P.D.V. Rose

Escutei a minha mãe me chamando, mas eu não queria me separar de James. Eu sentia um vazio dentro de mim, como se um pedaço de mim tivesse ido embora. Eu sentia a dor da perda e lágrimas escorriam pela minha face. Não importa quem está nessa sala, nada mais importa, a para única coisa que eu quero é sumir.

– Filha eu o vi morrer! – larguei James e corri para abraçar a minha mãe que chorava.

– Nos estávamos entrando na Sala Precisa porque estávamos vistoriando o castelo.

– Como aconteceu Hermione? – perguntou tio Harry com a voz falha.

– Ele disse para eu ir até o fim do corredor enquanto ele olhava na Sala Precisa – mamãe falava entre os soluços e respirava ofegante – Quando voltei entrei na Sala Precisa e ele estava caído no chão e tinha um homem de preto na sala.

– Ele disse alguma coisa antes de morrer? – escutei a voz de tia Gina e ela chorava, ela tinha acabado de perder o irmão.

– Ele disse que amava todos nos e que estava orgulhoso de você filha – disse minha mãe.

Eu chorava por tê-lo perdido, chorava por ele ter partido triste, partido magoado comigo. Mas acima de tudo eu chorava porque nunca mais o veria, ele se foi para sempre. Hugo, como ele ficaria? Eu não conseguia dizer nada, eu apenas chorava como uma garota frágil e indefesa.

– Temos que comunicar o Ministério sobre o ocorrido – disse Luna e mamãe assentiu.

– Eu sei que doí filha, eu sei que é difícil e sei que não vamos superar isso fácil, sei que temos que seguir em frente, mas sei que é difícil – eu olhava para ela com os olhos cheios de lágrimas e todos naquela sala não estavam diferentes de mim.

– Hugo... – foi à única coisa que consegui dizer.

– Vou contar a ele filha, vai ficar tudo bem um dia – disse ela arrasada – Eu preciso ir, tenho certeza que Scorpius pode ficar aqui com você.

– Eu não o quero perto de mim! – eu disse desesperada e ele me olhou triste.

– Rose sua mãe já te explicou, o Malfoy não matou seu pai – disse James – Malfoy estava perto do corpo e ela estava achando que foi ele.

– Filha sabe que não é verdade – eu não aguentava mais, não aguenta toda essa pressão.

– Não é isso! – agora eu já gritava – Eu só estou com o Malfoy porque eu perdi uma aposta!

– Como é? – gritou James e eu colocava minha mão em minha cabeça apavorada.

– Depois resolvemos isso, tempos que ir – disse novamente Luna.

– Não chore filha Rony não ia gostar de ter ver assim – disse minha mãe e antes dela sair depositou um beijo em meu cabelo.

Escorei em uma parede e escorreguei, abracei minhas pernas e me permite chorar ainda mais. Eu quero ir pra casa, eu quero o meu pai, quem vai me proteger? Quem vai me levar para casa?

P.D.V. Scorpius

Estava com medo, mais receio, de chegar perto de Rose e ela gritar comigo. Ela estava toda encolhida e chorava, eu não podia fazer nada. Todos agora sabem da aposta, mas o único motivo de ter feito isso é porque que amo a Rose e essa aposta foi só para confirmar isso ainda mais o que eu sentia.

Escutei alguém aparatando do lado de fora da sala da Minerva e eu corri para não, não queria que ninguém visse Rose daquele jeito. Quando já estou do lado de fora vejo os meus pais, minha mãe me abraça preocupada.

– Você está bem meu filho? – perguntou apavorada e eu neguei – O que aconteceu Scorpius?

– Mataram Ronald Weasley – eles arregalaram os olhos chocados – Rose está chorando e agora ela me odeia mais ainda.

– Por que ela está odiando você? Ela só precisa de um tempo.

– Eu nunca a namorei – disse e eles me olharam sem entender, mas eles tinham uma expressão triste no rosto – Ela só está comigo porque ela perdeu uma aposta.

– Filho! – repreendeu meu pai e pude ver os olhos de minha mãe se encher de lágrimas.

– Pai que a amo, mas ela nunca me aceitaria! Acha que é fácil ser um Malfoy em Hogwarts nos tempos de hoje? Eu só a escolhi como prêmio porque eu queria e quero-a perto de mim – minha mãe sorriu fraco, ela tinha me entendido.

– Ela vai precisar de você nesse momento filho, fique com ela. Vamo-nos ao Ministério.

Eles disseram e simplesmente sumiram, voltei para a sala e Rose não estava mais lá. Meu coração começou a bate minha forte, onde minha pequena podia estar? Não, ela não podia se cortar. Corri em direção ao dormitório da Grifinória e o quadro estava lá.

– Qual é a senha? – perguntou a mulher do quadro.

– Feitiço – me lembrei de quando trouxe Rose aqui.

– Já mudou faz tempo. Vá embora – eu me estressei e perdi o controle.

– Você viu o estado de Rose Weasley? – perguntei a ela gritando e finalmente ela prestou atenção – Se não me deixar passar vai ficar pior ainda!

Ele pensou e finalmente me deixou entrar, passei correndo e os Grifinórios olharam para mim surpresos. Chego ao dormitório de Rose e ela não estava lá, mas escuto soluços vindos de dentro do banheiro. Tento abrir, mas Rose a tinha trancado.

– Alorromora – disse e a porta se abriu.

Rose estava sentada no chão com a lâmina em mãos e chorando. Corri em sua direção e tirei a lâmina de sua mão, a puxei fazendo-a se levantar.

– Sai daqui Malfoy – disse ela com a voz fraca – Eu quero fazer isso!

– Você não pode fazer isso pequena – tentei encostar-se a ela, mas ela afastou a minha mão com um tapa.

– Não me chame assim, tá esperando o que? – ela gritava e chorava ao mesmo tempo – Conta para eles que eu perdi a aposta, conta!

– Eu nunca faria isso com você – disse a ela, nunca havia visto Rose daquele jeito.

– Tá com dó Malfoy? – perguntou ela, queria abraça-la, mas ela não deixa – Só por que eu não tenho mais um pai? Só por que esta com dó? Pena? Desde quando liga pra mim?!

– Rose eu sempre liguei – disse a ela, mas não adiantou nada.

– Mentira! Vai embora daqui! – Rose estava descontrolada, até que Potter chegou.

– Vamos para casa Rose – disse Alvo Potter – Não venha atrás de nos, sei que ela perdeu a aposta, mas agora não é hora. Ela está sofrendo.

– Me deixe a ver daqui alguns dias – pedi ao Potter.

– É melhor não Malfoy – Potter levou Rose dali e eu fiquei sozinho.

– Rose – foi à última coisa que eu disse.