''Oi'' - falamos em um uníssono-

Ele riu.E o máximo que consegui pensar .. é que amava pizza vegetariana.

''Nossas vozes são muito parecidas.Mas deixa eu falar,ok?'' - ele ainda estava com aquele sorriso encantador no rosto-

''Ok'' - engoli um seco -

''Precisamos de uma pianista na banda..bem eu não sei porque você gostaria .. mas .. não sei..você é uma garota incrível..bom,não sei se você vai querer fazer parte de uma bandinha de escola..mas''

''Tudo bem'' - sorri na esperança,de sei lá dar-lhe um abraço e ele me dá aquele beijo de cinema,não aquele beijo cinematográfico mas aquele que você percebe que há amor e línguas trocando salivas.AA isso é nojento-''Podemos trocar salivas ?''

''Hãn?'' - ele olhou pra mim e por um minuto achei que tinha entendido o que disse,então caí na gargalhada e ele riu também.Ficamos assim cerca de 5 min-

(. . .)

Matemática,uma palavra,inúmeros problemas.Literalmente.

Eu odeio matemática,sempre odiei, isso é desde que me conheço como gente.Primeiro não entendo porque precisamos aprender a tabuada,a fala sério!!Quando fomos atravessar a rua não vou precisar saber quanto é 187 x 32.Mas agora,as coisas estão bem piores,a não ser o problemas que todo mundo tem ainda preciso achar o valor de ''x'' ''y'' ''z'' ''h'',ou seja lá o que for,eles já estão bem grandinhos pra resolver seus próprios problemas,como todos fazem.

A campainha tocou e fui atender.

–Essa coisa de 'amor a primeira vista' é mais um paradoxo em que pessoas solitárias,pregam pra ter mais atenção - meu amigo Léo sempre me dizia isso e por um momento achei que não passava de uma utopia de um adolescente traumatizado,mas agora ao ver o Keven ali com aquele sorriso que parece esculpido por deuses...do que estávamos falando mesmo ??

Ele tava com um capacete na mão e com as chaves na outra.

''Não sabia que você tinha carro..''- não me pergunte porque falei isso,as pessoas não costumam dirigir carro com capacetes-

''Não'' - ele riu,e aquilo me aliviou - ''Eu tenho uma moto..'' - dei um sorrisinho meio sem graça e pus a olhar por trás dele,havia uma moto harley 1977,logo depois voltei a minha atenção pra ele que nesse exato momento passava os olhos pela sala e apertava seu mini chaveiro que tinha um formato de foca.Pedi pra ele entrar e fui chamar o Jack- meu irmão - subi as escadas,o quarto do Jack ficava colado ao meu.Mas dos 3 - eu,Jack e Harry-o meu quarto era o único que tinha cama de casal,não sei explicar o 'porque' . O caso é que quando passei pelo meu quarto ouvi ruídos,eles ficavam cada vez mais alto.Abri a porta e mal acreditei .. a namorada dele, ou melhor uma das suas 'peguetes' estava em cima dele e você sabe muito o bem o que estavam fazendo.Não acreditei que ele levou aquela vadia pra minha cama .. bati a porta,mais acho que nem isso chamou-lhe a atenção,já que os ruídos aumentaram.Desci as escadas irritada,chorando,só sei que parei na ponta da escada e desabei o Keven que estava sentado admirando uma das artes cénicas do meu pai,levantou em um pulo.Ele me abraçou e chorou junto comigo.Percebi que o Keven Blacker é péssimo em consolar alguém.

''Vamos sair daqui..'' - ele tentou me levantar-

''Não..por favor'' - eu chorava -

''Por favor .. isso não está te fazendo bem..''

''Eu preciso olhar o Harry..'' - não conseguia olhar nos olhos dele

''Não se preocupe com isso'' - ele subiu e fiquei lá embaixo,lavei meu rosto,estava bem melhor,depois de alguns minutos ele desceu com o Harry que parecia muito animado -

''Vamos?'' - a voz dele era eufórica -

(. . .)

Tark One era metade parque e metade restaurante.Harry saiu pulando para todos os brinquedos enquanto eu e o Kevin sentamos na mesa ''13'' . Ele pediu três milk shake e ficamos conversando coisas da escola.. e da vida .. apesar do Keven ter a mesma idade que eu,ele só não parecia maduro o suficiente como também me entendia..percebi como as horas passavam rápido quando estava perto dele..

Quando voltamos o Kevin nos deixou na porta,Harry entrou , estava quase morto de sono.Mas ainda conseguiu dizer um..

''Até logo.E..obrigado'' - até que ficamos sozinhos,entreguei-lhe o capacete -

Sei o que vocês estão esperando acontecer: que ele me agarre,ou que eu desabotoasse a camiseta dele e meus dedinhos salientes abrissem o zíper da sua bermuda.Mas sinto lhe decepcionar,ele me abraçou,o que me fez voltar a chorar, ele beijou minhas mãos enquanto enxugava uma das lágrimas atrevidas que desatinava sobre meu rosto.Respirei fundo e desejei-lhe uma boa noite,ele sorriu e saiu em disparada sobre sua moto harley 1977,observei desaparecer-lhe na névoa da noite .