Alexithymia escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 2
Capítulo 01 — Enquanto você ainda o tem.


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoas! Ai Deus, por que filosofia é tão chato? Pls, pls, pls. Na verdade, estudar é chato e é isso ai, mano. Minha mãe, mds, falando que só quer que eu namore com 18, tadinha. KKKKKKKKKKKK enfim, deixando minhas divagações pra depois, aqui está um novo capítulo pra vocês! Espero que gostem e COMENTEM, pls, pls. Eu sempre sorrio ao ler o que vocês escrevem e esse capítulo é dedicado a vocês, Laura, Juliana e Biba, que comentaram no Prólogo. Espero que gosteeeem, mesmo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/296081/chapter/2

Riley franziu o cenho para mim assim que nós entramos em seu apartamento e eu suspirei pesada e grosseiramente, jogando-me em seu sofá escuro. Eu tinha perdido o costume de me abraçar e me encolher quando eu estava na faculdade, porém agora parecia mais do que necessário fazer isso. Era como se todos os anos terríveis de minha vida fossem ressurgidos quando Edward Cullen apareceu na minha sala.

Odiei isso. Eu queria que ele entrasse de novo no buraco de onde ele tinha saído e me deixasse em paz porque era óbvio que eu não o queria de novo em minha vida. Ele só fazia ferrar com ela sem piedade alguma e eu definitivamente iria resistir um pouco mais até deixar que ele fizesse o que vinha fazendo desde o colegial.

Eu, sinceramente, esperava que meus medos infantis morressem no colegial. Mas foi ao contrário: eles reviveram quando Edward entrou na porcaria da sala e o pior era que eles tinham vindo com mais intensidade que antes porque agora eu realmente tinha algo a perder. E sim, eu falava como se ele já tivesse feito alguma de suas porcarias na minha vida sendo que ele tinha sido cortês hoje.

“Não se deixe enganar por Edward Cullen” fora a frase que eu escutei no meu colegial inteiro e no começo eu pensei o porquê de ele me enganar quando só éramos somente amigos. Então tudo explodiu quando eu estava gostando dele mais do que seria saudável e mesmo assim eu fui petulante o bastante para não escutar os conselhos. E como todos podem descobrir eu pensei que eu tinha alguma chance com ele quando na verdade ele estava cumprindo uma maldita aposta como naqueles filmes em que o cara participa de uma aposta para conquistar a feiosa e acaba gostando dela.

A diferença é que Edward Cullen não tinha sentimentos. Ele não gostava de ninguém.

— O que foi, Bella? — Perguntou Riley assim que desabotoou os dois primeiros botões de sua camisa e se sentou na ponta do sofá onde eu estava deitada. — Desde o almoço que você está estranha. Qual o problema? É aquele novo… é… o que é que ele faz mesmo? Sócio?

— Maldito sócio que já deveria estar no inferno a essa hora. — Resmunguei e fiquei sentada no sofá de Riley, suspirando ao passar os dedos por meu cabelo.

— Você sabe que eu não estou entendendo nada, não é? — Ele repuxou os cantos dos lábios em um sorriso sombrio e colocou a mão quente em meu pescoço. Tive que sorrir pelo seu olhar carinhoso e cansado ao mesmo tempo, acariciando seu joelho por alguns segundos antes de me levantar e puxar sua mão para a cozinha.

— Eu vou te explicar. — Disse, apesar de não querer ilustrar meu colegial para Riley porque era onde tudo começava a desabar e me transformava no que eu sou hoje: uma pessoa sem família.

Riley estava morrendo de sono, mas ele forçou suas pálpebras a ficarem abertas enquanto eu o contava sobre o Edward e toda a sua idiotice. O contei sobre como fomos melhores amigos e como eu tivera uma queda por ele — assim como oitenta por cento das garotas do colégio. O contei como ele me machucara com a porcaria da aposta e como, um dia, eu achei que fosse real o que ele dizia sentir e terminei com um sorriso amargo na direção da mesa.

— Patética. — Murmurei por fim.

— Então era por esse motivo que você tinha medo de…? — Essa foi sua única pergunta e eu podia muito bem escutar por baixo de seu tom passivo que ele estava com flamejando de raiva de tudo isso.

Assenti antes que ele continuasse.

Nós dormimos cedo naquela noite, Riley não falou mais nada a respeito de Edward Cullen e eu fiquei grata que ele não o fizesse. Porém eu percebi sua mão fechada em punho em minhas costas quando eu estava deitada de frente para ele, o rosto enterrado em seu peito e sem nenhuma possibilidade de ver seu rosto por estar próxima demais. Queria dizer a ele para relaxar porque aquilo já tinha sido deixado para trás e eu desisti, como sempre, não havia sido realmente deixado para trás.

Ainda tinha a mágoa e o rancor, sendo estes maiores que o profissionalismo. Ele tinha, afinal, destruído toda a minha vida em apenas míseros atos e algumas palavras bonitinhas e que, naquela época, me fizeram fantasiar como nosso casamento seria. Eu contaria todas as flores, meu vestido seria perfeito e Edward seria o homem mais lindo do mundo a partir daquele momento.

Tudo asneira da minha mente. Eu ainda não acreditava como um dia eu pudera ser tão… imbecil como eu fui naqueles meses. Minha avó disse que era o amor que fazia isso com você, mas eu amava Riley muito mais do que um dia cheguei a amar Edward Cullen e ainda tinha um senso de realidade muito normal e saudável — eu reconhecia isso.

Na verdade, eu sequer chegara a amá-lo. Só tinha sido paixão.

Esfreguei meu rosto no travesseiro quando uma lágrima idiota caiu de meus olhos e tratei de me concentrar em dormir porque já estava ficando tarde e eu não queria ficar muito cansada. Amanhã era dia de arrumar os papéis e suportar um almoço com Edward Cullen. Claro que não era como se eu fosse ficar sozinha com ele e ter uma conversa social, eu seria a que menos falaria.

Era só… repulsivo pensar em comer na mesma mesa que ele.

Riley se mexeu ao meu lado e eu rapidamente me ajustei ao seu novo ângulo, tocando seu peito somente com uma mão em vez de estar abraçando suas costas com meu braço. Ele claramente pensava que eu estava dormindo já que se desvencilhou de minha mão e saiu da cama com um mínimo movimento — coisa que ele não fazia em dias normais.

Ele era sempre o primeiro a pegar no sono e eu quem costumava sair da cama para revisar alguma coisa.

Reprimi minha vontade de levantar-me e o perguntar qual era o problema, e o porquê de ele não estar conseguindo dormir e suspirei, encolhendo-me sob o lençol. Eu sabia que Riley ainda estava pensando sobre a porcaria dos primeiros anos da faculdade e mesmo eu odiando que ele o fizesse, não podia impedir. Edward Cullen não tinha feito pouca coisa.

Acho que eu dormi antes de Riley voltar para cama, mas de qualquer jeito quando eu acordei, ele já tinha se levantado. Suspirei pesadamente e fui direto para o banheiro, eu não queria me atrasar quando se tinha tanta coisa para fazer em tão pouco tempo. Sem quebrar nossa infinita rotina, Riley tomou banho comigo, beijando o alto de minha cabeça antes de murmurar um “Bom dia, Bella” sonolento.

— Não — Riley tocou meu braço levemente quando eu peguei uma roupa que estava na área denominada para trabalho —, nós não vamos pra lá agora…

— Você sabe que eu tenho muitas coisas para fazer — Murmurei desanimada.

Riley repuxou os cantos dos lábios em um sorriso alegre e astucioso.

— É, eu sei. Já adiantei tudo.

— Foi por isso que se levantou da cama ontem de noite? — Minha voz adquiriu um tom de acusação à medida que a incredulidade crescia dentro de mim. — Não precisava… — Franzi meu cenho.

— Precisava sim. — Teimou ele e novamente parecia com o garoto de faculdade que eu conheci anos atrás, agindo sem pensar nas consequências de depois. — Eu quero te levar a um lugar. Eles não vão se incomodar apenas com algumas horinhas, não é?

Eu assenti, sorridente e por uns instantes ele deixou seus lábios juntos dos meus. E claro que eu agi como uma adolescente apaixonada por ele ao pressionar meus olhos com força e jogar meus braços ao redor de seu pescoço. Riley meio que sorriu e meio que me beijou ao mesmo tempo, apoiando as duas mãos nas laterais de minha cintura, por cima da toalha felpuda que eu somente vestia.

E então quando eu deslizei meus dedos inquietos por seu peitoral, ele se afastou. Sua respiração quente e ainda com cheiro de creme dental batia em meu rosto e eu podia viver a minha vida inteira sentindo aquele cheiro.

— Apesar de realmente querer, eu não planejo ir para cama agora. — Riley sussurrou, empurrando uma mecha de meu cabelo para trás. — Então, Isabella Swan, vá se arrumar antes que eu arranque essa toalha de você. 

— Mas que pervertido, Sr. Biers. — Sorri pra ele por alguns segundos e puxei algumas mechas de seu cabelo em meus dedos. Ele sorriu também, radiante e perfeitamente mais acordado, inclinando-se na minha direção e plantando um beijo em meus lábios.

Depois de me vestir com roupas normais e adequadas para tudo menos para o trabalho, sentei-me a mesa de jantar e revi o que Riley tinha feito por mim, e como sempre ele não desapontava em nada. Estava tudo como deveria estar, com mais detalhes do que estaria se fosse eu a fazer então quando ele me olhou apreensivo, eu sorri.

Riley dizia que eu era muito crítica sobre as coisas — mais do que deveria, ele ainda acrescentava — e sempre esperava que eu desgostasse do que ele fez. No entanto, vamos ser sinceros por aqui: só pela boa vontade dele era impossível não gostar de algo que fosse ele a fazer. Eu nunca, em nenhuma possibilidade, poderia achar alguém melhor que ele.

— Para onde estamos indo, Little Birdie? — Eu sorri assim que disse seu antigo apelido.

Ele fez uma careta e um sorriso repuxou o canto de seus lábios, levemente.

— Lembre-se dos tempos antigos, Bells. Onde era seu lugar favorito em todo o planeta terra?

— Starbucks! — Exclamei de repente, meus olhos arregalados demonstrando empolgação. — Faz tanto tempo que eu não vou lá… — Suspirei e um sorriso leve pairou em meu rosto. — Obrigada, obrigada, obrigada! — Agradeci como uma criança.

Riley sorriu tortamente, voltando sua atenção para a pista.

— Eu sei que não é a mesma que íamos antes, mas…

— Já está suficiente para mim. — Murmurei, o interrompendo. Seu sorriso em resposta foi magnifico.

Ontem eu achava que meu dia seria uma merda somente pelo fato de ter de aguentar Edward Cullen por — se eu tivesse sorte — duas horas, mas essa ida ao Starbucks me mostrou que meu dia não giraria ao redor dele. Giraria ao redor de Riley e toda a sua perfeição quando o assunto era animar consideravelmente Isabella Swan. Bom, sempre funcionava e ele sabia disso.

Encostei meu rosto no acolchoamento que tinha um pouco acima de minha cabeça e durante todos os dez minutos que passamos dentro do carro, eu o observei dirigir pelas ruas movimentadas de Sydney às vezes sorrindo na minha direção ou só apertando ligeiramente meu joelho com o indicador e polegar. Como resposta eu bagunçava ainda mais seus cabelos, sorrindo.

Eu poderia passar a minha vida — e realmente desejava aquilo — naquele momento, mas eu sei melhor que ninguém que o tempo corre e as coisas mudam.

Durante nosso café-da-manhã em uma das Starbucks ele me fez esquecer o porquê de meu dia ser previsto a ser uma porcaria, murmurando coisas sem importância ou até mesmo — como fazia sempre que eu estava deprimida ou estressada — dizendo piadas sujas. Ele sorriu como se tivesse dito alguma coisa inteligente e esperava minha crise de riso começar. Bom, alguns costumes nunca morriam.

Eis uma verdade: A única razão de eu e Riley morarmos parcialmente juntos é porque eu já tinha chegado a minha casa e encontrado todo o apartamento revirado, no entanto nada fora roubado. Exatamente nada. Então eu fiquei com medo o bastante para dormir sozinha novamente e Riley disse que ele sempre dormiria comigo.

Mas não foi só isso. Não parou por aí. De manhã quando eu entrava na sala sempre encontrava bilhetes com frases soltas e sem-sentido algum. Era apavorante. Riley me dizia que era alguém querendo tirar alguma brincadeira conosco, mas iria alguém ficar meses brincando desse jeito? Eu me forçava a aceitar essa teoria por medo.

Enquanto você o tem — Era a frase do dia e eu estremeci enquanto andava na direção de uma gavetinha trancada e procurava as outras frases.

Seja feliz com ele (...) enquanto o tem (...) porque em breve você não terá sequer a lápide dele (...) para chorar em cima.

Estremeci involuntariamente e varri a sala com meus olhos, procurando algum sinal de que alguém tinha pisado nela hoje, o bilhetinho não viria voando sozinho como em um passe de mágica. Fiquei quase revoltada comigo mesmo quando pensei em possíveis respostas para isso e bufei, revirando meus olhos. Tudo isso era ridículo.

— Está pronta, Bella? — Riley entrou na minha sala após algumas batidinhas na porta.

Ergui minhas sobrancelhas por um segundo e suspirei.

— Sim, estou.

Eu não queria preocupar Riley, então eu sequer falaria sobre esse novo bilhetinho e sobre como isso completava de um modo perfeitamente assustador os outros. Odiava a minha realidade, eu queria voltar para a faculdade onde eu não tinha nada para me preocupar a não ser tirar todos os medos patéticos que eu tinha dentro de mim.

— Você está linda. — Ele passou um braço por minha cintura e beijou meus cabelos. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Okay, não é um dos maiores capítulos, mas garanto que os outros vão ser maiores que esse! Espero que tenham gostado ♥ Não se esqueçam de comentar!