- Onde está Morgana? – Perguntou o Doutor

- Está presa. Ela desmaiou e a prendemos.

- E o Dragão?

- Fugiu.

- Majestade. – O Doutor deveria escolher bem suas palavras. Embora sempre tomasse o controle da situação, dessa vez era diferente. Não seria muito bom se um Doutor estranho tomasse conta de uma situação em que o rei, ainda mais Arthur, deveria ser capaz de conter. – O Dragão não fugiu. Ele foi embora. Ela deve ter mandado ele ir embora antes de desmaiar.

- Ele é um dragão!

- E é fiel à ela. Talvez ela quisesse ser capturada.

- Isso é ridículo.

- Não. Ridículo é um feiticeiro ficar preso em uma masmorra. – O Doutor estava falando mais para si mesmo do que para Arthur. – Mas porque ela ia querer ser presa?

- Agora não podemos nos preocupar com isso. Precisamos voltar para o chão. Temos que reverter o feitiço. Gaius, você conhece algumas coisas da Antiga Religião, sabe de alguma coisa que possa nos ajudar?

Gaius suspirou encarando Merlin e depois Arthur.

- Temo que precisaremos da ajuda de um feiticeiro, Senhor. Se foi um feitiço que nos trouxe para cima, só um feitiço pode nos fazer descer em segurança.

- Sim Gaius, só que não temos um feiticeiro aqui.

- Porque Morgana ia atacar Camelot sozinha? – O Doutor ainda perguntava a si mesmo – Há! É isso!

Arthur revirou os olhos. Estava perdendo a paciência.

- A primeira coisa que não faz sentido é Morgana vir aqui sozinha atacar Camelot. A segunda é porque ela se deixou se capturada. Simples: Morgana não está sozinha.

Merlin lembrou-se das palavras de Kilgara. Talvez o Doutor estivesse certo.

- Doutor, não seja ridículo. Estamos no céu. Que inimigo iria atacar o céu?

De repente uma das janelas do salão em que estavam quebrou-se. Alguns olharam pela janela e viram várias criaturas metálicas com apenas braço, cabeça e a parte superior do tronco flutuando.

- Doutor, o que é aquilo? – Perguntou Martha relativamente calma

O Doutor não respondeu. Não teve tempo. A porta do salão fora explodida revelando Morgana do outro lado em pé.

Alguns cavaleiros se postaram de frente à rainha Guinevere e ao rei Arthur.

- Merlin. – Chamou o Doutor

Merlin não pensou duas vezes, puxou Arthur e Guinevere para atrás dos tronos. Lá havia uma porta fechada. Martha e o Doutor já estavam lá.

O Doutor pegou sua chave de fenda sônica o mais rápido que pode e apontou para a porta. Arthur, Gwen e Merlin estranharam o barulho, mas não era hora de se preocupar com isso. A porta se abriu e eles saíram correndo.

Claro, Arthur queria voltar, mas como rei seu dever por enquanto era permanecer vivo.

- Pra onde vamos? – Perguntou Martha

- Vamos pra cidadela, na taberna. – opinou Merlin.

- Merlin, isso não é hora.

- Ah claro, Morgana e essas coisas vão mesmo procurar por nós na taberna!

- Arthur, não temos tempo pra discutir. – Falou Gwen

Arthur revirou os olhos. Merlin olhou para trás e viu Gaius e Gwaine correndo atrás deles e ficou menos preocupado com a situação. Mas não muito.

Eles saíram no pátio que estava  repleto de criaturas metálicas.

- Doutor, o que é isso? – Perguntou Merlin.

- Agora não Merlin, precisamos passar por eles e eu tenho a arma perfeita aqui.

O Doutor pegou sua chave de fenda sônica e a girou nos dedos. Apontou para um robô que vinha em sua direção. O Robô entrou em curto e caiu.

Arthur, Guinevere, Gwaine, Gaius e Merlin estranharam mas não reclamaram.

Todos saíram correndo, o Doutor foi na frente com a chave na mão e Gwaine foi atrás de todos, ainda estava com um escudo em um dos braços, perfeito para defender a rainha. Os outros teriam que contar com a sorte.

Um robô parou flutuando ao lado de Arthur.

- Identifique-se. – falou com uma voz metálica fina mas irritante

- Sou amigo da Morgana. – Falou Arthur tentando ganhar tempo até que o Doutor visse aquilo e desse um jeito. Claro foi o que aconteceu.

- Negativo. Lady Morgana está sozinha. Exterminar. – O Doutor estranhou a última palavra mas não podia deixar aquilo continuar. Apontou a chave de fenda sônica para o robô e o mesmo caiu no chão.

Eles continuaram correndo. O caos estava presente, mas algumas pessoas simplesmente não conseguiam andar. Estavam caídas no chão como se tivessem cansadas de um trabalho mais do que árduo.

- Aconteceu a mesma coisa com alguns cavaleiros. – Comentou Gwaine

Claro, seu comentário fora, por hora, ignorado. Um laser foi na direção de Arthur que se desviou por instinto. O laser passou de raspão em seu braço.

- Arthur... – Gwen estava com medo

- Tudo bem. Só queimou um pouco. Era pra ter arrancado meu braço.

- Não. Era pra você desaparecer. Você deu foi sorte! – falou o Doutor.

- Muito inspirador. – Falou Martha balançando a cabeça negativamente e sorrindo enquanto corria.

- Oh Yes!

Eles entraram em uma ruazinha imunda e ao mesmo tempo, menos movimentada. A maioria das pessoas não tinham forças para andar. Estavam simplesmente caídas ali no chão como zumbis que ainda não morreram.

Usando a chave de fenda sônica, o Doutor abriu a porta da taberna e todos entraram rapidamente.

- Para trás do balcão e façam o menor barulho que puderem e também evitem de acender luzes. Eles têm que pensar que isso aqui está abandonado.

- Doutor o que vamos fazer? – Perguntou Martha

- Vamos descobrir mais sobre o nosso inimigo. Tem algo neles que não está me cheirando bem. Eles virão atrás de nós – Merlin se aproximou

- Como você sabe?

- Bem, não tem como saírmos de Camelot. Por isso colocaram essa ilha no céu. Ou você se junta a eles ou morre.

- Mas e aquelas pessoas caídas? O que era aquilo? – Perguntou Martha preocupada com os que estavam lá fora.

- Eu não sei. Gaius disse que elas não tinham nada além de cansaço. Pode ter sido o agouro daquele grifo.

- Ou talvez mágica. – Sugeriu Merlin

- Pode ser. De todo modo, o jeito é apenas esperar um deles vir aqui.

Merlin ia ver como estava Arthur, mas o Doutor o segurou pelo braço.

- Acho que você não confia em mim completamente, mas você vai ter que usar magia na frente dele. O que vai ser?

- Eu não sei Doutor. Eu não sei.