POV de Bella

- Por favor... - Eu implorei.

Edward encostou fracamente o nariz sobre minha jugular, meu coração acelerava cada vez mais, pulsando sangue. Eu o senti respirar profundamente. Coloquei a mão sobre a nuca de Edward e a pressionei, levemente, sobre meu pescoço.

ELe entendeu o que eu quis dizer, foi então que senti seus lábios beijando e tocando delicadamente a pele sobre a minha jugular. "Concentre-se, Bella" EU dizia a mim mesma.

- Desculpe. - Ele murmurou.

Então senti uma forte dor, que não me fez gritar, apenas soltar um suspiro bem profundo, um suspiro de satisfação. Eu continuei com minhas mãos coladas em sua nuca, tentado, ao máximo possível, me concentrar, impedir que o veneno dele, entrasse em minhas veias. Mas, ao mesmo tempo que eu queria impedir isso, um outro lado meu, queria que esse veneno se espalhesse por minhas veias.

"Não. Ele não iria querer isso." Pensei comigo mesma.

As mãos de Edward me seguravam pelas costas, enquanto apenas uma mão minha, era mantida sobre sua nuca. Eu podia até ouvir o sangue sendo sugado, deixando meu corpo e fortalecendo Edward.

Os lábios dele agora não era frios, talvez porque estivesse em contato com o sangue quente. EU não podia desmaiar, não agora. Eu tinha que tentar, ao máximo possível.

[...]

POV de Edward

Aquele liquido apelativo descia pela minha garganta, aplacava minha sede, me fortalecia. A garota em meus braços mantinha suas mãos sobre minha cabeça, somo se quisesse isso.Bella. O monstro dentro de mim dizia para continuarmos, mas eu tentava lutar contra ele. Eu ainda estava fraco, mas se eu fosse caçar agora, conseguiria me recuperar.

Agora Bella e eu tínhamos um trato definitivo. Ela tinha minha força dentro dela, e eu tinha o sangue dela me nutrindo. Foi então que senti sua mão frágil deslizando pelo meu pescoço.

Eu parei abruptamente.

- Bella. - Sussurrei.

- Ela está bem, Edward. - Meu pai entrou no quarto.

- Eu... - Comecei a falar, mas senti um dedo em meus lábios.

- Não reclame... - Ela sussurrou. - Você está bem agora. - Ela sorriu e fechou os olhos.

- EU... não...

- Shii. - Bella dizia com os olhos fechados. - Só estou... fraca. - Ela dizia em meio a suspiros.

- Você não tem nenhuma dor? - Meu pai perguntou.

- Nã...não. - Ela murmurou. - Meu pescoço... leve...mente dormente.

- Eu achei que você deixaria o veneno se espalhar. - Falei. -Foi isso que você sempre quis.

- Mas você não. - Aninhei Bella em meus braços. - Só vou... só vamos fazer isso, quando... estivermos de acordo.

Eu sorri. Bella podia ter deixado que meu veneno se espalhasse pelo seu corpo, transformando-a na bela vampira que um dia minha irmã já viu. Ela fez por mim. Por ela.

Passei minhas mãos por seu cabelo, tirando uma mecha de seu rosto. Ela sorriu e então abriu os olhos.

- Seus olhos... estão vermelhos. - Ela disse calmamente. - Nunca tinha te visto assim.

- Assim que você dormir, vou caçar. Logo, logo, terei os olhos dourados novamente. - Respondi.

- Está dificil para você agora?

- Não. Por incrivel que pareça, não.

Depois de um tempo, Bella havia dormido. Eu desci com meu pai para a sala, onde todos estavam. Minha mãe veio me abraçar, assim como Alice. Meus irmãos me cumprimentaram.

- E Bells? - Charlie perguntou.

- Ela está dormindo. - Murmurei. - Desculpe, Charlie.

- Hey, garoto. - Ele sorriu. - Eu confio na Bella. Eu confio em vocês.

- Obrigada. - Agradeci.

- Bella terá de dormir agora, provavelmente irá dormir por um bom tempo. Ela precisa recuperar sua força. -Meu pai falou.

- Ainda assim... - Sentei-me no pé da escada. - Preferiria que tivesse tido outra forma de fazer isso.

- Mas não tinha. - Uma voz soou do alto da escada. Willow. - Bella chegou aqui num estado lastimável. Os poderes dela estavam tão fracos que nem conseguiam se manter sozinhos. Se você não tivesse dado sua força a ela, ela estaria morta, Edward.

- Will. Que bom que... você está bem. - Alice foi abraçá-la.

- Bella sabia que havia um meio de salvá-lo, só não sabia como. - Will murmurou e sentou-se ao lado de Charlie, abraçando-o. - Liguei para Londres antes de vir para cá. Falei com Madison.

- O que ela disse? - Meu pai perguntou.

- O feitiço que fiz, é específico para situações assim. - A garota murmurou. - Para lobisomens e vampiros, humanos e lobisomens, bruxos e humanos... enfim...

- Certo entendemos já... - Emmett falou.

- Ok, esse feitiço é parte de um laço. Um laço mais forte do que qualquer outro que vocês possam imaginar, quando feito da maneira certa e com uma troca.

- E, então... existe outra parte? - Rosalie perguntou.

- Sim. A outra parte é quando você transformar Bella. - Willow murmurou. - Só que... existe um pequeno problema...

Eu senti o ambiente ficar tenso de uma hora para a outra. Jasper estava com o olhar fico em Willow, Alice estava olhando para o nada e cantando hino do Japão. Bloqueio mental. Odeio eles. Lancei um olhar mortifero a fadinha, mas ela não falou.

- Vocês já sabem o que é... - Murmurei. - Podiam para de cantar hinos nacionais.

- Quem cantando? - Charlie perguntou.

- Eu odeio que me bloqueiem. - Rosnei. - Falem!

- Você simplesmente vai ter dificuldades em aceitar qualquer outro tipo de sangue. - Uma outra voz veio do alto da escada.

- Bells! - Charlie disse alto. - Querida, vá deitar.

- Me leva para o sofá... - Ela murmurou.

Antes que Charlie levantasse, fui até a escada e peguei Bella no colo. Ela estava mais pálida, com um ar de sonolência e sua olheiras estavam maiores que o normal. Bella aninhou-se ao meu lado.

- Co-como assim? - Esme perguntou.

- Quando acontece o que aconteceu... de um vampiro beber do sangue cantante para ele, é difícil ele se acostumar com outro, por mais forte que ele seja. - Willow falou.

- Isso é natural. - Meu pai concordou.

- Você sabia disso. - Murmurei.

- Yep! - Bella disse imitando Emmett. - Mas você não iria quere-lo se soubesse desse mero detalhe.

- E... agora? - Perguntei assustado.

POV de Bella

Edward me olhou assustado. Ele acariciava minha testa e me aninhava em seu colo no sofá. Eu ainda sentia meu pescoço um pouco dormente e sentia um pouco de fraqueza, mas isso eu administrava depois.

- Na verdade, eu não sei. - Will falou.

Nesse tempo em que fiquei meio fora, Willow consegiuu ver tudo o que eu tinha em mente, mas ainda sim, conseguiu me encontrar e me trazer de volta. Isso, me lembrou algo que eu tinha que fazer.

- Eu... - Suspirei.  Quero pedir desculpas.

- Bellinha...

- Alice, espera. - Murmurei. - Embora eu ache que vocês nem tenham sentido minha partida, eu queria pedir desculpas. Não foi algo muito racional de se fazer.

- É, acho que ela te deu o troco, brow. - Emmett ria.

- Se você fosse embora, quem é que ia ficar perturbando o Emmett e quem eu iria querer matar quando me aproximasse muito Bella? - Jazz disse brincalhão.

- É, você tem razão... - Eu ri baixo.

- Já vi que puxou sua mãe... - Meu pai murmurou. Eu fui ao lado dele e o abracei. - Impulsiva.

- Ah, pai... - Eu ri. - Senti sua falta.

- Eu também, garota. Sentia sua falta também, Will. - Meu pai nos abraçou. - Minhas duas filhas, queridas.

Depois de um tempo discutindo sobre o que eu havia feito enquanto estive fora, alguns dos Cullens - incluindo meu marido - foram caçar. Esme, Rosalie e Alice ficaram comigo, com Willow e meu pai. Esme insistiu em fazer o jantar para nós três e, novidade, Rosalie foi ajudá-la.

- Agora a senhorita vai me dizer... - Willow disse séria. - Esse lance do trato entre espécies é coisa de bruxos experientes, como soube dele?

- Eu vi algo no meu livro e Damon havia comentado alguma coisa, em algum momento em que eu devia estar inconsciente. - Eu falei.

- Isso depois... servirá para algo? - Esme perguntou.

- Laços que não podem ser desfeitos, ajudam com feitiços, enfim... acho que existem várias coisas. - Will dizia.

[...]

Edward ainda não havia voltado de sua caça. Eu estava exausta, apenas tomei um banho e dormi.

"-Edward, não!"

As imagens rondavam minha mente. Edward tinha a pele acinzentada - parecida com a de uma superfície petrificada - e seus olhos estavam negros. Assim como uma pedra rachada, ele tinha seu rosto itneiramente rachado.

"Adeus, Bella."

Ele dizia fracamente. EU tentava impedi-lo, mas não conseguia. Eu não sabia o que fazer, eu só sabia vê-lo morrer.

- Bella... - Ele murmurou. - Acalme-se. Foi um pesadelo.

- O-ok. - Gaguejei abraçando-o. - Não posso perder você, nunca, Edward. Nunca.

- Não vai. Não vamos nos separar, nunca mais. - Ele me abraçou.