Pude ouvir quando seus passos se aproximaram da porta, pude sentir a hesitação dele em entrar e logo meu corpo se tencionou, esperando seu próximo passo. Minhas lágrimas pareciam não cessar, deixando meu rosto e meu travesseiro completamente molhados. Pude ouvi-lo abrir a porta e, pouquíssimo tempo depois, senti a cama afundar devido ao peso de seu corpo. Não esperei que ele se aproximasse ou falasse, não pensei duas vezes antes de virar-me e jogar-me em seus braços de maneira desesperada. Nesse exato momento ele era tudo o que eu necessitava.

Senti-o afagar minhas costas quando meus soluços pareceram se intensificar e, em alguns momentos, fui capaz de compreender algumas palavras e expressões que saiam de sua boca, como: “fique calma”, “não chore” e “ não gosto de te ver assim”. Seu tom demonstrava dor e isso só fez com que a minha própria dor fosse maior. A última coisa que eu queria agora era vê-lo sofrer e, saber que eu estava causando toda essa dor, era demais pra mim. Eu precisava me acalmar, precisava conversar com ele, precisava consolá-lo, dizer que tudo estava bem e que eu o amo, mas eu não encontrava força para parar de chorar. Senti, então, algo molhar meu ombro e levei alguns minutos para compreender a situação. Edward estava chorando. MERDA.

Busquei toda a força que ainda restava em meu corpo e tentei de todas as maneiras me acalmar. Eu não poderia suportar mais seu sofrimento. Igualei a altura de nossos olhos ficando ajoelhada a sua frente. Segurei seu rosto firmemente e, após admirar toda sua beleza, o olhei firmemente. As lágrimas embaçavam nossos olhos, mas nem isso me fazia perder o contato. Deixei que ambos encarássemos o sofrimento um do outro e desejei, naquele momento, que ele pudesse enxergar a minha alma, o mais profundo de mim. Queria que ele soubesse tudo o que sinto, do meu arrependimento, da minha vontade de lutar por nós, do meu desespero só de pensar em perdê-lo. Queria que ele pudesse enxergar as vontades que tenho, queria que ele pudesse enxergar todo o meu amor por ele... queria que o sofrimento de seus olhos acabasse.

Ainda com alguma força e cheia de vontade, o beijei. Se ele não havia conseguido enxergar tudo em meu olhar, eu esperava que ele pudesse interpretar todos os sinais do meu corpo. Meu desejo por ele parecia não ter fim. Edward é algo viciante para mim, quanto mais o tenho mais o quero e, depois de tudo o que passamos e enfrentamos, deixei todas as minhas inseguranças de lado e passei a ter mais certeza do que nunca do que ele representava na minha vida. Ele é o MEU homem, o MEU amor. O cara que quero do meu lado enquanto eu viver. É a pessoa com quem quero partilhar a vida, os sonhos, as decisões, as vontades, os sofrimentos... É com ele que quero dormir e acordar todos os dias, é com ele que quero sonhar, é com ele que quero fundir meu corpo, que quero me deixar levar pelo amor e pelo desejo. É com ele que quero constituir família, que quero TUDO.

Nossas bocas foram separadas quando nosso fôlego acabou. Estávamos definitivamente mais calmos quanto ao choro, nosso problema agora (ou não!) é que estávamos queimando de desejo um pelo outro. Mal recuperamos o ar em nossos corpos e já voltamos a nos beijar apaixonadamente. Meu namorado aos poucos me deitava na cama, deixando seu corpo sobre o meu, tomando cuidado para não depositar todo seu peso sobre mim. Sabia que o restante de nosso dia seria ali na cama. Nós dois nos amando, demonstrando de uma maneira só nossa o que o mais intimo de nosso ser desejava.

Seus beijos tomaram o rumo do meu pescoço e depois foram descendo, espalhando um desejo inebriante por todo o meu corpo e fazendo com que a excitação entre minhas pernas escorresse. Oh boy, eu estava encharcada. Senti sua ereção pressionada a mim e perdi toda a consciência que me restava. Damn! Eu precisava desse homem dentro de mim... bem fundo. Coloquei minhas mãos por debaixo de sua camisa e o arranhei. Logo o deixei sem tal peça. Agarrei seus cabelos com força quando o senti descer a língua em direção ao minha barriga e, quase arranquei seus cabelos quando senti sua mordida em meu umbigo. Em qual momento ele havia retirado minha blusa?

Podia escutar nossos gemidos desesperados, nossa respiração lenta, curta e pesada. Eu já estava mais do que pronta para recebê-lo. E foi aí que me lembrei de um pequeno detalhe.

- Amor – tentei falar entre gemidos – eu estou menstruada.

O senti enrijecer rapidamente, porém, sem realmente parar o que fazia e já fazendo menção de retirar meu short, ele respondeu:

- Por isso prefiro o outro anticoncepcional. – deu uma leve risada – Merda, Bella, eu realmente não me importo com sangue.

Ele estava sorrindo de maneira debochada, então percebi que ele estava fazendo referencia ao seu personagem na Saga.

- Vamos para o banheiro, aqui nós iremos sujar tudo e... – ele me calou com um beijo.

Sem afastar nossos lábios, ele respondeu:

- Colocamos pra lavar – ele não parava de me estimular de alguma forma nem quando falava.

Sua boca, língua e seus dentes, voltaram a fazer o caminho de meu umbigo. Entre gemidos angustiados tentei formular o restante da minha frase:

- e... huumm... você não pode colocar a sua boca em mim.

O ouvi xingar alguém e falar novamente algo sobre não gostar desse anticoncepcional. Pareceu esquecer-se disso rapidamente e me encarando, respondeu:

- Eu não pretendo colocar minha boca em você, bebê – ele sorriu safado e se aproximou de meu ouvido – o que eu quero colocar é algo definitivamente maior, mas que se encaixa perfeitamente – e empurrou sua ereção em mim.

...

Fui despertando ao escutar ao longe uma melodia a qual muito me agradava. Após alguns segundo percebi que estava perdendo o sono e Van Morrisson realmente passou a me incomodar. DROGA! Sem vontade, abri os olhos e os corri pelo quarto, tentando encontrar o celular de Edward, que tocava insistentemente. Não querendo realmente me levantar, esperei que a pessoa desistisse. Menos de um minuto depois, o meu celular começa a tocar. MERDA!

- Bella... – ele falava manhoso do meu lado.

- Hum... já vou atender! Droga! – escorreguei no lençol quando tentei me levantar.

Peguei o aparelho infernal e sem olhar o visor ou cumprimentar que estava do outro lado da linha, atendi.

- Saia de cima do Edward e diga que podemos subir sem ver vocês dois nus e jogados na sala. – Ruth falava, rindo de sua piada junto com alguém. – Grace e eu estamos aqui embaixo. Não colocamos a senha e subimos porque não gostaríamos de pegá-los desprevenidos.

- Humpf... subam de uma vez! – desliguei.

Peguei meu roupão de banho e o coloquei sobre meu corpo. Eu havia dormido trajando apenas uma calcinha, depois de todo o sexo que tínhamos feito pela manhã, pelo fato de estar usando absorvente. Eu pretendia tomar um banho, mas meu namorado acabou comigo, então só havia feito um pequeno asseio, vestindo a pequena peça logo após. Olhei para o quarto e percebi a enorme bagunça que fizemos e o sangue que manchava os lençóis que estavam ao lado da cama.

- Edward – o cutuquei – levante-se! Ruth e Grace estão aqui. – ele foi despertando sem vontade. – Vá tomar um banho e coloque esses lençóis junto com a roupa suja. Eu vou fazer companhia a elas por enquanto. Seja rápido, por favor, eu preciso tomar um banho.

Ele parecia não querer fazer o que eu dizia, mas sabendo que deveria, foi levantando-se. Não olhei para trás, esperando que meu namorado fizesse o que falei, simplesmente saí do quarto, tentando a todo custo dar um jeito em meus cabelos que pareciam indomáveis.

Quando estava chegando à sala, nossas agentes estavam entrando, achando graça de alguma coisa. Claro que deveria ser as minhas custas, pois logo que me viram veio o comentário:

- Você cheira a sexo, Swan – revirei os olhos e tentei cumprimentá-las, mas elas se negaram, alegando não saber onde eu havia colocado minha mão e minha boca. ESCROTAS.

- Vocês duas são umas fodidas mal amadas. Estão com inveja porque eu tenho uma boa foda em casa sempre e vocês não. – entrei na brincadeira.

Elas resolveram continuar a brincar com minha vida sexual. Eu realmente não ligava, eu só estava esperando meu namorado terminar seu banho para que eu pudesse fazer o mesmo e podermos começar a falar de trabalho, pois sabíamos que a visita delas seria para isso.

- E então, meninas, vocês já comeram algo antes de vir pra cá? – falei enquanto me dirigia à cozinha para poder beber um copo d’água.

-Sim – ambas responderam e Grace continuou – mas se vocês ainda não tiverem comido nada, sintam-se a vontade para fazê-lo enquanto nos reunimos.

- Nós já comemos também.

- OMG, só eu percebi a conotação sexual dessa sua resposta? – Perguntou Grace, fazendo Ruth gargalhar – Espero que não tenhamos atrapalhado nada.

- É claro que atrapalharam! – Edward apareceu sorrindo – Kristen estava com a boca em um lugar realmente interessante quando vocês chegaram.

Rolei os olhos e sorri envergonhada.

- Graças a Deus não deixamos ela nos beijar. – disse Ruth.

Edward foi cumprimentá-las. Enquanto lhes desejava uma boa tarde. Os deixei na sala em meio a brincadeiras sobre nós e fui tomar meu banho.