74º Edição THG: Versão Carreirista: Cato escrita por Yasmin Marques


Capítulo 9
Cerimônia de Abertura




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Ficamos por exatamente uma hora conversando sobre roupas e acessórios que eu deveria vestir na cerimônia de abertura, eu obviamente não presto atenção em quase nada do que ela fala por dois motivos: 1º Não gosto de falar sobre roupas e acessórios; 2º Já falei que o sotaque da Capital é ridículo? Pelo menos um avox deixou uma bandeja com alguns petiscos na mesa de centro, os petiscos são, eram já que comi tudo, bananas fritas em fatias extremamente finas, um copo de suco de abacaxi com hortelã e algumas fatias de queijo que eu estava acabando de devorar, quando olho para Beau vejo que ela está me encarando um pouco irritada.

—Então… —ela diz com a voz estridente— O que vai ser?

Penso por um segundo antes de responder.

—Você é a chefe aqui. —digo passando por uma grossa camada de orgulho para chamá-la de chefe.

 Ela sorri e se levanta.

—Ótimo, eu e Cassidy, o estilista de sua oponente, já combinamos as roupas que vocês usarão, vão ficar divinos! —e quando ela fala o “vi” da palavra “divinos”, o som sai absurdamente estridente que tenho que me forçar a não tapar os ouvidos, ela se levanta e sai pelo corredor de paredes claras até ela passar por uma porta e eu não poder vê-la.

Fico sentado terminando de comer os petiscos, só agora percebo que ainda estou de cueca, dou de ombros e termino meu suco. Beau chega com uma caixa dourada, ela esta sorrindo demais, quase saltitando de excitação ela coloca a caixa na mesa de centro, colocando de lado a bandeja de comida, e a abre, é então que vejo a armadura dourada e a tiara alada, pelas aulas de história que tive em meu distrito isso é um tipo de armadura antiga, ela quer me vestir como um deus.

 

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Nunca usei uma roupas tão apertada na vida, a armadura era dourada com um tipo de material bem duro sobre meu peito, na parte inferior eu vestia uma saia com o mesmo material duro, ela ridículo, eu de saia, mas Brutus e Enobaria disseram para eu fazer tudo que minha estilista mandasse, e como sou um cara bonzinho… Nos pés eu estava vestindo uma sandália também alada e a tiara de asas me fazia realmente parecer um deus, um deus dourado da cabeça aos pés. Beau me explicou que a roupa foi inspirada como sempre no poder do distrito 2, meu distrito fabrica as armas para a Capital, e também é de lá que saem a maioria dos Pacificadores, portanto, somos o distrito mais forte em questões militares.

Olho me no espelho de corpo inteiro da parede, eu estou divino. Beau começa a lançar um spray em meu corpo, depois de um instante percebe que o spray era um brilho dourado, não quero ficar parecendo uma fada ou sei lá o que, mas não quero que ela fale mal sobre meu comportamento para Brutus e Enobaria, portanto, eu deixo ela continuar. Quando ela termina, meu corpo inteiro está coberto pó uma fina camada do spray, tenho que admitir que gostei, por mais que eu saiba que NUNCA usaria isso em meu distrito, para a estada na Capital, o visual parecia um tanto normal.

Ela me guia pelo corredor pelo qual ela tinha passado mais cedo e encontramos Clove e Cassidy, seu estilista. Clove estava linda, coisa que eu nunca me atreveria a falar para ela, estava com as mesmas roupas que eu, a tinta em seu corpo a deixava com a aparência angelical que ela não tinha normalmente, seu cabelo preto estava preso em uma trança folgada nas costas, ela me encarou e sorriu não o sorriso irônico de sempre, mas algo verdadeiro, chego perto dela.

—Nunca pensei que diria isso Cato, mas você está d-i-v-i-n-o. —ela disse sorrindo, eu sorrio de volta.

—Andou aprendendo palavras novas com o seu estilista? —eu falo e ela ri, não nos demos bem centro de treinamento e não vai ser agora que vamos começar a nos dar bem, mas acho que todos estamos um pouco nervosos com o cerimônia de abertura — E além disso, como nunca pensou que diria isso para mim? Logo eu, o ser humano mais irresistível que existe.

Ela revira –os olhos e começa a andar atrás dos estilista que estava conversando sobre coisas obviamente mais fúteis do que as que nós estávamos falando.

—Eu retiro o que eu disse. —ela fala por fim e sorri de lado fazendo assunto acabar.

 

Quando chegamos à área de espera para o início do desfile vejo alguns de meus oponentes, o garoto grandalhão do Onze, a loura do Um e até a pobre coitada que se voluntariou no lugar da irmã, aquela do Doze. Beau nos leva até a carruagem. A carruagem era uma Quadriga, que segundo meu professor de História, era uma carruagem grega para os deuses e heróis, nossa quadriga é toda dourada e tem quatro cavalos brancos muito bem treinados para puxá-la, vejo que Brutus e Enobaria estão nos esperando e Brutus sorri quando me vê.

—Bela saia garotão! —ele fala entre risos.

—Você disse para fazer tudo que ela dissesse… — digo levemente irritado.

—Ele só está com inveja pois no ano dele ele teve que usar uma roupa toda feita de facas… — era Enobaria falando, eu sorri imaginando Brustus com essa roupa e como ele havia feito para tirá-la.

—Como eu disse, adorei minha saia. —eu falei e todos riram.

—Olho ao redor procurando possíveis aliados para a Arena, olho novamente para a garota do Um que estava vestida com uma túnica rosa cheia de pedras preciosas, não muito diferentes de seu parceiro de distrito, só que a roupas ficava muito mais ridícula nele.

Olho discretamente ao redor e vejo que além do grandalhão do Onze, e dos tributos do Um, não há nada mais interessante. Vejo as roupas de meus oponentes e também não há nada muito interessante, os do Quatro vestidos com uma rede simbolizando a pesca, os do Sete vestidos como lenhadores, os do Doze vestido de preto simbolizando o carvão… A criatividade desses estilistas um dia irá me matar.

Eu e Clove subimos na carruagem ficando um ao lado do outro sem nos olharmos.

—Façam o público amar vocês… —Enobaria disse — Na verdade, esqueçam o que eu falei… Eles já amam os carreiristas. —ela terminou de dizer e sorriu.

Os cavalos começaram a puxar a Quadriga formando uma fila, primeiro os do Um, depois eu e Clove, depois Três e assim sucessivamente até os do Doze. Um segundo depois o portão de ouro se abre e as carruagens entram pela enorme passarela de piso branco fazendo o público ir à loucura ao avistar nossa carruagem e a do Um, logo no começo da passarela já consigo pegar duas rosas no ar, dou o sorriso mais avassalador que consigo, o que não é difícil, olho para Clove pelo canto de olho e vejo que ela também está sorrindo de um jeito encantador e com algumas rosas nas mãos, eu mando alguns beijos para a platéia e algumas mulheres gritam para eu mandar mais, até que algo estranho acontece, a platéia se silencia e segundos depois o barulho recomeça, só que não gritavam para nós ou para os do Um, gritavam para algo atrás de nós, olho para o telão perto da platéia e me assusto, dois tributos estavam em chamas, percebo que eles na estão entrando em desespero ou algo do tipo, mas estão de mãos dadas e as erguendo como se fossem amigos, o que nos Jogos Vorazes é impossível, quando os reconheço meu coração quase pára, eram os tributos pobretões do Doze.


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Notas finais do capítulo

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