Já havia se passado dois dias, dois dias dolorosos. Há dois dias eu não como, há dois dias que não vejo meus amigos e minha família. Estava em casa com todo o meu quarto todo fechado e escuro, estou assim há dois dias.

Estava deitada na cama e escuto alguém bater na porta do meu quarto, apenas faço que não escuto. A pessoa insiste e eu me estresso.

- Eu não quero comer, não quero sair e não quero ver ninguém – eu falo tudo de uma vez em um tom alto – Vá embora!

- Filha abre a porta para mim! – eu simplesmente fico paralisada, essa era a voz do meu pai.

- Pai – falo e levanto da cama correndo e abre a porta.

- Não gosto quando você chora!

Meu pai estava na minha frente com um sorriso no rosto, ele está vivo. Pulo em cima dele o abraçando, ele estava ali. Papai apenas riu do meu ato e retribuiu o abraço, papai deposita um beijo em meu cabelo e me aperta.

- Como o senhor pode estar vivo? Eu vi o corpo – disse a ele e papai me solta.

- Eu escrevi aquela carta para você de cabeça quente, não sabia o que estava fazendo filha. Sabia que tinha ficado mau com isso, então resolvi ir a Hogwarts para falar com você.

- E o que aconteceu? – perguntei a ele um tanto apavorado.

- Eu não me lembro de muita coisa, mas quando estava passando pelos portões sinto uma pancada na cabeça. Acabei desmaiando – disse papai e eu comecei a pensar.

- Eles fizeram a poção Polissuco, assim conseguiram entrar em Hogwarts. A única coisa estranha é porque deles ter matado um deles, mas isso não importa!

- Eu não acredito nisso! – disse papai e eu olhei para ele – Sua mãe disse a mesma coisa.

- Estou tão feliz que não tenha morrido, eles já descobriram – disse a ele.

- Como assim já descobriram? – perguntou ele – O que quer dizer com isso filha?

- Pai é só ligar os pontos, eles podiam ter se transformado em um dos alunos. O senhor tem o poder que Dumbledore tinha.

- Por Merlim, a situação está pior do que eu pensava – disse papai rindo – Você é mais inteligente que sua mãe.

- Eu sei – disse rindo.

- Gente? – escutei minha mãe chamar e olhamos para ela – Scorpius Malfoy está aqui e quer falar com você Rose.

- Scorpius? – perguntei, ele estava preocupado comigo – Eu tenho que contar a ele.

- Filha se foi tudo uma aposta por que ele está aqui? – perguntou meu pai antes de eu sair do quarto.

- Eu não sei pai.

- Seja qual for a sua decisão vamos apoia-la, mas eu quero falar com esse garoto – disse papai e eu saio do quarto rindo.

A nossa casa é bastante simples, apesar de termos dinheiro continua a mesma coisa. Desci as escadas devagar, pensando em cada passo meu. Depois de descer mais alguns degraus vejo Scorpius parado no meio da sala olhando em minha direção.

- A sua mãe me contou- disse ele devagar como se tivesse falando com uma criança.

- Não está falando com uma criança Scorpius – ele abaixou a cabeça e olhou em outra direção.

- Me desculpe.

- Não... É que eu não consigo resistir, tenho que ser superior a você.

Ele sorri com o meu comentário e quando eu vejo estou andando em direção a ele. Chego à frente dele e o abraço forte e Scorpius fica estático, sem reação. Depois de um tempo ele finalmente retribui o abraço e me aperta forte.

Separamo-nos um do outro e acabamos ficando muito próximos, muito próximos mesmo. Olhávamos uma para o outro, até que Scorpius começou a encarar meus lábios, ele levantou a mão e começou a acariciar minha face. Sem esperar qualquer iniciativa dele cem sua coloco a mão em sua nuca e selo nossos lábios.

Scorpius pede passagem e eu apenas correspondo, ele era todo delicado, explorava minha boca e ao mesmo tempo me segurava firme como se quisesse me proteger. Depois de um curto tempo nos separamos e Scorpius ainda me segurava.

- Eu ouvi o que você disse aos seus pais – disse a ele que logo entendeu e sorriu.

- É feio escutar a conversa dos outros – disse ele sorrindo – Como vamos ficar?

- Eu não sei – disse a ele sorrindo e passando o braço em volta de seu pescoço – Como quer ficar?

- Posso te pedir em namoro agora e te dar um presente no jantar em família ou fazer os dois depois – disse ele e eu arregalei os olhos.

- Prefiro a segunda opção – disse a ele que gargalhou, mas logo parou quando escutou a voz do meu pai.

- Não, ela escolheu a primeira opção – disse meu pai – Faça isso direito e faça agora!

- Pai eu já fui a um jantar na casa de Scorpius, eu ir de novo já é demais – pisquei para Scorpius e ele realmente entendeu.

- Não vai haver problema nenhum Rose – disse Scorpius, nos estávamos tentando enganar meu pai.

- Posso saber o porquê disso tudo? – perguntei a ele tentando segurar o riso.

- Não, vamos jantar em família – disse Scorpius sorrindo – De novo.

- Eu não coloco os pés na sua Mansão imunda – disse a ele que riu.

- Te carregarei no colo Rose – ele rebateu e eu nem sequer olhava para meu pai.

- É Weasley!

- O que estão fazendo? Não adianta fingir, eu sei que vai pedi-la em namoro – disse meu pai e eu corei – É melhor você pedi-la em namoro agora e convida-la para o jantar na sua casa.

- Por que eu tenho que voltar na casa dele pai? – perguntei interessada.

- É melhor porque assim o Malfoy pai já sabe que se o Malfoy filho machuca-la ele não vive mais – disse meu pai dramático.

- Vai ficar aqui pai?

- Vou, anda logo garoto!

- Pequena – papai bufou quando ele disse “pequena” e Scorpius segurou minha mão – Apesar da aposta você ouviu o que eu disse aquele dia, então linda aceita ser minha namorada de verdade?

- É claro – disse e Scorpius ia me beijar, mas meu pai me puxou para trás e eu quase cai.

- Na minha casa você não pode encostar-se a Rose, se magoa-la moleque você já sabe – disse meu pai o ameaçando – Agora tá na hora de ir embora e não Hermione, ele não vai almoçar com a gente.

- Pai! – o repreendi.

- Eu já vou pequena, nos vemos a noite, venho te buscar para o jantar – disse Scorpius ele deu um passo em minha direção.

- Da tchau e vai embora – disse meu pai e eu revirei os olhos, minha mãe tinha acabado de ficar ao meu lado.

- Tchau Rose – disse ele.

- Eu te levo Scorpius, vocês ainda não podem aparatar.

Scorpius andou em direção da minha mãe e ele murmurou um “fique pronta linda, vamos jantar a noite. Apenas nos dois” minha mãe sorriu com o comentário dele e segurou o braço de Scorpius. Antes de aparatar Scorp me rouba um selinho e na hora que ele aparata eu escuto um.

- Malfoy! – gritou meu pai e eu subi para o meu quarto correndo, preciso de uma roupa. Eu estou tão animada!