse que realmente fosse minha irmã. Annabeth me cutucou.

–Acorda Percy!

Então desmaiei.