Alexithymia escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 3
Capítulo 02 — Amigavelmente torto.


Notas iniciais do capítulo

Maaaaaaaais um novo capítulo, pessoas ♥ espero que gostem desse e comentem, pls, pls pls ♥ E é dedicado especialmente a linda e fofa da Juliana que já recomendou Alex ♥ eu fiquei passada quando vi com o tamanho da fofura da garota, mds! Obrigada, obrigada, obrigadaaaaa mesmo! ps: passaram-se os dias em que eu conseguia fazer nomes decentes para capítulos, tsc tsc kkkkkkkk ~cry



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— Acho que eu vou dormir enquanto estiver falando com aqueles velhos. — Sussurrei para Riley assim que minhas pálpebras pesaram.

Ele sorriu e seu polegar acariciou a parte externa de minha mão a qual estava entrelaçada com a sua. Enquanto o elevador descia encostei minha bochecha em seu braço — porque eu era baixinha o bastante para não conseguir encostar meu rosto em seu ombro — e suspirei, fechando meus olhos. Esperei que eu pudesse descansar somente por aquilo.

Claro que não foi como eu esperava, o sono só fez crescer dentro de mim.

— Será que tem algum problema se eu for mais cedo para casa hoje? — Murmurei preguiçosamente, a voz arrastada e mais grossa do que era na realidade. — Eu já fiz tudo que tinha pra fazer… — Argumentei.

— Eu te deixo em casa depois desse maldito almoço.

Eu assenti meio débil.

— Você dorme comigo hoje?

Minha pergunta pareceu ter algo de engraçado porque Riley soltou uma risadinha enquanto apertava um pouco mais a minha mão. Eu queria que ele me abraçasse ou sei lá o quê, só queria me sentir confortável o bastante para dormir pelo resto do dia e só me acordar amanhã quando fosse hora de iniciar outro desgastante dia ferrado de trabalho.

— Sim.

— O que você quer pra jantar?

— Sabe aquele creme de galinha que você faz e eu adoro? — Sorri novamente.

— Você não se cansa de comer só isso?

— Definitivamente não. — Sua voz foi abafada no meu cabelo, inspirando o cheiro dele. — Talvez eu demore um pouco porque eu vou à casa da minha mãe… ver como anda as coisas por lá, então eu acho que às oito horas eu chego, tudo bem?

Eu somente assenti.

Aquele era nosso melhor dia. Ele não estava exigindo que eu o acompanhasse e eu não sentia ressentimento por ele estar deixando de passar comigo o raro tempo que ele tinha fora do trabalho porque tinha que ver sua mãe. Agora eu enxergava que, apesar de tudo que aquela perfeita sogra resmungasse sobre mim, nada alteraria sua concepção.

Demorara longos anos para eu aprender isso. Longos e torturantes anos.

— Eu te amo. — Disse ele, o nariz ainda enterrado em meu cabelo.

— Eu também, Little Birdie. — Sorri para ele e saí do elevador assim que as portas se abriram no estacionamento.

Esse apelido surgira nos primeiros semestres da faculdade. O fato era que eu sempre pronunciava seu sobrenome errado e ele nunca me corrigia porque — inconstante como eu era na época — tinha medo que eu me distanciasse dele. Somente quando dividimos uma cadeira foi que eu descobri ser Biers e não Birds e o indaguei, incrédula, sobre o porquê de ele não ter me explicado.

Sua resposta foi a maior mentira de todos os tempos: Ele não percebia que eu estava falando errado. Birdie só me falara o motivo depois quando estávamos saindo juntos — um ano depois de termos nos conhecido — e, com ele, eu não era mais tão instável.

Edward Cullen fora o primeiro a chegar ao maldito almoço — assim como Riley dizia — e eu meio que hesitei um passo quando vi que ele estava sentado a uma mesa. Era todo o inferno que eu não me imaginava dentro nesses últimos anos. Tudo que eu esperava era manter distância dele e mesmo em outro país, nossos caminhos sempre tinham que se cruzar.

Só que dessa vez eu me certificaria que só seria profissionalmente.

— Boa tarde. — Eu falei ao mesmo tempo em que Riley, um tom vazio tingindo a minha voz quanto nunca tinha feito antes.

Deus, eu odiava aquele cara!

Ele se levantou por educação quando afastamos a cadeira para sentar e murmurou “boa tarde” com uma pitada de escárnio em sua voz. Eu juro que eu podia escutar aquela merda em sua voz, juro que não era paranoia minha ou qualquer outra coisa da qual eu fosse acusada. E merda, eu ainda tinha a esperança que o filho da mãe não me reconhecesse ou qualquer outra coisa, mas eu tinha certeza que ele se lembrava de mim muito bem. Eu tinha sido a aposta desastre da qual ele fizera parte.

Somente uma anotação básica: Tentar fazer voodoo com um bonequinho de Edward.

— É muito. — Murmurei friamente assim que ele propôs uma coisa extremamente absurda e ridícula. Por favor, quem pedira para ser sócio fora ele então era óbvio que o panaca ficaria com a menor parte e nós com a maior. Isso era óbvio até para uma criança. — Wilder tem sócios com muito menos que isso e felizes por terem a sorte de entrar lá.

— Concordo com a Srta. Swan. — O presidente falou gentilmente na minha direção. Sr. Wilder era cortês demais para falar uma coisa daquelas na cara de alguém, esse era seu único defeito. — A quantia que você está oferecendo é muito insignificante para o que quer, Sr. Cullen. Devemos visar que a Wilder não é uma empresa que está implorando por sócios.

Eu quase soltei uma gargalhada com a cara de Edward. Olhei inocentemente para Riley e ele prensou os lábios, chupando a parte interior das bochechas por alguns segundos para controlar o sorriso. Tudo bem que esse comportamento era abusivo quando se tratava de nós em um almoço de negócios, era só que… bem, não estávamos negociando com um desconhecido — eu, pelo menos.

— Perdoem-me se os ofendi.

— Não, está tudo bem. — Apressei-me a dizer. — Então… — Hesitei antes de desviar os olhos do meu prato para os olhos esverdeados de Edward — 2% é o acordo?

— Sim, está de bom tamanho.

O Sr. Wilder sorriu na direção dele balançando o rosto positivamente.

— Diga-me, Sr. Cullen, Isabella não é uma ótima negociadora? — Riley ficou rígido ao meu lado. — Demoramos quatro dias para nos acertamos e em apenas meia-hora com ela aqui conseguimos nos entender. Isso não é perfeito?

— É… — Ele concordou, incerto. — Perfeito.

Acariciei por debaixo da mesa o joelho de Riley e sorri quando ele me olhou.

— Então… — O Sr. Wilder se animou, virando-se para mim e para Riley. — Quando que é o casamento? — Ele mexeu as sobrancelhas para cima e para baixo, sugestivo.

— Ano que vem. — Riley disse, agarrando minha mão com possessão.

— Não está longe, hein Swan?

Ri discretamente quando ele mexeu as sobrancelhas de novo, olhando para o meu colo e corando porque eu não gostava quando Edward me olhava daquele jeito. Era como se antes ele duvidasse que eu fosse encontrar alguém e agora estava chocado porque eu realmente tinha e eu, Isabella Swan, iria me casar e isso era quase um milagre.

— Quanto mais perto melhor. — Disse a ele, sorrindo largamente.

Ele assentiu sorridente.

Depois de terminarmos o almoço, troquei pouquíssimas palavras com Edward Cullen já fazendo um enorme esforço para não fingir-me de indiferente ou qualquer outra coisa que tinha em minha mente. Eu ainda o odiava, sempre o odiaria. Não tinha como superar isso como uma pessoa normal faria porque eu era de guardar rancor e não me arrependia. Ele merecia, afinal. Não era como se eu estivesse sendo injusta com alguém inocente.

Tudo bem, tudo estava muito bem agora — eu soltei um sorrisinho alegre quando entrei no carro de Riley, aliviada porque eu tinha encarado aquele monstro com tranquilidade e não tinha colocado tudo a perder com as mágoas. Eu podia me controlar e sorri novamente por causa disso, encostando meu rosto na janela do carro.

Pelo canto do olho pude perceber Riley me olhando curiosamente por alguns instantes antes de dar partida.

Eu sempre gostei muito de Riley porque ele era bondoso demais para com as pessoas e nunca ninguém tinha sido bom comigo, mas agora eu estava odiando essa merda de qualidade. Passamos por um ponto de ônibus e Edward estava lá, meu noivo parou o carro e ofereceu-o carona — isso me fez abrir os olhos de supetão, querendo gritar todos os palavrões possíveis e imagináveis no mundo todo pela raiva que no momento me queimava.

— Sinto informar, cara, mas aí não é um ponto de táxi e o ônibus para onde você quer ir não passa nessa parada.

O olhei incredulamente, sem fazer questão de esconder para Edward a raiva que eu estava por ele estar em um lugar próximo demais de mim. Tudo que eu queria era manter distância daquele verme!

Riley somente deu de ombro, acariciando meu joelho com o dedo indicador como se aquilo fosse o suficiente para acalmar o instinto assassino que eu estava sentindo no momento. Não era, ele deveria saber. Revirei meus olhos com impaciência e tentei fazer o que eu executava antes: descansar meu rosto na janela e cochilar enquanto não chegávamos.

Não funcionou. O vidro de repente era duro demais, o lugar era abafado demais, o carro se movia demais e Edward Cullen falava demais! Meu Deus, eu deveria superar isso. Não era normal e sensato agir como uma adolescente quando eu deveria ser uma adulta de 24 anos que tinha cabeça de 30 com desconhecidos. Você é mais que isso, Isabella.

Muito mais do que esse verme um dia será em sua vida toda.

Odiava

Edward

Cullen.

— A Bella não é muito de falar… — O Riley se justificou quando o olhar de Edward voltou-se para mim pelo retrovisor. — Ela está com um pouco de sono também, então…

Eu não falava nada porque sabia que se eu ousasse falar alguma coisa, essa coisa vai ser ofensiva a Edward, então era melhor evitar confusões infantis. Eu era uma adulta, uma adulta e a presença de uma pessoa de minha adolescência não deveria significar nada para mim. Não mudava nada. Eu era Isabella, diretora da Wilder com apenas 24 anos.

E sim, eu me orgulhava para caramba disso.

Eu fiquei alheia à conversa a viagem de carro inteira, observando minhas unhas médias ou raspando o esmalte que tinha na mesma. O tédio e a raiva eram meus principais sentimentos e eu sequer fazia esforço para afastá-los. Eu gostava de me lembrar dos anos escuros enquanto não tinha nada para fazer, era um exemplo a nunca ser seguido novamente. Nunca ser tão babaca de novo.

Em um sinal vermelho, Riley torceu seus dedos com os meus, olhando-me cautelosamente e com os dois cantos dos lábios repuxados em um quase sorriso sem dentes. Ele poderia parar com aquela chantagem emocional agora, já tinha funcionado e ele sabia disso. Eu quase senti o olhar de Edward perfurar nossas mãos como raio lazer do tanto que ele as fitava.

— Só virar aqui à esquerda, número 110 — Eu repeti a frase mil vezes na minha mente mesmo quando ele terminou de falá-la. O desgraçado morava no mesmo prédio que eu e… novamente, eu tinha que respirar fundo para não acabar lhe dando um murro no olho.

— É o mesmo que o meu. — Murmurei com a voz quase ressentida.

— Sério? — Ele ergueu as sobrancelhas, incrédulo.

Somente assenti, sentindo-me repentinamente triste. Onde estava a bendita liberdade? Ela se fora assim que Edward Cullen dissera que morava no mesmo lugar que eu.

— Qual é o seu andar? — Perguntou Riley, menos amigável do que estava antes. Era imperceptível a mudança em sua voz para pessoas que o conheciam há pouco tempo, mas eu podia distinguir a mudança em seu olhar e no seu tom.

— É a cobertura.

— É, eu soube que um tinha desocupado essa semana. — Disse ele.

— Eu me mudei ontem, mas fiquei na casa temporária da minha irmã enquanto arrumavam as coisas. — Explicou Edward e desceu do carro quando Riley estacionou de frente a portaria. — Não tenho paciência para essas coisas.

O apartamento de Edward ficava de frente ao meu como se o destino estivesse sendo irônico o bastante para colocá-lo lá. Eu praticamente implorei para que Riley subisse comigo e me deixasse na porta porque eu sentia medo como uma criancinha quando fica sem a sua mãe. Era como se, apesar de tudo, eu tivesse medo de Edward e não suportasse ficar dentro do elevador sozinha com ele.

— Você vai ficar bem? — Indagou Riley colocando uma mão em meus cabelos e os deixando cair sobre meus ombros. Eu assenti e ele sorriu, inclinando-se e colocando seus lábios quentes em minha testa.

Tomei banho assim que Riley partiu para Wild e depois não tive disposição para fazer nada porque meus olhos estavam pesados o bastante para me fazer cambalear ao andar. Gentilmente fechei as janelas para deixar o quarto escuro e entrei debaixo das cobertas e dormi em dois minutos. Tudo que eu sabia naquele momento que eu odiava Edward de todo o meu coração e isso não passaria tão rapidamente.

Nunca passaria.



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Notas finais do capítulo

O capítulo que vem é um flashback do que se passou entre ela e o Edward ♥ para a alegria de Bibinha (Anne Lov), né bilolinha? KKKKKKKK brincadeiras a parte kkkkkkkk i can't. Espero que tenham gostado desse capítulo. Comentem! É sempre bom ler o que vocês falam kkkkkk eu sorrio idiotamente toda vez, sério! Boa noite, beijos!