(HIATUS) Helena. escrita por anajvargas


Capítulo 15
Feliz aniversario abóbora ambulante.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, sei que demorei uma caralhada de tempo pra postar.
Eu estava na praia, passando o carnaval por lá, e o wi-fi era uma merda, eu estava só com o tablet e se eu escrever nele não tem como postar pq desconfigura tudo e ai na segunda a minha mãe me ligou me falando que meu vô tinha morrido, voltei pra cá correndo na terça de manhãzinha pra conseguir ir no velório e fiquei com o meu pai depois disso.
Espero que gostem!!!!!!1



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“Esqueci de avisar vcs que a festa tem o tema de carnaval!”

Essa era a mensagem que eu tinha recebido - de Pedro - enquanto estava largada na minha cama de toalha e com o celular bem na direção da cabeça. O que resultou em uma “celularzada” épica na testa.

Para falar a verdade eu já estava nessa posição um tanto medíocre por uns quarenta minutos, por pura preguiça. E quando li essa mensagem super animadora é claro que eu não levantei, eu simplesmente rolei para o lado da parede e fiquei encarando aquele branco amarelado que estava lá desde antes de eu mesma sair de dentro da minha mãe.

Já que estou falando da minha mãe, acho bom mencionar o fato de que ela apareceu na minha porta não muitos segundos atrás e perguntou:

- Você não disse que ia a uma festa com o Luke e todo mundo?

- Eu vou. E que apelido é esse? - Perguntei rolando para o outro lado, já que a parede não queria me deixar ver a minha própria mãe.

- Esse é um apelido que eu acabei de inventar. - Disse dando de ombros. - Não deveria estar se arrumando? Ou quer que eu chame uma fada madrinha e ela transforme essa sua bagunça de roupas em uma coisa usável? - Ela pegou uma blusa qualquer que estava ao lado da minha escrivaninha e a jogou em mim, só para enfatizar sua opinião.

- Hmmm, mãe, por favor, vá babar um pouco nas suas outras crias. - Respondi pegando a blusa e a jogando de volta.

- Pare de enrolar e se arrume! - Ela se virou e saiu.

- Obrigado por fechar a porta! - Fui obrigada a levantar e me dirigir à entrada do quarto.

- Ah! De nada! - Ouvi minha mãe falar e então fechei a porta.

Senti uma agulhada de desapontamento com quem organizou a festa que aconteceria assim que me virei para o meu quarto.

Carnaval? Não tenho nada contra a tradição de pular Carnaval, nada contra as marchinhas e os confetes excessivos. Mas não suporto a vulgarização dos corpos femininos que hoje atravessam os sambódromos.

Por isso estou aqui, esperando algum santo vir mim e me falar o que usar hoje.

Abri o meu armário - aonde eu tinha colocado as roupas que eu provavelmente não usaria tipo biquínis, vestidos e etc. - e o encarei por um longo tempo, procurando por uma roupa que não mostrasse o meu botão, mas que também não me colocasse na categoria “freiras amigas do convento que dão aula de capela”.

Acabei pegando um vestido vermelho bem leve, com alcinhas finas que deixava minha clavícula saltada - uma das poucas coisas que eu achava “sexy” em mim -
totalmente a mostra e que batia um porco acima dos meus joelhos.

Entrei numa discussão mental com meu amado tênis surrado e birrento. Ele insistia que hoje eu deveria usar alguma coisa que tivesse mais do que cinco centímetros de altura, pelo menos. Depois de um longo e exaustivo tempo sendo ignorada pelo All Star verde floresta amazônica optei por sapato preto qualquer que estava ao lado do armário e então penteei meus cabelos.

Estava precisando pintar meus fios - que agora já tinham passado de preto azulado para indefinido - de novo.

Acabei de reconhecer a minha mudança repentina para o meu lado feminino. Meu Deus tenho que parar que sair pra festas carnavalescas.


*****

- A gente não vai. - Lucas estava parado na varanda da Casa dos Smith de braços cruzados e cara emburrada.

- Por que não? - Perguntamos ao mesmo tempo.

- Por causa da Lena! - Ele abriu os braços. - Até parece que eu vou a deixar ir assim pra uma festa cheia de um bando de macacos sedentos por fêmeas!

- Para de frescura Lucas bichona. - Pedro foi até onde ele estava e começou a arrastar o garoto com força bruta.

- Nós não vamos! – O ruivo tentava resistir.

- Luke! – Roubei o apelido que minha mãe tinha inventado numa tentativa de fazer com que Lucas gostasse do mesmo e acabasse cedendo.

- Luke? – Ele perguntou meio confuso.

- Luke. – Afirmei.

Por um minuto ele pareceu pensar se tinha gostado ou não, até inclinou um pouco a cabeça e fechou os olhos, como se fosse algum intelectual.

- Nós até podemos ir, mas se alguém vier pra cima da Lena eu quebro a cara da pessoa. – Bingo!

- Obrigada Deus!!!!! – Felipe levantou as mãos pro céu e começou a pular que nem um cabrito.

E então fomos andando até o nosso transporte para a festa.

Odeio quando o ônibus não passa no horário certo.

Não me julgue se eu vou de ônibus para uma maldita festa de carnaval sendo que o carnaval é só na semana que vem. Falando nisso....

- Luke. – Puxei a manga dele um pouco forte demais.

- O que foi? – Ele se virou pra mim e eu pude ver o ônibus lá longe na avenida.

- Por que estamos indo para uma festa de carnaval se o carnaval é só daqui um tempo?

- Ah! É a aniversario de uma menina que adora carnaval, por isso ela sempre usa o carnaval como tema. – O ruivo terminou de falar assim Pedro e Felipe fizeram sinal para o ônibus, que foi parando lentamente e fazendo aquele monte de barulhos que dão uma adorável impressão de “ suba aqui e se prepare para morrer”.

A porta se abriu com um rangido e  algumas travadas no meio do caminho revelando uma escada de três degraus que dava para um amontoado de pessoas banhadas em desodorante fajuto; algumas se espremendo nos assentos desgastados e outras lutando por um lugar para se segurar e não acabar naquele chão tão sujo e maltratado.

Realmente um ótimo jeito de ir para uma festa.

Passamos na roleta apertada, um após o outro e nos seguramos em minúsculos pedacinho desocupados.

- Aonde é a festa? – Perguntei para Felipe que estava perto de mim.

- Basicamente...- Ele teve de se afastar um pouco pois uma senhora perdeu o equilibro e quase caiu em cima dele. – Do outro lado da cidade.

- Do outro lado da cidade? – Respondi espantada e incrédula. E então foi a minha vez de me afastar, já que uma garotinha e a mãe queriam sair e eu estava bem no meio do caminho delas. – Até chegarmos lá eu já quebrei uma perna, 3 bacias, 7 dedos das mãos e vou ter um belo corte atrás da orelha.

- E como é que você vai fazer isso? – Ele perguntou enquanto nos segurávamos com mais força ainda para não tombarmos enquanto o ônibus fazia uma curva.

- Eu sei lá. – Respondi me recompondo. – Mas não duvido de nada.

- Qual é, nem está tão ruim assim. – Ele fez um gesto com a mão para dar ênfase, mas isso lhe custou o equilibro e assim Felipe esbarrou num cara que aparentava ser um ótimo pedófilo.- Esquece o que eu acabei de falar.

- Claro, sem problemas. – Soltei uma risada e me segurei novamente para não cair no meio da curva.

*****

- Bem explicativo. – Fiz referencia a faixa gigantesca pendurada na entrada de uma casa azul celeste onde se lia: “ Festa de aniversário da Kathe!”

- Poe explicativo nisso. – Lucas encarava a faixa com uma cara de enjoo ou alguma coisa do tipo.

A casa ocupada um terreno gigantesco. O jardim estava cheio de confetes e coisas brilhantes. Era possível ouvir o som de alguma musica eletrônica tocando – o tema da festa é carnaval, mas ela pode tocar qualquer música, certo? – e também varias pessoas gritando coisas do tipo “ Olha a bomba.” “ Sai da frente!” “ Uhuuuuuul!”. O que me fez deduzir que provavelmente existia uma piscina no fundo daquela casa cor de céu.

- Vocês vieeeeeeeeeeram!- Uma garota de cabelos claramente descoloridos veio correndo até nós. Ela usava um vestido laranja chocante e cheirava á varias doses de tequila; me pergunto como ela estava conseguindo se manter em cima daqueles saltos exagerados.

- Parabéns Kathe! – Pedro tomou a iniciativa de parabenizar a garota que na manhã seguinte nem lembraria de nada e nós fizemos o mesmo.

- Ah! Obrigada! – Ela respondeu completamente alterada. – Entrem, entrem. Tem várias bebidas e não tem hora pra acabaaaaaaaar. – Ele voltou saltitando para dentro da casa nos deixando perplexos ali na entrada.

- Estou com medo de entrar e encontrar uma pancadaria de clones da abóbora ambulante. – Felipe comentou.

- A gente devia colocar uma regra do tipo: “ É proibido entrar no hospício – casa – da Kathe.” – Lucas deu  essa maravilhosa ideia.

- Você sabe que regras são feitas para serem quebradas. – Pedro disse enquanto estava inclinado para trás.

- Ehh... – Lucas tentou falar alguma coisa, mas desistiu.

Encaramos a porta por um longo tempo, até que ela se abriu revelando um borrão verde que passou por nós e então desapareceu na rua.

- Aquilo era uma mulher ou um homem? – Perguntei ainda olhando para a escuridão.

- Quem sabe um robô. – Felipe deu de ombros e apontou para a porta. – Entramos?

- Entramos. – Dissemos juntos eu, Lucas e Pedro.

Se por fora a casa era da cor do céu, por dentro era a Mata Atlântica. Era verde em tudo, nos sofás, na lareira, na escada, nos tapetes e quadros.

- Acho que os pais da Kathe não conhecem outras cores além das primárias. – Felipe disse parecendo meio atordoado.

- Verde não é uma cor primária seu idiota. – Dei um tapa nas costas dele.

- Foda-se. – Ele abriu os braços esbarrando em um cara que passava com uma bandeja cheia de copos com um liquido vermelho. Felipe pegou quatro e distribuiu entre nós. – Então, adeus. – Ele acenou com a mão que não estava segurando o copo e desapareceu no meio daquele bando de gente.

- Adeus também. – Pedro acenou da mesma forma que o outro e saiu pela porta á direita.

- Eu sou uma companhia tão ruim assim? Vai me abandonar também? – Olhei para Lucas fingindo indignação.

Ele soltou uma risada e me puxou para algum lugar onde estava ainda mais apinhado de gente. Supus que era a pista de dança.

A música tinha acabado de mudar.

clica aqui manoo!

O ritmo era mais lento, por isso as pessoas estavam se juntando e dançando em casais de todos os tipos.

Lucas segurou na minha cintura e eu senti o corpo todo formigar, talvez fosse o efeito do copo de alguma coisa que eu tinha tomado. Muito provavelmente não era.

Não tenho as manhas para me apresentar num musical nem nada do tipo, mas eu não danço tão mal, melhor do que o ruivo eu danço. Segurei ele nos ombros levemente e comecei a me mexer no ritmo da música.

Era possível ouvir as pessoas fazendo um coro quando o refrão chegava.

Algum outro garçom passou do nosso lado e roubamos mais dois copos de bebida vermelha dele. O álcool queimou enquanto passava pela minha garganta, mas o doce que alguma coisa – talvez morango – logo apagou essa amargura.

Comecei a cantar a música junto com todo o resto do coral bêbado enquanto dançava com as mãos pra cima e tentava não derrubar nenhuma das pessoas que estavam perto de mim.

Vi de relance Pedro se atracando com uma garota de cabelos cor de rosa no canto da sala; instintivamente rodei os olhos pelo resto do perímetro á procura de Felipe, mas não o encontrei. Talvez ele estivesse na piscina, ou no banheiro. Não tenho ideia. Mas eu sei que as bebidas que o garçom carregava dessa vez eram roxas. Tão bonitinhas. Por isso peguei mais um copo e bebi junto do ruivo.

- Eu quero uma música animada! – Gritei para ele.

- Eu também! – Ele gritou de volta.

Por sorte, bem nessa hora a música trocou.

 clica!

Comecei a cantar a musica incontrolavelmente alto enquanto dançava sem preocupações.

“ You can take my heart like you’re a criminal...”

Eu segurava no pescoço de Lucas e nós dançávamos em perfeita sincronia a parte lenta do primeiro refrão da música.

“Won't you make, me believe, I'm the only one...”

Cantamos a parte instrumental também e então começamos a pular que nem dois idiotas.

“So grab me by the neck and don't you ever let go...”

E de repente, estávamos no beijando. Não sei como aconteceu, não vi ele se aproximar. Mesmo assim eu ardia em chamas que não eram causadas pela bebida super colorida.


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Notas finais do capítulo

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@_anajvargas



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