E eu não nego que as vezes exagero,sei quando eu tenho razão ou não.Mas essa coisa de limite nunca foi o meu forte,a gente tem que afundar juntos e descobrir que é possível nadar juntos.Afinal não me imagino acordando para deligar a luz acesa da sala que esqueci,a noite.Ou respondendo seis recados na caixa eletrônica.Recados chatos.Contas para pagar que venceram ontem.Afinal temos escolhas que nos levará há algum lugar e só depende de nós sabermos que lugar será esse.Mas honestamente ? Se você quer ser sei lá, a âncora de um jornal e acha que não vai conseguir .. feche esse livro acredite em qualquer coisa que sua avó falarem sobre como o ”tempo” deles eram melhores e continue levando dias monótomos.

Olha,que deselegância a minha..esqueci de me apresentar me chamo Anísia Dafne e tenho 17 anos,mas pode me chamar de Nísia,assim como os íntimos me chamam.

Cuide-se.Pense antes de agir ou falar porque as palavras tem poder.E isso é só uma dica,ou uma ordem,tanto faz.Só não peça desculpas achando que pode mudar,arrependimento não retornam tempo perdido.

Só te desejo uma boa leitura,mais me escute.Se você se identificar com qualquer parte ou personagem.Cuidado,você pode ser um de nós e é apenas uma questão de horas para eles encontrarem você também.

Não diga que não lhe avisei.

Estudava na American left e cursava o primeiro ano do ensino médio.

Se eu sou patricinha?

Sim,ou pelo menos podia-se dizer que sim.

Nesses 17 anos de vida,não conheci alguém mais irritante,retardada e antissocial da escola.Calma não me entenda mal,não sou uma patricinha vadia.

Eu podia ficar horas ou até meses,falando sobre minhas infelicidades,mas as coisas começaram a piorar numa bela manhã de segunda - quarenta e cinco alunos em uma sala - páginas amarelas,giz no quadro,ar empoeirado.Uma freira idosa ensinando física. Todos quase dormindo. Até que outra pequena freira entra na sala e cochicha algo, os pequenos olhos negros da professa se fixaram em mim.

”Elísia” - a freira era uma das únicas pessoas que me chamavam assim,apesar de sabermos que a vogal ‘a’ é totalmente relativa a ‘b’ . Levantei da carteira . - ”Siga-a” - já estava esperando uma bronca,ou uma suspensão,não sei o ‘porque’ acho que só por estar respirando já deve ser uma punição.Seja bem vinda a parte depressiva de Anísia,analisei meu cabelo,pela tela do celular,que estava ridículo mas ainda nada fora do normal,o sorriso metálico,a farda engravatada.De resto,nada diferente.A freira pediu pra eu esperar,entro na diretoria. Bati o pé.

Você ainda está aí ?Você é bem dessas coisas de filme: esperando sair de lá um homem engravatado com uma caneta no bolso e com uma espinha na ponta do nariz que me levasse para casa,desviasse o caminho e eu acabasse chegando em um lugar no qual não saberia nem o endereço.Gritaria e tentaria fugir o mocinho apareceria e me salvaria de tudo.Mas não é assim a vida,o vilão muitas vezes não usa terno e gravata ele usa uma camiseta florida com uma bermuda jeans,no lugar da caneta encontramos uma prancha bem maneira,seu cabelo não está alinhado e ele tem o sorriso mais encantador do mundo.

Quando me falam de amor ou quando leio algum romance,sempre me vêm na cabeça uma vida com ele , um cachorro,dois filhos e milhares de planos e contas para pagar,assim,coisas normais, de uma família desnaturada.Kevin Blacker era um aluno do 3 ano B. Minhas mãos estavam gélidas, as borboletas voando dentro da minha barriga,os meus olhos enchendo de lágrimas e meu sorriso fluía sem nenhum esforço.Ele está vindo na minha direção .. e tudo que conseguia pensar era que … amava pizza vegetariana .