74º Edição THG: Versão Carreirista: Cato escrita por Yasmin Marques


Capítulo 8
Capital




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Obviamente não consegui dormir, fiquei no meu quarto sentado na cama e olhando pela janela do trem, provavelmente estávamos passando pelo Distrito Um, mas não prestei muita atenção, até que deitei e consegui dormir. Acordei dez minutos depois com alguém em cima de mim, quando abro os olhos vejo que é Clove, ela está com os joelhos nos meus braços impossibilitando-me mexe-los, seus pés estão segurando minhas pernas e ela está apontando uma faca para meu rosto e sorrindo.

            —Mas que diabos você está fazendo?! — grito e ela ri mais ainda, me balanço fazendo-a cair no chão do quarto.

            —Só tirando a prova real de que você vai ser um tributo fácil de matar na arena, principalmente durante o sono… — ela fala se levantando com um enorme sorriso estampado na face.

            —É, porque só conseguiria matar qualquer tributo durante o sono, porque se depender de uma boa briga, adeus Clove.

            Ela me encara e rosna em minha direção.

            —Matar é matar, loirinho, seja com a pessoa acordada ou não. —ela fala saindo do quarto, mas não antes de dizer — Se arrume, estamos chegando. —e vai embora.

            Levanto-me e olho pela janela do trem, ela tinha razão estamos do lado da Capital, fico olhando encantado para a janela, observando os brilhantes arranha céus e uma enorme fonte de água com vários jatos de água colorida dançando no ar antes de caírem de volta na fonte. Fico sorrindo até que levo um susto e caio para trás, uma parede de pedra entrou na frente da cidade e tampou minha visão, percebo que deve ser a montanha que cerca a Capital e então relaxo. Visto meus sapatos e coloco um terno preto que achei na gaveta da cômoda de mogno, vou para o vagão restaurante onde todos estavam reunidos, quando entrei Clove ficou rindo de mim pelo enorme susto que levei quando ela me apontou aquela faca, garota maldita, eu já devia ter esperado.

            Olho para a janela do vagão e depois de um instante a parede de pedra sumiu e volto a ver a Capital, depois de um minuto estamos na plataforma, vendo pela janela a enorme quantidade de pessoas que se juntaram para nossa chegada.

            —Acene para eles. —Enobaria diz.

            —Por que eu faria isso? —pergunto e Enobaria e Brutus me encaram.

            —Porque vocês precisam de patrocinadores, e sendo antipáticos assim não vão conseguir. —Brutus fala

            Volto-me para a janela e começo a acenar loucamente, e a multidão vai a loucura, até mando um beijos para as garotas aberração da Capital, com seus olhos cor de rosa e pele verde esmeralda, elas vão a loucura novamente, percebo que Clove está do meu lado acenando, empurro ela que cai na poltrona e me encara furiosa, apenas dou risada e continuo o ótimo trabalho.

           

O trem para na plataforma e Melanisie acompanha eu e Clove na descida, somos aclamados pela multidão de seres esquisitos com seus cabelos coloridos e peles com estampa animal, acenos mais algumas vezes e somos levados direto para o Centro de Transformação, lá eu e Clove nos separamos, eu vou para uma salinha branca e me mandam ficar só de cueca e deitar em uma cama, obedeço. Assusto-me ao ver uam mulher com cabelo preto petróleo e pele cor de ouro, seus olhos eram arregalados, não um arregalado normal, era feitos com cirurgia, ela não tinha cílios nem sobrancelhas e sorriu para eu quando notou meu olhar de repugnância.

            —Não se preocupe, não vamos machucar você… — ela diz com o sotaque ridículo da Capital — Bem, talvez um pouquinho. — e sorri com seus dentes branquíssimos. —Meu nome é Moira, e esses são Argo e Tala.— Ela falou apontando para duas criaturas ao seu lado

Tala, uma mulher de cabelos verdes e escamas tatuadas de um lado do rosto e Argo, um cara baixinho com um enorme bigode ruivo e olhos violeta, tento não rir ou fazer cara de desprezo, o que é quase impossível, mas…

—Somos sua equipe de preparação. —disse Argo com uma voz extremamente grossa.

—Preparação para quê? —pergunto, Brutus e Enobaria não me avisaram sobre isso.

—Vamos te preparar para seu estilista fofinho. —agora era Tala falando, seus olhos amarelos me distraíram — Mas fique tranqüilo porque não teremos muito trabalho. —e ela dá uma risadinha falsa e irritante

—Tenho dó de quem ficou com os tributos pobrinhos. —Moira falou e eles caíram na gargalhada

            Ainda bem que começaram a me ignorar, nunca gostei de gente fútil, muito menos de ser forçado a falar com gente fútil, olhando um quadro sem sentido que havia no teto da sala, que coisa esquisita, colocar um quadro no teto, acho que é para os tributos não terem que agüentar o papinho dos…

            —AI! —grito ao sentir uma puxada vinda da minha face

            —Desculpe fofinho, é que temos que arrancar qualquer vestígio de barba…—ela disse mas estava rindo.

            Legal, ninguém me respeita mais nessa merda, é isso? Riu de mim na minha cara… Preparo-me para a segunda puxada, eles estão usando uma espécie de mel… cera, ouço Moira dizer, e Argo puxa, e depois mais uma vez, e mais uma, até que acabou, qualquer vestígio de pêlo no meu rosto sumiu, qualquer vestígio de pele também, creio eu…

Agora eles estão lavando meu cabelo, e cortam só um pouco das pontas, deixando praticamente o mesmo comprimento.

—Pronto fofinho. —Tala disse, e eu juro que se ela me chamar de fofinho mais uma vez eu não vou responder pelos meus atos. —Agora fique aqui e aguarde sua estilista chegar.

Fico olhando para o quadro de formas abstratas e coloridas até que ouço barulhos de saltos e sento-me na cama, uma mulher alta e magra entra na sala,  era loira, sua sobrancelha muito escura 9mas pelo menos ela tinha, ao contrário de Moira), seu rosto era tatuado com uma tinta dourada que ia com uma faixa passando de um canto do rosto (perto da orelha) e ia passando pelo olho direito, pelo nariz e pelo olho direito até a outra parte do rosto, parecia uma máscara só para tapar os olhos, sua boca estava pintada com uma cor vinho e ela estava vestida com um vestido dourado que ia até o meio das coxas, acho que queria parecer uma deusa, e conseguiu, já que eu estava esperando outra aberração.

—Olá —ela disse, e tinha o horrível sotaque para acabar com tudo — Sou Beau.

Isso não é um nome masculino?

—Cato. —digo e ela sorri, os dentes branquíssimos

—Sei que está se perguntando sobre meu nome… —ela diz como se lesse meus pensamentos —Significa “beleza” em uma língua do nosso mundo antigo, o francês.

Sorrio para ela, o nome tinha a ver com a aparência pelo menos.


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Notas finais do capítulo

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