P.D.V. Braider

Maluca, era com essa palavra que eu definiria Babi Black agora, pois quem em sã consciência sairia sozinha para se encontrar com um Slof, enquanto uma guerra está nascendo?

Um ato corajoso esse, mas e eu? Onde eu entro nisso tudo? O que mais eu precisava fazer para provar que a amo?

- Malfoy – McDillan me chamou – Vamos nós dividir, você procura aqui fora e eu lá dentro.

- Ok – respondi – McDillan, você acha que ela está bem?

- Eu espero que sim – se voltou para mim – Olha, eu não gosto de você e você não gosta de mim, mas eu gosto dela.

- O que quer dizer com isso? – ele queria tira-lá de mim novamente?

- Só a faça feliz Malfoy – suspirou – Estou deixando o caminho livre pra você.

- Vou fazer – disse invicto – Por mim e por você.

O moreno entrou novamente no castelo e eu continuei seguindo em frente, ela não poderia morrer. Não agora que as coisas estavam começando a ir bem.

Maldito Silas! Malditos Slofs! Só serviram para acabar com a minha vida e dos outros. Caminhava lentamente até a borda do lago negro, não sei por que, mas algo lá me chamava. O lago sempre me lembrava dela.

Abaixei-me e toquei as águas negras, negras como os olhos dela. Ah Ravena por que fez isso? Por que resistiu tanto? Poderíamos ter sido felizes se eu não tivesse sido tão idiota!

- Black – gritei assim que vi minha coruja – Hey garoto, você viu a Babi?

Estranho estar conversando com uma coruja, mas no momento era isso que eu fazia. Para minha sorte ou espanto total Black piou e voou indo para a Floresta Proibida.

Corria atrás da coruja, meu coração batia a mil no peito, estava suando frio e se já fosse tarde demais? E se a Babi já estivesse morta? Aprecei o passo, galhos e folhas pareciam querer me impedir.

Logo Black parou em uma clareira, dentre as muitas que existiam ali aquela estava meio iluminada, parei de súbito. Meus olhos correram por todo o perímetro, até que focaram nela.

- Babi – corri ao seu encontro.

Seus cabelos estavam bagunçados e cheios de folhas, sua pele estava com vários hematomas e arranhões, o uniforme que lhe caia tão bem estava um trapo. Parecia uma boneca, uma boneca quebrada.

- Babi – sentei me no chão, encostado em uma árvore e a puxei para meu colo.

- Brai? – sua voz saiu fraca, mas ela não tinha morrido.

- Não sabe como fiquei preocupado – a abracei, sentindo se cheiro. Ela estava ali e estava viva.

- Achei que iria morrer – lágrimas brotaram de seus olhos.

- Por que fez isso? – perguntei sério.

- Silas disse que machucaria você – respondeu e tocou meu rosto – Não quero que você sofra Braider.

- Babi – suspirei – Só você pode me fazer sofrer, como fez há pouco.

- Desculpe – mesmo fraca, ela sentou e me abraçou forte – Por favor, me... me desculpe.

- Shiiii não chore, pequena – sequei suas lágrimas – Está tudo bem agora, estamos juntos.

- Juntos? – fitou-me nós olhos.

- Acha mesmo que depois de hoje vai fugir de mim Ravena? – rebati.

- Não – sorriu – Estou onde queria estar.

Agora quem sorriu fui eu, ela estava aqui em meus braços. E se dependesse de mim não sairia tão cedo. Babi deitou a cabeça em meu peito, instintivamente minhas mãos rodearam sua cintura.

- Brai – me chamou – O que vamos fazer?

- Hoje? – assentiu – Vamos ficar aqui, você não pode se esforçar.

- Mas estamos na Floresta – argumentou.

- Está com medo Black? – perguntei risonho – Eu te protejo.

- Há há há, eu com medo? Nunca Malfoy!

Peguei Babi pela cintura e a puxei em um beijo avassalador, vi que ela ficou sem saber o que fazer. Apertei ainda mais sua cintura, fazendo-a se inclinar em minha direção e entre abrir os lábios, me dando passagem.

Rapidamente uma de minhas mãos foi para sua nuca, a puxando para mais perto de mim em uma tentativa falha. As mãos de Babi entraram por dentro de minha blusa, acariciando-me.

Porém a falta de ar foi maior e tivemos que nos separar, e pude ver perfeitos olhos castanhos perdidos. Conjurei uma manta para nós, estava frio e Babi tremia.

- Tome – lhe estendi minha capa.

- Mas e você Braider? – perguntou a vestindo.

- Estou bem, e você está roxa de frio – ri, mas logo fiquei sério – Babi, o que Silas fez?

- Ele matou o professor Horácio Braider – respondeu olhando em meus olhos.

- O que ele fez com você?

- Não quero falar disso – se encolheu.

- Babi eu preciso saber.

- Ele me torturou com crúcios Braider – apertou a capa sobre seu corpo – Eu implorei para que ele me matasse, mas ele não fez.

- Maldito – grunhi – Vou mata ló.

- Não Braider, ele vai matar você e eu não quero fica sem você.

Estava com tanta raiva daquele Slof que me esqueci do que mais importava no momento. Babi estava ali e pela primeira vez em muito tempo ela não me ignorava ou se afastava.

- Desculpe – acariciei seu rosto – Você me deixa louco, não posso viver sem você.

- Pode sim – disse – Você superaria Braider.

- Não Babi – neguei – Você me salvou, antes que era ruim. Queria destruir o meu próprio irmão. Você ficou ao meu lado, mesmo quando eu te ignorei.

 - Você teria feito o mesmo – ela estava certa.

Às vezes só damos valor aquilo que temos depois que perdemos, no meu caso agradeço por não te lá perdido. Passei tanto tempo correndo atrás da Rose para acabar com o Scorpius que não percebi tudo que eu precisava estava bem aqui.

- Brai – me chamou baixinho, quase dormindo.

- Diga – a abracei e nós cobri com a manta.

- Você vai estar aqui amanhã? – perguntou se aninhando ao meu corpo.

- Vou – beijei sua testa

***

P.D.V. Rose

A mansão Malfoy estava do mesmo jeito de antes, do mesmo modo da última vez que vim aqui. O jardim estava todo iluminado por conta de luzes espalhadas ao redor do gramado impecável, um chafariz jorrava água, dando um ar mais sofisticado naquele local.

A enorme mansão dava uma impressão de poder, toda branca, com pequenos detalhes perceptíveis. Olhei para o céu e ele estava todo estrelado, ao olha-lo me lembrei de várias histórias trouxas e isso me fez sorrir.

-Eu amo o seu sorriso. – Assim que escutei sua voz sai de me transe e o olhei.

- É, ele é muito lindo mesmo. – Falei sorrindo enquanto via Scorpius revirar os olhos.

- É impressão minha ou você está passando muito tempo com algum Sonserino? – Perguntou ele a mim questionando-me.

- Bom, Braider será sempre um amigo que levarei por toda minha vida. – Falei sorrindo. – Ele ficou feliz ao ver que a mãe está viva.

- É. Eu percebi isso. – Comentou Scorpius enquanto encarava a casa. – Parece que finalmente estamos nos dando bem.

Ao prestar atenção na casa consegue ouvir a voz de alguns da minha família, Hugo e meu pai pareciam discutir sobre algo. Estava um alvoroço lá dentro, parecia que havia acontecido alguma coisa. Ao perceber isso olhei para Scorpius com um certo apavoramento e ele tentou me acalmar.

Assim que tentei avançar em direção da casa, Scorpius segurou minha cintura e selou nossos lábios em apenas um selinho.

-Lembre-se que você prometeu. – Sussurrou ele para mim enquanto me puxava para dentro da Mansão.

Ao entrar tomei um susto enorme ao ver o que acontecia, os únicos que não estavam ali eram Braider e Babi, mas por conta dessas minhas visões sabia muito bem que eles estavam bem e em um dos cômodos acima deste andar.

Os inteligentes dos meus primos jogam um jogo em um aparelho trouxa muito conhecido atualmente, enquanto as meninas comentam sobre alguma coisa irresistível. Meus pais e meus tios falavam e riam, mamãe sorria ao ver como as coisas estavam.

Havia várias comidas espalhadas pela casa e vários tipos de bebidas estavam espalhadas pela perfeita mesa de vidro.

-O que aconteceu aqui?! – Perguntou Scorpius nervoso. – A gente tá quase morrendo e vocês estão festejando?

- E tá por fora, hein? – Falou Hugo rindo junto com Lily. – Rose não gosta de gente muito burra não, hein?

- Hugo, ela ama você. – Falou Bárbara com James. – Obvio que ela gosta de pessoas burras.

- O que aconteceu? – Perguntei e vi todos se calarem ao escutar a minha voz.

- Parece que a senhorita Black revoltada achou a solução para todos. – Falou Alvo sorrindo. – É algo como o livro dos Black’s.

- Mas no que isso pode nos ajudar? – Perguntou Scorpius a eles.

- No que isso pode ser a nossa salvação? – Perguntei rapidamente sem saber se eles conseguiram entender.

- Parece que há uma poção. – Falou mamãe, me explicando. – Essa poção só pode ser feita pela chave, ou seja, filha, por você.

- Mas o que aconteceu ao ter feito ela? – Perguntei enquanto prestava atenção.

- Essa poção pode fazer com que Silas volte para onde esteve, como se a alma dele fosse trancada novamente. – Explicou tio Harry. – E parece que Silas descobriu que nos descobrimos sobre essa poção e se escondeu.

- Ninguém sabe onde ele está? – Perguntou Scorp enquanto segurava a minha mão.

- Não, ele simplesmente sumiu. – Falou James enquanto batia na mão de Alvo. – Ele deve ter apreendido que ninguém mexe com os Potter.

As pessoas na sala riram e Scorpius me puxou para sentar-se à mesa e percebi que estava sorrindo, aquela era a minha família. Assim que Scorpius se sentou em uma cadeira ele me puxou para seu colo enquanto fazia carinho em meu rosto.

Olhei um pouco mais ao redor e encontrei os olhares de Lúcio, Narcisa, Astória e Draco. Corei rapidamente ao perceber que eles nos olhavam e tentei levantar do colo de Scorpius, mas ele me segurou.

-Seus pais, Scorp. – Ao me escutar falando isso Scorpius riu e depositou um beijo carinho em meu pescoço.

- Eles te adoram, pequena. – Olhei para ele atentamente. – Você é perfeita.

- E sua. – Falei enquanto me encolhia em seu corpo e pude ver um certo brilho em seus olhos.

- Minha. – Falou enquanto selava nossos lábios. – Só minha.

Scorpius cumprimentou sua família de longe e começou a me puxar para cima, subindo as escadas. Passamos pelos corredores daquela mansão e eu estava visivelmente perdida.

Scorp parou na frente de uma porta que estava grifada com “B.M”, meu namorado bateu na porta e ao vê-la me fez lembrar-se de Chloe, onde aquela garota estava? Esse pensamento ecoou em minha mente até Braider abrir a porta e eu pular em cima dele, abraçando-o.

-Por que você não me abraça assim? – Escutei Scorpius perguntando enquanto sentia os braços de Braider me envolveram.

- Isso tudo é saudades, Rose? – Perguntou Braider para mim rindo. – É porque sou o melhor, Scorpius.

Soltei-me de Braider, mas ele não me soltou e passou os braços por meu ombro. Encolhi-me enquanto me encostava-se a ele.

-Como está a Babi? – Perguntei enquanto via o corpo dele todo coberto por uma coberta felpuda.

- Ela está bem, mas deve acordar só amanhã. – Avisou Braider. – E ai? Já está noiva?

- Como você sabe disso?! – Perguntei chocada. – Scorpius Malfoy me diga que a ideia não foi de Braider e sim sua.

- Rose... – Começou Scorpius a falar. – Eu te amo.

- Foi minha. – Falou Braider enquanto se divertia a me ver brava. – Foi totalmente minha, Scorpius não pensou em nada. Eu pensei em tudo.

- Braider. – Ralhou Scorpius. – Ela recusou.

Olhei para Braider e esperei uma reação, mas nada. Braider olhou para mim enquanto me encarava sem expressão alguma e vi Scorpius levantar os braços. Braider rapidamente começou a dar uma crise de riso e pude ver Scorpius se estressando com ele.

O Malfoy me puxou para longe de Braider, forçando-me a entrar em seu quarto. Lembrei-me rapidamente das coisas que já havia acontecido ali.

-Agora você é apenas a minha pequena. – Falou Scorpius.

Senti suas mãos em minha cintura e ele me virar rapidamente, enquanto me beijava. Ele explorava toda a minha boca em um beijo voraz, porém carinhoso. Acariciei seu cabelo e pude senti-lo arfar.

Assim que o beijo acabou abracei ele e não soltei, sentindo seu delicioso perfume. Estava na ponta dos pés enquanto sentia seu braço em minha volta e alguma coisa me chamou atenção.

-Um porta-retratos? – Perguntei enquanto me aproximava da mesa que tinha ali.

- É, lembra-se de quando tiramos? – Perguntou ele enquanto se aproximava e envolvia minha cintura.

- Claro que lembro. Você havia falado da minha casa. – Falei enquanto pegava a foto.

Na foto estava eu e Scorpius. O uniforme da Grifinória estava totalmente correto em meu corpo enquanto meus cabelos voavam por causa do vento, já Scorpius estava todo desarrumado. Em meu rosto encontrava-se uma expressão séria, como se eu estivesse emburrada, mas essa expressão se desmanchou quando Scorpius me deu um beijo na bochecha.

-O mesmo sorriso de agora a pouco. – Sussurrou ele em meu ouvido.

Continuei olhando a porta enquanto sorria e Scorpius me observava. Mas minha atenção foi tirada quando escutei um rastejar bem lento em nossa direção. Ao olhar para porta vi uma cobra imensa entrando no quarto, a minha reação? Bom, não foi das melhores.

Corri rapidamente para cima da cama e gritei para Scorpius.

-O que ela tá fazendo aqui?! – Gritei e Scorpius olhou para mim enquanto tentava segurar o riso.

- Tadinha da Nef, ela gosta de você, pequena. – Falou Scorpius enquanto me pegava e colocava no chão novamente.

- Para, tira ela daqui. – Falei e pude sentir que estava ficando branca.

- Tenho uma coisa para te contar. – Falou Scorpius quando me viu subir na cama novamente e encarar a cobra novamente.

- Falar o quê? – Perguntei. – Pode falar, mas tira ela daqui, ela vai me morder!

- Sobre aquela aposta.