POV Edward

Depois de 12 anos, eu estava em casa. Estava de volta ao lugar onde eu havia vivido toda a minha infância e adolescência. Mas o motivo da minha volta não era dos melhores, minha avó, Esme Cullen, havia morrido há quatro meses e agora eu teria que vender a casa onde ela morava, a casa que eu havia morado tantos anos atrás. Eu não tinha a menor vontade de vender a casa, mas também não queria ficar num lugar cheio de lembranças de um passado que teima em continuar vivo em minha memoria.

Lembro-me do dia que recebi a noticia da morte da minha vó, eu havia acabado de voltar de uma viagem quando Jasper, meu melhor amigo, me entregou a carta, eu fiquei arrasado, Esme era a única parente que me restava, agora eu estava sozinho, eu queria ir dar o ultimo adeus à ela, mas não tinha coragem suficiente para isso, sabia que um dia iria me arrepender disso, mas vê-la morta tornaria as coisas ainda piores.

Adiei a vigem o máximo de tempo que pude, mas o advogado estava sempre me ligando para pedir que eu resolvesse o iria fazer com a casa e tudo que Esme havia deixado, então depois de quatro meses da morte de Esme, reuni toda a coragem que tinha e aqui estou eu, confesso que boa parte do meu medo não tinha relação com o fato de voltar para casa, na verdade, eu tinha medo de encontrar ela, Bella.

Bella foi o primeiro e único amor que eu tive na minha vida. Nos conhecíamos desde pequenos. Ela e eu tínhamos 08 anos quando nos vimos pela primeira vez e nos mesmo sendo tão diferentes (Ela era do tipo “boa menina”, já eu era um “bad boy”) nos tornamos amigos, com o passar do tempo essa amizade foi se transformando em algo maior e começamos a namorar escondido, pois nosso namoro não seria bem visto pelos pais de Bella, eles não entenderiam. Foram os melhores meses da minha vida, estávamos juntos sempre que podíamos, até que eu decidi ir para o exercito, foi uma decisão difícil, mas servir ao meu país era o meu sonho e eu não queria desistir dele, Bella e eu fizemos amor na noite antes de eu partir, depois disso nunca mais nos vimos, até hoje.

Eu esta andando pela cidade quando a vi. Ela tinha mudado bastante, agora era uma mulher, mas eu jamais me enganaria, podiam ter se passado 12, mas eu sempre a reconheceria. Enquanto eu a olhava ela entrou em uma loja, tudo que eu mais queria era correr ao seu encontroe abraça-la, mas eu não podia fazer isso. Muitos anos haviam se passado, ela poderia ter encontrado alguém, ela provavelmente seguiu em frente.

Resolvi algumas pendencias urgentes e resolvi ver se Bella ainda estava na loja que eu havia a visto entrar mais cedo. E para minha grande surpresa ela estava lá, em toda a sua gloria. Olhei para ela por algum tempo e finalmente disse:

– Olá.

– Edward? ­– Ela perguntou, sua voz estava ainda mais linda do que eu me lembrava.

– Sim, Bella.

Ela ficou em silencio, parecia estar em choque. Estava tão bonita que eu acabei chegando instintivamente chegando mais perto dela, tão perto que eu poderia tocá-la.

– É bom te ver de novo. – Eu disse para preencher o silencio, mas como ela não me respondeu, falei. – O gato comeu sua língua?

– Uau... ­– Foi tudo que ela disse.

– Bem, já é um começo.

– Como vai, Edward?

– Bem, e você?

– Ótima.

A situação estava ficando bastante desconfortável.

– Parece que você viu um fantasma. – Falei para tentar descontrair um.

– Talvez porque seja assim que eu estou me sentindo. Hoje cedo pensei ter te visto. Até comentei com Mike Newton, mas achei que tinha me confundido.

– Era eu mesmo.

– Então porque não veio falar com a gente?

Eu não sabia o que responder, então mudei de assunto:

– Surpresa em me ver?

– Por que eu deveria estar? Você seguiu sua carreira militar. Trocamos algumas cartas... E você desapareceu sem deixar pistas. – Deu de ombros. – Isso acontece o tempo todo.

– Não sou muito bom em escrever cartas.

– É mesmo? Na última que me mandou foi bem claro. Me descartou e ponto final.– Te enviei outra carta depois daquela, mas voltou com a frase “devolver ao remetente” escrita com a sua letra. Depois disso não tive mais noticias suas. Até agora.

Esse era um ponto difícil, depois que me alistei eu ainda queria continuar com Bella, mas não era justo pra ela ficar presa a um homem que estava tão longe dela, e eu esta no exercito, coisas ruim poderiam acontecer comigo e se estivéssemos tão ligados ela sofreria demais, então resolvi que estava na hora de libertá-la. Eu nunca tive a intenção de magoa-la, só queria que ela estivesse bem. Mas pelo jeito, ela ainda estava com raiva de mim e eu não a culpava por isso. Não poderia culpa-la.

– Me alistei para servir em um navio, depois do acampamento militar.

– Não precisa se desculpar.

– Só estou explicando.

– Tudo bem, não estou zangada.

– Sério?

– Fiquei aborrecida por um tempo, mas depois superei. Afinal, eu cresci.

– Estou vendo. – sorri e meu olhar percorreu todo o seu corpo. Havia crescido mesmo, estava ainda mais linda olhando-se de perto.

– O que tem feito durante todos esses anos, Edward?

– Uma coisa e outra...­– desconversei.

– Quando chegou à cidade?

– Hoje.

– E o que te trouxe de volta?

– Negócios particulares.

– Lamento por sua avó. Sentimos sua falta no funeral... Por que não veio?

– Estava... Trabalhando.

– Mas... Ela morreu há quatro meses... O que te impediu de vir antes?

– Eu perdi o enterro, depois disso não vi urgência em voltar

– Pra onde elas foram?­– perguntou olhando por cima do meu ombro

– Elas quem?

– Duas são gêmeas, são filhas do xerife e a outra está de blusa rosa e jeans...

Me virei e procurei no meio da multidão. mas nenhum sinal delas.

– Nenhum sinal, Bella.

– Eu também não estou vendo elas... Droga!

Bella pareceu avistar alguma coisa, pois saiu correndo de dentro da loja. Eu a segui e então viu uma menininha correndo no meio da rua e um carro vindo em sua direção.

Não tive nem tempo pra pensar, corri em direção à garota e a puxei para o lado caindo com violência no chão.

Me levantei com a menina nos braços segurando firme em meu pescoço e fui ao encontro de Bella que parecia estar muito assustada.

– Obrigada, senhor. – A menina disse.

– Você está bem?

– Sim. Pode me colocar no chão.

– Você se machucou? – Bella examinando os braços da menina e apalpou seu rosto a procura de cortes e arranhões.

– Ela está bem. Foi só o susto. – Olhou para os lados pensando em como faria para encontrar os pais dela. – Agora precisamos encontrar seus pais.

– Não precisa procurar meus pais.

– Como assim? – Perguntou confuso.

– Eu só tenho mãe, e ela está bem aqui.

Senti meu corpo ficar tenso na hora, mas disfarcei.

– Mãe? –arqueei as sobrancelhas.

Então ela tinha uma filha...