Paixão Peculiar escrita por Ro_Matheus


Capítulo 22
Capítulo 22 - Eternamente só


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu vou dizer que escrevi esse capitulo todo em um noite de carnaval, estava empolgada e feliz, e como era o capitulo mais difícil escrito até o momento ia ser beeeem complexo e por isso esperei meu namorado ir dormir sentei e escrevi.
Escrevendo precisei parar duas vezes de escrever par me recompor por que estava a beira das lágrimas.
Não é um capítulo fácil e é um dos motivos dessa fanfic ser para maiores de 18.

Espero que gostem embora seja difícil.


—______________________

Explicação pré fic:

*Cilício- Arma usada principalmente para o autoflagelo, consiste em uma tela de argolas de aço com dentes pontiagudos por toda a volta e amarras de couro, muitas vezes fechando como um cinto, geralmente empregada na área da coxa, para o incômodo até ferimentos graves. NÃO DEVE SER UTILIZADA LEVIANAMENTE. (a autora não é a favor da pratica do autoflagelo).



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/291196/chapter/22

Capitulo 22 Eternamente só.

Eu sou o ser mais odiado de todo o mundo. Somente posso culpar a mim mesmo.

Eu caguei em tudo, joguei a maior merda no ventilador, e perdi tudo. Perdi meu melhor amigo, perdi meu amor, perdi minha família, perdi o respeito das pessoas perante a mim, perdi o apoio incondicional do meu irmão mais velho, perdi o respeito próprio. Eu me odeio. Tenho asco de mim mesmo.

Sinto tanto nojo de mim mesmo que pego novamente minha adaga do bolso e encravo na coxa direita com força, a dor, a dor excruciante me atinge por ferir ainda mais aquele machucado de meses e que não permito fechar, está infecionado, feio. Não me importo.

Jogo álcool com arnica em cima e mordo meu travesseiro para evitar o urro de dor, torço a faca e tiro, amarro o pano para estancar o ferimento e olho para minha outra perna para minha outra coxa, à esquerda aperto as amarras do *cilicio na coxa cravando ainda mias fundo o metal na carne e ranjo os dentes, devo já ter trincado uns três, pouco importa.

Eu mereço isso, eu mereço isso e muito mais, eu sou um monstro.

Sentado no escuro do meu quarto fico vendo os slaydes das fotos passando na tela e choro ao ver tudo que perdi, acaricio a sua face que aparece no celular e lanço longe o celular, a tela trinca, e volto a chorar.

Meu Deus, por que. Por que isso tinha de acontecer, eu só buscava, algo, eu só buscava ser feliz, eu só buscava me encontrar na confusão de sentimentos que é a minha vida, É tão complexo é tão sujo tudo a minha volta.

Soco minha coxa em cima do cilicio e não consigo segurar o urro de dor. Desmaio.

Acordo nem sei quantas horas depois, levanto gemendo e tiro o cilicio somente para jogar arnica e álcool nas feridas e amarrar uma bandagem, eu se eu deixa-se ele mais tempo iria cortar minha circulação e fica bem em cima de uma das feias mais importantes do corpo, caso infeccionasse iria direto ao coração e eu morreria. Eu não mereço a morte, mereço sofrer.

Busco novamente o celular no chão e vejo a foto ali em meio a tela trincada e acaricio novamente, tão animado, feliz, entregue a tudo que faz, não merecia que eu lhe fizesse algo assim.

Olho para minha cama e vejo meus lençóis ensopados de sangue, arranco da cama e me encaminho no meio da madrugada para a lavanderia, coloco os lençóis de molho enquanto volto à cozinha para esquentar a agua fervente e conseguir tirar totalmente a mancha de sangue dos lençóis, já fiz tanto isso que o faço no automático, o que me permite, agora mais calmo, voltar a pensar como já o fiz mil vezes, e tentar novamente entender tudo que acontece, e repassar cada mínimo erro da minha vida.

Comecei a errar tão cedo, que nem sei por que ainda insisti em viver, eu merecia ter morrido há muito tempo, deveria ter tirado minha vida quando quis aos dez anos, e hoje todos seriam felizes, e agora não, eu fodi a vida de todos, e somente eu mesmo posso consertar.

Ah malditos dez anos, por que tudo não morreu ali?!

Naquela época já sabia ser diferente, a maioria dos meninos começava a ver meninas com outros olhos, e peitinhos aparecendo na televisão deixava a maioria dos meus amigos excitados, e eu, não, eu secretamente sabia que aquilo não mexia comigo, não como mexia ver Obito na piscina na casa dos meus tios. Obito sempre foi mais velho, um ano mais velho que Itachi, então enquanto éramos pequenas crianças ele já era quase um adulto.

Eu focava meus olhos nele nadando e me deleitava ao ver seus músculos se mexendo sobre a agua, amava ver suas costas largas e seus músculos me serem quando ele se içava da piscina.

Mas aquilo estava muito errado, não deveria me sentir assim. Eu queria ser normal. Eu deveria querer ser normal, eu só queria curtir menininhas, mas toda vez que pensava nisso a ânsia de vômito voltava aos meus lábios.

Pensei realmente em dar uma chance a Sakura na época, só que toda vez que pensava em me aproximar dela só de ver aquele cabelo rosado minha vontade era voltar correndo para casa.

Me sentia confuso e aterrorizado de ser uma “bichinha” como todos meus colegas chamavam os gays da televisão, eu não queria ser um “viadinho”, eu queria ser macho eu tinha muito medo de não ser normal.

Por isso me arrumava, fazia cara de mal, dava meu melhor em tudo queria mostrar que podia, queria mostrar que era tão bom ou melhor que todos e que aquela minha peculiaridade era nada e podia muito bem ser escondida.

Tudo caiu por agua abaixo quando um colega da época de faculdade de mamãe veio em casa com seu filhinho, ao contrário de mim o moleque sempre deixou bem claro que era, era daqueles meninos que preferia boneca a carrinho e queria fazer balé desde cedo, com um pai psicólogo ele logo soube lidar com a situação, e foi em um churrasco em casa que dei meu primeiro beijo, um beijo infantil e pueril, algo bem bobo na realidade, não mais que um roçar de lábios.

Mas óbito viu, óbito viu e me ameaçou me jogou na parede, me colocou de costas, alisou minha bunda pegando no meu pau e apertando enquanto se roçava em mim e dizia que era disso que eu gostava, que eu era um merdinha mesmo, e que merecia ser enrabando, ele me tocava e mesmo sem eu querer meu corpo correspondia o que me fazia chorar, maldita hora que as lágrimas caíram ele me bateu no rosto falando que eu era uma bichinha mesmo por chorar.

Itachi apareceu nessa hora e deu uma surra em Obito ameaçando o matar caso se aproximasse Itachi e Hidan. Esse sempre foi um segredo de nós três.

Naqueles dias depois do ocorrido minha vida era um inferno, me senti imundo, tinha pesadelos terríveis e mais de uma vez pensei em me matar, foi nessa época que comprei a adaga, mas Itachi nunca saiu do meu lado, toda a noite vinha pra meu quarto e dormia comigo, conversava até a hora que caia de sono, e fui melhorando com o tempo até que ele me mostrou que não havia problemas em ser gay.

Ele estava certo, o problema não era ser gay, o problema era ser eu.

Pouco mais de um ano depois contei a minha mãe, mas pedi segredo do resto, ela me indicou um psicólogo para eu aprender a lidar com minha forma de ver o mundo e me deu o tempo que eu precisava para me assumir.

Foi quando notei Naruto, de verdade o notei, ele estava ali, sempre animado sorrindo e fofo, e foi ganhando corpo, diferente da maioria dos moleques de seus 12 ou 13 anos que são projetos de rato, Naruto já apresentava os primeiros músculos.

E quando notei me tocava pensando nele, eu o queria o tempo todo próximo a mim, queria ele ali colado em mim me fazendo rir, me fazendo chorar, queria ele o tempo todo comigo.

Aquele loiro somente queria saber de chamar os outros para brincar, principalmente a irritante da Sakura e a mala da minha irmã, a preciosa Hinata que precisava ser protegida o tempo todo. A sempre supero meus desafios.

Veja bem, eu amo e sempre amarei minha irmã, ela é uma das pessoas que mais admiro no mundo, mas, é impossível não sentir ciúmes dela e a forma com que papai e mamãe sempre a superprotegeram, e como todos a nossa volta parecem ter mais tato a lidar com ela. Se bem que quando não o fazem eu fico puto. Só quem pode atazanar ela sou eu cacete, ela é minha irmã.

Eu sempre dividia tudo com ela, mas não queria também dividir a atenção de Naruto naquela época, ele era meu, e só meu, eu o desejava.

Ele tinha tanta energia tanta paixão pelas coisas, que desejava a paixão dele para mim, até que um dia não aguentei essa minha tensão e arrisquei. O beijei e fui ao céu ao vê-lo correspondendo.

A rotina de nos pegarmos era deliciosa, adorava essas batalhas que travamos.

Tudo parecia tão bem em minha vida que achei que deveria assumir o que eu era e ser feliz plenamente.

Ledo engano, tolo eu era, aquela bolha frágil de sabão estourou e logo soube da verdade, o mundo era feio, cinza e deformado, nada era lindo e belo e agora tinha mais com que me preocupar, precisava manter Naruto seguro.

Pouco tempo depois que assumi, Obito fazia questão de estar em todos os locais que eu estava, e quando ninguém olhava fazia gestos obscenos e lascivos para cima de Naruto.

Um dia abri meu armário e ali estava um bilhete de Obito escrito que eu tinha desvirtuado Naruto, e não, isso não era aceitável e Obito precisava qualquer dia comprovar se Naruto era mesmo uma bichinha como ele comprovou que eu era, e com ele iria até o final sem ninguém interromper, fora que deixaria todos os amiguinhos brincar como punição pela forma pútrida que agi.

Obito é um maldito psicopata doente.

Meus sorrisos que já eram espaçados passaram a ser raros, mas acho que ninguém notou, realmente ninguém de fato me nota, enxergam a visão criada em suas mentes deturpadas, sem de fato olhar para mim.

Não consegui de fato relaxar, e precisava de mais de um prova em minha mente de que Naruto realmente estava comigo por querer.

Senti uma necessidade quase vital de dormir com ele, mas esse loiro era escorregadio, não se sentia pronto, dei um tempo para isso acontecer. Mas depois do dia que o Naruto se machucou em uma briga ele aparentava cada vez estar mais distante, sempre pensativo, isso me preocupava.

Ele era a única coisa realmente boa e estável em minha vida, ao menos eu achava. Quão injusto e criança eu estava sendo com meus pais, sempre ali me dando apoio. Como sinto hoje saudades disso.

Mas na época não via assim, vi Naruto como meu porto seguro, por isso um ano depois do nosso inicio de namoro reatei o assunto sexo, que novamente foi cortado, só que cada vez que ele ficava mais distante mais e mais eu queria ele junto a mim.

Eu andava sentido cada vez mais só, o fato de ninguém de fato me ver me magoava, eu não conseguia mais me concentrar em nada.

Foi ai que Kiba surgiu, ele foi tudo isso, ele me enxergou, ele matou minha fome do calor de outro corpo ao meu lado, e deixava usar e abusar de si, ele era o que eu precisava.

Quando estava com Kiba eu podia ser eu mesmo, eu não precisava fazer social, nem me preocupar se estava ou não ferindo seus sentimentos. Pois se duvidava do amor de Naruto, eu não tinha como ter a menor dúvida do amor de Kiba para comigo.

Era tanta devoção, carinho e atenção que via dentro daqueles olhos que não conseguia duvidar.

Era aquele cheiro de mato de grama úmida que me enlouquecia, e era para aquele jeito matreiro de garoto do mato com aquele jeitinho malandro ao mesmo tempo carregado de inocência.

Naruto tinha um humor claro, pastelão, Kiba tinha um humor mais refinado, mais carregado de sarcasmo.

Com Naruto eu manter um papo inteligente afinal o menino era meio lento e precisava explicar tudo, mas com Kiba não era preciso, ele era inteligente de mais.

Kiba sabia sem nem eu precisar dizer.

Kiba virou meu refugio da realidade, Kiba virou uma obsessão deliciosa de agarrar, ele não questionava não importunava , ele estava lá e todo para mim, todo meu e sempre o seria, afinal além de mim não desejava mais nada.

Essa devoção total a minha pessoa me emocionava como nada no mundo conseguia.

Mas ao mesmo tempo me deixava cada vez mais confuso, afinal eu amava Naruto, ele era meu companheiro com quem podia conversar e a pessoa com que eu enfrentei os preconceituosos da cidade, ele era com quem estava comprometido, mas então, por que não me sentia de fato o traindo?!

Não importava em quanto imprudente e loucos nos éramos, mesmo no aniversário da Hinata com a casa cheia, eu não me sentia traindo a ninguém.

Foi só entre o Natal e o ano novo que realizei o fato de que eu realmente amava Kiba, brigar com o Naruto já não pesava mais, e estava nem ai para o fato dele ficar mais com minha irmã do que comigo, coisa que antes me deixaria louco. Não, isso não fazia a menor diferença para mim.

Mas devia ter feito, pois foi eu novamente só buscando minha felicidade, sendo esse monstro egoísta que ferrou com tudo novamente, afinal na noite do dia de ano novo, Kiba estava tão cheiroso, tão lindo, tão meigo que não aguentei e precisava dele naquela hora.

Mas me pegaram em flagrante, e eu soube.

Era o fim da minha história de amor nem iniciada, era a hora de dizer adeus, estávamos marcados. Eu não conseguia olha-lo se o olhasse eu não conseguiria ser firme como precisava ser, era nosso fim, e era melhor para ele se manter longe de mim, muito longe, eu não conseguiria proteger ele de Obito caso soubessem que estávamos juntos, ele precisava ficar seguro.

Ele tinha uma família conservadora, ele morava no interior da cidade, caso ficássemos juntos eu ficaria mais tempo distante que próximo, tornaria ele alvo fácil para Obito, e isso não podia permitir.

Como doía não poder consola-lo dos atraques de Neji.

Mas tudo foi por agua abaixo quando Naruto entrou, e ali realizei que além de perder meu amor, eu perdi junto meu melhor migo e o cara que sempre esteve ao meu lado, a dor e o nojo estampado na face de Hinata me fez perceber que nunca mais teria o carinho gentil e sutil de Hinata comigo. O que eu fiz?!

Eu destruí a vida de todos. O circo somente piorava e logo todos da festa sabiam, a cidade inteira agora saberia de nós.

Era mesmo um estupido destruí a vida de quatro pessoas de forma irreversível.

Três inocentes sofreriam por eu ser fraco.

As pessoas queriam linchar, e eu precisava fazer algo, entrei em desespero, minha vida miserável merecia esse fim, mas Kiba não, ele foi somente uma marionete do destino.

O doce Kiba não merecia isso, e como um anjo ruivo e de roupas depravadas Karin surgiu em nossa frente nos defendendo nos colocando em uma situação de paz.

A festa estava acabada, Karin e Kiba partiram juntos e restou somente nossa família.

Itachi no telefone usando o celular da mamãe tentava entrar em contato com Hinata, mas sem tirar os olhos duro de cima de mim.

Eu o tinha decepcionado, eu soube ali, dentro daquele olhar frio dos Uchiha que tinha perdido o apoio do meu irmão. O cara que me salvou e me resgatou de mim mesmo.

Foi um duro golpe eu senti meu mundo ceder, eu senti o breu me engolir, como eu viveria com todo aquele desespero do homem que mais admirava nesse mundo?

Mas definitivamente não estava reparado para as palavras frias e duras do meu pai, ele foi simples, ele foi direto, ele foi frio. Eu aprendi ali por que éramos tão odiados na cidade, a frieza Uchiha era realmente deveras cruel.

Minha mãe me olhava somente com dor e decepção, saber que aquela mulher sempre companheira a mulher que sempre esteve ao meu lado e lutou com unhas e dentes por mim como uma leoa estava decepcionada me fez chorar de vergonha.

Eu perdi tudo.

Depois de ser dispensado pelos meus pais que segundo eles, precisavam conversar e pensar no que fazer comigo.

Entrei no meu quarto e passei a chorar que nem um bebê.

A depressão voltou com força total e esperaria somente Hinata voltar segura para casa que me mataria, estava decidido a isso.

Até a manhã seguinte, quando soubéssemos o que aconteceu com Kiba e Karin.

Eu não precisei pensar muito para saber quem foi o causador disso.

E soube no mesmo instante que precisaria agir. Não, a morte de uma inocente não podia ficar em branco o sofrimento de Kiba não podia ficar em branco.

Eu literalmente destruí com a vida do meu amor.

Eu destruí sua vida social, e agora seu psicológico e físico. Ele precisava ser vingado.

Fiquei três dias remoendo o mais puro ódio dentro de mim, não saia do meu quarto por nada. Somente planejando como agir, sai somente de noite quando não tinha ninguém em casa para ir ao hospital doar sangue, usando dos documentos do meu pai e do Itachi doeu três vezes.

Isso era insano eu sei, doei muito sangue. Muito mais do que seria saudável.

Mas pouco me importava. Era a vida de Kiba.

Fora que, e não precisava durar muito, precisava somente durar o suficiente para por meus planos em pratica, e então daria um fim em Obito sua corja, sabia que era correr para a minha morte.

Eu mereço essa morte.

Trago o fim triste e devastador a todos aqueles que me cercam.

A partir da hora que decidi me vingar calculei cada um dos meus passos, era preciso aproveitar esse momento de separação para manter os laços cada vez mais fracos até que quando eu morresse ninguém a minha volta fosse sentir realmente falta de mim.

Entretanto não era fácil, nem um pouco, afinal ainda era um ser humano, um lixo de ser humano, mas ainda o era, e sentia, sentia falta do colo da minha mãe, do conforto e proteção do meu pai, da presença tranquilizadora de Itachi, do companheirismo de Naruto, da doçura de Hinata, mas principalmente de Kiba.

Ai como me doía ficar longe dele, de não me aproximar, de não ir até sua casa ver se ele estava bem, de acariciar aquele rosto e puxar aqueles lábios finos para mim e beija-lo com vontade o sentido amolecer toda aquela dureza natural em meus braços.

Precisava dele como de comer, dormir, ficar sem ele estava me matando mais que minhas punições, mas não era merecedor dele.

Ele precisava, estava melhor sem mim, nunca fui alguém bom de se estar junto, e não era saudável ficar junto de mim assim.

Terminei de lavar e secar minhas roupas já era manhã, minha “família” tinha partido para a casa da frente comer, mesmo sem Hinata aqui, esse costume não caia.

Quando a porta da frente da cozinha é aberta.

Somente uma pessoa em todo o mundo entra pela porta dos fundos.

A minha frente estava Naruto. Forte, musculoso como nunca, sério me olhando profundamente.

Passei por ele para ir ao quarto, mas ele me seguiu fechando a porta ao passar e se jogou na minha cadeira do computador.

Eu tentei o ignorar e olhei novamente para meu celular admirando a foto de Kiba no meio do vidro quebrado, para me lembrar o por que deu estar sofrendo assim. Por ele. Para o bem dele.

– Você sabe que seu carro não é nada silencioso Sasuke?! – Começou Naruto

Continuei o ignorando, ele precisava ir embora, ele não podia ter me perdoado, esse idiota não podia se aproximar.

– Mas minha moto é,... Desculpa, se Hinata me ouvir a chamando assim estou ferrado. – Ele da uma de suas risadas. – Você é tudo menos um cara não racional, e sua discussão com Hinata não o foi racional, fiquei com uma pulga atrás da orelha.

– Sua preciosa namorada roubou o meu namorado e eu nem pude foder com ele, você queria o que?! Que fosse racional?! Perdi a chance de enrabar um virgem! – Falei sarcástico e com desprezo para o afastar do quarto, mas era Naruto e tudo que ele fez foi dar um sorriso de lado.

– Então quando notei que você saia com uma frequência absurda, cada dia em um horário. Decidi te seguir para ver no que dava. Primeiro você ia até a cena do crime, depois o vi saltando e entrando no pátio da policia para examinar o carro do Kiba. – Eu o fitei assombrado. – Agora você fica simplesmente horas e horas sentado no seu carro de frente os bares e bordéis mais feios da cidade. Você está atrás de Obito e sua cambada e eu quero ajuda-lo nisso.

– Você está louco, estou só curtindo um baseado no carro Naruto, e só investiguei por curiosidade as coisas. – Precisava despistar rápido.

– Eu sou burro, mas não idiota, eu sei sua forma de agir normalmente.

–Pois você acaba de provar que é os dois. – Digo debochando dele.

– Bom você tem duas formas de agir agora, ou você me deixa ajudar você, ou eu conto tudo que sei para seus pais e ajo sozinho depois.

Ficamos em silencio um tempo até que percebi que não tinha muito jeito, Naruto sabia mesmo. Fora que, agora ele era bem quisto pela família, todos acreditariam nele, e eu seria condenado.

– O problema é que tio Madara é Juiz e tia Akita é a xerife, eles vão proteger o filho de todas as formas como já vem fazendo. O melhor jeito é mesmo matá-lo, e eu vou sujar minhas mãos assim, você é bonzinho de mais para virar um assassino Naruto.

– Primeiro, eu mataria por aqueles que amo. E segundo, existem coisas bem piores que a morte, como essa que Kiba vive por exemplo.

Ele tocou em um ponto que é verdade, vivo minha vida inteira comprovando que muitas vezes morrer é muito mais fácil.

– Certo Naruto, então não mataremos. – Naruto sorria ao ser incluso. - Destruiremos.

– Assim que se fala! Olha, agora tenho de ir ver um móvel que uma senhora pediu para eu fazer, mas de qualquer forma sou péssimo para planejar. Monta seu plano que amanhã volto para definirmos quando agimos.

– Ok . – Digo o vendo levantar, antes de sair Naruto fala.

– Kiba sente sua falta, da próxima vez vê se entra não fica só da árvore olhando para dentro do quarto. Ele já está destruído o suficiente.

Virei o rosto para o outro lado rubro de vergonha e raiva.

– Cara, não sobrou nada dele para Obito tirar, ficar longe de você só fará o sofrimento dele aumentar, e ele te ama já, então se algo lhe acontecer, não vai ser estar longe que vai impedi-lo de sofrer com isso.

Como veio Naruto partiu me deixando com muito o que pensar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Acho que vocês estranharam bastante a escrita, com a Hinata ela é suave leve e escreve corretamente, já Naruto tem gírias é engraçado e bem mais direto, sem rodeios e floreios.
E Sasuke é... Depressivo quebrado sofrido. São formas de narrativa em primeira pessoa completamente diferentes justamente por serem pessoas diferentes a contar história.

Achei importante colocar esse capítulo para entendermos esse complexo personagem, mas confesso que estou confusa sobre como isso irá repercutir.

Por favor me dêem um retorno para saber se gostaram ou não, ou se perdi leitores com esse capítulo (o que eu acho que vai acontecer)

Mas enquaanto isso...

MOMENTO PROPAGANDA FELLINGS!!!

CONHECEM A FANFIC:

http://fanfiction.com.br/historia/409884/Amor_Eterno_NaruHina/

É da minha betta, é uma lindaaaaaa história NaruHina ^.~