POV Alice

Acordei cedo demais e com um pressentimento que algo novo iria acontecer hoje. Ignorando isso levantei e fui me arrumar para ir á faculdade.

Faço moda e AMO muito isso! Desde pequena, não que eu seja uma pessoa alta, amo roupas e shoppings. Então aos meus 15 anos decidi que iria estudar moda, mas tenho certeza de que sem o apoio dos meus amigos não teria chagado aqui, principalmente sem o apoio de Bella, que considero minha irmã.
 

Conheço Bella desde que me entendo por gente. Lembro direitinho do dia em que a conheci.

Flashback On

Eu estava sentada no chão do parquinho chorando. Tinha acabado de cair e ralar o joelho. E estava doendo muito. Por que eu fui desobedecer minha mamãe? Por que me afastei dela sendo que minha mãe falou para não ir longe? Se eu tivesse ficado onde ela conseguisse ver, teria me visto cair e me ajudaria, mas não a gênia aqui tinha que se afastar não é?!

– Por que você está cholando? — perguntou uma voz infantil atrás de mim.

Olhei para cima e vi uma menininha que devia ter seis anos.

Ela aparentava ser um pouco mais alta que eu. Tinha cabelos castanhos, longos, lisos na raiz e com cachos nas pontas. Diferente de mim que usava um vestido rosa bebê e uma sapatilha, a menininha usava uma camisa de manga curta branca, um macacão jeans, e um tênis branco com rosa.

— Estou cho... — gaguejei. — chorando por que eu caí  e fiz dodói no meu joe ...lhino, tá doendo! — disse entre soluços.

— Me deixa ver? — perguntou e eu assenti.

Ela chegou perto de mim e agachou na minha frente. Estiquei minha perninha para ela ver o dodói. Então ela pegou a garrafinha na qual ela estava bebendo água e jogou um pouquinho de água no meu machucado.

— Aí! — eu resmunguei.

— Desculpa! Mas tem que limpar o dodói.

— Como você sabe disso?

— Minha mamãe é médica de clianças! — disse enquanto terminava de limpar meu dodói. — Cadê sua mamãe?

— Está no paquinho, mas eu me afastei muito dela.

— Vamos! Eu te ajudo a ir até ela!

— Qual o seu nome? — perguntei.

Não iria com ela sem pelo menos saber seu nome.

— Me chamo Isabella, mas prefilo que me chamem de Bella. E você? Como se chama?

—Me chamo Alice!

— Tá, mas agora temos que ir! — disse estendendo a mão para me ajudar a levantar.

Eu assenti e aceitei sua ajuda, mas quando eu dava um passo o joelho doía. 

— Coloque seu blaço envolta do meu ombro e pula com um pé só — propôs e eu aceitei de bom grado.

— Tá bom! — falei e fiz o que Bella disse.

Fomos assim ao encontro de minha mãe até que a avistei conversando com uma mulher parecida com a Bella. Será que é a mamãe dela?

— Bella? — chamei-a.

— Oi.

— Aquela é a sua mamãe? — disse apontando para a moça.

Bella olhou para a direção em que eu apontava e sorriu.

— É sim, por quê?

— Ela está convesando com a minha mamãe.

— Sério?

— Sélio!

— Vamos lá! — disse apressando os nossos passos, mas não tanto por causa do meu joelho.

Aproximamo-nos das duas e a mãe da Bella nos viu, mas minha mãe estava de costas para a gente, ou seja, não me viu.

— Bella! O que aconteceu? — a mãe da Bella perguntou preocupada e minha mãe virou para ver o que estava acontecendo.

— Alice! O que aconteceu?

Me pergunto o porquê dela ter feito à mesma pergunta que a mãe da Bella.

É meio óbvio que nós iríamos responder a pergunta dela. Então para que fazer a mesma pergunta? Eu nunca vou entender os adultos!

— Eu cai mamãe e a Bella me ajudou! Não foi, Bella? — perguntei enquanto minha mãe me pegava no colo.

— Foi sim!

— Obrigada por ajudar a Alice!

— É para isso que servem os amigos! — disse sorrindo para mim.

Ela me considera amiga dela? Eu tenho uma nova amiga? Ai que legal! A Bella é minha amiga!

— É Bella vejo que fez uma nova amizade, hein?! — dessa vez quem se pronunciou foi á mãe da Bella.

— É eu acho que fiz! — ela disse sorrindo.

Pelo visto ela também estava feliz com a nossa amizade.

— Mãe da Bella?

— Diga.

— Qual o seu nome?

— Renée.

— Posso te chamar de tia Renée?

— Alice! — minha mãe repreendeu.

Não sei por quê. O que eu fiz?

— Tudo bem Alice — disse rindo ignorando mamãe. — Pode me chamar de tia, afinal seria uma honra.

— Mãe da Alice, qual o seu nome? — Bella perguntou.

— Jullie – disse mamãe.

— Posso te chamar de tia Jullie? — corando perguntou.

— Claro que pode! — disse minha mamãe sorrindo para Bella.

— Eba! – eu comemorei. — Bella?

— Oi.

— Agola que somo amigas, vamos poder bincar juntas todos os dias!

— É verdade, mas só se as nossas mamães deixalem. 

— Mas nós vamos deixar! Não é Renee?

— É claro!

— Eba! – Eu e Bella gritamos.

Flashback Off

Foi assim que começou nossa amizade. De um jeito simples, mas com o tempo se tornou uma grande amizade. E depois conhecemos nossos outros amigos e formamos nosso grupo inseparável.

Meu celular começou a tocar e me tirou dos meus pensamentos. Era uma mensagem de Rose falando para nos encontrarmos lá em baixo com o pessoal. Respondi e terminei de me arrumar para me encontrar com eles.

Depois de pronta, desci para a porta do nosso prédio, esperar os meus lerdinhos preferidos.

Chegando à calçada do prédio eu avistei um caminhão de mudanças enfrente a casa que havia ao lado do nosso prédio.

Parece que temos vizinhos novos!

Fui até a parte de trás do caminhão onde fica aquela porta enorme e lá vi um garoto loiro de costas para mim conversando com um homem de uns 40 anos de idade. O homem me viu e acenou sorrindo. Acenei de volta. Fazer o que? Sou educada. Com isso o garoto virou para mim e quando me viu acenou. E OMG... Que garoto lindo. Ele era alto, razoavelmente forte e com os cabelos na altura da nuca. E os olhos azuis lindos também.

O garoto virou para o homem dos 40 e falou alguma coisa, mas não pude ouvir. Então o homem entrou e o garoto virou novamente para mim e veio na minha direção.

— Oi! — ele disse.

Não sei, mas acho que ele está meio cabisbaixo.

— Olá! Chamo-me Alice Brandon — cumprimentei e me apresentei animada. — Você é quem está se mudando?

— Sim, eu e meu irmão! Chamo-me Jasper Cullen

— Pelo visto somos vizinhos! Moro naquele prédio com meus amigos! —  falei apontando para o prédio.

— Que legal! — ele disse desanimado.

Será que ele ficou decepcionado porque eu sou vizinha dele? Não, acabei de conhecê-lo... É isso!

— Que tal nós almoçarmos juntos — disse e ele me olhou estranho.

Será que ele está achando que estou desesperada para conhecê-lo?

Tenho que consertar isso!

– É... quero dizer, você chama seu irmão e eu chamo meus amigos, assim nos conhecemos melhor! — propus.

— É pode ser.

— ALICE! – uma voz conhecida gritou.

Rosalie.

— Tenho que ir, meus amigos estão chamando para irmos á faculdade.

— Em que faculdade você estuda?

— Na Seattle University.

— Também estou estudando lá.

— Então, quer vir com a gente? — perguntei meio envergonhada.

— Não vou hoje tenho arrumar umas coisas por aqui com meu irmão.

— Ah! Tudo bem! Deixa para próxima! — disse dando um meio sorriso. — Não se esqueça do almoço!

— Ok! Não irei esquecer, mas onde vamos almoçar?

— No La Bella Italia!

— Tudo bem! Até mais!

— Até.

— ALICE!

Por que a Rosalie é tão impaciente?

— Tchau, Jasper! — me despedi e sai correndo para encontrar Rosalie.

Quando cheguei a frente do nosso prédio, todo mundo estava lá. Todo mundo com exceção de uma.

— Onde está a Bella? — perguntei.

— Bella foi uns quinze minutos mais cedo! – disse Jake.

— Ah é! Ela deve ter ido ver aquele garoto novato que ela fica secando!

— Vou ter que zoar a Bellinha com isso! — indagou Emm rindo. — Estou com pena da Bella, ela vai sofrer com o Emm.

— Ok Emm, mas depois você vê como vai zoar a Bella, agora temos que ir para a faculdade. — Leah disse e foi andando na frente.

Nós a seguimos, pois se não fossemos agora iríamos chegar atrasados.

— Ah! Pessoal? — chamei.

— Que foi Allie? — perguntaram.

— Marquei um almoço hoje com o novo vizinho! — falei me lembrando do Jasper sorrindo.

Foi inevitável.

— Que bom! — disseram com indiferença.

— E vocês vão!

Não era uma pergunta.

— O QUE?

— É isso mesmo que vocês ouviram.

— PARA TUDO! — Emm gritou e todo mundo parou de andar. — Alice desculpa, mas não estou interessado no vizinho novo igual a você.

— EU NÃO ESTOU INTERESSADA NELE! — gritei.

— Eu acho que está se não você não estaria com um sorriso besta na cara desde que começou a falar do almoço! — Jake entrou na conversa.

— Eu não estou interessada no Jasper, caso estivesse não teria chamado vocês e também não teria dito para ele chamar o irmão dele que também se mudou.

— Agora está mais que óbvio que você tem interesse nele — Rosalie afirmou. 

— E por que está óbvio? — perguntei com curiosidade.

— Porque você está nos chamando para manter sua imagem e não parecer uma atirada que já quer sair com ele — explicou Leah.

— Ok estou interessada nele, mas não é por causa da minha imagem que estou chamando vocês.

— Sei... — Leah falou com um pouco de sarcasmo.

— Ainda bem que você sabe! — disse e Leah me deu língua.

Todo mundo riu.

— Mas vocês vão ou não?

— Agora que você admitiu... vamos Alice! — Emm disse

— Vocês são uns lindos!

— Tá, mas vamos logo ou vamos chegar atrasados.

Jake começou a andar e o seguimos.

— Galera, galerinha, galerona? — Emm chamou.

— Que foi Emm? — todos perguntaram.

— Posso contar uma piada?

— Pode — dissemos em uníssono. — Lá vem idiotice.

— O que a plantinha disse para a planta?

— Não sabemos.

— Nada, porque ela é uma mudinha! — e ele caiu na gargalhada.

Mais que piada ridícula.

Jake, Rose,Leah e eu nos olhamos e começamos a rir. Eu já não sabia se ria deles ou da piada ridícula do Emm.

E fomos assim até a faculdade, Emm contando piada e o resto rindo dele e às vezes da piada. Rimos muito com a piada do AAAA TUM que ele contou. 

Ao chegarmos à faculdade encontramos Bella, contamos a piada do AAAA TUM e ela não achou graça, deve ser porque ela não viu o novato que ela gosta e ficou depressiva.

Como já estávamos atrasados, não deu para falar com ela do almoço.

(...)

Quando sai da minha última aula fui procurar meus amigos. Eu os encontrei, mas a Bella demorou, então fomos a caminho do nosso prédio para deixarmos nossas coisas lá e irmos ao restaurante, mas Bella apareceu nos perguntando o porquê da pressa. Falamos do almoço, mas ela não pode ir, disse que tinha um trabalho para fazer.

Chegamos ao nosso prédio e deixamos nossas coisas no apartamento da Bella e depois fomos até o restaurante.

Quando chegamos ao restaurante, Jasper e seu irmão ainda não tinham chegado. Será que ele não viria e me daria um bolo?

Sentamos em uma mesa grande para caber todos e ficamos esperando.

— Eu tive uma ideia — gritou Emm.

Todas as pessoas no restaurante viraram seus olhares para nossa mesa.

— Emm, não grita! — repreendeu Rose.

— Desculpa amor – Emm falou com um biquinho. — Mas como eu ia dizendo... eu tive uma ideia!

— Que ideia? — Jake perguntou.

— Vamos apostar quem conta a piada mais ridícula!

— Quem contar a piada mais ridícula ganha o quê? — Jake perguntou interessado na aposta.

— Os que perderem paga o almoço de quem ganhar, ou seja, o prêmio é um almoço grátis!

— Ok, eu aceito! — Jake disse empolgado.

— Eu também! — Leah e Rose disseram juntas.

— E você Alice? — Emm perguntou.

— Tudo bem, estou dentro!

— Beleza, quem começa? — Jake perguntou mesmo com todos sabendo quem queria começar.

— Eu, eu, eu, deixem eu ,deixem, deixem! — Emm pediu pulando na cadeira.

Todos riram dele.

— Pode começar Emm! – falei.

— Ok! Lá vai então... para que serve um óculos marrom?

— Pra que? — perguntei.

— Para ver marromenos — disse e todos começaram a rir de tão ridícula que era.

— Agora é a minha vez! — exclamou Jake. — Uma criança perguntou para o Papai Noel: “Papai Noel, o senhor roe unha?” O Papai Noel respondeu: “Rou, rou, rou”.

E assim ficamos, contando piadas ridículas. E era uma mais ridícula que a outra, a gente não sabia quem iria ganhar. Até que chegou a vez do Emm de novo.

— Por que o gato mia para a Lua, mas a Lua não mia para o gato?

— Por quê? — perguntou Rose.

— Porque Astro no mia!

— Emm você ganhou com essa! — Jake disse e todos concordaram.

— É claro que ganhei sempre ganho, pois sou inteligente, engraçado e lindo — disse se gabando.

É parece que a modéstia dele fugiu junto com a inteligência.

— Ganhou o quê? — uma voz perguntou grossa perguntou atrás de mim.

Eu me virei e lá estava ele, lindo e perfeito.

Ele estava usando uma camisa xadrez preta com branco aberta, uma camisa com gola V branca, uma calça jeans escura e um tênis branco. Mas ele estava sozinho. Eu não tinha falado para ele trazer o irmão?

— Oi, Jasper! — cumprimentei sorrindo. — Esses são Jacob, Rosalie, Leah e Emmett. 

— Olá! É um prazer conhecê-los!

— O prazer é nosso, Jasper! — Rose retrucou simpática.

Jasper se sentou a mesa e contamos a ele o que Emm tinha ganhado. Ele disse que o irmão não pôde vir, pois tinha muita coisa para arrumar em casa.

Um garçom veio nos atender.

— O que irão querer? 

— Vou querer espaguete – Leah pediu.

— Eu também! — Jake disse.

— Eu vou querer Lasanha à bolonhesa — pedi.

— Eu vou querer Lasanha também, mas só que quatro queijos! — Jasper pediu.

Ele ainda não se soltou.

Rose e Emmett pediram a mesma coisa, Ravióli. Começamos a conversar. E Jasper foi se soltando aos poucos. Ele contou que o irmão e ele estão na mesma faculdade que a gente, mas ele está cursando História e o irmão Veterinária. Nossos pedidos chegaram, mas isso não nos impediu de continuarmos a conversar.

— Olhem galera! — Emmett chamou nossa atenção quando estávamos terminando.

Todos olharam para ele. Emm estava segurando dois canudos atrás da cabeça fingindo serem antenas, e outros dois canudos na boca fingindo ser dentes, eu acho.

— Eu sou uma formiga assassina! — quando ele disse isso os canudos da boca caíram e ele fez uma carinha tristonha.

Todo mundo que estava na mesa riu e todos no restaurante olharam para nós.

Emmett estava de braços cruzados com uma cara emburrada, Jacob caiu da cadeira e ficou rolando no chão, Leah estava chorando de tanto rir, Rosalie não estava diferente de Leah e Jasper estava gargalhando com a gente!

— Minha barriga está doendo de tanto rir! — Jasper disse.

— Preciso ir ao banheiro! — Jacob mal falou e já estava correndo em direção ao banheiro.

Porém no meio do caminho ele tropeçou em uma cadeira e quase esbarrou em um garçom que estava com uma bandeja cheia de comida!

Depois disso tudo tentamos nos acalmar e alegrar Emm que ainda estava chateado com um biquinho de dar dó!

— Emm, não fica emburrado só porque sua formiga assassina não deu certo! — Rose tentou consolá-lo.

— Mas eu queria que tivesse dado certo, não era para os canudos caírem. 

— Veja o lado bom! — falei.

— Que lado bom?

— Você conseguiu fazer o Jasper gargalhar conosco! — olhei para o Jasper e constatei que ele estava com a bochecha vermelhinha.

Ele fica tão fofinho corado!

— Não só ele como todos os seus amigos e cá entre nós se divertir com os amigos é a melhor coisa que tem!

— É verdade! — concordou sorrindo.

— Viu? — Leah entrou na conversa. — Sua formiga assassina ter falhado não foi tão ruim assim!

Emmett depois dessa conversa se alegrou de novo. Um tempo passou e Jake voltou mais calmo. Ficamos na mesa conversando e rindo durante um tempo, até que ficou tarde e achamos que era melhor irmos para casa. Quando estávamos no lado de fora do restaurante prontos para ir para casa, Jasper travou e ficou olhando para frente.

— Jasper, o que foi? — perguntei preocupada.

Ele não respondeu.

— Jasper, está tudo bem? — Jake perguntou tocando o ombro de Jazz.

— Oi Jasper! — ouvi uma voz enjoada dizer.

Virei-me e olhei na direção da voz e lá estava uma mulher vestida de uma forma bem vulgar.

— O que você está fazendo aqui? —  perguntou entre dentes.

— Vim te visitar! Estava morrendo de saudades! — falou se aproximando de Jasper!

Quem era ela? Por que Jasper estava assim?

— Eu disse que nunca mais queria te ver na minha frente!

— Eu lembro, mas você estava estressado e sei que não quis dizer aquilo — falou a jovem se aproximando cada vez mais de Jasper.

— Acredite, eu quis dizer aquilo! — disse demonstrando raiva na voz.

— Não, não quis! — ela acariciou o rosto de Jazz.

Quem ela pensa que é? Ele não disse que não a quer aqui? Por que ela ainda estava aqui então?

Jasper tirou a mão da garota de uma forma brusca de seu rosto!

Rá! Bem feito pra ela!

— Sim, eu quis e quero! Some daqui e nunca, nunca mais volte a me procurar entendeu? Não quero te ver, não quero ficar no mesmo ambiente que você! — disse Jasper saindo andando deixando meus amigos a garota e eu pra trás.

A garota maluca e vulgar foi embora bufando na direção contrária de Jasper! Eu hein?! Que coisa estranha!

— Alice, vá atrás dele e tenta acalma-lo, ele está visivelmente alterado! — mandou Rose.

— E vocês? — indaguei confusa.

— Nós já vamos, mas antes tenho que comprar umas coisas para um trabalho da faculdade e Emmett vai me ajudar a carregar!

— Tudo bem, mas e vocês? — perguntei me virando para Jake e Leah.

— Vou comprar um sorvete! — Leah avisou e foi em direção à sorveteria do outro lado da rua.

— Eu também quero sorvete! — Jake gritou para Leah.

— Vem buscar tapado! — Leah gritou e Jake correu para a sorveteria junto com ela.

Eu corri para alcançar Jazz. Ele não passava de um pontinho distante agora. Ô garoto rápido, não podia ir um pouquinho mais devagar? Não podia levar em consideração que eu estava de salto? Nesse ritmo ele chega ao outro lado do país!

Corri mais um pouco e consegui alcança-lo! Finalmente!

— Jasper! — chamei e ele virou para mim.

— Quê?

— O que foi aquilo? — perguntei ofegante pela corrida.

— Não te interessa! 

— Me interessa sim, grosso! — falei e ele me olhou confuso. —Olha, eu já te considero um amigo e me preocupo com meus amigos!

— Desculpa se fui grosso com você, mas a Maria me deixa muito estressado!

— Eu te desculpo! — disse sorrindo para ele. — Você não disse o que aconteceu?

— Eu não sei se estou pronto para falar sobre isso — disse triste.

Tadinho... queria tanto poder tirar essa tristeza dele!

— Tudo bem não precisa contar se não quiser!

— Obrigado! — disse sorrindo levemente.

— Que tal irmos agora? — questionei.

— Ok! — falou olhando envolta. — Mas onde estão os outros?

— Ah, a Rose foi comprar umas coisas e Emm foi junto, Jake e Leah foram comprar sorvete.

— Tudo bem! Vamos?

— Vamos!

E fomos andando em silêncio, mas um silêncio confortável. O tempo passou rápido, pois já está à noite. Olhei para o céu, enquanto caminhávamos e vi que o céu está lindo, todo estrelado. Quando vi já estávamos enfrente ao prédio meu e dos meus amigos!

— Alice? – Jasper chamou.

— Sim?

— Quero te contar uma coisa!

— Pode falar! 

Ele sentou na escada enfrente ao prédio e indicou para eu sentar ao seu lado. Sentei e esperei ele começar a falar.

— Sabe aquela garota que discutiu comigo na calçada do restaurante?

— Sei!

Não haveria como esquecê-la.

— Ela é minha ex-namorada!

O que? Fiquei chocada agora! Como assim ex-namorada!

— Jasper você disse que não estava pronto para dizer algo sobre isso, então não precisa contar.

— Preciso sim, Alice! Preciso me livrar disso de uma vez por todas! Eu acho que contando a alguém em quem confio, além do meu irmão, eu vou conseguir ir adiante, sabe? — desabafou e eu assenti. — Antes de vir para Washington eu morava na Califórnia, lá conheci Maria, aos meus quinze anos ela era a garota mais popular da escola e a mais cobiçada pelos garotos e eu... eu era apenas um garoto nerd que estava afim dela!

Pausou brevemente.

— Eu não conseguia nem chegar perto da Maria por ser muito tímido e eu tinha medo de que ela me zoasse junto com os outros, pois até então ela não sabia da minha existência. Aos dezessete anos, no terceiro ano do ensino médio, resolvi mudar, já estava cansado de ser sempre zoado pelos outros e queria chamar a atenção da Maria, então mudei. Mudei radicalmente, mudei minhas roupas, meu corte de cabelo, meu jeito de andar e até passei a malhar. Quando fui para a escola todo diferente, as meninas começaram a prestar mais atenção em mim, fiquei feliz com isso.

Um sorrisinho escapou pelos seus lábios.

— Porém fiquei mais feliz no dia em que Maria veio falar comigo, com o tempo nos tornamos amigos, mas eu queria ser mais que um amigo dela. Pedi Maria em namoro e para minha surpresa ela aceitou, namoramos durante esse final do ensino médio e eu sinceramente achava que a amava. Quando fomos para a faculdade a pedi em casamento, ficamos noivos e eu estava feliz da vida com isso, mas nem tudo é perfeito...

Meu coração começou a doer.

— Maria mudou muito durante um tempo, andava distante, um dia, quando planejei uma surpresa para ela em seu apartamento a encontrei na cama com outro. Eu tinha confiado nela, eu dizia que a amava, dava presentes, fazia de tudo para ela e ela me traiu. Eu me sentia em pedaços, sentia uma dor imensa no peito... naquele dia eu gritei muito com ela, disse que ela não prestava e que nunca mais queria encontrá-la. E foi o que aconteceu, ela não me encontrou mais, também nem deu, eu resolvi me mudar, precisava arranjar um jeito de esquecê-la, precisava esquecer aquela dor de alguma forma. Então vim para cá morar com meu irmão que tinha se mudado há pouco tempo e aqui estou eu! — disse por fim.

Quando terminou de contar ele estava com dor nos olhos! Eu não aguentei e o abracei, ele retribuiu! Como uma pessoa que tinha o Jasper como noivo podia traí-lo? Depois disso tudo eu tinha que falar alguma coisa, mas eu não sabia o que falar. Então apenas fiquei abraçada a ele.

— Obrigado, Alice — disse de repente.

— Pelo quê? — perguntei me afastando e o olhando confusa.

— Por me ouvir e por me dar amigos maravilhosos! — continuei o olhando confusa e ele deu uma risada meio tristonha. —Depois que Maria me traiu eu me afastei de muitos amigos, eu não confiava em ninguém! E você e seus amigos me cativaram de uma forma inexplicável.

— Vish... pelo visto eu e nossos amigos temos uma grande responsabilidade agora! — falei rindo para amenizar o clima.

— Como assim? — perguntou confuso.

— “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” — falei sorrindo. — Amo essa frase. 

— Pequeno Príncipe?

— Sim, amo o Pequeno Príncipe ele é tão fofo!

— Mas eu sou mais — falou sorrindo.

Isso! Consegui tirar o clima estranho!

— Claro que é!

— Eu acho que notei um pouco de sarcasmo em sua voz, Alice! – gargalhamos.

— Mas fique você sabendo que também tem uma grande responsabilidade! — disse séria.

— Tenho é? — assenti. — E qual é essa grande responsabilidade?

— Você também cativou meus amigos e eu!

— Concordo com você! É uma grande responsabilidade! Imagine eu responsável por Alice!

Estou lascado! – falou rindo. Não gostei da piadinha.

— HAHAHA... HAHA... HA. Que piada engraçada, estou morrendo de rir internamente, me perdoe por não estar externando isso! — ele riu mais ainda e eu dei língua para ele. 

— Mas agora é sério, Alice. Obrigado, mesmo! — falou depois que conseguiu se acalmar.

— Não precisa agradecer nada, Jazz!

— Preciso! Olha para mim fazia tempos que não ria de verdade e hoje durante o almoço eu ri e muito e agora também! — falou sorrindo ainda mais. — E obrigado também por me ouvir falar de Maria. sinto-me muito bem agora, sei lá... Parece que tirei um peso das costas.

— Fico feliz que está se sentindo bem Jasper, de verdade — disse de uma forma sincera, pois era verdade, eu estava muito feliz por ele está contente. — Mas era por causa dessa história toda que você estava desanimado hoje de manhã e no inicio do almoço? 

— Sim, mas já estou bem agora!

— Que bom! — o abracei forte dessa vez.

Eu estava muito feliz! Eu tinha conseguido o fazer rir e tirar um grande peso das costas, sem contar que amo fazer as pessoas sorrirem principalmente as que estão tristes!

— Agora está ficando tarde e frio acho melhor você entrar — falou me separando dele. — E como sou responsável por você tenho que evitar que a senhorita fique resfriada!

— Você é muito bobo, sabia?

— Eu? Bobo? Imagina! — rimos.

— Bom, então vou entrar meu responsável está mandando né?! Mas você também tem que entrar se não pode ficar doente e eu também sou responsável por você!

— Sim senhora! — bateu continência. — Mas é um bobo, mesmo! Revirei os olhos e o bobo riu!

— Bom, então vou indo, o pessoal já deve estar chegando! — falei.

— Manda um abraço para eles e... até amanhã?

— Até amanhã! — nos despedimos com um abraço e cada um foi para sua casa.

Fiz mais um amigo hoje, um grande amigo tenho certeza disso. Posso ter levado um dia inteiro para torná-lo alguém importante, diferente de Bella que se tornou importante em minutos e com apenas uma conversa, mas éramos crianças e crianças em cinco minutos que se conhecem se tornam melhores amigas. Em minha opinião o tempo que levamos para transformar alguém importante não interessa, no final sempre vale a pena os minutos, a hora ou até mesmo o dia dedicado para aquela pessoa.

“Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante”. Pequeno Príncipe