- Será que você pode parar de me olhar agora e começar a me ajudar a terminar de organizar minhas coisas para podermos sair? – o olhei seriamente. Não que estivesse com raiva dele, apenas queria sair logo dali. Já havíamos passado tempo mais do que suficiente para todos saberem que eu não estava apenas trocando minha roupa.

- Eu realmente estou gostando da visão – ele continuava sentado, me olhando. Ele já havia se vestido novamente e olhava meu corpo de cima a baixo. Joguei um tênis meu em sua direção, mas ele o segurou.

- Eu realmente tenho que sair daqui. Droga! – gritei após bater minha perna em uma mesa. O descarado do meu namorado só me encarava, achando graça.

- Você está bem, amor? – ele se aproximou.

- Passe o meu maldito tênis pra cá e saia dessa droga de sala de uma vez. Entregue minha bolsa para JB e vá para a porcaria do carro, Edward. Vamos, por favor, pelo menos fingir que estávamos perdidos por aí, separadamente. – entreguei-lhe minha bolsa.

- Credo, amor, quem te ver assim pensa que você não acabou de ter a melhor rapidinha da sua vida. – ele sorria descarado enquanto se aproximava da porta com minha mochila nas mãos.

Bufei e ri. Quando estava prestes a lhe dar uma resposta, ele abriu a porta e pude ver Ruth e Nick se aproximando.

- Merda! – isso só fez meu namorado rir mais.

- Estávamos feito loucos atrás de vocês dois. Pelo amor de Deus, vocês não poderiam ser mais rápidos? – falou Ruth um tanto impaciente, porém não grosseira.

- Eu te falei que eles deviam estar juntos e, levando em consideração o que com toda a certeza eles estavam fazendo, concordemos, Ruth, não foi tanto tempo assim. – Nick falou, me deixando vermelha e fazendo com que minha agente e meu namorado rissem.

- Um pouco tempo muitíssimo bem aproveitado. – disse Edward, saindo e entregando a Ruth minha mochila.

- Edward. – o chamei atenção.

- Vamos de uma vez, menina, já cansei de não ter mais o que responder para as pessoas que perguntam onde vocês se meteram – disse minha agente ainda rindo.

E saímos rumo aos nossos carros.

...

Todos, agora já dentro do carro, faziam questão de se divertirem com os comentários sobre minha vida sexual. Ótimo!

Nunca fui alguém realmente tímida para falar de sexo, especialmente com pessoas íntimas ou aquelas que tiveram a chance de me conhecer de verdade, e não somente a atriz, mas a situação no carro em que me encontrava agora é a seguinte: são SETE pessoas discutindo minha vida sexual NA MINHA CARA, e o pior é que uma dessas pessoas é o MEU NAMORADO, que agora falava algo como:

- Bella é realmente boa quando faz...

- EDWARD, CHEGA! – não havia como não me alterar. – E vocês? Parecem um bando de virgens querendo saber qual a sensação de fazer sexo. Pelo amor de Deus, vão transar e me deixem em paz.

Todos pararam momentaneamente, mas é claro que voltaram a gargalhar depois de minhas palavras.

- Amor, você tem que entender que ninguém aqui tem uma vida sexual tão boa quanto a nossa. – Edward falava divertido.

- Epa! Não tenho nada do que reclamar da minha mulher, já estamos casados há... – Nick foi falando e fui novamente me desligando da conversa.

Eu não sei qual era o meu problema hoje, só sei que meu humor estava variando muito e não estava com vontade de brincar agora. Deixei, então que eles continuassem suas malditas especulações sobre sexo, independente de quem seriam os envolvidos. Tentei me concentrar nas ruas do lado de fora do carro e com pouco tempo minha cabeça vagava, sem realmente fixar pensamento em nada.

Senti um par de braços bastante conhecidos me abraçarem. Relaxei sob seu toque.

- Você me parece um tanto... distante. – disse ele.

- Estou apenas... não sei. Apenas pensando... em nada, realmente, mas só não estou querendo conversar sobre nada agora. Eu... Gosh, eu não sei... isso já passa. Só me sinto cansada, é isso! – não consegui completar um pensamente, sem realmente saber o que eu quero.

- Baby, relaxa, agora teremos algum tempo para relaxar. Curta a after party. Depois daqui vamos poder descansar por alguns dias aqui em Londres.

Aconcheguei-me mais em seus braços. Eu só queria ficar ali pra sempre, ou pelo menos pelo resto daminha vida. Eu só precisava disso agora, dele. Depois de tudo o que passamos, durante todos esses anos, finalmente comecei a perceber que a nossa chance verdadeira para um descanso estava chegando. A Saga acabou. Agora somos somente ele e eu. Sei que logo acharão outro casal mais interessante e seremos esquecidos. Poderemos finalmente levar uma vida mais tranquila.

Em meio a esses pensamentos chegamos a after party de Londres.

...

- Hey, cunhada – virei-me, procurando a voz de quem me chamava – você estava fabulosa. – Victoria deu-me um abraço. – Faz tempo que não nos vemos. Como você está?

É, já fazia uma bom tempo que não nos encontrávamos. Desde bem antes do... que merda está havendo comigo hoje? Porque tenho pensado em tanta besteira? Tratei de para de lembrar de um passado indesejável e me concentrei em lhe responder.

- Eu estou realmente bem. Como você está? E onde anda Daniel? E Lizzie?

- Estou bem e, bem, não sei mesmo onde anda meu noivo. Acredito que esteja junto com papai, procurando algo para beber. Liz, er, infelizmente está em uma pequena turnê.

- Hum, lembro-me vagamente de ouvir Edward falando que ela não viria.

Não falava com Elizabeth Cullen há algum tempo. Ela sempre foi bastante protetora quando o assunto era Edward. Eles sempre foram bastante unidos e trocamos poucas palavras após toda confusão sobre nosso relacionamento em julho desse ano.

Não que ela me odeie, ou pelo menos é nisso que acredito e Edward também, ela apenas mantém-se um tanto mais afastada. Percebi que não estava dando a devida atenção a minha cunhada e voltei a concentra-me na conversa.

- ... e achei os efeitos muito impresionantes. E, Deus, vocês e Renneesme Foy formaram uma bela família na tela.

- Estou aguardando ansiosa pelo momento em que terei uma neta, de verdade. – ouvi a voz de Clare Cullen, mãe de Edward. Devo ter ficado roxa de vergonha nesse momento e não conseguia falar absolutamente nada. Merda!

- Querida – minha sogra me segurou levemente pelo braço – eu estava apenas brincando. Na verdade, espero sim por netos, mas sei de alguém que definitivamente já deveria ter me dado vários – ela falou virando-se para a filha. Suspirei aliviada e sorri.

- Mãe, já conversamos sobre isso. Ainda não é o momento e... – Clare logo a cortou.

- E quando seria? Você enrola o coitado do Daniel há anos. Vocês já moram juntos há 4 anos e sequer pensam na possibilidade de casar. Pelo menos me dê netos.

- Ed e Bella já estão juntos há bastante tempo, exija filhos deles também. – fiquei novamente tensa com o rumo da conversa.

- Você é a mais velha, seu irmão está apenas com 26 anos e, pelo amor de Deus, Bella só tem 22 anos – ela virou-se para mim – não que isso seja algum impedimento, caso você queira, querida – e voltou a se dirigir a filha – Você vai ter filhos quando tiver idade suficiente para chamada de vovó quando eles aprenderem a falar.

Não pude deixar de rir da confusão em quem Victória estava metida. Senti alguém se aproximar de mim por trás do meu corpo.

- Mãe, a senhora sabe que se depender das suas filhas a senhora nunca terá netos. – ele parou ao meu lado – mas não se preocupe, já estou treinando para lhe dar esses netos em breve.

- Pelo amor de Deus, minha vida sexual de novo, não. – estava novamente embaraçada - Não ligue para os comentários de seu filho, Clare.

- Eu não falei nada demais, amor. Minha mãe sabe que não sou virgem e que não levo uma vida celibatária.

Revirei meus olhos e pedi licença as pessoas a minha volta e me retirei.

...

Após algumas horas na after party, depois de conversar com o elenco e produção presentes e depois de rever alguns amigos, fui juntamente com meu namorado para nosso apartamento em Londres.

- Deus, estou acabada. Depois de todos esses dias viajando só consigo pensar na minha cama. – falava enquanto já me direcionava ao meu quarto.

Edward provavelmente ainda falava com nossos agentes e seguranças. Resolvi ir tomar um banho, querendo preparar-me para dormir.

Enquanto sentia meu corpo relaxar debaixo da água quente que saia do chuveiro, fiquei pensando nos dias de folga que teria pela frente. Tanto Ed quanto eu já tínhamos projetos marcados para serem filmados no começo de 2013, sendo as filmagens dele logo em janeiro. Droga, acho eu não teríamos tanto tempo assim. De repente senti duas mãos tocando minha barriga e um corpo foi encostando-se ao meu pelas costas.

- Só consegue mesmo pensar na sua cama? – arrepiei ao sentir sua boca próxima ao meu ouvido. Eu pensava em muitas coisas agora, menos na minha cama e ele sabia disso.