Eu estava deliciosamente esparramada na cama fofinha, cheirosa e deliciosa do Sasuke. NA CAMA DO SASUKE? Pera ae, pera ae... Tem algo errado ai! Vasculhei meu cérebro procurando pelos fatos ocorridos na noite anterior...

Tortura. Mentiras. Bater. Mordida. Banheira. Comida. Mesa. Desenho. Histórinha. Já chega de papo furado. Dê o fora daqui, sua patricinha idiota. Vou dormir na hora que eu quiser. Sofá. Escuridão. Cansaço. Sono. Dormir. É. A parte de acordar na cama dele, era um mistério para mim, até é claro... Aquelas malditas vozes adentrarem meu consciente, trazendo-me completamente a realidade.

Abri os olhos desejando com todas as minhas forças ter o poder do ciclope e lançar lasers destrutivos nesse bando de miseráveis.

Mas um golpe de bondade e misericórdia me atingiu, quando vi aquele montão de caixas e embrulhos brilhantes na minha frente! Não consegui nem evitar abrir um sorriso.

— Pra mim? — disse sentando-me na cama, enquanto todos tinham seus olhinhos brilhantes em mim. Rum. Eu ainda tinha ódio mortal deles... Mas aqueles presentes! Ai, ai...

Suspirei antes de receber o suborno, precisava ser durona.

— Não quero nada disso... Sumam da minha frente. — disse brava.

— Sakura, nós realmente sentimos muito... Não poderíamos te contar, pensei que Sasuke tinha explicado. — Naruto disse com cara de cachorrinho. Argh.

— E ele explicou! Mas não acredito que esperassem eu compreender o fato de você ter se disfarçado de policial só para me enganar! — disse indignada com a palhaçada.

— Não estava disfarçado, eu sou policial! — Naruto disse assim bem calminho. Afinal... É super normal mesmo. Argh.

— Quê? — perguntei tentando engolir mais essa.

— Gaara é realmente delegado, Lee é químico, Sai tem uma escola de luta, Neji é um honrado Juiz, Shikamaru programador de sistemas e Sasuke... — Naruto ia dizendo quando o mesmo adentrou o quarto chamando atenção para si.

— Faço comércio exterior. — disse com sua expressão séria, encarando-me.

Pisquei algumas vezes para arrancar meus olhos dos dele. Argh. Como me irrita admitir o quanto esse desgraçado é charmoso viu.

— En-então... V-vocês não... — tentava formular uma pergunta coerente, já que nada me parecia fazer sentido quando Naruto me interrompeu.

— A chance de sermos pegos é quase nula. — concluiu.

— Temos o poder judiciário a nosso favor. — Shikamaru disse.

— Podemos invadir qualquer sistema — Sai acrescentou.

— Geralmente nos ferimos. Na rotina dos hospitais qualquer um que chegue com uma bala no peito passa por interrogatórios de policiais, mas... — Naruto dizia quando Neji o interrompeu.

— Nós temos o Lee! — concluiu, Lee aproximou se Sai.

— E Sasuke administra os negócios, tratando diretamente com sócios, informantes e coligados. Digamos que a ele lhe cabe a boa lábia — Concluiu Naruto.

Os fitei embasbacada.

Não tinha espaço suficiente no meu cartão de memória para suportar tantos absurdos juntos! Fechei os olhos apertando as pálpebras e os abri novamente. É, não havia mesmo chance de isso tudo ser um sonho.

— Nos perdoe logo, rosada... Abra os presentes! — Sai disse com sua carinha de anjo.

Olhei emburrada para eles.

— Eu sei que ainda fico te devendo, Sakura... Mas somos amigos e amigos não ficam bravos por muito tempo — Naruto disse. E realmente, eu queria atingi-lo com uma bazuca, mas aqueles olhinhos azulados seguidos daqueles cabelinhos aloirados iluminando minha manhã, amoleciam meu coração! Argh.

Para de ser mole Sakura!

Respirei fundo e comecei a desfazer os embrulhos, encontrando ali um pouco de tudo o que mais gostava!

Ai, ai... bolsas, sapatos, jóias, vestidos e preulas.... Eles tinham bom gosto!

AMEI, AMEI, AMEEEEEI!

— E ai gostou? — perguntou Neji.

— É, vou ver se dá pra usar — respondi.

— Pode ter certeza que ela está soltando fogos por dentro! Conseguiu extorquir dinheiro com besteiras é a especialidade dela — Sasuke disse. Argh. Só abre a boca pra falar merda.

— Tem mais é que me presentear mesmo! Vocês me devem! — disse tinhosa.

— Posso ser seu motorista particular por hoje! — Naruto se ofereceu, encarando-me — Acho que vai querer fazer massagem, cabelo e tudo aquilo que sempre faz quando está estressada é uma boa ideia, assim começo a pagar minha dívida — justificou-se e eu analisei a proposta por um segundo, suspirando.

— Só o Naruto mesmo pra querer acompanhar essas coisas de bicha — Gaara disse rindo sarcástico e se não fosse ruivo poderia jurar que era o Sasuke ali. Argh.

— Posso ir? — perguntei ao Sasuke.

Mas que raios eu estava fazendo? Quando foi que me tornei tão submissa a ponto de pedir a ele? Argh.

Ele ficou me fitando com o cenho franzido, acompanhado de seus braços de generais cruzados, mas foi suavizando a expressão, voltando a sua máscara habitual.

— Como quiser. Volte a tempo de se arrumar para hoje a noite.

— Hoje à noite? Não quero mais missões! Ainda estou me recuperando do baque de ontem, seus miseráveis de uma figa! — protestei.

— Ei Sakura... Calma! Não é nenhuma missão. Vamos dar um tempo nas suas atuações, até estar preparada novamente — Naruto disse acalmando-me.

— Vamos comemorar o novo membro de nossa equipe: você! — Sai anunciou empolgado.

— Aonde vamos?

— Vamos a um barzinho — respondeu Neji feliz. Esse gosta de encher a cara, se bem me recordo da festa de Naruto. Onde o mundo vai parar com um Juiz assim?

— Ok. Já chega de conversa, deem o fora daqui — Sasuke disse tocando a cambada de nosso quarto. Lee foi o primeiro a dar o fora, seguido por de Shikamaru.

— Minhas sinceras desculpas, Sakura! Nada de nos processar, hein... — advertiu Neji em piada, saindo do quarto.

— To te esperando lá embaixo — disse Naruto seguindo- o.

— Desculpe-me. Sasuke e eu não acreditávamos que fosse passar, nos surpreendeu! — Gaara disse afastando-se, mas antes se virou para mim mais uma vez — Lee disse para não sair por ai receitando a dieta... Você sabe, a da banana. — disse rindo e não me contive rindo com ele. E só restara Sasuke em minha frente, suspirei.

— Então... Qual desses é o seu presente de desculpas? — perguntei fitando as caixas a minha volta.

— Nenhum — disse e levantei-me da cama. Eu já esperava por esta resposta — Compre um biquíni — disse, quando eu estava prestes a adentrar o banheiro.

— E por quê?

— Vou te levar pra sair amanhã — contou saindo do quarto me deixando...

Contente?

Ele vai me levar pra sair?

Olhei novamente para a cama cheia de caixas, nenhuma delas tinham feito meu coração bater.

Entrei no banheiro me colocando a frente do espelho. Desfiz da camisola branca, contemplando a flor-de-Sakura que Sasuke havia desenhado ontem em minha barriga. Passei o dedo nos contornos de caneta me lembrando da conversa que tínhamos tido.

Suspirei, entrando debaixo do chuveiro. Afinal, hoje o tempo estava curto pra mim. Eu não queria fazer compras, o que me fez aceitar a companhia de Naruto, foi o fato de que preciso de sua ajuda.

Precisava tirar um peso da minha consciência.

Precisava me desculpar com Konohamaru.

Assim que terminei de me arrumar, coloquei o x-box em uma de minha bolsas e encontrei com Naruto que esperava pacientemente na sala, sorriu ao me ver.

Entramos em seu carro e ficamos os primeiros cinco minutos sem nos falar enquanto ele dirigia, mas logo ele quebrou o silencio. Sorri percebendo que é exatamente o contrário quando estou no carro de Sasuke.

— Aonde quer ir? — perguntou.

— Konohamaru.

— Algum problema?

— Sim — suspirei. — Ele está muito bravo comigo. Quero me desculpar.

— Assim como eu estou querendo me desculpar com você, que ainda está muito brava comigo? — perguntou. Naruto era sempre assim, tinha as perguntas e as respostas certas. Parecia-me mesmo impossível ficar brigada com ele. Mas ainda tinha estava encafifada.

— Naruto... Você me deve 15 mil por pura malandragem.

— Não pode me cobrar pela forma em que te contei da minha profissão — defendeu-se.

— Não estou falando disso, Naruto. Você queria que eu desse em cima de Sasuke, porque é apaixonado pela Karin — disse e ele suspirou parando o carro e encarou-me.

— O que aquele filho da mãe já foi te contar?

— Não chame Sasuke de filho da mãe! Eu posso, você não! Então é verdade? — perguntei.

— EU NÃO SOU APAIXONADO POR ELA — ele disse brabinho.

— Devo fingir que acredito agora ou depois?

— Sakura. Sim, eu sempre tive uma espécie de tara pela moça e sim, me dava muita raiva toda vez que ela me dava uma bota por causa do seu maridinho. Mas nunca fui apaixonado por ela, era só uma espécie de ego e orgulho masculino, entende? — explicou-se.

— Não entendo o que vocês vêem naquela sebosa! — disse irritada.

— Ela é sexy, mas não é minha amiga! Ela é sexy, mas não é a mulher do Sasuke! — Naruto disse. Poxa ele sabe mesmo me enrolar. — Eu só queria poder curtir com a cara de Sasuke, mas pelo visto ele é a prova de qualquer coisa que possam tramar contra ele! — Naruto disse frustrado.

— Pois é, ele logo desconfiou quando fiquei dando em cima dele. — disse desanimada. Naruto riu, mas não falou mais nada.

Ficamos em silêncio por um tempo, enquanto ele dirigia. Bom, ficamos em silêncio até eu me lembrar de uma coisa...

— De todos vocês o Gaara é o mais mau-caráter, pior até que o Sasuke. E olha que eu achava que não existia alguém mais malvado que ele. Tão pilantra, vigarista... — eu ia dizer mais, mas Naruto me interrompeu.

— Ah, mas você só fala isso porque ele te fez passar por tudo aquilo na delegacia. Se você o conhecer mais, vai descobrir que ele é gente boa! — Naruto o defendeu.

— Gente boa, Naruto? Desde quando gente boa diz na televisão que vai proteger a cidade de toda essa bandidagem, quando na verdade faz parte de uma quadrilha de golpistas? — falei mesmo. Lembro perfeitamente de tê-lo assistido na TV, parecia um cara justo e direito, quando na verdade é um pilantra!

— É por isso? — começou Naruto sorrindo de canto. — Gaara dá esse tipo de coletiva na televisão direto. Ele deve uma explicação para a população! Mas isso não quer dizer que ele seja um mal delegado, pelo contrário, nós prendemos os bandidos, Sakura. Menos os bandidos da nossa equipe!

— Não entendo isso!

— E como não? Você já viu uma quadrilha mais completa que a nossa? Não deixamos brecha, Sakura... — ele dizia, mas algo nos chamou a atenção na rua...

Konohamaru aplicava mais um de seus golpes.

Estava se contorcendo todo na rua, por enquanto que um grupinho tentava socorrê-lo. Naruto parou o carro, peguei a sacola com o presente e descemos indo na direção do garoto.

Konohamaru já se recuperava do fingido ataque. Aposto que estava satisfeito com o bolso cheio de pertences daquele pessoal desesperado que tentavam ajudá-lo. Naruto e eu dissemos que o garoto é nosso parente, para eles irem embora. Konohamaru fechou a cara assim que me viu. Argh. Deixa ele ver meu super presente que isso vai mudar, hehe.

— O que faz aqui, hein? Achei que não quisesse mais andar com a escória da sociedade — ele disse todo emburradinho, levantando-se para ir embora.

— Ei, espere, Konohamaru. Vim porque quero me desculpar com você! — comecei e ele parou para me ouvir. Suspirei mais aliviada. — Sei que te tratei mal aquele dia, mas fiz pelo seu bem. Não queria que o meu marido soubesse sobre você... Fiquei com medo de sua reação, o que ele poderia fazer com você. Por isso, achei melhor fingir que não te conhecia. Me sinto péssima por ter feito aquilo com você, e venho lhe pedir desculpas. Olha o presentão que comprei pra você! Aposto que você vai amar! — tirei a caixa com o videogame da sacola, e entreguei o embrulho em suas mãos.

Ele examinou o pacote com um misto de surpresa e curiosidade, depois sorriu para mim. Ebaaa! Meu coração deu uma acelerada de felicidade.

— Abra, garoto — Naruto que parecia um participante do “Konohamaru esperança” o incentivou.

Konohamaru se desfez do papel de presente, e com o papel sumiu seu sorriso.

Ué, ele não gostou do videogame? Bem que me mandaram comprar o Playstation 3!

— Não me diga que não gostou?! — falei desanimada.

— Mas é claro que ele gostou, Sakura — Naruto disse irritado. — Vem garoto, vou te levar pra sua casa pra você testar o videogame. Olha só, a Sakura comprou até os jogos! Onde você mora? — Naruto perguntou e Konohamaru virou a cara fazendo birra novamente. — Diga, garoto. Cadê seus pais?

— Em casa — ele respondeu. Pera ai, ele tem pais?

— E onde eles moram? — Naruto perguntou.

— Numa casa.

— Onde fica essa casa?

— Ao lado da casa dos meus vizinhos — ele respondeu e Naruto revirou os olhos, mas mesmo assim entrou na brincadeira.

— E onde fica a casa dos seus vizinhos?

— Se eu te disser você não vai acreditar.

— Então diga!!

— Ao lado da minha casa! — Konohamaru respondeu caçoando da nossa cara. O garoto não tem pais que eu sei!

— Mentir é feio, Konohamaru! — o repreendi.

— Se você sabe que eu to mentindo, então porque me deu esse presente, hein? — ele disse, e Naruto tentou responder, mas eu o cortei.

— Se não gostou é só dizer que eu devolvo!

— Eu gostei, Sakura... É que... Eu não tenho uma TV pra conectar ao videogame! — ele contou e aquilo destroçou meu coração.

— Oras, não seja por isso. Eu te compro uma TV!

— Acontece que eu também não tenho uma tomada. Como vou ligar o videogame e a TV, Sakura? — perguntou.

— Sakura, você não entendeu que... — Naruto dizia, mas eu o interrompi. Quem tem que se desculpar sou eu e não ele. Eu hein, esse povinho entrometido!

— Naruto, deixa que eu me entendo com o garoto, ok? — disse a Naruto que tentou protestar. Ignorando-o, me virei para Konohamaru e disse:

— Esses bairros pobres, hein! A gente pode fazer um gato, eu compro uma extensão! — eu disse. Problema resolvido, sou demais!

— Eu também não tenho paredes, nem teto, nem nada... Será que você não entendeu que eu não tenho uma casa, Sakura?! — Konohamaru contou e saiu correndo. Tentei ir atrás dele, mas meu mega salto me impediu. Droga!

— Calma, Sakura. Deixa que eu cuido disso — Naruto disse correndo atrás do garoto.

E bom... Não foi dessa vez que eu consegui agradar alguém, mais uma vez! Primeiro foi com o jantar que fiz para Sasuke que deu tudo errado, e agora com Konohamaru se repete novamente, mas é claro que em situações totalmente diferentes. Com Sasuke eu estava visando os 15 mil dólares, já minha intenções com o garoto eram de sinceridade. Precisava me desculpar com ele! Só que deu tudo errado. Como fui tão burra de não perceber que o garoto não tem casa e nem família? Argh.

Fiquei esperando Naruto conversar com Konohamaru do outro lado da rua. Olhei o céu, fiquei vendo as formas das nuvens, depois olhei pras minhas unhas feitas, conferi se tinha alguma ponta dupla no meu cabelo, contei quantos carros azuis passaram na rua... E quando já estava pirando, os belezinhas voltaram. O garoto sorria e Naruto tinha o semblante calmo.

— Sakura, nós conversamos e decidimos que o garoto vai jogar videogame na minha casa. Poderá passar o tempo que quiser por lá, tomar um banho, vestir roupas melhores e mais limpas, comer... — Naruto contou-me.

— Sério? Naruto, você faria mesmo isso pelo Konohamaru? — perguntei sem acreditar. Estava pulando de alegria!

— Claro que sim, e isso é por você também, Sakura. Nós somos amigos, lembra? — ele disse e nesse momento eu tive certeza de que perdoava Naruto por tudo.

Assim sendo, Naruto me levou para casa, seguindo com Konohamaru para sua casa, depois.

Adentrei ao quarto pulando de felicidade, Sasuke acabara de sair do banho.

— É bom você começar a se arrumar agora. Não estou com paciência pra ficar te esperando — Sasuke avisou.

Sabe aquela vontade de fazer alguma coisa, acompanhada pela vontade de não fazer nada? Pois é, estou assim...

— Sasuke, por que você não os chama para comemorarem aqui? Não estou com pique para sair hoje — sugeri, deitando-me na cama.

— Você já viu a situação da cozinha depois daquela droga de jantar? É tão inútil que não serve nem para lavar uma louça!

— A louça já é bem grandinha, não acha que ta na hora dela se lavar sozinha? — provoquei. Ele revirou os olhos. — Contrate uma empregada então, pois eu não serei a sua!

— Então vá se arrumar!

Fazer o quê? Tive que ir...

Tomei um banho rápido, porque Sasuke esmurrou a porta, obrigando-me a sair! Arrumei-me rápido, porque Sasuke não quis opinar entre o vestido azul marinho e o azul escuro, disse que os dois eram da mesma cor. Ele é daltônico, é? Tem diferença sim, meu bem. Só não explico porque o Sasuke está apressando até o meu pensamento. Argh.

Mas pelos menos, depois de muita insistência minha, ele disse que o azul-marinho era o “menos pior” — palavras dele.

Coloquei o azul escuro e ele fez a caridade de fechar o zíper para mim. A maquiagem também foi às pressas, porque Sasuke disse que não era dias das bruxas e nem carnaval. A única coisa que não foi apressada foi a escolha do sapato, ainda bem. Só durou uns 15 minutos! E olha que tinha vários pares que combinavam com o meu vestido!

Enfim, depois de colocar minhas jóias e escolher uma bolsa, estava mais do que pronta. Sasuke que me esperava na sala, me olhou diferente, mas não sabia se era um olhar bom ou ruim. Argh.

— Aleluia! Vamos logo, mulher! — ele disse pegando as chaves do carro.

— Ah, já ia me esquecendo... Pera ai, Sasuke. Esqueci de passar meu perfume! — disse e ele se irritou.

— Droga! Vai passar aquele pesticida logo porque eu não quero me atrasar! — ele resmungou enquanto eu subia as escadas.

Borrifei uma boa quantia do meu anti-Sasuke e fui ao seu encontro.

— Estamos 15 minutos atrasados! — ele me informou assim que desci, mas não sem antes (claro!) tapar o nariz com o cheiro do meu perfume. Ele tem problema, é?

— Para que chegar 15 minutos mais cedo, se eu posso chegar 15 minutos mais linda? — disse e ele revirou os olhos me arrastando para o carro.

Sasuke deixou seu Lamborghi no estacionamento do barzinho. Quando fui abrir a porta, ele me parou segurando meu braço.

— É bom que você tenha juízo. Não quero te ver rebolando em cima de balcão nenhum, Sakura — avisou.

— E é bom eu não encontrar com a sua... A Karin, por lá.

— Eu não a convidei. — ele disse.

— E eu não vou rebolar em cima de um balcão. Mas não vou me comprometer dizendo que não vou dançar, hein. Que culpa tenho de chamar a atenção de todos com minha dança sensual?

— Hahahaha... Sakura, pode ter certeza que no quesito sensualidade sua nota é zero. Digo isso pela forma que você tentou me seduzir por dinheiro.

— Sasuke Uchiha, está insinuando que sua mulher não é sexy?

— Bom... — ele disse franzindo o cenho pensativo — Suas tentativas de me seduzir foram bem amadoras. Confesso que foi muito engraçado e nada sexy, Sakura.

— E quem diz isso é o rei da sensualidade... — falei tentando ser sarcástica. Argh. O que me dá ódio é que o vagaboy é muito sexy. Saco!

— Se quiser eu te ensino uns truques — ele disse com um ar de convencido. Maldito!

— Duvido que você, com esse jeito rabugento, consiga conquistar uma mulher como eu! — ops, eu não! Quem disse que eu quero ser conquistada por esse traste! Argh. — Quero dizer, eu te desafio a conquistar a mulher que eu escolher. Mas sem traição, hein!

— E eu desafio você a conquistar um cara escolhido por mim, com esse seu charme falido de pantera cor de rosa — provocou. E quem disse que eu não vou topar?

— E o que eu ganho com isso? — disse me referindo a Money.

— Ganha conhecimento, sua mercenária. Vou te ensinar como se seduz alguém! — ele disse.

Tá, tá, é só dessa vez que vou entrar em algo que não envolva grana.

— Fechado.