O Cavalo De Bronze - Fic Interativa escrita por CarpeDiem


Capítulo 5
Segredos dos peregrinos


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, resolvi postar logo pois vou passar a tarde fazendo um trabalho(isso ai, não descanso nem no feriado), talvez poste outro de noite, muito obrigado pelos reviews.



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  Gabriela –

 

  Bem, como posso dizer... Minha matéria fez muito sucesso!Recebi convites de vários jornais para nas férias ir visitar suas locações, o jogo Harpias x Peregrinos fez tanto sucesso que apagou completamente o jogo da manhã seguinte, Araras x Penachos, até porque os peregrinos resolveram dar uma festa no quarto expandido para comemorar o pentacampeonato, sendo que só tinham ganhado o primeiro jogo, realmente eram muito convencidos.

  Eu faria questão de falar sobre isso no jornal, mas existem certas coisas que sabemos e mesmo tendo provas não podemos falar, esse é um dos males de ser adolescente.

  Bom, como todos os dias eu comi o café da manhã bebendo o meu suco de abóbora e lendo uma matéria do jornal que eu mesma escrevi!Hábitos estranhos...

  Era sábado e as janelas que geralmente tinham imagens de aves que representavam a casa junto com seus patronos estavam escancaradas deixando entrar sol, alguns barulhos começaram a ser ouvidos e grandes quantidades de pássaros dos mais diversos tipos cruzaram os céus jogando presentes, jornais, bilhetes e tudo mais. Nas minhas pernas caiu uma carta de meu pai me parabenizando pela matéria e a repercussão, não recebi nada da minha mãe, ela ainda não aceitava o fato de eu ser uma bruxa.

  Um som cruzou todo o salão, me virei e vi na última mesa Helena com um berrante na mão, se tratava das notas baixas que ela tirou nas provas surpresas da primeira semana. Mila ria demais ao lado dela e vi “Jess” com um sorriso vitorioso no rosto.

Eu saí dali rumo ao estádio de quadribol, adorava ficar embaixo da arquibancada lendo, e tinha conseguido um ótimo livro trouxa, amava esses livros porque minha mãe lia para mim quando era mais nova, enquanto alguns falam de contos do Beetle, eu falo de “João e Maria”, cheguei ao estádio e me deparei com o treinamento de domingo dos peregrinos, lá fora estava fazendo um calor imenso, mas dentro do estádio estava cheio de névoa e frio, por opção do próprio time.

  Sentei-me embaixo de uma arquibancada e me pus a ler o livro, de vez em quando tinha sons de comemoração ou de um apito, aquilo durou mais ou menos uma hora e eu já nem ligava mais, só comecei a perceber sons quando o jogo terminou e percebi duas pessoas se aproximando, deixei o livro de lado e olhei pela fresta da arquibancada e lá estava Jessica e Artur, o artilheiro usava uma calça preta e um suéter cinza claro com o símbolo enorme dos peregrinos estampado, Jessica já usava um, sobretudo branco, com botas e uma bolsa, logo comecei a pensar o porquê dela estar vestida daquele jeito numa manhã de domingo. Ela tirou do bolso um papel e entregou para o jogador principal dos peregrinos que abriu e começou a ler alguma coisa que estava escrita ali. Jessica revirava os olhos.

-Você tá de brincadeira comigo?Está me dizendo que Julieta Felers toma água com açúcar de café da manhã?!

-Eu mesma falei com ela.

-E acordou suada?

-Eu não estou mentindo, olha, o trato era você vencia o jogo, eu te dava os gostos da garota, você venceu, os gostos dela estão aí, agora com licença que eu tenho algo a fazer. – Jess saiu dali sem dar satisfações ao artilheiro.

-isso é sacanagem, Jess! – Ele disse.

-Quem gosta dela não sou eu, é você... Se vira meu capitão. – Jess definitivamente não era do tipo que levava desaforo, nem que viesse do melhor jogador do instituto.

-O quê?!Ela gosta de ler a própria coluna enquanto toma seu copo de água com açúcar?Quem lê a própria matéria no café da manhã? – O moreno saiu esbravejando com o papel na mão.

  Definitivamente eu estava com a “faca e o queijo na mão”, e eu definitivamente tinha que ser repórter, todo repórter tem que ter sorte, e eu estava tendo de sobra. Primeiramente eu tinha que falar com Helena, ela devia entender desse mundo dos populares e o quanto uma matéria como essa poderia afetar tudo.

  Caminhei até o pátio onde Helena discutia seriamente com um garoto da minha casa, Arara-Azul, logo reconheci que era Liam Kentwell, um americano metido a besta que nunca tive coragem de conversar.

-Helena... – Falei e ela olhou pra mim irritada, mas quando se deu conta que era eu seu olhar suavizou.

-Com licença “sotaque”, eu preciso falar com minha amiga. – Ela disse me tirando dali e indo em direção ao corredor.

-Então... Por que estava me chamando? – Ela disse sorrindo enquanto continuava a andar.

-Eu tenho uma notícia...

-Você é uma repórter, sempre tem uma notícia.

-É sobre a Jessica.

-Sobre a Jessica?! – Ela parou bruscamente e se virou pra mim elevando um pouco o tom de voz, ao perceber que algumas pessoas olharam, voltou a falar baixo.

-E envolve também o Artur...

-O penacho bom em trato de criaturas mágicas?

-Não. O peregrino... Capitão do time de quadribol... Artilheiro.

-Certo. Certo. Eu entendi, mas a notícia é quente?

-Pegando fogo... Eu acho.

-Me conta.

-Não posso contar no corredor.

-Então vem comigo. – Ela disse me puxando e andando rapidamente, quase me fazendo cair. Ela também mandou um papel para Mila e quando vi estava em frente a uma estátua de Oliver Groon.

-Qual a senha? – A estátua disse quase num sussurro.

-Deixe de sussurrar. – A estátua continuou parada e Helena andou me levando junta, quando me deparei havia ultrapassado a estátua e estava no belo salão comunal das harpias.

  As paredes eram cinza, tinha uma janela que dava para ter uma visão panorâmica de boa parte do instituto, a mesinha de centro estava cheia de uísque de fogo, e a lareira apagada, tinha um imenso lustre em cima com vários ramos dourados pregados a parede.

-Se acha bonito de dia, tem que ver de noite. – Foi o tempo que Mila chegou e Helena a pegou e subimos as escadas até chegar a um quarto, ao abrir a porta fiquei surpresa, duas camas gigantes de casal se encontravam ali, com uma janela que deixava entrar bastante luz, dava sem dúvida o dobro do tamanho do meu dormitório.

-Então, o que você tem que contar? – Disse Helena com um sorriso e Mila olhando estranhamente.

-Hummm... Eu fui hoje de manhã ler debaixo da arquibancada, aí terminou o treino dos peregrinos e a Jessica apareceu e começou a falar com o Artur, então eu descobri através da conversa que ela tinha feito um trato com ele naquela hora que se ele virasse o jogo e ganhasse, ela daria informações sobre a Juliana Felers, aparentemente a garota que ele gosta. 

  Contei tudo de uma vez de olhos fechados, quando os abri vi Helena e Mila de queixo caído... Mas só por alguns instantes porque depois Helena subiu na cama e começou a pular desenfreadamente e comemorar.

-Os peregrinos tão ferrados, os peregrinos tão ferrados♪. – Ela cantava e ambas, eu e Mila começamos a cair na risada.

-Bem, eu estava pensando em colocar no jornal.

-Você não pode fazer isso, os peregrinos vão pegar no seu pé pelo resto do seu tempo no instituto. Mas eu tenho um plano... Um bom plano...


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